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redacao enem livreto

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REDAÇÃO
2011
“Um país se faz com homens, livros e tablets”
Prof. Dr. Vicente Jr.
I – Gênero
Tipologia Textual
TIPOS - Designam uma seqüência definida pela natureza lingüística de sua
composição. São observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais,
relações lógicas. (MARCUSCHI)
Ex. Narração, Descrição, Dissertação, Argumentação etc.
GÊNEROS - São os textos materializados encontrados em nosso cotidiano.
Esses apresentam características sócio-comunicativas definidas por seu
estilo, função, composição, conteúdo e canal. (MARCUSCHI )
Ex. Conto, Crônica, Verbete, Artigo etc.
Obs. No ENEM o Tipo textual é o Dissertativo-argumentativo. O Gênero
específico é o artigo de opinião.
Dissertação
Dissertar é discorrer, falar sobre, mostrar ou expor conhecimento. Por
isso, quando um texto é dissertativo, tudo que ele faz é apresentar o
conhecimento que o autor tem daquele tema, daquele assunto. Por
exemplo, quando a banca pede ao candidato para dissertar sobre o tema
“aborto” ou sobre “pena de morte”, não está necessariamente pedindo ao
mesmo que escreva a sua opinião sobre aquele assunto, apenas que
exponha conhecimento válido sobre o assunto. Resumindo, dissertar não
é argumentar.
Argumentação
O texto argumentativo, por sua vez, apresenta um ponto de vista e,
também, a exposição de conhecimento sobre determinado assunto. No
entanto, são agregados ao tema uma série de argumentos que reforçam
um ponto de vista. Por conseguinte, a redação do ENEM é um misto
desses dois tipos textuais, por isso é um texto expositivo-argumentativo.
Para tanto, é essencial que o candidato domine o modelo desse texto e
entenda o esquema que permeia a construção desse tipo de texto.
II – Esquemas da redação do ENEM.
A________________________________________
_____________________.B_____________________
____________________________________________
____________________________________________
___________.
B________________________________________
_____________________.B_____________________
____________________________________________
____________________________________________
___________.
C________________________________________
_____________________.B_____________________
____________________________________________
____________________________________________
___________.
D________________________________________
____________________________________________
_________________.B_________________________
____________________________________________
___________.
E____________________________________
_________________________.B_____________
________________________________________
________________________________________
___________________________.
.
Ao contrário do que muita gente pensa, a redação do ENEM não deve ter
necessariamente 20 linhas. Para ser corrigido, o texto precisa ter apenas 8 linhas. No
entanto, como o candidato pode lançar uma tese sobre a problemática, discuti-la e,
depois, ainda propor soluções em um espaço tão diminuto? Na verdade, nem mesmo
em 15 linhas é possível fazer isso, pois se todo desenvolvimento é maior que a
introdução e a conclusão, então, considerando que toda discussão tem, no mínimo,
“prós” e “contras”, é correto que o desenvolvimento possua dois parágrafos de 5
linhas, em média, que, somados, aos de introdução e conclusão resultem em 4
parágrafos para apresentação e o desenvolvimento de uma tese. Por causa disso,
convencionou-se que a redação possui, classicamente, 20 linhas. No entanto, muitos
candidatos têm deixado de estabelecer o que é pedido na competência II, uma relação
entre o tema e outras áreas do conhecimento humano. Por causa disso, desse
esquecimento, aconselhamos que se escreva mais um parágrafo sobre a relação do
tema com outras áreas afins. Isso faz com que entendamos que a boa redação do
ENEM não tenha 8, nem 15, nem 20, mas 25 linhas, nas quais se observam a
apresentação do problema ou tese, a discussão ou desenvolvimento ( dentro da qual
surgem os argumentos), a relação do tema com outras áreas e, por fim, uma
intervenção na realidade ou solução, como pede o exame.
Modelo 1 (Tese, argumentação e solução ao final)
 Parágrafo 1 – Lançamento da tese (Responde por que aquele problema chegou
a tal ponto, ou seja, tenta-se dizer o que causou a problemática). Na tese é
comum atribuir a problemática a dois ou três elementos causadores.
 Parágrafo 2 – Argumento 1 – Histórico (Fatos que colaboram com o ponto de
vista sobre o problema)
 Parágrafo 3- Argumento 2 – Estatístico (Dados que confirmam a problemática)
 Parágrafo 4 – Argumento 3 – Relação com outra área do Conhecimento
Humano. (Encontrar os temas que se relacionam com a problemática). Ex. Uma
boa redação sobre “Bullying” exige relações com Psicologia, Pedagogia e
Direito.
 Parágrafo 5 – Intervenção (soluções). Desde o momento em que afirmamos na
tese que três fatores motivaram a problemática, já encontramos a
argumentação, só precisamos reforçá-la com fatos ou dados que o comprovem.
