Enviado por felipe_lopes.alves11

Antropoceno

Propaganda
APRESENTAÇÃO SOBRE O ANTROPOCENO
O Antropoceno
O termo Antropoceno, que foi cunhado no início deste século pelo Prêmio Nobel
Paul J. Crutzen (Crutzen, 2002; Crutzen e Stoermer, 2000) sugere mudança na relação
entre a espécie humana e o meio ambiente, tendo o homem como uma força geológica,
competindo com as forças naturais, o impacto dessas forças e a modificação do planeta.
Além das mudanças climáticas, novos materiais, como plásticos, concreto e alumínio,
tem-se espalhado na superfície da Terra e nos oceanos, o uso de fertilizantes tem
incrementado as concentrações de fósforo e nitrogênio, a mineração tem modificado e
poluído o ambiente, e os testes nucleares têm deixado marcas nos sedimentos e no gelo.
O Antropoceno (a “Época dos Humanos”) pode ser visto desde um ponto de vista apenas
geológico ou, em uma forma mais ampla, como um conceito que envolve o meio
ambiente, a química, a biologia, a cultura, a economia e as relações políticas e
econômicas.
Segundo Silva & Arbilla (2016) o Antropoceno, independentemente de sua
formalização como época geológica, representa uma nova fase na história do Homem e
na história da Terra, onde as forças humanas e as forças naturais se entrelaçam e uma
determina o destino da outra.
Antropoceno no meio científico – Breve histórico
A Comissão Internacional de Estratigrafia é o maior e o mais antigo corpo
científico da União Internacional de Ciências Geológicas (International Union of
Geological Sciences, IUGS) e seu principal objetivo é definir as unidades da Escala de
Tempo Geológico Internacional (International Geologic Time Scale): Eon, Era, Períodos,
Épocas, Idades, que expressam a história geológica da Terra.

A idade da Terra é estimada em aproximadamente 4.600 Ma;

O éon Fanerozoico se iniciou há aproximadamente 450 Ma.

A era Cenozoica iniciou aproximadamente há 66 Ma;

O período Quaternário iniciou há 2,58 Ma
É nesse contexto que aparece a proposta de um novo tempo, o Antropoceno e a
discussão sobre seu início e sobre sua classificação como uma nova Época posterior ao
Holoceno ou posterior até mesmo do Pleistoceno. Essa discussão tem sido abordada por
diversos autores:
Crutzen (2002) sugeriu que o Antropoceno começou no final do século XVIII,
quando análises de ar aprisionado em gelo polar mostraram o início de crescentes
concentrações globais de dióxido de carbono e metano.
Ruddiman (2003) propôs que o início do Antropoceno seria com o
desenvolvimento da agricultura (a chamada “early-Anthropocene hypothesis”) que levou
a um aumento nas concentrações de CO2 (aproximadamente a partir de 8.000 anos atrás)
e de CH4 (a partir de 5.000 anos atrás) e a modificação da paisagem, especialmente por
desflorestamento.
Steffen et al. (2007) “O Antropoceno começou por volta de 1800 com o início da
industrialização, cuja característica central foi a enorme expansão no uso de combustíveis
fósseis.
Steffen et al. (2011) disseram que o termo “foi introduzido para capturar essa
mudança quantitativa na relação entre os seres humanos e o ambiente global” sugerindo
que “a Terra está agora se mudando de sua época geológica atual, chamada Holoceno e
que a atividade humana é em grande parte responsável por essa saída do Holoceno”
evidenciando que o homem se tornou uma força geológica por si só.
Steffet et al. (2015), afirmaram que a ideia do Antropoceno era registrar a
trajetória do "empreendimento humano" por meio de vários indicadores e, no mesmo
período, acompanhar a trajetória de indicadores-chave da estrutura e funcionamento do
Sistema Terrestre.
