UNIVERSIDADE POTIGUAR- UnP BACHARELADO EM FISIOTERAPIA MILENA KARLA CAVALCANTI DE SOUZA RAPHAELA VILAR RAMALHO GROEHS ANÁLISE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA AMBULATORIAL DA CIDADE DE NATAL (RN) NATAL 2007 MILENA KARLA CAVALCANTI DE SOUZA RAPHAELA VILAR RAMALHO GROEHS ANÁLISE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA AMBULATORIAL DA CIDADE DE NATAL (RN) Artigo apresentado a Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. ORIENTADORA: Prof° Melyssa Lima de Medeiros NATAL 2007 MILENA KARLA CAVALCANTI DE SOUZA RAPHAELA VILAR RAMALHO GROEHS ANÁLISE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA AMBULATORIAL DA CIDADE DE NATAL (RN) Artigo apresentado a Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia Aprovado em:____/____/____ BANCA EXAMINADORA _____________________________________ Prof° Esp.Melyssa Lima de Medeiros Orientadora Universidade Potiguar – UnP ______________________________________ Prof° Esp.Maria do Socorro Cruz Correia de Almeida Co-orientadora Universidade Potiguar – UnP ______________________________________ Prof° Esp. Ana Paula Diniz Universidade Potiguar – UnP TERMO DE AUTORIZAÇÃO Eu, Milena Karla Cavalcanti de Souza, Brasileira, solteira, Estudante, residente e domiciliado na Rua Abelardo Calafange, 1940, na cidade de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, portador do documento de Identidade: 002.093.893 – ITEP/RN, CPF: 010.616.574-77, e Eu, Raphaela Vilar Ramalho Groehs, Brasileira, soleira, Estudante, residente e domiciliado na Av. Afonso Pena, 1123, apt. 602, na cidade de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, portador do documento de Identidade: 2.129.004 – SSP/RN, CPF: 057.279.924-19, na qualidade de titular dos direitos morais e patrimoniais de autor da obra sob o título: Análise dos Serviços Públicos de Fisioterapia Respiratória Pediátrica Ambulatorial da Cidade de Natal (RN), sob a forma de Artigo, apresentada na Universidade Potiguar – UnP, em 14/12/2006, com base no disposto na Lei Federal nº 9.160, de 19 de fevereiro de 1998. Sob a orientação da Profª Esp. Melyssa Lima de Medeiros, CPF: 812.769.074-00 e coorientação da Profª Esp. Maria do Socorro Cruz Correia de Almeida, CPF: 714.626.004-68: 1. (x) AUTORIZO, disponibilizar nas Bibliotecas do SIB / UnP para consulta a OBRA, a partir desta data e até que manifestações em sentido contrário de minha parte determina a cessação desta autorização sob a forma de depósito legal nas Bibliotecas, bem como disponibilizar o título da obra na Internet e em outros meios eletrônico." 2. ( ) AUTORIZO, disponibilizar nas Bibliotecas do SIB / UnP, para consulta e eventual empréstimo, a OBRA, a partir desta data e até que manifestações em sentido contrário de minha parte determina a cessação desta autorização sob a forma de depósito legal nas Bibliotecas. 3. ( ) AUTORIZO, a partir de dois anos após esta data, a Universidade Potiguar UnP, a reproduzir, disponibilizar na rede mundial de computadores - Internet e permitir a reprodução por meio eletrônico, da OBRA, até que manifestações contrária a minha parte determine a cessação desta autorização. 4. ( ) CONSULTE-ME, dois anos após esta data, quanto a possibilidade de minha AUTORIZAÇÃO à Universidade Potiguar - UnP, a reproduzir, disponibilizar na rede mundial de computadores - Internet - e permitir a reprodução por meio eletrônico, da OBRA. Natal, ____ de ______________ de 2007. ______________________________ ______________________________ Milena Karla Cavalcanti de Souza Raphaela Vilar Ramalho Groehs Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais (Maria do Socorro e Paulo Felipe), e a meu noivo (Paulo Henrique) pela paciência, compreensão e ausência. Milena Karla Cavalcante de Souza Dedico este trabalho a Deus e aos meus pais (Carlos Henrique e Maria Elisa) pelo apoio, incentivo, compreensão e amor incondicional. Amo vocês!! Raphaela Vilar Ramalho Groehs AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus. Agradecemos a nossas famílias, em especial a nossos pais, pelo apoio e compreensão. Agradecemos ao Dr. Fabio Lisboa pela pelo apoio e incentivo. Agradecemos