Antropologia21A.218 Identidade e Diferença 12º - mit

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Antropologia21A.218
Identidade e Diferença
12º Aula
IV. CONFINAMENTO (restrição) DE IDENTIDADES E DIFERENÇAS
A. O que queremos dizer com o termo “controle social”
Processos e estruturas sociais utilizados para (destinados a) reduzir ou evitar o desvio;
qualquer iniciativa que as pessoas tomem, que seja entendida como “estar fazendo
algo” com respeito ao desvio, independente do que seja.
O esforço por fazer ‘essa coisa’ significa que o controle social varia quanto ao êxito
e quanto à capacidade de obter essa coisa.
O controle social não é simplesmente punição, mas redução, reabilitação, regulação e
prevenção de comportamentos específicos.
B. Quais são as principais questões referentes ao controle social?
Que formas de controle social tem sido, histórica e transculturalmente, utilizadas em
resposta ao
comportamento desviante? Há uma relação entre o tipo de controle e o tipo de
arranjos
sociais (organização, estruturas e cultura de uma sociedade)?
Mantendo-se iguais as demais premissas, a quem o controle social parece ser dirigido?
Porque?
C. Controle Social Informal: Família e Comunidade
Que comportamentos são formas de controle social informal?
Ridículo, degradação/crítica pública
fofocas, difamação, reputação, informação
ostracismo, banimento, exclusão, inclusão em listas negras
expulsão, marginalização
ameaças de recorrer a formas mais drásticas de controle informal ou formal
subtração de recursos (materiais, simbólicos, emocionais)(talvez a categoria
mais vasta e vaga)
Sob que condições o controle social das informações é eficaz?
Sociedades fechadas ou sociedades de clãs, com alto grau de consenso cultural;
em enclaves fechados dentro e sociedades urbanas (família, local de trabalho,
clubes, escolas)
Por que?
Devem conhecer-se uns aos outros para bisbilhotar
Devem compartilhar julgamentos morais sobre o objeto da bisbilhotice.
Devem ter falta de mobilidade para o ostracismo ser uma ameaça
Devem se encontrar numa relação de interdependência, de outra forma
não seria possível subtrair recursos de quem não os possui.
Proposições Gerais:
-- Quanto mais dependentes uns dos outros, mais vulneráveis às investidas do
controle social
-- Porque nos tornamos mais dependentes de macro instituições sociais(ex. o
estado), o controle social passa de informal a forma l ((controle social estatal ou
governamental)
-- À medida que as sociedades se tornam mais complexas, heterogêneas
(normas múltiplas, pluralísticas; diversas subculturas) aumenta a formalização
do controle social.
-- Redução das bases para o controle social informal
D. O grau de controle social informal varia inversamente com relação ao controle social
formal.
controle social informal
=
1
__________________
controle social formal
Exemplos:
famílias: tribunais/polícia
o tratamento dos jovens varia conforme a organização/status da
família
o recurso aos tribunais varia no México, dependendo da
autoridade masculina
(heranças, casamentos arranjados, etc.)
comunidades: os “kibbutz im” em Israel (centralizados e
descentralizados)
Bunyoro
Pedi da África do Sul
Batistas na Geórgia
comunidades de negócios
organizações: universidades
grandes corporações
mudanças nas políticas públicas
Quem está sujeito ao controle social? Aqueles submetidos a maior controle informal
estão sujeitos a
menor controle formal: mulheres, jovens, padres, soldados
F. Controle Social Formal: pelo governo e por profissão (ocupação)
Estrutura, organização, interesses e definições operacionais de controle social
profissional
determinam a existência, a prevalência e tipo de desvio.
Os desviantes são criados à imagem dos agentes controladores.