Dessa forma, depois de assinalarmos os argumentos, que ilustram o problema,
cada argumento constitui, na verdade,a ponta de uma solução. O ENEM chama
isso de solução articulada com a tese e com a argumentação. Assim, cada fator
apresentado como argumento, inicialmente, transforma-se, ao final, no início
da solução, da intervenção naquela realidade.
Modelo 2 (Abordagem da problemática, argumentação e soluções ao longo do texto
com reafirmação do ponto de vista ao final).
 Parágrafo 1 – Constatação ou definição da problemática com tese indireta
sobre o problema.
Ex. O aborto, seja ele espontâneo ou induzido, é a interrupção da gravidez; é a
remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero, resultando
na sua morte ou sendo por esta causada. Não se pode permitir, então, a
autorização dessa prática tão nefasta.
 Parágrafo 2 – Histórico + solução (Fatos que colaboram com o ponto de vista
sobre o problema apresentando, nesse mesmo parágrafo, um tipo de solução.)
 Parágrafo 3 – Argumento – Estatístico + solução (Dados que colaboram com o
ponto de vista sobre o problema apresentando, nesse mesmo parágrafo, um
tipo de solução.)
 P4 – Argumento – Outra área do Conhecimento Humano
 P5 – Intervenção (soluções efetivas, lógicas e plausíveis para a problemática,
articuladas com a discussão)
III - Pensando a forma
A prova de redação tem respaldo no binômio Forma x Conteúdo. A Forma tem a ver
com o gênero textual definido e, especificamente, com a gramática que rege a feitura
do texto. O conteúdo, por sua vez, tem a ver com a ideia central, o tema, e as ideias
secundárias suscitadas pelo assunto discutido. Portanto, as características do texto que
melhor representam estas prerrogativas são:
* Clareza
Compreende os procedimentos que tornam o texto inteligível, de
fácil entendimento, refletindo a boa organização das ideias nele escritas.
Cultuar a clareza é evitar a obscuridade, a idéia vaga e a
ambiguidade.
* Concisão
Entendida também como objetividade, a concisão tem a ver com a
frase: “Devemos dizer o máximo com o mínimo de palavras”. Ser
conciso, então, é ir diretamente ao ponto, evitando-se a redundância e
a prolixidade, conhecidas vulgarmente como “enchimento de linguiça.
* Correção
Esta competência tem a ver necessariamente com a gramática do
texto, ou seja, com a utilização da norma culta e com a fidelidade às
regras da Gramática Tradicional. Devemos evitar, então, os erros de
concordância, a cacofonia, os barbarismos, os neologismos, as
expressões vulgares e até o purismo, o rebuscamento, pois falar “bonito
demais” também é um erro.
* Estilo
Este quesito, além de identificar um modo particular de pensar, de
agir, ser e de fazer algo, o estilo é a preocupação com o modo ou forma
de escrever, de expor a ideia. Essa exposição pode ser, por exemplo,
irônica ou satírica, afetada, vulgar, romântica ou metafórica, técnica,
cientifica, subjetiva, objetiva ou realista, etc. contanto que haja critérios
na construção das ideias e das figuras ou imagens utilizadas pelo autor.
Machado de Assis, por exemplo, adotava um estilo irônico. Euclides da
Cunha, por sua vez, era científico. Qual o seu estilo?
IV - O que deve ser observado
1 – Acentos (grave, agudo, til e circunflexo)
Coloque os acentos com vontade. Não faça um risquinho fraco qualquer. Escrevaos com firmeza, no lugar adequado, e não pequenos traços displicentes. Cada acento
deve ser valorizado, exato, claro, preciso, porque o número maior de erros é que faz a
nota cair em cada competência.
Comentário: O til está colocado em cima apenas do “O”. O circunflexo foi esquecido
no verbo ter.
2 – A estética da redação
Tem relação imediata com a letra, com a ausência de rasuras. Portanto, procure
arredondar a letra, deixar mais legível o que escreve. Lembre-se: o professor não tem a
obrigação de corrigir a redação se não estiver entendendo a letra. Você é que tem a
obrigação de escrever de forma legível, o interessado em uma vaga de Direito,
Medicina, Psicologia etc. é você.
Comentário: Por desatenção ou relaxamento de seu autor o texto ficou todo borrado,
cheio de falhas que tornam feia a redação.
3 – Argumentação
Use argumentos convincentes na exposição do seu ponto de vista, pois são os
argumentos mais fortes que vencem uma discussão. Os melhores argumentos são os
históricos, os estatísticos e os de autoridade, com citação indireta. Não sai copiando
frases inteiras de pensadores ou artistas no seu texto, pois a citação direta não é boa
para a redação do ENEM. Evite também o uso do senso comum. Veja abaixo um
argumento feito com a pobreza do senso comum. Há um prejuízo nas competências II,
III e V.
Comentário: Argumentar é uma arte. Não é à toa que existem os advogados, os
padres, os pastores evangélicos, os políticos e os professores. São grandes mestres da
retórica e da oratória que normalmente ganham qualquer discussão, pois utilizam bem
os argumentos. Todos aprenderam que o argumento mais fraco é aquele proveniente
do senso comum.