Lewis & Maslin (2015) em seus estudos evidenciaram que das várias datas
propostas para o início do Antropoceno dois parecem estar em conformidade com os
critérios: 1610 e 1964. E ainda enfatizam que o estabelecimento formal de uma época
antropocênica marcaria uma mudança fundamental na relação entre os seres humanos e
o sistema terrestre.
Os estágios do Antropoceno
Autores (Steffen et al. 2007) estão dividindo o Antropoceno em estágios. Eles
consideram que o Antropoceno está entrando em um terceiro estágio: o primeiro seria a
partir da Revolução Industrial, 1800-1945, com o avanço das máquinas, queima de
combustíveis fósseis e avanço tecnológico na Europa, as guerras mundiais; o segundo
com o período da Grande Aceleração, 1945-2015, num período pós guerra, crescimento
econômico, científico e militar das superpotências, avanço tecno-científico em países em
desenvolvimento e globalização; e por fim o terceiro estágio: início do reconhecimento
da sociedade e de instituições, além de ações das organizações não-governamentais e
participação da sociedade civil na tomada de decisões, em consequência do rápido avanço
científico, da maior difusão e globalização do conhecimento, de que as atividades do
homem realmente estão afetando o funcionamento da Terra como um todo, em oposição
às ideias de que esses efeitos são em escala local ou regional, mas global, o que levaria a
mudança de pensamento e decisões em diferentes esferas.
A partir disso, o Antropoceno passou a ter, também, implicações sociais já que a
discussão ultrapassou os limites das ciências para chegar ao público, aos formadores de
opinião, aos líderes políticos e as organizações privadas.
Os Marcadores do Antropoceno
A comunidade científica ponderou necessária a determinação de um marcador
sincrônico global. Assim, foi considerado que eventos anteriores à Revolução Industrial
não implicariam em uma mudança clara na evolução da Terra. Mesmo que as evidências
estratigráficas da Revolução Industrial estão principalmente relacionadas à Europa e
América do Norte, que após o longo de um século foram estendidas à China, Índia e
outros países em desenvolvimento. Assim, as evidências relacionadas à industrialização
e urbanização, obtidas através do uso do carvão como marcador, são diacrônicas e com
descontinuidades espaciais.
Surge, então, vários candidatos a marcador do início do Antropoceno: um
conjunto de parâmetros ambientais e socioeconômicos
Em 2011, Certini e Scalenghe questionaram a escolha de marcadores atmosféricos
para determinar o início do Antropoceno, e propuseram o uso de solos antropogênicos,
ou seja, solos modificados pelo homem, indicando que o início do Antropoceno teria
acontecido em aproximadamente 2.000 BP, onde BP é antes do presente.
Steffet et al. (2015), curiosamente, em seu trabalho original tinha sido utilizado o
número de restaurantes McDonalds como indicador de globalização, sendo substituído
pelo uso de energia primária para o período 1750-2010, por ser um indicador-chave que
se relaciona diretamente com a impressão humana sobre o funcionamento do Sistema
Terrestre e é uma característica central da sociedade contemporânea. Além disso, incluiu
outros parâmetros: indicadores de população, crescimento econômico, uso de recursos,
urbanização, globalização, transporte, comunicação, combinação de investimento
estrangeiro direto, turismo internacional e telecomunicações.
Ferreira et al. (2016) avaliou a ocorrência e distribuição de um radionuclídeo
artificial de césio-137 (137Cs), em sedimentos costeiros do Oceano Atlântico Sul, como
marcador da época do Antropoceno. Apesar registro radioativo ser curto um marcador
cronoestratigráfico de médio prazo (meia vida de aproximadamente 30 anos), o césio-137
tornou-se útil para ajudar a definir o início do Antropoceno.
Outrossim, foram identificados parâmetros sincrônicos para caracterizar
geologicamente o Antropoceno, entre eles: aceleração das velocidades de erosão e
sedimentação, perturbações em longa escala dos ciclos do carbono, nitrogênio, fósforo e
outros elementos, aumento do nível dos oceanos, radionuclídeos artificiais, alumínio
metálico, partículas de cinzas volantes, poluentes orgânicos persistentes e uma variedade
de indicadores biológicos (Muir & Rose, 2007; Barnosky, 2014; Hancock et al., 2014;
Wilkinson et al., 2014; Zalasiewicz et al., 2014; Rose, 2015; Swindles et al., 2015;
Zalasiewicz et al., 2015; Waters et al., 2015).
