CULTIVO DO CACAUEIRO Botânica e Origem • Antes: Família Esterculiaceae. • Hoje: Malvaceae - Theobroma cacao L. (“manjar dos Deuses”). • Mais de 20 espécies: Theobroma glaucum, T. angustifolium, T. bicolor, T. grandiflorum… • América tropical e equatorial: bacias dos rios Amazonas e Orinoco. • Condições naturais: sob dossel de grandes árvores da floresta tropical em diferentes níveis de luminosidade e até a pleno sol. Origem • Cabeceiras do rio Amazonas com 2 grupos: • Criollo: direção ao norte, rio Orinoco, América Central e Sul do México (frutos grandes, superfície enrugada, sementes grandes, interior branco ou violeta pálido. Cultivado pelos Astecas e Maia). • Forastero: bacia amazônica abaixo em direção às Guianas. Verdadeiro cacau brasileiro, com frutos ovóides, superfície lisa, sulcada ou enrugada. Interior das sementes é violeta escuro ou quase preto. Países produtores Produção Brasileira • Principal: Bahia, responsável por 95%; • Produção: sub bosque na Mata Atlântica; • 20º LN até 22º LS (temperatura média anual - 22º a 30º C e mínima de 16º C); • Planta sensível: temperatura e falta de água (pode ser evitado pela presença de pulvino – base dilatada do pecíolo); • Regiões aptas: precipitação varia entre 1.300 a 2.000 mm anuais. Produção no Brasil e mundo • 70% ocorre na Bahia e restante Pará, Rondônia, Espírito Santo, Amazonas e Mato Grosso. • Maiores produtores mundiais: Costa do Marfim com 1,4 milhões t em 1,7 milhões ha, seguida por Gana 690 mil t para mesma área. Mercado Brasil: Produção (t) = 233.308 Produtividade (kg ha-1) = 357 Características da planta • Pode atingir: 5 a 8 m de altura e 4 a 6 m de diâmetro da copa (proveniente de semente). • Cultivo a pleno sol: altura pode ser reduzida, entretanto pode alcançar até 20 m em condição de floresta (competição por luz com outras espécies). • Vento: muito prejudicial em razão do tamanho da folha (muda e planta adulta devem ser protegidas). Sistema radicular • Raiz pivotante: comprimento e forma variando com estrutura, textura e consistência do solo. • Solos profundos com boa aeração: crescimento de até 2 m. • Raízes secundárias: maior nº na parte superior da pivotante e raio de 5 a 6 m (nutrição da planta e concentrando-se de 70 a 90% nos primeiros 30 cm do solo). Sistema radicular Fonte: 309botanica.blogspot.com Fonte:cerebro.net.br Caule • Ereto: em torno de 2 anos, o crescimento da gema terminal é detido a uma altura entre 1,0 e 1,5 m, surgindo a primeira ramificação ou coroa, com 3 a 5 ramos principais, multiplicando-se em outros laterais e secundários. • Primeiros anos: casca do tronco lisa. Posteriormente em decorrência do permanente desenvolvimento das almofadas florais, torna-se áspera e rugosa. Caule Fonte: todafruta.com.br Folhas • Novas: dependendo de cultivar ou clone, do verde pálido ao mais ou menos rosado ao violeta (quantidade de pigmentos de antocianina presente). • Maduras: perdem pigmentação, de cor verdepálidas a verde-escuras, adquirindo rigidez. • Oblongas (mais comprida do que larga), acuminadas (terminada em ponta) e glabas (não tem pêlo, lisa) : nervura central proeminente. Folhas Fonte: agron.com.br, terrastock.com.br e umpedeque.com.br Flores • Caracteres estruturais: limitam polinização quase que exclusivamente a insetos, apesar de hermafroditas e homógamas. • Devido: estigma (feminino) encontrar-se envolvido por um círculo de estaminóides (masculino) e de suas anteras apresentarem envolvidas por formação recurvadas das pétalas, denominadas de cógula. Estrutura de uma flor (Aranzazu et al. 2008) Flores • Principais insetos polinizadores: família Ceratopogonidae, Gêneros Forcipomyia, Atrichopogon e Dasyhelea. • Sincronização de períodos de floração