4 – Gênero
Não confunda os gêneros textuais. O texto dissertativo-argumentativo do ENEM,
não permite, por exemplo, que se converse com o leitor. Os gêneros que têm essa
particularidade são a carta, a crônica e o texto publicitário. O ENEM não pede nenhum
deles.
Comentário: Observe no fragmento que há uma “conversa” com o leitor no uso do
pronome “você”, o que configura um grave erro na competência II, pois em um texto
dissertativo-argumentativo não é próprio conversar com o leitor. Infelizmente, no
vestibular, isso acontece muito.
5 – Estrangeirismos
Normalmente usamos aspas em palavras de língua estrangeira como “shopping”,
“self-service”, “royalties” etc. Em alguns vocábulos já não é mais obrigatório como
Internet ou internete que já foram assimilados pela língua corrente. Resumindo: evite
usar palavras de língua estrangeira quando há vocábulos equivalentes em língua
portuguesa.
Comentário: A palavra Internet pode ser usada substantivada, com maiúscula, por ser
uma sigla da Rede mundial de computadores. A outra forma correta é usar “internet”,
com minúsculas mesmo, mas com aspas porque não passou por processo oficial de
aportuguesamento como passaram vitrine (vitrina), beef (bife), record (recorde) etc.
6 – Coloquialismos (oralidades e gírias)
Em redação, devemos usar predominantemente a linguagem formal. Quando
usarmos a linguagem informal, a coloquialidade, devemos evitar as expressões ditas
orais e, principalmente as gírias, pois empobrecem o discurso e consequentemente o
texto.
Comentário: De acordo com o excerto, expressões como “o capitalismo subiu à
cabeça” e “ deixar a fonte secar” constituem erros de oralidade e gíria que diminuem
seguramente a nota do candidato.
7 – Verborragia
Constitui erro de verborragia o uso de palavras ou expressões ditas “bonitas”, mas
que, às vezes, a pessoa nem sabe o que a palavra significa. É o grau mínimo do
pedantismo. Tem gente que fala demais e quando fala quer mostrar conhecimento ou
inteligência ao adotar um vocabulário difícil ou erudito. Ás vezes o texto fica até
bonito, mas a idéia não faz muito sentido.
Comentário: Por causa do requinte pouco usual, o candidato errou o uso da crase e
ainda criou uma imagem inconcebível: uma pessoa “tomando banho e lendo” ao
mesmo tempo.
8 – Eco, Aliteração e Assonância
A inobservância da escrita de determinados vocábulos, sozinhos ou em conjunto,
pode ocasionar choques fonéticos que constituem:
Eco – João Leitão, secretário de Educação, propôs uma solução.
Aliteração – Três das trinta favelas treinadas pela polícia militar podiam pedir
permissão aos policiais.
Assonância – A ala da aviação armada que avalia a ação dos armistícios abriu fogo.
9 – Generalizações
Outro erro comum nas redações de vestibular é a generalização. Nunca
devemos escrever frases generalistas como:
a. Os políticos são desonestos, apenas roubam e não fazem nada pelo povo.
b. As mulheres são sempre submissas aos maridos e não denunciam a violência
cometida contra elas.
c. Os jovens são imaturos, descompromissados e incapazes de discutir questões
sérias como política e democracia.
10 – Grau de informatividade (GI)
Todo texto dissertativo bom é marcado pela exposição de conhecimento de seu
autor, ou seja, é um texto que traz um grau de informatividade elevado, informações
que, às vezes, nem o corretor conhece.
O texto argumentativo bom, por sua vez, apresenta riqueza de argumentos, ou
seja, fatos, dados e opiniões de autoridades que validam uma tese ou pensamento.
Percebe-se, então, que esse texto não foi feito com informações triviais, com o senso
comum, que pouco acrescenta à discussão.
11 – Uso do Onde
Acontece muito em provas de redação o uso do advérbio “onde” no lugar de uma
conjunção (e, mas, então...) ou de um relativo ( o qual, a qual, na qual).
Comentário: O candidato só deve usar o “onde” em uma redação de vestibular se for
com o sentido de localização. Por exemplo, na frase “O Brasil é um país onde a
corrupção alcança números alarmantes”.
12 – Repetição
Um erro bastante procurado pelos corretores do ENEM é a repetição de palavras e
ideias. Normalmente, quando se desenvolve uma redação em tópicos é comum que,
ao final, surjam as ideias que já fora utilizadas no início. Nessa hora o candidato deve
observar se estas ideias se apresentam também com as mesmas palavras. Se isso
acontecer, é comum a perda de alguns pontos.
13 – Parágrafo
Na redação do ENEM ou em qualquer outra redação de concurso, o bom
parágrafo apresenta de três a cinco linhas, suficientes para lançarmos o tópico frasal
(TF) e desenvolvê-lo.