Outros marcadores importantíssimos para o Antropoceno são os plásticos,
distribuídos em depósitos sedimentares terrestres e marinhos, como fragmentos
macroscópicos e como micropartículas, sendo dispersos por processos físicos e
biológicos, através da cadeia alimentar de animais e depositados através de diversos
artefatos nos quais estão moldados que serão preservados ao longo dos séculos (Corcoran
et al., 2015; Zalasiewicz et al., 2016).
Segundo Silva & Arbilla (2018) é interessante observar que, como já mencionado,
a influência do homem sobre a Terra foi iniciada muito antes, tendo provavelmente uma
participação na extinção da megafauna em todos os continentes exceto África, no
Pleistoceno Tardio (Koch & Barnosky, 2006),48 e a introdução da agricultura
(Ruddiman, 2003).
O plástico
O plástico teve seu início de fabricação desde meados do século XX. Os primeiros
plásticos a serem comumente usados eram permanentemente duros e quebradiços, como
goma-laca, para discos de gramofone do final do século XIX, e baquelite, produzidos
amplamente entre os anos 1920 e 1940 e ainda hoje em uso menor (Albus et al., 2006).
A seda viscosa e o rayon, feitos a partir de uma base de celulose, foram fabricados
desde o início do século XX e continuam em produção. Nylon, poliestireno (PS),
policloreto de vinila (PVC), polietileno (PE) e politetrafluoretileno (PTFE) começaram a
ser produzidos no final dos anos 1930 e 1940, polipropileno (PP) e espuma de poliestireno
expandido na década de 1950, e polietileno tereftalato (PET). ), a partir do qual a maioria
dos recipientes e garrafas são feitos, foi patenteado em 1973. O desenvolvimento continua
até hoje, com cerca de 15 a 20 grupos principais de plástico (Shah et al., 2008).
Os plásticos são a chave para o momento da revolução tecnológica desde o início
da "Grande aceleração", devido à sua notável utilidade e versatilidade (Zalasiewicz et al.,
2016). Eles são úteis para os seres humanos e fundamentais para a higiene
contemporânea, como embrulhos para alimentos e outros materiais, como luvas
descartáveis, capas e encapsulamentos de medicamentos usados em hospitais, e no
fornecimento de sistemas de água potável baratos por meio de garrafas de água e
oleodutos, além de serem leves, fortes, flexíveis e relativamente inertes. Os plásticos
também são componentes de muitos dos nossos edifícios, ferramentas e máquinas.
Segundo Andrady e Neal (2009), O plástico se tornou indispensável devido
extraordinária expansão global deste material e que agora pode ser vista na dramática
ascensão de produção: de menos de 2 milhões de toneladas fabricadas em 1950 às 300
milhões de toneladas produzidas anualmente hoje.
Além disso, os plásticos possuem a facilidade de serem reconhecíveis, sem a
necessidade de equipamentos analíticos sofisticados, como é o caso da detecção de
radionuclídeos. Podem, portanto, ser marcadores estratigráficos amplamente eficazes
para estratos de Antropoceno. Entretanto, a apreciação de sua utilidade requer
consideração de seu comportamento como material geológico, e não como um produto
da ciência material ou como um poluente ambiental, isso porque eles são insolúveis em
água, resistentes à deterioração biológica e a muitos ataques químicos ao longo de
décadas a séculos, pelo menos. Eles também são facilmente transportados pelo vento
(Gasperi et al., 2015) e pela água através do meio ambiente, onde podem se acumular.
Essa ideia de plásticos como um componente significativo do atual ciclo sedimentar está
crescendo, embora a caracterização global clara e detalhada desse conceito tenha apenas
começado (por exemplo, Reed, 2015; Corcoran 2015).