a professora Melyssa e professora Socorro pela paciência, dedicação e empenho ao fazer este trabalho. Agradecemos a professora e coordenadora do TCC Ms. Sandra Andrade por ceder tão generosamente seu tempo e esforço. Graças a sua crítica construtiva erros foram corrigidos e dúvidas esclarecidas. Agradecemos a SMS, Dra. Rízia e Professora Elisa pelo seu interesse e auxílio no fornecimento dos dados dessa pesquisa. Um agradecimento especial a Paulo Henrique Barroso e a Karla Groes pela sua prontidão, carinho e compreensão na organização e formatação desse artigo e pelas tantas vezes que enfrentaram o nosso mau humor e a ansiedade, obrigado e desculpem! Agradecemos aos colegas e profissionais amigos na preparação desse artigo pelos seus esforços e interesses. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 7 2 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA ................................................... 11 2.1 ANATOMIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO ................................................... 11 2.1.1 Tórax ................................................................................................................. 11 2.1.2 Vias aéreas ....................................................................................................... 12 2.1.3 Pulmão .............................................................................................................. 12 2.2 FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ..................................................... 14 2.2.1 Músculos Respiratórios .................................................................................. 15 2.2.2 Pressões Pulmonares ..................................................................................... 16 2.2.3 Resistências das Vias aéreas e Complacência ............................................ 16 2.2.4 Volumes e Capacidades Pulmonares ........................................................... 17 2.2.5 Difusão do Gás para Corrente Sangüínea .................................................... 18 2.2.6 Relação Ventilação-Perfusão ......................................................................... 18 2.3 ALTERAÇÕES ANÁTOMO-FISIOLÓGICAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO EM CRIANÇAS ........................................................................................................... 19 2.4 DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO .................................................... 21 2.5 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA ......................................................................... 22 2.6 TRATAMENTO DAS PNEUMOPATIAS............................................................... 24 2.7 LEGISLAÇÃO ....................................................................................................... 25 3 METODOLOGIA...................................................................................................... 26 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 27 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 32 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 32 7 ANÁLISE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA AMBULATORIAL DA CIDADE DE NATAL (RN)* Milena Karla Cavalcanti de Souza1 Raphaela Vilar Ramalho Groehs1 Maria do Socorro Cruz C. de Almeida2 Melyssa Lima de Medeiros3 RESUMO Nos países em desenvolvimento, estima-se que 25% a 33% do total das mortes observadas nos cinco primeiros anos de vida sejam causadas por infecções respiratórias agudas. No período de 2002 a 2006 foram registrados 38.322 casos de doenças respiratórias na população, em nível hospitalar e desses casos, cerca de 30 (79,5%), ocorreram na faixa etária de 0 a 14 anos. O propósito deste estudo é identificar e descrever o perfil dos estabelecimentos que disponibilizam serviço de fisioterapia respiratória pediátrica ambulatorial no setor público da cidade de Natal (RN). Trata-se de um estudo descritivo do tipo levantamento de dados. Os resultados obtidos revelaram que existem apenas dois estabelecimentos que realizam esse serviço, o