Comentário: Mesmo que um bom parágrafo tenha de 3 a 5 linhas, isso não impede
que o candidato construa parágrafos de 2, de 6, de 7 e até de 10 linhas. O problema é
que um parágrafo curto demais apresenta texto fragmentado. E um parágrafo muito
longo (8,9, 10 linhas) apresenta problemas de pontuação e erro na construção do
tópico frasal.
14 – Como errar
Embora não devêssemos, aconselhamos, agora, como errar no vestibular. Em vez
de rasurar, borrar, e fazer aquela “cagadeira” de tinta, é aconselhável passar um traço
de um lado a outro da palavra anulando-a para, em seguida, reescrevê-la
corretamente.
15 - Título
A redação do ENEM pode ou não apresentar título, pois isso dependerá do
candidato. O mais adequado é não colocar, pois normalmente o título já é o próprio
tema. Ex. “O poder de transformação da leitura”. Se optar por título, o candidato deve
centralizar o título, saltar uma linha e começar a escrever.
Comentário: O título é facultativo mesmo. Mas, imaginemos que o candidato resolveu
colocar título e, lesadamente, errou a escrita de um vocábulo. Em vez de melhorar,
piorou a situação. Resumindo, título pode, mas não deve.
16 – Religiosidade
Evite a parcialidade e a emotividade da religião. Normalmente ocorre com os
candidatos mais fervorosos que, inadvertidamente, começam a falar sobre as glórias e
o poder de Deus. Deixe a religião fora disso. Evite tal procedimento.
Comentário: Sabemos que Deus é tudo, que pode tudo e que sabe tudo, mas Ele não
faz vestibular, quem faz é você.
17 – Outras coisas
Existem ainda outras paranóias comuns às bancas de vestibular que são irritantes,
mas que no ENEM ficam mais flexíveis e a cargo do corretor. Mesmo assim, tome
cuidado ao:
 Escrever fora da caixa de texto;
 Espremer palavras na margem direita;
 Translinear palavras [não deixe uma letrinha como sílaba (a-) nem uma
sílaba como palavra (na.)].
 Sobrescrever palavras (criar um espaço entre palavras e escrever outra
que foi esquecida);
 Alternar letra de forma e letra cursiva;
 Dar um espaçamento muito grande entre as palavras, pois, segundo as
bancas, é uma estratégia para ganhar linhas e escrever pouco.;
 Rasurar o texto, borrar várias palavras;
 Fazer letras estilizadas (por exemplo, o i Pelé, aquele com uma bolinha
em cima em vez de um pingo);
 Usar de sentimentalismo ou pieguismo; Ex. As pobres crianças são as
vítimas...
 Apelar para a religiosidade. Ex. ...pois, sem a ajuda de Deus, este país
não vai para frente.
V – Pensando o conteúdo
A importância do Tema
Tema é diferente de gênero e, ao mesmo tempo, de proposta. Gênero tem
relação com as modalidades Dissertação, Narração e Descrição dentre outras.
Proposta é, na verdade o comando e a quantidade dele. Por exemplo: o ENEM
apresenta uma proposta e um gênero específico, a dissertação argumentativa. A UECE,
por sua vez, apresenta uma diversidade de gêneros, o que leva a um número maior de
propostas ou mesmo seu desdobramento.
O tema é o elemento motivador da redação, das idéias nela contidas. Portanto,
uma INTERPRETAÇÃO correta do tema é crucial para o desenvolvimento de um bom
texto. Por isso, espera-se que o tema esteja à altura da sua interpretação: clara,
objetiva, precisa. Errar a interpretação do tema é perder o texto todo ou parte dele
dentro do julgamento das competências.
Relações temáticas transversais
Durante a interpretação do tema é importante que seja acionado o repertório
cultural (CM) do candidato quanto às áreas ligadas ao tema e à problemática proposta.
Estabelecer relações com outras áreas do conhecimento humano (CII) é uma
prática que melhora muito o GI de um texto. Melhora a argumentação(CIII) e prova ao
corretor que você tem leitura e domínio não apenas sobre o tema, mas sobre outros
que o tangenciam, sobre temas transversais oriundos da interdisciplinaridade.
 2010 - O trabalho na construção da dignidade.
O tema trabalho tem relações históricas, lingüísticas, sociológicas e jurídicas. O
tema dignidade tem relações filosóficas, existenciais, éticas e semânticas , pois pode
indicar apenas um sinônimo de “bem estar”. Há portanto uma relação de causa e
efeito entre eles, ou seja, a dignidade, como bem estar, nasce do trabalho bem
remunerado.
VI - PROCEDIMENTOS NO DIA DA PROVA
 Leitura dos textos motivadores. Interpretação correta do tema e
estabelecimento das relações do tema com outras áreas. O candidato deve
refletir sobre o tema, interpretá-lo e, em seguida, anotar ao lado os assuntos
ou áreas que estiverem relacionados com o tema.
Ex. Obesidade tem relação temática com Biologia, Química, Psicologia e
Sociologia.