intensa e de maior população de adultos Forcipomya: maior ou menor sucesso no processo reprodutivo. • Não recomendável: uso de agrotóxicos, principalmente de inseticidas (prejudica polinização). • O cacaueiro é uma planta alógama, com 95% de fecundação cruzada, feita • por insetos, apesar da falta de atrativo da flor - aroma • As flores são visitadas por insetos do gênero Forcypomia em busca de • outros insetos para se alimentar da cariolinfa • As larvas da Forcypomia vivem sob a serrapilheira, enquanto os adultos • visitam as flores até às 9:00 h e a tarde depois das 15:00 h – controle insetos Forcipomyia spp e Atrichopogon spp Diptera Foto: cedarcreek.umn.edu Foto: pbase.com Polinização (Aranzazu et al. 2008). Quantidade de grãos de pólen observados em microscópio (flores com e sem proteção) Fonte: Aranzazu et al., 2008. Flores • Planta caulifloria: almofadas florais no tronco ou nos ramos lenhosos, em uma gema desenvolvida no lugar da axila de uma antiga folha. • Hermafroditas: 5 sépalas, 5 pétalas, 5 estaminóides, 5 estames e um pistilo com ovário de 5 lojas. • Anualmente: até mais de 100.000 flores (menos de 5% são fertilizadas e cerca de 0,1% se transformam em frutos. As não polinizadas caem no período de 48 horas). Flores Fonte: flickr.com e chocolateplanalto.com.br Flores • Início da abertura: à tarde com separação das extremidades das sépalas, completando-se na manhã seguinte, nas primeiras horas. • Após polinização: ocorrendo fertilização, permanecem fixadas no pedúnculo, desenvolvendo o ovário em futuro fruto. Flores Fonte: arvoresvivas.wordpress.com Fruto • Pericarpo carnoso composto de 3 partes distintas: epicarpo (carnoso e espesso, cujo extrato epidérmico exterior pode estar pigmentado), mesocarpo (delgado e duro, mais ou menos lignificado) e endocarpo (carnoso, mais ou menos espesso). • Sustentado por pedúnculo lenhoso: proveniente do engrossamento do pedicelo da flor. • Fase reprodutiva há flores e frutos em diferentes estádios: comum peco fisiológico, ou seja, a (queda de 60% de frutos com 10 a 12 cm). • fruto é do tipo baga (10 x 32 cm); pode ser liso ou enrugado; amelonado • ou fusiforme; verde/violeta (imaturo) e amarelo/alaranjado (maduro) Fruto • 40 sementes e pesa aproximadamente 450 g. • Após colheita: a polpa e as sementes são removidas e fermentadas durante cerca de uma semana. • Sucessão microbiológica: pelo menos 12 espécies de leveduras e 30 de bactérias. • Microorganismos: alterações bioquímicas no cotilédone e produção de muitas substâncias voláteis (álcoois, taninos e ácidos oxálico, succínico, málico e butanóico) que contribuem para o aroma do chocolate. Fruto Fontes: portalsaofrancisco.com.br, marinaheise.wordpress.com e clickideia.com.br Fruto • Coloração verde (jovens) e amarela (maduros). • Outros: cor roxa (vermelho-vinho) na fase de desenvolvimento e alaranjado no período de maturação. • Período entre polinização e amadurecimento: de 140 a 205 dias (média de 167 dias). • Índice de frutos (nº de frutos necessários para obter 1 kg de cacau comercial): em geral, de 15 a 31. Fruto Fonte: falcaodejade.blogspot.com Fonte: www-man.blogspot.com Semente • Forma: elipsóide a ovóide, com 2 a 3 cm de comprimento, recoberta por uma polpa mucilaginosa de coloração branca, de sabor açucarado e ácido. • Embrião: formado por 2 cotilédones (branco ao violeta). • Muito sensíveis: mudanças de temperatura e morrendo em pouco tempo, quando sofrem desidratação. Semente • Principal produto comercializado: após fermentação e secagem, para fabricação de chocolate, nas diversas formas. • Extrai-se também: manteiga, muito utilizada na indústria farmacológica e na fabricação de cosméticos. • Polpa que envolve as sementes: rica em