O microplástico
Os plásticos no meio ambiente são amplamente divididos em macroplásticos e
microplásticos. Sendo os macroplásticos > 5mm e incluem tudo o que reconheceríamos
como lixo, sacolas plásticas, garrafas, redes de pesca descartadas, brinquedos de plástico
e seções de tubos de plástico são os plásticos que podem ser observados a olho nu.
Já os microplásticos são < 5mm e são geralmente invisíveis a olho nu,
principalmente quando misturados em sedimentos. Alguns microplásticos são do
tamanho original, como as microesferas plásticas de 10 – 1000mm (microesferas de
polietileno que são colocadas em certos cosméticos, esfoliantes faciais e creme dental),
bem como pelotas de resina do tamanho de lentilhas (“nurdles”) que são as matériasprimas. para produtos de plástico.
Outras fontes do microplásticos são os que foram degradados física ou fisicoquimicamente. Uma categoria de microplástico recentemente reconhecida como
importante é a de fibras plásticas (0,1 mm de diâmetro e geralmente de 2 a 3 mm de
comprimento), destacadas de tecidos sintéticos durante a lavagem. Uma única peça
sintética, por exemplo, pode liberar mais de mil fibras em um único ciclo de lavagem.
Demasiado pequeno para ser filtrado por máquina ou estação de tratamento de esgotos,
estes podem viajar para longe pela corrente do rio e mar e depositar-se em camadas de
sedimentos (Browne et al., 2010, 2011; Woodall et al., 2014).
Os microplásticos não são facilmente visíveis, mas métodos para sua análise no
ambiente foram desenvolvidos. Eles podem ser extraídos da água por filtração e separados
de sedimentos por peneiramento ou separação de densidade usando soluções de
centrífuga e sal (Nuelle et al., 2014; Woodall et al., 2014; Corcoran et al., 2015).
No registro geológico
Para escala de tempo geológico, a longevidade dos polímeros plásticos é pouco
conhecida, principalmente porque são novos materiais que estão no meio ambiente há
apenas algumas décadas. A degradação dos plásticos pode ocorrer quimicamente, por
modificação da estrutura molecular, física ou biologicamente (Kay & Blond, 2005; Shah
et al., 2008). A degradação química pode resultar da alteração de ligações moleculares
por meio de reações químicas causadas pelo calor ou pela radiação solar, ou por meio de
hidrólise em pH muito alto ou muito baixo. A degradação física inclui a extração parcial
ou total de aditivos (por exemplo, pigmentos, plastificantes e enchimentos), a ação de
solventes e a quebra de tensão ambiental. A degradação biológica por bactérias e fungos
ocorre após a despolimerização do plástico por outros processos físicos ou químicos.
De forma geral os plásticos são duradouros em escalas de tempo humanas,
especialmente quando enterrados e além do alcance da luz ultravioleta presente na luz
solar que pode quebrar as ligações em sua estrutura química, fazendo com que os plásticos
se tornem quebradiços e se fragmentem (fotodegradação) (Shah et al., 2008). Além disso,
apesar da despolimerização microbial, os plásticos apresentam certa resistência a esses
ataques, e isso sustenta boa parte de sua utilidade prática e de sua longevidade no meio
ambiente.
Referência
Crutzen, P. J.; Stoermer, E. F. The Anthropocene. Global Change Newsletter 2000, 41,
17.
Steffen, W.; Grinevald, J.; Crutzen, P.; McNeill, J. The Anthropocene: conceptual and
historical perspectives. Philosophical Transactions of the Royal Society 2011, 369,
842.
Steffen W, Crutzen PJ and McNeill JR (2007) The Anthropocene: Are humans now
overwhelming the great forces of Nature? Ambio 36: 614–621
Crutzen PJ (2002) Geology of mankind – The Anthropocene. Nature 415: 23
Steffen, W.; Broadigate, W.; Deutsch, L.; Gaffney, O.; Ludwig, C. The trajectory of the
Anthropocene: The great acceleration. The Anthropocene Review. 2 (1). 81-91p.