Exemplo: Currie: bruxaria na Europa medieval.
os sistemas reativos e proativos produzem diferentes graus de desvio/bruxas
G. Modernas Transformações no Controle Social
O modelo “clássico”, séculos 18-19
a. Aumentando o envolvimento do Estado
b. Aumentando a diferenciação e classificação de grupos desviantes;
conhecimento científico, especialização, profissionalização
c. Aumentando a segregação em instituições fechadas:
prisões, asilos, “os grandes cárceres”
criação paralela de escolas, alojamentos e hospitais
d. Declínio da punição associada à dor física, aumentando a atenção
para a mudança de mentalidade; Foucault Discipline and Punish
e. Objetivo: transformar, curar, normalizar; uma teoria da anomia préDurkheimiana;
remover da sociedade anômica e introduzir na sociedade da ordem e da
disciplina social perfeita,
regulação (grades de controle)
f. Reativas
Transição: Séculos 19 -20
a. Ideais abortados, tentar mudar as prisões
b. Transformar as instituições de custodia em reabilitadoras (método do caso,
suspensão de pena, liberdade condicional, sentença indeterminada, côrtes
juvenis)
c. Ideais fracassam mais uma vez
d. Movimento para atacar o sistema inteiro, atacados os quatro pilares do
modelo clássico
longe do estado, especialistas, instituições e mentes
e. Localizar em alternativas nas comunidades, entre pares, por meio de
modificação comportamental (campos, meditação, lares)
f. Expansão pelo alargamento da rede de controle: mais instituições,
algumas com controle superficial, nenhuma desaparecendo;
diversões, alternativas paralelas às instituições antigas;
instituições de comunidades colonizadas com controle formal;
testes de diagnósticos, Stan Cohen, Visions of Social Control;
Nik Rose, Governing the Soul
Resumo das transições dos séculos 18-20
Controle exercido na comunidade
concentrado e isolado na prisão, modelo prisional da sociedade perfeita
reforma das prisões tenta torná-las mais parecidas com comunidades,
a comunidade trazida para dentro das prisões
desinstitucionalizar, modalidade de prisões dispersas, exportadas de volta à comunidade
Transformações do século 21, administração da governabilidade e do desperdício
a. Troca da normalização para a administração, troca da mudança para o controle das
conseqüências de se ter indivíduos desviantes na sociedade
b. Mudança de foco nos indivíduos para grupos
c. Mudança do público para privado
d. Mascaramento do desvio, medicação, modelos de doenças
e. Mudança de confinamento para circulação; co-optando recursos por meio de
regulação espacial, de grades para sujeitos (ex. laboratórios)
f. Objetivo: mudança de punição para prevenção e proteção;
proteção do site, sociedade de auditoria
g. Estilo: proativo
H. O Sistema de Justiça Criminal – uma forma de controle social institucional
1. a) Cada subsistema é arranjado de forma hierárquica
b) Cada subsistema examina materiais/casos para o seguinte
c) Cada subsistema funciona como um verificador para os outros
d) Cumulativamente, o sistema de justiça criminal fornece uma série de verificações
sobre o uso do controle social; o próprio sistema regula o uso do controle social
2. Algumas decisões estão abertas à revisão, outras jamais: casos não passados adiante,
quase nunca revisados. Enquanto o sistema é hierarquicamente ascendente na
autoridade legal, os atores do sistema com menos autoridade exercem mais controle
sobre quem e o que passa pelo sistema.
3. Cidadãos iniciam processos judiciais criminais: guardas, na base da
hierarquia; fatores influenciando as decisões dos cidadãos para chamar a polícia:
cobertura de seguro
relação entre vítima e criminoso
similaridade social
atitudes da vítima para com a polícia
4. Polícia: justiça criminal reativa; poucas ações judiciais criminais iniciadas pela polícia;
que fatores influenciam a polícia na decisão de prender:
preferência da vítima
deferência ou comportamento do suspeito
grau de deferência expresso pelo reclamante
5. Promotor: demandas da organização, carga de trabalho, processo de barganha de apelação,
discriminação racial na pena capital.
6. Juízes, cortes de apelação, formas de punição, liberdade condicional.....
Repita as observações sobre modelo empreendedor x mercadológico e modelos proativo x
reativo de controle social.
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