açúcares, sendo utilizada na fabricação de geléia, vinho, liquor, vinagre e suco. Semente Fonte: dignow.org Fonte: tecalim.vilabol.uol.com.br Ciclo • Características de perenidade: pode ultrapassar a 100 anos, apresentando desenvolvimento vegetativo com boa produtividade. • Região Amazônica, em condições naturais, na floresta: áreas, principalmente de várzea (agricultores já estão na 3ª geração da família). Clima • Precipitação: total anual acima de 1.250 mm, bem distribuídos em todos os meses, mínimas mensais de 100 mm (1.800 a 2.500 mm ao ano). • Ausência: estação seca bem definida e intensa, que apresente meses com menos de 60 mm de chuva (mais de três meses são prejudiciais). • Velocidade superior a 2,5 m/s: instalação de quebra ventos, reduzindo evapotranspiração, queima e queda das folhas (principalmente mais novas, mais sensíveis ao movimento do ar). • Ventos fortes: copas envassouradas (dificilmente atingem desenvolvimento normal). Solo • Profundidade mínima de 1,2 m: ideal em torno de 1,5 m. • Desenvolvimento normal do sistema radicular: sem concreções lateríticas em sua parte superior, camadas pedregosas e compactas no seu perfil. • Impedimentos físicos dessa natureza dificultam: desenvolvimento normal do sistema radicular, provocando principalmente atrofiamento da raiz principal (pivotante). Solo A – Sistema radicular prejudicado por impedimento físico (camada pedregosa e/ou piçarra). B – Sistema radicular com desenvolvimento normal quando em solos profundos e sem impedimento físico. Fonte: SILVA NETO, P. J. da et al. Sistema de produção de cacau para a Amazónia brasileira. Belém, CEPLAC, 2001. 125p. Solo • Bem drenado: sinais de gleização, mosqueamento ou possuir lençol freático próximo a superfície (abertura de canais de drenagem). • Textura: permitir boa capacidade de retenção de água. • Argilosos e siltosos: apropriados para regiões com períodos definidos de estiagem ( podendo ocorrer problemas de encharcamento em períodos intensos de chuva. Solo • Textura areno-argilosa: apropriada para regiões de altas precipitações pluviométricas, mas bem distribuídas durante o ano. • Leves (pouca argila não são recomendados): baixa retenção de umidade e lixiviação intensa de nutrientes. • Desenvolve-se: mais diferentes níveis de fertilidade, sendo ideal aqueles que apresentam níveis de média a alta fertilidade natural, com pH 6,0 – 6,5. Balizamento • Após: preparo de área (marcam lugares onde serão abertas covas para plantio das mudas). • Espaçamento: 3,0 m x 3,0 m (1.111 plantas ha-1). • 3,5 m x 3,5 m (816 plantas ha-1); 4,0 m x 4,0 m (625 plantas ha-1) e 2,0 m x 2,0 m x 4,0 m (1666 plantas ha-1). • Vantagem: melhor aproveitamento da área, crescimento e distribuição uniforme da copa, maior facilidade na execução das práticas culturais como limpeza de área, combate às pragas e doenças, adubação e colheita. Viveiro • Tamanho: função do nº de mudas que se pretende formar. • Método prático: dividir nº de mudas por 30. • 15.000 mudas: 15.000/30 = 500. • 500 m2 (podendo ser de 20 m x 25 m). Viveiro • Distância: não deve ficar distante da área do plantio definitivo (época do transplantio custo com transporte será menor) e de fonte de água (verão regar mudas). • Topografia: plano ou levemente inclinado para facilitar arrumação dos saquinhos. • Drenagem: solos bem drenados (evitar excesso de umidade que favorece aparecimento de doenças). • Penetração de luz: permite maior aeração ao ambiente (diminui riscos de doenças) e desenvolvimento mais rápido das plântulas. Viveiro Fonte: todafruta.com.br Fonte: ceplac.gov.br Escolha e preparo do terriço • Retirado: manta superficial (até 20 centímetros de profundidade) de solos ocupados com mata primária