2015.
Lewis, S. L.; Maslin, M. A. Defining the Anthropocene. Nature. 519. 171-180p. 2015.
Certini, G.; Scalenghe, R. Anthropogenic soils are the golden spikes for the
Anthropocene. The Holocene 2011, 21, 1269.
Ruddiman, W. F. The Anthropogenic Greenhouse Era Began Thousands of Years Ago.
Climatic Change 2003, 61, 261.
Zalasiewicz, J.; Waters, C.N.; Ivar do Sul, J. A.; Corcoran, P. L.; Barnosky, A.D.;
Cearreta, A.; Edgeworth, M.; Galuszka, A.; Jeandel, C.; Leinfelder, R.; McNeill, J.
R.; Steffen, W.; Summerhayes, C.; Wagreich, M.; Williams, M.; Wolfe, A. P.;
Yonan, Y. The geological cycle of plastics and their use as a stratigraphic indicator
of the Anthropocene. Anthropocene 2016, 13, 4.
Corcoran, P.L., Norris, T., Ceccanese, T., Walzak, M.J., Helm, P.A., Marvin, C.H., 2015.
Hidden plastics of Lake Ontario: Canada and their potential preservation in the
sediment record. Environ. Pollut. 204, 17–25.
Silva, C. M.; Arbilla, G. Antropoceno: os desafios de um novo mundo. Revista Virtual de
Química. 10 (10). No prelo
Koch, P. L.; Barnosky, A. D. Late Quaternary Extinctions: State of the Debate. Annual
Review of Ecology, Evolution and Systematics 2006, 37, 215.
Muir, D.G.G., Rose, N.L., 2007. Persistent organic pollutants in the sediments of
Lochnagar. In: Rose, N.L. (Ed.), Lochnagar, The Natural History of a Mountain
Lake. Developments in Paleoenvironmental Research, vol. 12. Springer, Dordecht,
The Netherlands, pp. 375–402.
Barnosky, A.D., 2014. Palaeontological evidence for defining the Anthropocene. In:
Waters, C.N., Zalasiewicz, J., Williams, M., Ellis, M.A., Snelling, A. (Eds.), A
Stratigraphical Basis for the Anthropocene. The Geological Society of London—
Special Publications, pp. 149–165.
Hancock, G.J., Tims, S.G., Fifield, L.K., Webster, I.T., 2014. The release and persistence
of radioactive anthropogenic nuclides. In: Waters, C.N., Zalasiewicz, J., Williams,
M., Ellis, M.A., Snelling, A. (Eds.), A Stratigraphical Basis for the Anthropocene,
vol. 395. Geological Society of London—Special Publications, pp. 265–281. doi:
http://dx.doi.org/10.1144/SP395.15.
Wilkinson,
I.P.,
Poirier,
C.,
Head,
M.J.,
Sayer,
C.D.,
Tibby,
J.,
2014.
Micropalaeontological signatures of the Anthropocene. In: Waters, C.N.,
Zalasiewicz, J., Williams Ellis, M.M.A., Snelling, A. (Eds.), A Stratigraphical Basis
for the Anthropocene, vol. 395. Geological Society of London—Special
Publications, pp. 185–219.
Zalasiewicz, J., Williams, M., Waters, C.N., Barnosky, A.D., Haff, P., 2014. The
technofossil record of humans. Anthropocene Rev. 1, 34–43.
Rose, N.L., 2015. Spheroidal carbonaceous fly ash particles provide a globally
synchronous stratigraphic marker for the Anthropocene. Environ. Sci. Technol. 49
(7), 4155–4162.
Swindles, G.T., Watson, E., Turner, T.E., Galloway, J.M., Hadlari, T., Wheeler, J.,
Bacon, K.L., 2015. Spheroidal Carbonaceous Particles Are a Defining Stratigraphic
Marker for the Anthropocene. Nature Scientific Reports.
