Enviado por fernando.granzotto

Resumo - SAAF

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Fernando H. B. Granzotto
Medicina - CCBS
LAGIO
UFOB
UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
LIGA ACADÊMICA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Campus Reitor Edgard Santos – Rua Bertioga, 892. Morada Nobre I – Barreiras, BA – 47810- 059. E-mail:
[email protected]
SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLIPÍDEO – SAAF
DEFINIÇÃO: é uma síndrome de trombofilia adquirida, caracterizada pela presença de anticorpos
antifosfolipídeos (aPLs - anticorpo anticardiolipina, anticoagulante lúpico e anticorpo β2-glicoproteína)
associados a fenômenos tromboembólicos de repetição (trombose vascular e infartos, podendo acometer
cérebro, coração, pulmões, fígado, rins, adrenais, olhos, pele, membros e ossos) e morbidade obstétrica:
perdas fetais recorrentes (abortos ou morte de fetos morfologicamente normais) restrição de crescimento
fetal, partos prematuros, pré-eclâmpsia grave e insuficiência placentária (estreitamento das a.a.
espiraladas, espessamento da camada íntima dos vasos, aterose aguda, necrose fibrinóide e necrose
placentária). A SAAF pode ser primária ou estar associada a Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES).
EPIDEMIOLOGIA: a presença de aPLs ocorre normalmente entre 4-5% da população, exceto nas
pacientes com LES → presença de até 35%. Atenção: nem todas portadoras de aPLs desenvolvem a
doença.
PATOGENIA: os aPLs se ligam a fosfolipídios de superfície com carga negativa, e/ou à β2-glicoproteína,
promovendo a ativação do endotélio, trombócitos, leucócitos e proteínas do complemento, resultando em
um efeito pró-coagulante, que causa insuficiência placentária, levando a morte fetal.
DIAGNÓSTICO:
Imagem adaptada de: FREITAS; COSTA; RAMOS; MAGALHÃES. Rotinas em Obstetrícia, 6ª edição. Artmed, Porto Alegre,
2011.
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AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL: gestantes com trombofilia adquirida ou hereditária.
 A partir de 28 semanas: controle diário dos movimentos fetais e ultrassonografia mensal com
dopplervelocimetria de cordão umbilical;
 A partir de 30 semanas: cardiotocografia semanal.
TRATAMENTO:
 Pacientes não gestantes: devem fazer uso de anticoagulantes por toda a vida.
 Pacientes gestantes:
 Heparina de baixo peso molecular (HBPM) em doses terapêuticas;
 Ácido acetilsalicílico (AAS) 50-100mg/dia VO: se história de perda obstétrica;
 Se tiver SAAF + abortos espontâneos < 10 semanas: usar AAS + HBPM desde a
concepção;
 Uso de anticoagulantes no pós-parto: pacientes que usaram heparina durante a gestação
devem reiniciar o uso entre 8-12hrs após o parto, e manter durante 6 semanas;
 Parto: retirar a heparina 24-48hrs antes e o AAS 7-14 dias antes. Usar sulfato de protamina
caso ocorra sangramento abundante durante a tocurgia.
 Uso de hidroxicloroquina em estudo.
 Anticoagulantes orais: atualmente desaconselhados durante a gestação, devido a:
 Elevado potencial teratogênico (1º trimestre);
 Maior risco de sangramento (intoxicação cumarínica), que causa microftalmia, atrofia óptica e
malformação de Dandy-Walker (dilatação ventricular, agenesia ou hipoplasia do vermiscerebelar
e hidrocefalia);
*Podem ser introduzidos no puerpério (são compatíveis com o aleitamento).
Imagem retirada de: Santos FC, Jesús GR, Jesús NR, Levy RA.
Anticoagulação na gravidez. Revista Hospital Universitário Pedro
Ernesto. 2015;14(2):71-77.
*INR ideal para pacientes de alto risco: entre 2,5-3,5.
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“[...] Na impossibilidade de uso da heparina de baixo peso molecular, pode ser utilizada a heparina não
fracionada, na dose de 2.500 a 5.000 UI de 12 em 12 horas, de forma a não alterar o TTPA. Efeitos
colaterais com o uso da heparina não fracionada podem ocorrer, e incluem plaquetopenia, redução do
cálcio ósseo com risco de osteoporose e reação cutânea” (Gestação de Alto Risco - Manual Técnico,
2012).
“[...] ATENÇÃO:
1) Mulheres que utilizam heparina não fracionada
deverão realizar dosagem mensal de plaquetas,
sendo que a primeira dosagem deve ser feita até
cinco dias após o início do uso. No caso de
plaquetopenia inferior a 100.000/ml, a medicação
deve ser suspensa e deve ser feita discussão
caso a caso com hematologista.
2) Se houver reação cutânea à heparina,
caracterizada por grandes placas hiperemiadas e
elevadas nos locais de aplicação, a droga deve
ser suspensa até a resolução do quadro, podendo
ser iniciada a seguir a heparina de baixo peso
molecular.
3) Também pode ocorrer osteoporose. O
exercício físico e a suplementação de cálcio
devem ser estimulados” (Gestação de Alto Risco
- Manual Técnico, 2012).
Imagem retirada de: Santos FC, Jesús GR, Jesús NR, Levy RA.
Anticoagulação na gravidez. Revista Hospital Universitário Pedro
Ernesto. 2015;14(2):71-77.
TROMBOFILIA HEREDITÁRIA



Suas manifestações clínicas são similares àquelas da trombofilia adquirida;
Herança genética → mutações em fatores da coagulação (fator V de Leiden, G20210A-protrombina,
e enzima C677T-MTHFR) e deficiência das proteínas C, S e antitrombina (anticoagulantes) → não
desativação dos fatores pró-coagulantes → predisposição à trombose;
Suplementar portadoras de C677T-MTHFR com ácido fólico + B6 antes da gravidez.
RASTREAMENTO:
 Deficiência das proteínas C, S e antitrombina → não devem ser pesquisadas durante a gestação.
 Mutações no fator V, gene da Protrombina e gene da MTHFR → podem ser realizadas durante a
gravidez.
REFERÊNCIAS
1. FREITAS; COSTA; RAMOS; MAGALHÃES. Rotinas em Obstetrícia, 6ª edição. Artmed, Porto
Alegre, 2011.
2. MEDCURSO, 2017. Obstetrícia - volume 4. MEDYN editora, 2017.
3. Gestação de Alto Risco - Manual Técnico, 5ª edição. MS, Brasília, 2012.
Fernando
HB
Granzotto
Assinado digitalmente por
Fernando H B Granzotto
DN: C=BR, OU=CCBS Medicina, O=Universidade
Federal do Oeste da Bahia,
CN=Fernando H B Granzotto,
[email protected]
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Razão: sou autor deste
documento
Localização: Brasil
Data: 2019-06-25 21:21:26
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