ou secundária. • Maior profundidade: misturado na seguinte proporção - 700 l de terra de subsolo (abaixo de 50 cm) + 300 l de esterco de galinha + 5,0 kg de Yoorin Master (P, Ca, Mg, B, Cu, Fe, Mn, Zn e Si) + 2,0 kg de calcário dolomítico + 0,5 kg de cloreto de potássio. • Subsolo: diminui sementeiras de ervas daninhas, nematóides, fungos e pragas do solo. Tamanho dos sacos • Função: período de permanência das mudas no viveiro (depende das condições do sombreamento provisório, disponibilidade de sementes e precipitação pluviométrica na época do plantio e meses subsequentes. • Período no viveiro (5 a 6 meses): sacos padrão (28 cm de comprimento x 38 cm de circunferência). • Período (2 a 4 meses): sacos menores (28 cm de comprimento x 32 cm de circunferência). Enchimento dos sacos • Cheios até uns 3 cm da boca: batê-los no chão algumas vezes (terriço não ficar muito fofo). • Antes de encher: abrir um orifício no fundo para facilitar a drenagem e evitar que a raiz principal (pivotante) dobre no seu interior. • Terriço: deve estar livre de torrões e pedras. Depois de cheios, os sacos devem ser arrumados em faixas de 1 m de largura deixando-se ruas também de 1 m. • Após quebra dos frutos: retirar polpa ou mucilagem que envolve sementes (misturar sementes com pó de serra seco, esfregando-se em seguida com as mãos). Semeio • Sementes provenientes de material genético melhorado: semente a 1 centímetro da superfície do terriço, com a parte larga voltada para baixo (dúvida sobre parte mais larga, pode-se colocá-la deitada). • Restante dos 3 centímetros do saco: preencher com pó de serra bem curtido. • Antes do semeio: rega para ambiente propício ao início do processo de germinação. • Época: condições para muda ir ao campo com 2 a 6 meses de idade. • Transplantio: função da disponibilidade das sementes, sombreamento e condições de pluviosidade. Tratos culturais no viveiro • a) Plantas daninhas: mesmo com proteção do pó de serra, periodicamente ocorre plantas daninhas que competem com plântulas (eliminar manualmente, não abalando sistema radicular da muda). • b) Irrigação: não em dias chuvosos (alguns dias de estiagem irrigar em dias alternados). Tratos culturais no viveiro • c) adubação: quando mudas apresentarem deficiência de nitrogênio (coloração verde pálido das folhas velhas) ou de outros nutrientes. Pulverizar quinzenalmente uréia 0,5% (50 g + 10 L de água até que mostrem aspecto normal). • d) manejo de sombra: permitir melhor arejamento e penetração de luz no viveiro (início do período chuvoso, retirar algumas palhas da cobertura. Mesmo procedimento nos dias que antecedem ao transplante, para as mudas se adaptarem às futuras condições ambientais). • e) combate às pragas e controle de enfermidades: controle de pragas e doenças usar máquinas manuais para não causar danos às plantas jovens. Pragas no viveiro • 1) Ácaro Mexicano (Tetranychus mexicanus). Aparecimento de manchas cloróticas no limbo foliar. • 2) Vaquinhas (Percolaphis ornata) (Colaspis spp) (Taimbezinha theobroma). Rendilhamento das folhas novas, nas épocas de lançamento. • 3) Lagarta enrola-folha (Sylepta prorogata). Danos no limbo das folhas novas que ficam rendilhadas de forma irregular e enroladas. Doenças no viveiro • 1) Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides). Folhas novas (lesões circulares isoladas no ápice e margens do limbo). 