ATUAÇÃO PROFISSIONAL E SEUS ASPECTOS ÉTICOS Muitas vezes o profissional encontra dificuldade em lidar com as manifestações pessoais de estresse e desconhece métodos para minimizá-lo, rompendo, assim, os preceitos éticos e acabam distorcendo seu papel como membro da equipe de enfermagem (TOFOLI, 1999). Uma combinação de três fatores específicos sinaliza condições para o abuso na maioria das instâncias: (1) um indivíduo propenso para abusar; (2) alguém que por idade ou situação é uma pessoa vulnerável, ou seja, crianças, mulheres, idosos ou pessoas mentalmente doentes; (3) uma situação de crise (SMITH-DIJULIO & HOLZAPFEL, 1994). Os pacientes, quando são internados, não estão familiarizados com as rotinas hospitalares, como por exemplo, a hora para o banho diário. Assim, a imposição dessas rotinas (JEWKES et al. 1998), a realização de procedimentos com muita pressa, a falta de paciência, deixar um paciente esperando por uma comadre ou medicação analgésica, são práticas que podem ser consideradas como abuso (BITTES JUNIOR, 1996). Diversos relatos de práticas de maus-tratos cometidos por profissionais da saúde, como demorar em atender ao chamado da campainha, censurar uma paciente por ter urinado no leito, forçar uma paciente a tomar banho, deixar a alimentação de um paciente sobre a mesa sem se preocupar se ele pode ou não se alimentar sozinho, fazer barulhos ou comentários no corredor próximo ao paciente, entre outros, são elucidados por COLLEGE… (1999). Sabe-se que a enfermagem é uma profissão estressante, portanto, os profissionais de enfermagem estão sujeitos a cometer erros como imperícia, imprudência e negligência, no exercício de sua profissão. O CÓDIGO de ética dos profissionais de enfermagem (1993 p.29) traz no artigo 16, como uma das responsabilidades do profissional, "assegurar ao cliente uma Assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência". Como exemplo de negligência tem-se o relato de ESCÓCIA (2000) onde os pacientes de uma clínica permaneciam dias sem tomar banho, era fornecida água sem saneamento adequado e foi encontrado um cadáver que permanecia há quase um mês no necrotério.1 Comentários inadvertidos sobre prognósticos e/ou doenças, em corredores, que podem ser ouvidos pelos pacientes, conforme relata OGUISSO (1997) é um exemplo de imprudência. A imperícia é definida quando há falta de preparo para desempenhar algum procedimento, realizando, assim, uma conduta fora dos conhecimentos elementares exigidos numa profissão (FRANÇA, 1995; JESUS, 1997 e COSTA & POSSO, 1998). O profissional de enfermagem deve ter conhecimento técnico, prático e cultural (JEWKES et al. 1998), e quando ocorrem erros, o paciente é prejudicado, abalando a inter-relação que existe entre o cliente e a enfermagem (Gladstone apud CARVALHO et al. 1999). Fazer leitura e conclusão sobre o texto.