 Uso correto da coletânea. Os textos da coletânea devem servir para gerar
idéias, mas devemos lembrar que não se deve copiar nada do texto motivador.
O candidato não deve escrever sobre os textos motivadores, mas a partir
deles.
 O candidato deve ler e destacar as idéias mais importantes dos textos-base. Em
seguida, deve fazer anotações que servirão para construir os parágrafos.
VII - Interpretando temas e lançando tese
O ENEM é fundamentado na essência da problemática. As provas, de forma
geral, apresentam algum tipo de realidade problemática a qual você deve tentar
resolver ou, ao menos, sugerir uma solução. Portanto, outro elemento essencial à
redação do ENEM é o lançamento de uma tese que responda à pergunta: Por quê?
Resumindo, identifique a problemática, situe o problema e tente dizer, a partir de seu
ponto de vista, por que aquilo está acontecendo. Isso é lançar uma tese. Lembremos
que, logo em seguida, a tese que foi lançada será explicitada e defendida com os
argumentos escolhidos.
 Lançar tese é dizer, de forma direta e objetiva, por qual motivo aquela
problemática existe, por que a situação chegou àquele ponto. Pode acontecer,
também, de a tese ser lançada de forma indireta.
 Quando não lançamos logo a tese, corremos o risco de fazermos apenas meras
e repetitivas constatações.
 As expressões afirmativas ou informativas são úteis, mas dificultam o
surgimento da tese para a abertura da discussão.
 Sem a tese não há discussão, não há causa para a problemática, logo os
argumentos e a solução estarão comprometidos.
Os temas anteriores e suas teses
 1998 –Viver e Aprender. (Música “O que é o que é?” de Gonzaguinha)
 Tese: Tudo que acontece na vida deve servir como aprendizado.
 1999 - Cidadania e participação social.
 Tese: Só se é cidadão quando se participa socialmente.
 2000 - Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio
nacional?
 Tese: Crianças e adolescentes têm seus direitos desrespeitados no Brasil.
 2001 - Desenvolvimento e preservação ambiental: Como conciliar os
interesses em conflito?
 Tese: O desenvolvimento é inevitável, mas deve acontecer baseado na
sustentabilidade.
 2002 - O direito de votar – Como fazer dessa conquista um meio para
promover as transformações sociais?
 Tese: Votar foi um direito muito difícil de ser conquistado. Por isso, o voto deve
servir como ferramenta de transformação social.
 2003 - A violência na sociedade brasileira – como mudar as regras do Jogo?
 Tese: No Brasil, a violência tem sido banalizada pelos órgãos de segurança
pública e, principalmente, pela sociedade.
 2004 - Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de
comunicação?
 Tese: A liberdade de informação é um direito do ser humano, mas que vem
sendo desrespeitado de tempos em tempos, o que tem permitido abusos como
o preconceito lingüístico e o preconceito racial.
 2005 - O trabalho infantil na sociedade brasileira.
 Tese: O trabalho feito por crianças, no Brasil, ainda acontece por causa da
grande desigualdade social, da ineficácia do ECA e da impunidade dos
infratores.
 2006 - O poder de transformação da leitura.
 Tese: A leitura é uma competência que, se bem executada, pode dar ao ser
humano: mais conhecimento, mais perspectiva de realização e,
consequentemente, um lugar melhor no mundo.
 2007 - O desafio de se conviver com as diferenças.
 Tese: Considerar o mundo sob o prisma da igualdade é entender que as
pessoas são diferentes tanto na compleição física quanto nas aptidões
intelectuais.
 2008 - Amazônia - a máquina de chuva.
 Tese: Dizer que a Amazônia é o “pulmão do mundo” é aceitá-la como parte de
um corpo. E já que cuidamos do nosso corpo, devamos cuidar da Amazônia
preservando-a e envidando esforços para o desenvolvimento sustentável da
região amazônica.
 2009 - O indivíduo frente à ética nacional.
 Tese: No Brasil, desde os tempos mais remotos, o estabelecimento da Ética
tem sido um dilema individual. É hora de tornar a postura ética um anseio
coletivo para mudar os quadros sociais, culturais e políticos do nosso país.
 2010 – O trabalho na construção da dignidade humana.
 Tese: O trabalho, que ao longo dos tempos foi considerado atividade indigna,
tem hoje a função de promover a dignidade, o bem estar, mas isso só
acontecerá quando todas as funções forem reconhecidas pela sua importância
e, consequentemente, bem remuneradas.
VIII - Os temas da hora!
Atenção - Nos espaços deixados em branco, escreva o argumento que
falta, seja ele histórico ou estatístico.
Temas
Educação (Desvalorização do
magistério; A incidência do
bullying nas escolas e O
sucateamento da escola pública
em oposição ao excesso de
tecnologia das escolas
Argumento histórico
O discurso da professora
potiguar Amanda Gurgel, em
maio de 2011, deixa bem nítidos
os graves excessos cometidos
contra os profissionais do
magistério, principalmente por
Argumento estatístico
particulares);
parte do governo.