15 a 20 dias após germinação das sementes pulverizar a cada 15 dias (pulverizador manual). • 2) Queima-das-folhas (Phytophthora spp.). Grandes manchas irregulares nas folhas. Folhas com aspecto de queima. Coleto das plantas pode ser lesionado (morte da planta). Pulverizar mensalmente (intercaladas com tratamentos para Antracnose). Sombreamento • Representa, ao natural, um sistema agroflorestal. Espécie que requer associação com outras espécies, promovendo sombreamento na fase de implantação (sombra provisória) e na fase produtiva (sombra definitiva). Fonte: todafruta.com.br Sombreamento • Ameniza: fatores ambientais adversos. • Excesso: não desejável (maior umidade ao ambiente, favorável à proliferação de doenças. • Escassez: incidência direta dos raios solares sobre copas (plantas em intenso metabolismo, exigindo maior suprimento de água e nutrientes do solo). • Com disponibilidade desses elementos: intensa emissão de folhas (condiciona à planta um maior crescimento e produção). • Favorece: surtos de pragas (condições normais não atinge níveis tão elevados). Sombreamento • Escassez de água e nutrientes, nas quantidades exigidas pelas plantas: desencadeia transtornos fisiológicos graves, provocando efeitos depressivos sobre rendimento das mesmas. • Primeiros estádios de desenvolvimento: entrada de luz em torno de 25 a 50%. • Com desenvolvimento das plantas: aumentar quantidade de luz para 70% (desbaste das espécies utilizadas no sombreamento provisório). Sombreamento provisório • Proteger plantas: fase de crescimento juvenil contra efeitos indesejáveis do excesso de sol e ventos. • Usar: prata, roxa, terra, caipira, FHIA-01, FHIA-02, FHIA-03, FHIA-20, FHIA-21, PV03-44 (mais resistentes às doenças e insetos). • Espaçamento: 3,0 m x 3,0 m (cova no centro do quadrado formado por 4 balizas do cacaueiro). Adicionar 30 g de Terracur como tratamento preventivo contra moleque da bananeira (Cosmopolites sordidus Germar). • Relevo permita máquinas agrícolas: plantar na mesma linha do cacaueiro. Sombreamento provisório: banana e mamão Fonte: todafruta.com.br Plantio com sombreamento provisório e a pleno sol Fonte: todafruta.com.br Plantio com 3 anos sem sombra Fonte: todafruta.com.br Quebra vento Fonte: todafruta.com.br Capina manual e roçagem e uso de plástico dupla face Fonte: todafruta.com.br Poda de formação com arquitetura desejada Fonte: todafruta.com.br Poda de manutenção e para altura da planta Fonte: todafruta.com.br Irrigação por gotejamento e microaspersão Fonte: todafruta.com.br Lavoura Fonte: ctabahia.com.br Sombreamento provisório • Outras espécies: mandioca, macaxeira, feijão guandu e mamona. Espaçamentos: 1,0 m x 1,0 m ou 1,5 m x 1,5 m. • Mamona: retira da das flores (maior longevidade vegetativa). • Mamão: 2,5 m x 2,5 m ou 3,0 m x 3,0 m (estado vegetativo capaz de permanecer na área por 2 anos ou mais, é dispensável plantio de outras espécies para sombreamento provisório. • Plantar: 4 a 6 meses antes do plantio do cacaueiro (independentemente da existência de pimentais ou maracujazeiros remanescentes). Sombreamento definitivo • Proporciona: condições ambientais mais estáveis (sem oscilações bruscas de temperatura e umidade). • Consórcio: 2 ou mais espécies arbóreas, inclusive plantas nativas (desde que apresentem bom desenvolvimento vegetativo e boa distribuição de copa). Sombreamento definitivo • Mogno (Swietenia macrophylla King), freijó (Cordia alliodora), bandarra (Schyzolobium amazonicum) e Eritryna spp. • Espaçamento: 18 m x 18 m, 21 m x 21 m e 24 m x 24 m (função do diâmetro da copa). • Podem ser plantadas na mesma linha do cacaueiro: permite roçagem mecanizada na fase inicial da plantação (essências florestais de menor competitividade com cacaueiro). • Realizar: mesma época do sombreamento provisório (exceto mogno, que poderá ser efetuado de 2 a 3 anos após plantio das mudas de cacau no campo). Plantio das mudas de cacau em local definitivo • Observar: sombreamento e distribuição das chuvas. • Com sombreamento provisório formado: plantio das mudas deve ser