Hospital de Pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Hosped) e o Centro de Reabilitação Infantil (CRI). No período de 2002 a 2006 foram realizados 1.169 atendimentos no Hosped e 3.118 no CRI atendendo a uma faixa etária de 0 a 16 anos, em ambos os estabelecimentos; sendo os atendimentos, nas duas instituições, realizados por fisioterapeutas e estagiários do curso de fisioterapia da UFRN e da Universidade Potiguar. Tendo em vista a alta incidência de casos de doenças do aparelho respiratório na faixa etária de zero a 14 anos na cidade de Natal (RN) e que apenas dois estabelecimentos realizam o atendimento dessas crianças, percebe-se a necessidade de ampliação dos serviços já existentes, bem como a estruturação de novos estabelecimentos que atendam a esta parcela da população, além da inclusão de novos profissionais fisioterapeutas especializados nesses serviços. Palavras – chave: Reabilitação. Pediatria. Doenças respiratórias. Saúde pública. 1 INTRODUÇÃO Benício et al., (2000) diz que as doenças respiratórias caracterizam-se por comprometer uma ou mais porções do trato respiratório da criança, possuindo diferentes etiologias, com distinta gravidade, tendo como determinantes imediatos vírus, bactérias, alérgenos, traumas e agentes químicos e físicos. Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, as afecções respiratórias representam grande proporção da morbidade na infância, exercendo enorme pressão sobre os serviços de saúde. Estima-se que, nos países em desenvolvimento, 25% a 33% do total das * Artigo apresentado como requisito para obtenção do grau de fisioterapeuta da unp Graduandas em Fisioterapia pela Universidade Potiguar – UnP 2 Fisioterapeuta Docente da Graduação do Curso de Fisioterapia da Unp; Mestranda da UCB. 3 Fisioterapeuta Docente da Graduação e pós-graduação do curso de fisioterapia da Unp. 1 8 mortes, observadas nos cinco primeiros anos de vida, sejam causadas por infecções respiratórias agudas. Prietsch et al. (2002) também sugerem o mesmo fato, acrescentando que as doenças agudas das vias aéreas inferiores são responsáveis por mais de 4 milhões de óbitos por ano. Podem-se destacar as condições ambientais (sazonalidade, aglomeração, tabagismo, poluição atmosférica e doméstica) como principais fatores de risco. Estas taxas elevadas de morbidade destacam a necessidade do estudo da infecção respiratória aguda (IRA), que são infecções que afetam o nariz, a garganta, os ouvidos, a laringe, os brônquios e os pulmões, causando inflamação, sinusite, bronquite, asma brônquica e pneumonia. A incidência da IRA é semelhante em todo o mundo, com diferença apenas na freqüência e na gravidade das infecções das vias aéreas. Vários fatores estão associados ao seu agravamento, podendo-se destacar a desnutrição, o tabagismo passivo, a escolaridade materna e a densidade de moradores por domicílio. Além disso, as IRAs são responsáveis por 30% a 60% das consultas ambulatoriais e importantes causa de hospitalização na infância (CUNHA, 2002; BOTELHO et al., 2003). Vazquez et al. (1999) afirmam que, no Brasil, as grandes desigualdades sócio-econômicas, particularmente na região nordeste, refletem-se no importante papel que as doenças infecciosas (especialmente a IRA) representam como causa de doença e morte em crianças. Isso ainda é uma realidade nacional, apesar das mudanças significativas que estão ocorrendo no perfil epidemiológico da morbimortalidade nos menores de cinco anos. Peixe e Arrizabalaga (2005) informam que as alterações fisiopatológicas provocadas pela IRA no paciente pediátrico, justificam a necessidade da fisioterapia respiratória. O tratamento fisioterápico objetiva tanto a eliminação das secreções brônquicas quanto a facilitação respiratória por meio de manobras e padrões ventilatórios, que favoreçam a mecânica diafragmática, no entanto a atuação da fisioterapia poderá variar conforme a fase em que a doença se encontra, ou seja, durante a crise ou nos períodos de intercrise. Papa e Trimer (2000) e Sepúlveda, Gastaldi e Carvalho (1994) reforçam que a fisioterapia respiratória é a área específica que faz uso de recursos