A condição feminina na
sociedade atual;
Desde as primeiras escritoras do
século XIX às corajosas
militantes do movimento
sufragista, já no século XX, as
mulheres têm galgado postos
cada vez mais altos em sua
trajetória de empoderamento.
A violência no Brasil;
Aproximadamente 50 mil
homicídios ocorrem a cada ano
no Brasil, segundo a ONG
Human Rights Watch. Além do
problema da violência urbana, a
pesquisa consideram as
péssimas condições dos
presídios, os casos de tortura, o
trabalho escravo, a violência
contra os indígenas e contra os
camponeses do MST.
No Brasil, o valor arrecadado
pelos “royalties” do petróleo é
dividido entre a União, estados e
municípios produtores ou com
instalações de refino e de auxílio
à produção. As empresas
petrolíferas pagam 10% do valor
de cada barril extraído pelo
direito de explorar o produto.
Hoje em dia, esses 10% dos
royalties do petróleo são
divididos da seguinte forma:
22,5%
para
os
estados
produtores; 30% para os
municípios produtores e 47,5%
para a União.
Segundo reportagem de hoje da
Agência Brasil, o alumínio segue
como a matéria-prima mais
reciclada no Brasil. A pesquisa
Indicadores de Desenvolvimento
Sustentável (IDS) 2010, do
Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), divulgada
ontem, constatou que 91,5%
das latinhas de alumínios são
recolhidas para reciclagem. Bem
atrás, estão as embalagens PET
(54,8%), o vidro (47%), as latas
de aço (46,5%) e o papel
(43,7%). A reciclagem das
embalagens de leite longa vida e
de sucos estão em último lugar
(26,6%) – esse tipo de material
começou a ser reciclado nos
últimos dez anos e está em
processo de crescimento.
O Pré-sal e os “royalties” do
petróleo brasileiro;
Poluição ambiental: a
importância da reciclagem.
A Dengue e seu avanço no
O termo dengue é derivado,
Brasil;
Mídias sociais como fator de
mobilização;
provavelmente, da frase
indiana "ki dengu pepo", que
descreve os ataques causados
por maus espíritos e,
inicialmente, usado para
descrever a enfermidade que
acometeu os ingleses durante a
epidemia que afetou as Índias
Ocidentais Espanholas em 19271928. Foi trazida para o
continente americano a partir
do Velho Mundo, com a
colonização no final do século
XVIII.
Desde o início do século XXI,
mais propriamente nesta última
década, redes sociais como
Orkut, Twitter, Flickr, Facebook
e Youtube deixaram de ser
apenas sites de relacionamentos
e passaram a ser grandes
ferramentas para a formação de
opinião e para a mobilização de
grupos em torno dos graves
problemas mundiais, como foi
observado durante a Primavera
Árabe .
Diversidade sexual e o desafio
da homofobia
Trânsito: nossa grande
problemática;
Drogas: crack, o mal do século;
Segundo levantamento da
própria PM do Rio de Janeiro, a
partir dos boletins de ocorrência,
dos 92 municípios do estado,
42% tiveram casos de violência
contra homossexuais. A capital
registrou 62,5% das ocorrências,
seguida pela Baixada
Fluminense, região no entorno
da capital onde se concentraram
15,1% dos casos. O presidente
da Associação Brasileira de
Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais
(ABGLT), Toni Reis, elogia a
quantificação dos registros, pois
permite que se possa reivindicar
políticas publicadas voltadas à
população LGBT.
O primeiro acidente de trânsito
registrado no Brasil, segundo
jornais da época, ocorreu no Rio
de Janeiro, no ano 1897, depois
que o abolicionista José do
Patrocínio importou um carro e
emprestou-o ao poeta Olavo
Bilac, que sem ser habilitado,
quase atropelou uma senhora e
bateu de frente com uma árvore
na Estrada Velha da Tijuca.
Em cinco anos, o número de
usuários de crack quase dobrou
no Brasil: de 380 mil para 600
mil. O problema agora mobiliza
o governo federal, que planeja
dobrar o número de vagas para
internação de usuários neste
ano - de 2,5 mil para 5 mil - e
lançou ontem um programa de
R$ 410 milhões. Mas se
observarmos as ações
governamentais anteriores,
veremos que, mesmo com tanto
investimento, o desafio está
longe de ser vencido.
Protagonismo juvenil: um outro
Brasil
Quando os Caras-pintadas,
em agosto e setembro de
1992, vestiram-se de negro e
pintaram os rostos de verde
e amarelo, exigindo o
“impeachment” do então
presidente Fernando Collor
de Mello, delineava-se
naquele momento o perfil do
jovem brasileiro do século
XXI: consciente e
participativo na defesa de
seu país.
O desafio da sustentabilidade;
A criação do Clube de Roma, em
1968, representou o inicio da
luta do ser humano por um
desenvolvimento sustentável.