feito no início do período chuvoso (mudas de 2 a 6 meses de idade). • Excepcionalmente: mudas podem ainda ser transplantadas com uma antecedência de 2 meses do início do período seco do ano (optar por plantas de maior idade de 4 a 6 meses). Plantio das mudas de cacau em local definitivo • Após seleção das plantas vigorosas e sadias: plantio em covas de 40 cm x 40 cm x 40 cm (remover saco plástico sem que seja destruído torrão). • Colocar na cova: nível superior do torrão fique no mesmo plano da superfície do solo (colocar terra no fundo da cova até obter altura ideal e depois se completa com o enchimento dos lados, com ligeira pressão no solo). • Deixar: montículo ao redor do caule e nunca uma depressão Muda no campo Fonte: supasoap.wordpress.com Fonte: SILVA NETO, P. J. da et al. Sistema de produção de cacau para a Amazónia brasileira. Belém, CEPLAC, 2001. 125p. Poda de formação • Plantas jovens: deve ser evitada (efeitos danosos na planta e consequente aumento de lançamentos de brotos e brotos ladrões). • 96% dos frutos: cacaueiros safreiros estão de 3,5 m para baixo. • Controlar altura da planta desde a sua formação: eliminar ramas com crescimento vertical (ramas ladronas que são vigorosas, semelhantes aos brotos ladrões, de coloração marrom brilhante, que quando desenvolvidas, possuir uma forma achatada, atrofiando ramas vizinhas e deformando arquitetura inicial das plantas). Poda de formação • Redução dos custos: controle cultural da vassoura-de-bruxa (Crinipellis perniciosa). • Cacaueiros safreiros: desejável realizar poda fitossanitária (retirada de ramos enfermos, sombreados, mal formados, de frutos secos e doentes). • Desbrota ou retirada dos brotos e ramas ladrões: deve ser realizada sempre que necessário, durante todo ano. Manejo do sombreamento • Touceiras de bananeiras: devem ser evitadas (máximo 3 plantas por cova e folhas secas devem ser retiradas). • Início do período chuvoso: 10 a 12 meses após plantio (eliminar filas alternadas de bananeiras na orientação norte-sul no espaçamento de 3,0 m x 6,0 m). • Final do 2º ano, início do período chuvoso: eliminar outra fila de bananeiras deixando espaçamento em 6,0 m x 6,0 m. Broto ladrão Fonte: www.ceplac.gov.br/album/menu3.htm Manejo do sombreamento • Final do 3º ano: espaçamento de 12,0 m x 12,0 m (retirar filas alternadas do espaçamento de 6,0 x 6,0 m). • Sombreamento provisório: totalmente retirado durante 4º ano. • Até que sombreamento provisório do cacaueiro deva ser substituído pelo definitivo. Secagem • Feitas em barcaças (média de 10 dias) e em secadores (processo mais rápido) • Massa de amêndoas deve secar em temperatura máxima de 50º C (reduzir excesso água, de 50% para 8% de umidade). Fonte: Prof. Dr. José Laércio Favarin - Departamento de Produção Vegetal – Grãos secos Fonte: Prof. Dr. José Laércio Favarin - Departamento de Produção Vegetal – Piracicaba/SP. Chocolate • Ao Leite: manteiga de cacau, massa de cacau, açúcar e leite em pó (568 Kcal/100g). Gordura 60%. • Amargo: massa de cacau e manteiga de cacau. Cor escura e sabor amargo, devido ao pouco refinamento do chocolate e ao reduzido açúcar. Gordura 51,4%. • Branco: cor branca, manteiga de cacau, açúcar e leite (549 Kcal/100g). Gordura 59,4%. Clones Características gerais dos clones Fonte: www.ceplacpa.gov.br/site/wp.../sistema%20producao%20cacau.pdf Manteiga Fonte: www.ceplac.gov.br/album/menu3.htm Geléia Fonte: www.ceplac.gov.br/album/menu3.htm Polpa Fonte: www.ceplac.gov.br/album/menu3.htm Chocolate Fonte: www.ceplac.gov.br/album/menu3.htm Reciclagem da casca Fonte: www.ceplac.gov.br/album/menu3.htm Produtos Fonte: www.ceplac.gov.br/album/menu3.htm Amêndoas de cacau bem fermentada (a), pouco fermentada(b), mal