Zalasiewicz, J., Waters, C.N., Williams, M., Barnosky, A.D., Cearreta, A., Crutzen, P.,
Ellis, E., Ellis, M.A., Fairchild, I.J., Grinevald, J., Haff, P.K., Hajdas, I.,
Leinfelder, R., McNeill, J.R., Odada, E.O., Poirier, C., Richter, D., Steffen, W.,
Summerhayes, C., Syvitski, J.P.M., Vidas, D., Wagreich, M., Wing, S.L., Wolfe,
A.P., Zhisheng Na Oreskes, N., 2015. When did the Anthropocene begin?: a midtwentieth century boundary is stratigraphically optimal. Quatern. Int. 383, 196–
203.
Waters, C.N., Syvitski, J.P.M., Gałuszka, A., Hancock, G.J., Zalasiewicz, J., Cearreta,
A., Grinevald, J., Jeandel, C., McNeill, J.R., Summerhayes, C., Barnosky, A., 2015.
Can nuclear weapons fallout mark the beginning of the Anthropocene Epoch? Bull.
At. Sci. 71, 46–57.
Shah, A.A., Hasan, F., Hameed, A., Ahmed, S., 2008. Biological degradation of plastics:
a comprehensive review. Biotechnol. Adv. 26, 246–265.
Albus, S., Bonten, C., Kebler, K., Rossi, G., Wessel, T., 2006. Plastic Art—A Precarious
Success Story. The AXA Art Conservation Project, Germany.
Andrady, A.L., Neal, M.A., 2009. Applications and societal benefits of plastics. Philos.
Trans. R. Soc. B 364, 1977–1984.
Gasperi, J., Dris, R., Mirande-Bret, C., Mandin, C., Langlois, V., Tassin, B., 2015. First
overview of microplastics in indoor and outdoor air. 15th EuCheMS International
Conference on Chemistry and the Environment. https://hal-enpc.archivesouvertes.fr/hal-01195546/.
Reed, C., 2015. Dawn of the Plasticene age. New Scientist 225 (3006, 31 January 2015).
28–32.
Corcoran, P.L., 2015. Benthic plastic debris in marine and fresh water environments.
Environ. Sci. Proc. Impacts doi:http://dx.doi.org/10.1039/C5EM00188A.
Browne, M.A., Galloway, T.S., Thompson, R.C., 2010. Spatial patterns of plastic debris
along estuarine shorelines. Environ. Sci. Technol. 44, 3404–3409.
Browne, M.A., Crump, P., Niven, S.J., Teuten, E.L., Tonkin, A., Galloway, T.,
Thompson, R.C., 2011. Accumulation of microplastic on shorelines worldwide:
sources and sinks. Environ. Sci. Technol. 45, 9175–9179.
Woodall, L.C., Sanchez-Vidal, A., Canals, M., Gordon, L.J., Paterson, R.C., Sleight, V.,
Calafat, A., Rogers, A.D., Narayanaswamy, B.E., Thompson, R.C., 2014. The deep
sea is a major sink for microplastic debris. R. Soc. Open Sci. 1, 140317.
Nuelle, M.-T., Dekiff, J.H., Remy, D., Fries, E., 2014. A new analytical approach for
monitoring microplastics in marine sediments. Environ. Pollut. 184, 161–169.
doi:http://dx.doi.org/10.1016/j.envpol.2013.07.027.
Kay, D., Blond, E., 2005. A guide to assess the durability of ‘plastic’ materials used in
civil engineering. 6th Transportation Speciality Conference.
Ferreira, P. A. L., Figueira, R. C. L., Siegle, E., Neto, N. E. A., Martins, C. C., Schettini,
C. A. F., Maciel, P. M., Garcia-Rodriguez., F., Mahiques, M. M. Using a cesium137(137Cs) sedimentar fallout record in the South Atlantic Ocean as a supporting
tool for defining the Anthropocene. Antropocene. 14, 34-45p. 2016.
Download