Este grupo reuniu pessoas em
cargos de relativa importância
em seus respectivos países e
visa promover um crescimento
econômico estável e sustentável
da humanidade. O Clube de
Roma tem, entre seus membros
principais cientistas,
economistas, políticos, chefes
de estado e respeitadas
associações internacionais.
A saúde pública e seus
problemas;
A OMS, tendo como base
a qualidade da saúde
pública oferecida aos seus
cidadãos, classificou o
Brasil em 125º lugar no
ranking mundial entre
191 países. Nessa lista, o
nosso país perde até para
a Bósnia e para o Líbano,
igualando-se ao Egito.
Esta realidade é
diariamente comprovada
pelas filas dos
ambulatórios e hospitais
públicos nas quais se
acotovelam os que
precisam de cuidados
médicos.
Ética: a teoria e a prática.
O surgimento da Ética na Grécia
antiga não teve início abrupto e
absoluto. Os preceitos de
conduta, ingênuos e
fragmentários – que em todos
os lugares são as mais antigas
manifestações da nascente
reflexão moral – remontam os
séculos VII e VI a.C. Sua
evolução e sua importância são
assinaladas principalmente com
as idéias de Platão e Aristóteles.
IX – As competências
1 – Gramática
São buscados os erros:
Pontuais: concordância (3), colocação pronominal(3), regência(3), crase(3), vírgulas(3)
ou o conjunto deles.
Eventuais: concordância (1), colocação pronominal (1), regência(1), crase(1), vírgulas(1) .
Obs. O ENEM, categorizado pela máxima de que cobra mais a idéia que a gramática, possui
uma certa flexibilidade quanto aos quesitos da forma. Há, portanto, uma tolerância quanto aos
erros de gramática. Estamos falando, aristotelicamente, de 3.
2 – Gênero
Domínio do gênero dissertativo-argumentativo utilizando repertório cultural que
demonstre conhecimento de outras áreas que possam colaborar com o ponto de vista
defendido. Resumindo, não se deve narrar nem descrever, nem instruir... e, principalmente,
reforçar a discussão com áreas afins ao tema discutido.
3 – Argumentação
 Utilizar de forma coerente fatos, informações, opiniões, exemplos pertinentes ao
tema, e que possam reforçar o ponto de vista defendido. Vale como boa observação,
para o ENEM atual, que não se deve mais usar fragmentos extraídos do texto
motivador. No passado, isso era permitido.
4 – Coesão
 Articulação adequada das partes do texto (IMF) por meio de elos coesivos:
GRAMATICAIS ( preposições, conjunções, expressões conjuntivas de nível frásico,
interfrásico) e LEXICAIS ( sinônimos, hiperônimos, reiteração, retomada ) entre
parágrafos visando à unidade temática e à progressão textual.
5 – Intervenção
 Elaborar proposta de intervenção na realidade ou problemática apresentada desde o
tema, e devidamente articulada com a discussão desenvolvida. Resumindo, o que
surge como problema ou causa dele no início do texto volta, ao final, como solução.
X - Escrevendo (Textos plausíveis)
Texto 1
Obesidade: como mudar esse quadro no Brasil?
Objetivamente, a obesidade e suas variações têm relação com as práticas
equivocadas de cada indivíduo quanto aos hábitos alimentares, quanto à inação
física e quanto ao grau de desconhecimento sobre a doença, seja por ignorância
dos pais ou mesmo por alguma predisposição genética. No campo da
subjetividade, esse grave problema das sociedades contemporâneas tem-se
intensificado, no Brasil, ao longo dos últimos vinte anos, principalmente porque os
brasileiros passaram a incorporar os péssimos hábitos de países desenvolvidos
como os Estados Unidos da América1.
Depois da Segunda Guerra Mundial2, com a vitória dos aliados, os norteamericanos tornaram-se social e culturalmente muito influentes em relação às
sociedades de países subdesenvolvidos ou em franco desenvolvimento como o
Brasil. Esta influência pode ser percebida na utilização da Coca-cola como
elemento essencial ao processo de massificação cultural desencadeado a partir
dos anos 60, atingindo seu ápice nos anos 80 e 90, quando tornou-se artigo
essencial na mesa da família brasileira, consequentemente, o início de um grave
desregramento alimentar3, pois os refrigerantes e similares foram incorporados
levianamente pelos chefes de família ao cardápio diário de seus filhos.
Seguindo de perto os E.U.A, o Brasil tem quase 17 milhões de pessoas obesas,
como ficou comprovado na última Pesquisa de Orçamento Familiar (POF)
desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que,
em todas as regiões do país, em todas as faixas etárias e em todas as faixas de
renda, tem aumentado contínua e substancialmente o percentual de pessoas com
excesso de peso. O sobrepeso atinge mais de 30% das crianças entre 5 e 9 anos de
idade, cerca de 20% da população entre 10 e 19 anos e nada menos que 48% das
mulheres e 50,1% dos homens acima de 20 anos4. Entre os 20% mais ricos, o
excesso de peso chega a 61,8% na população de mais de 20 anos. Também nesse
grupo concentra-se o maior percentual de obesos: 16,9%.