fermentada(c). Fonte: www.ceplacpa.gov.br/site/wp.../sistema%20producao%20cacau.pdf Môfo interno: consequência de cacau com excesso de umidade. Ardósia: falta fermentação. Fonte: www.ceplacpa.gov.br/site/wp.../sistema%20producao%20cacau.pdf • Época de plantio • Sementes em viveiro - setembro a abril. Mudas no campo - praticamente o ano todo, na região litorânea e vale do Ribeira. No planalto paulista, de outubro a março. • Época de plantio: sementes em viveiros : setembro - maio; mudas no campo : o ano todo. • Inicia-se a partir do 2º ano. Do 2º ao 4º ano, os frutos podem ser colhidos praticamente durante o ano todo. A partir do 5º ano, as colheitas são feitas em dois períodos: safra (novembro a fevereiro) e temporão (abril a agosto). • Produtividade normal • A partir do 7º ano, 1.200 a 1.500 Kg/ha • O preparo da muda ‚ feito limpando-se as sementes por meio da fricção com pó de serra ou da lavagem, que elimina a mucilagem. Plantam-se, em seguida, as sementes limpas em saquinhos de polietileno cheios de terra de boa qualidade. A parte mais larga da semente ‚ voltada para baixo. Sobre a semente, coloca-se uma camada de 1 cm de pó de serra bem curtido ou terriço. Depois de cinco ou seis dias, em viveiro ripado, e regadas de acordo com as necessidades, as sementes germinam. Em cinco ou sete meses as mudas estão prontas para a plantação no local definitivo. • • • Fenômeno da incompatibilidade sexual – há plantas frutíferas, como o cacaueiro, que apresentam o fenômeno da incompatibilidade sexual, isto é, plantas da mesma espécie se cruzam mas não dão frutos. São plantas incompatíveis, que podem ser: a) Auto-incompatíveis – quando não há fecundação no cruzamento entre as flores da mesma planta. b) Inter-incompatíveis – quando não há fecundação no cruzamento entre flores de uma planta com outra. Do mesmo modo, se propagarmos por sementes uma dessas plantas, de reconhecido valor pelas excelentes qualidades de seus frutos, boa produtividade e elevado grau de tolerância à vasoura-de-bruxa, dificilmente iremos conseguir descendentes com essas mesmas qualidades. Todavia, através da propagação vegetativa, conseguiremos transferir integralmente para os descententes (plantas filhas), os mesmos caracteres genéticos da planta mãe. Existem entre os cacaueiros plantas compatíveis: a) Auto-compatíveis – há fecundação no cruzamento entre flores da mesma planta. b) Inter-compatíveis – há fecundação no cruzamento entre flores de uma e outra planta. Neste caso, se propagarmos uma dsessas plantas, pelos dois métodos, reprodução ou multiplicação, os descendentes serão idênticos à planta que lhes deu origem. No caso específico do cacaueiro, a propagação vegetativa com a utilização dos ramos plagiotrópiccos (palmas) é vantajosa pela redução do porte da planta favorecendo a colheita e o fácil manejo. Valor nutritivo Valor Nutritivo do Cacau Substâncias Cacau (Pasta) Cacau (Pó) Cacau (Pó) Desengordurado Calorias 612,0 365,1 407,0 Glicídios (g) 9,5 18,0 43,0 Proteínas (g) 30,0 21,0 25,0 Lipídeos (g) 45,0 23,24 15,0 O Cacau em pó apresenta ainda Cálcio 92,0 mg Ferro 2,70 mg Fósforo 455,0 mg Vitamina C 1,0 mg Estes slides são concedidos sob uma Licença Creative Commons sob as condições de Atribuição, Uso NãoComercial e Compartilhamento pela mesma Licença, com restrições adicionais: • Se você é estudante, você não está autorizado a utilizar estes slides (total ou parcialmente) em uma apresentação na qual você esteja sendo avaliado, a não ser que o professor que está lhe avaliando: a) lhe peça explicitamente para utilizar estes slides; b) ou seja informado explicitamente da origem destes slides e concorde com o seu uso. 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