cinesiológicos e mecânicos no tratamento dos pacientes, visando à prevenção, cura e reabilitação das enfermidades pulmonares, promovendo o restabelecimento da função pulmonar adequada e redução do trabalho respiratório. Segundo Moriyama, Guimarães e 9 Juliani (1999), a fisioterapia respiratória pode atuar tanto na prevenção quanto no tratamento das pneumopatias, utilizando-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos em nível ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva. Devido a alta incidência das IRAs, o Ministério de Saúde (MS) iniciou em 1984, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), um Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança – PAISC (MS, 1984), com o objetivo de reduzir a mortalidade, o número de casos graves e de complicações decorrentes das mesmas, e diminuir o uso de medicamentos inadequados, por meio da capacitação dos profissionais de saúde no manejo padronizado das IRA e da conscientização da comunidade (CUNHA, 2002). Groehs e Lisboa (2005) realizaram uma pesquisa de levantamento nas Unidades de Saúde dos Distritos Sul (duas Unidades) e Leste (sete Unidades) do município de Natal (RN), por meio de um questionário direcionado aos pediatras totalizando nove profissionais (100%), com o propósito de verificar a existência de crianças carentes com problemas respiratórios e a necessidade de um serviço de Fisioterapia Respiratória para atendê-las. Os resultados obtidos demonstraram que são avaliadas mensalmente 1.120 crianças com doenças respiratórias e a patologia respiratória de maior incidência para atendimento nas Unidades de Saúde pesquisadas foi a pneumonia com 14,3%, seguida pelas IRAs, Asma brônquica e Bronquite que apresentaram 11,9% das indicações e das crianças avaliadas diariamente nas Unidades de Saúde, menos de 10% recebem tratamento fisioterápico. Além disso, 80% dos entrevistados afirmaram não existir um profissional de fisioterapia para atender as crianças nas Unidades de Saúde e 100% deles afirmaram existir a necessidade de um tratamento fisioterápico para as crianças e consideram importante a existência de um programa de prevenção para crianças com problemas respiratórios agudos e crônicos na Unidade de Saúde ou instituição conveniada; 90% deles afirmaram existir a necessidade de um programa desta natureza, e, o profissional mais citado, em primeiro lugar, para compor uma equipe multidisciplinar em um programa de prevenção e tratamento para estas crianças com problemas respiratórios foi o fisioterapeuta, com 50% das indicações. De acordo com dados obtidos na Secretaria Municipal de Saúde de Natal, no período de Março a Julho de 2007, foram registrados 38.322 casos de doenças respiratórias na população de Natal, no período de 2002 a 2006, em nível hospitalar e um gasto do governo municipal de R$ 18.516.593,00 (dezoito milhões, quinhentos 10 e dezesseis mil e quinhentos e noventa e três reais). No entanto, 30.488 desses casos (79,5%), ocorreram na faixa etária entre 0 a 14 anos, o que contabilizou um gasto de R$ 13.703.822,20 (treze milhões, setecentos e três mil, oitocentos e vinte e dois reais e vinte centavos) no tratamento dessas afecções nos hospitais da cidade de Natal (RN). Além disso, foi constatado que a maior incidência de doenças respiratórias ocorre em crianças de 1 a 4 anos com 14.047 casos (36,6%), sendo mais freqüente a pneumonia, asma brônquica e insuficiência respiratória, e para o tratamento dessas afecções, o governo municipal gastou R$ 5.869.160,29 (cinco milhões, oitocentos e sessenta e nove mil, cento e sessenta reais e vinte e nove centavos). A faixa etária de menos de 1 ano encontra-se em segundo lugar em incidência, com 8.352 casos (21,7%), e com o gasto de R$ 9.836.101,09 (nove milhões, oitocentos e trinta e seis mil, cento e um reais e nove centavos). Observase uma incidência significativa em crianças menores de 5 anos, tendo um total de 22.399 casos, o que representa 58,3% dos casos de doenças respiratórias na cidade de Natal (RN), totalizando um gasto de R$ 15.705.261,38 (quinze milhões, setecentos e cinco mil, duzentos e sessenta e um reais e trinta e oito centavos) ao governo. Além disso, observa-se uma maior incidência de distúrbios respiratórios nos meses de abril a julho no período de 2002 a 2006, que pode ser atribuído ao período com maior incidência de chuva. Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Natal, no período de Março a Julho de 2007, os dados referentes à incidência e aos gastos com o atendimento de crianças portadoras de doenças respiratórias em nível ambulatorial, não estão disponíveis, devido à falha na rede de informação e da estrutura organizacional entre os distritos e a SMS, capaz de fornecer dados de confiabilidade. A Constituição Federal (1988) prevê o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde e o Estatuto da Criança e do Adolescente preconiza o dever da família, da sociedade e do Estado em assegurar à criança e ao adolescente o direito à vida e à saúde, sendo assim, a partir dos estudos que evidenciaram uma elevada incidência das doenças respiratórias, que acometem o trato respiratório da população infantil e o benefício que a fisioterapia respiratória pode proporcionar a estas crianças, surgiu o interesse em realizar uma análise dos serviços de fisioterapia respiratória pediátrica, que atendem a demanda ambulatorial do serviço público ambulatorial da cidade do Natal (RN). 11 Neste sentido, o propósito desse estudo é identificar e descrever o perfil dos estabelecimentos que disponibilizam serviço de fisioterapia respiratória pediátrica ambulatorial no setor público da cidade de Natal (RN), através de informações colhidas na Secretaria Municipal de Saúde de Natal (RN) e nos estabelecimentos que dispõem desses serviços. 2 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA 2.1 ANATOMIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO 2.1.1 Tórax O tórax é a região superior do tronco que contém os pulmões, o coração, a traquéia, os grandes vasos e alguns órgãos abdominais como o baço e o fígado, sendo formado por um arcabouço ósseo cartilaginoso composto pelas costelas, vértebras torácicas, esterno e a cartilagem condroesternal, como principais estruturas. Além disso, a caixa torácica é local de inserção da musculatura respiratória responsável pelo alongamento e compressão durante os movimentos de inspiração e expiração, respectivamente, e local de inserção da musculatura dos membros superiores, que desempenham suas atividades funcionais, geralmente em conjunto com o esforço inspiratório (FRITZ; PALOLSKY; GROSENBACH, 2002; COSTA, 1999; MOORE, 1994; KISNER; COLBY, 1998). A caixa torácica é constituída por doze vértebras torácicas com seus discos intervertebrais, o esterno e doze pares de costelas, que são ossos planos encurvados, que formam a maior parte da caixa torácica e são divididas em três tipos: costelas verdadeiras (da 1ª a 7ª costela), porque se fixam diretamente ao esterno através de suas cartilagens costais próprias; costelas falsas (da 8ª a 10ª costela), pois suas cartilagens são unidas àquela costela imediatamente superior a elas. Deste modo, sua conexão com o esterno é indireta. Costelas flutuantes (11ª e 12 12ª costela), em que as cartilagens não se conectam, mesmo que indiretamente, com o esterno (KISNER; COLBY, 1998; MOORE, 1994). 2.1.2 Vias aéreas As vias aéreas têm constituição anatômica e funcional específica para permitir o transporte mucociliar e proteger a região alveolar de materiais inalados. Consistem em uma série de tubos ramificados, que se tornam mais estreitos à medida que penetram nos pulmões. A porção condutora é constituída por cavidades nasais (na respiração forçada, também por cavidade oral), faringe, laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos, responsável pela filtração, umidificação, aquecimento e resfriamento do ar inspirado de acordo com a temperatura corporal, graças à rica vascularização e às glândulas secretoras de muco e outras substâncias presentes ao longo da mucosa. A porção respiratória é formada pelos bronquíolos respiratórios e ductos alveolares revestidos pelos alvéolos, responsáveis pelas trocas gasosas e constitui a maior parte do pulmão (SHAFFER; WOLFSON; GAULT, 1994; SILVEIRA, 1984; WEST, 1996). 