Notadamente, a imitação do “american way of life”, do modo de vida
americano, alterou não apenas os hábitos gustativos dos brasileiros, que passaram
a alimentar-se em casa, na escola e no trabalho, rotineiramente, de refrigerantes e
sanduíches, valorizando a comodidade dos “fast-foods” e “self-services”, que
proliferaram em todo o país em meados dos anos de 1990. Numa relação imediata
de causa e conseqüência, os péssimos hábitos alimentares, à base de açúcares e
gordura, permitiram, nessa parcela da população, o desenvolvimento e à
predisposição genética à obesidade, ocasionando uma postura sedentária 5 que
acarreta, naturalmente, problemas graves de ordem gastrointestinal, metabólica e
cardiovascular.
Por conta dessa grave situação, torna-se estritamente necessário, no campo
da individualidade e da família, um processo imediato de conscientização 6 e de
modificação dos hábitos alimentares, o que exige uma séria reeducação alimentar,
suprimindo, aos poucos, os alimentos mais perniciosos, aliada à prática moderada
de atividades físicas regulares que resultarão paulatinamente na erradicação da
obesidade e no restabelecimento da qualidade de vida do brasileiro.
Em uma perspectiva mais ampla, são fundamentais os papeis das escolas e
das autoridades de saúde, pois enquanto estas últimas fomentarão o processo de
conscientização por meio de propagandas e ciclos de palestras, as primeiras
ajudarão a perpetuar os novos hábitos saudáveis ,desenvolvidos no ambiente
familiar, e que terão repercussão muito positiva nas gerações futuras.
Referências
 1 – Tese: A obesidade, no Brasil, decorre principalmente dos péssimos hábitos
alimentares dos brasileiros (problema 1), intensificados pela imitação do modo de vida
norte-americano.
 2 – Argumentação histórica e Argumentação consensual.
 3 – Problema 2
 4 – Argumento estatístico
 5 – Problema 3
 6 - Início das soluções (resolução dos problemas antes indicados ou articulação da
solução com a discussão)
Texto 2
A Educação brasileira e seus grandes desafios
A Educação brasileira vive um momento caótico. É possível dizer que passa por uma de
suas piores crises. Tal fato encontra respaldo na péssima situação laboral dos professores, na
grande incidência de violência nas instituições de ensino e, logicamente, na péssima
infraestrutura das escolas públicas que, em vez de atraírem os alunos, antes os repelem.
A palavra magistério vem do latim “magis” e quer dizer “lugar de seres superiores”. Mas não é bem
isso que se estabelece em nosso país quando os professores são desvalorizados e desrespeitados pelos
alunos e pelo poder público. O discurso da professora potiguar Amanda Gurgel, em maio de 2011, deixa
bem nítidos os graves excessos cometidos contra os profissionais do magistério, principalmente por
parte do governo. Basta lembrar que, em estados como o Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará, os
respectivos governadores desrespeitosamente não pagaram o piso nacional estipulado pelo Superior
Tribunal Federal (STF), ou seja, deixaram de repassar aos professores algo que na verdade já era uma
conquista, um direito. Desrespeito também gera violência.
Nesse contexto, não é difícil compreender que o massacre em Realengo, no Rio de Janeiro, é,
seguramente, um grave indicador de que a violência está tão banalizada na educação brasileira que
encontrá-la dentro e fora das escolas não constitui diferença. Alunos contra alunos e alunos contra
professores são as marcas de uma educação literalmente falida que precisa passar urgentemente por
investimentos e renovação, principalmente em sua infra-estrutura, tão defasada, tão aquém do
desejado que alunos e professores passam a não se sentir bem dentro dela.
Por conseguinte, em um lugar em que os professores são desvalorizados a ponto de estudantes
agredirem física e moralmente os mestres, uma das fortes causalidades é a péssima estrutura da escola
pública, com suas cadeiras quebradas e suas lousas deterioradas, que torna o local inóspito para os
alunos e totalmente impróprio para o exercício do magistério, é preciso mudar esta realidade. A falta de
verbas para investimentos é uma das desculpas que a sociedade não pode mais aceitar.
Dessa forma, a reabilitação do professor perante a sociedade passa imediatamente pela estipulação
de um salário digno, que diminua as cargas excessivas de trabalho e permita que os professores se
especializem nos momentos extra-classe. Além disso, é necessária a implantação de um sistema de
segurança escolar para que sejam evitadas tragédias como a que houve no Rio de Janeiro. Por fim,
torna-se urgente um maior investimento na infra-estrutura das escolas, no que tange o aspecto físico e
a própria grade escolar, pois escolas novas e bonitas não resolvem o problema da educação se não
tivermos segurança e profissionais competentes que resultem na boa qualidade do ensino brasileiro.
BOA SORTE!
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