2.1.3 Pulmão O pulmão é o principal órgão responsável pela respiração, sendo um órgão par (direito e esquerdo), cada um deles sendo ligado ao coração e à traquéia pelas raízes e pelo ligamento pulmonar, localizados nas cavidades pleurais, separados pelo mediastino. Encontram-se livres na caixa torácica e apresentam um ápice, uma base, uma raiz e um hilo. Sua principal função é oxigenar o sangue venoso. Os pulmões de um adulto médio pesam aproximadamente 800g, e possuem um volume de 90% de gás e somente 10% de tecido propriamente dito. Eles se estendem de 1 a 2 cm acima das clavículas até o diafragma (DEAN; HOBSON, 2004; FRITZ; PALOLSKY; GROSENBACH, 2002). 13 O pulmão esquerdo é menor, mais longo, mais fino e com 2 lobos apenas (lobos superior e inferior), separados pela fissura oblíqua. Já o pulmão direito é maior, mais pesado, mais largo, mais curto e com 3 lobos (lobos superior, médio e inferior), divididos pelas fissuras oblíqua e horizontal, em que cada lobo é dividido em segmentos broncopulmonares, recebendo cada um, um brônquio e artérias segmentares. O pulmão direito é mais curto que o esquerdo, pois a cúpula diafragmática direita é mais alta e o coração e o pericárdio se projetam para a esquerda. As vias aéreas superiores se ligam aos pulmões pela traquéia e brônquios principais. Estruturas como brônquios principais, artérias e veias pulmonares, artérias e veias brônquicas, nervos e vasos linfáticos penetram no pulmão pelo hilo ou raiz do pulmão (DEAN; HOBSON, 2004; SHAFFER; WOLFSON; GAULT, 1994). A superfície dos pulmões e o interior da parede torácica estão envoltos por um saco seroso fechado; a pleura, que possui 2 folhetos: a pleura visceral (reveste a superfície do pulmão) e a pleura parietal, que recobre a parte interior da parede do tórax. Entre as duas pleuras existe um espaço virtual denominado de cavidade pleural, contendo uma película de líqüido, que permite o deslizamento de um folheto contra o outro durante as fases da respiração (DANGELO; FATTINI, 1995; MOORE, 1994). Segundo Bertolazzo e Zin (2000), Carvalho, Cunha e Barreto (2002) e Santos (1997), ocorrem dois tipos distintos de circulação: a pulmonar ou funcional, que realiza as trocas gasosas, sendo constituída pelas artérias pulmonares direita e esquerda e seus ramos subseqüentes, que levam o sangue venoso do ventrículo direito (VD) ao pulmão, e pelas veias pulmonares superior e inferior, direita e esquerda, que conduzem o sangue oxigenado (após as trocas gasosas) para o átrio esquerdo (AE). A outra circulação é a brônquica ou nutridora, nutre o tecido pulmonar e é constituída pelas artérias e veias brônquicas, que acompanham a árvore brônquica, prolongando-se aos bronquíolos pulmonares. Com relação à inervação dos pulmões, esta ocorre tanto pelo sistema nervoso autônomo (fornece as vias motoras e sensoriais dos pulmões) quanto pelo somático (fornece inervação motora aos músculos respiratórios). 14 2.2 FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Azeredo (2000) descreve a respiração como um processo fisiológico vital, onde faz parte uma sincronização de eventos relacionados e dependentes entre si. A ventilação pulmonar é descrita como uma etapa primária do processo respiratório e tem como resultado uma série de fenômenos e interações fisiomecânicas complexas. Essas interações são compostas pelo controle neural da respiração, pela musculatura respiratória, fluxo e ventilação alveolar. A principal função do sistema respiratório é a manutenção do meio interno, fornecendo oxigênio para as necessidades metabólicas e excretando gás carbônico. Dentre as funções secundárias, se podem incluir o auxílio, a manutenção do equilíbrio ácido-básico, a defesa do corpo contra partículas inaladas, a filtração da entrada de coágulos na circulação sistêmica, a síntese de substâncias vasoativas e a reserva sangüínea (BULLOCK; BOYLE; WANG, 1998). A ventilação é um ato dinâmico e dependente da ação da musculatura do tronco, que, através da expansão e retração do gradil costal, gera variações volumétricas, produzindo uma pressão interna menor que a externa, que faz o ar atmosférico entrar nos pulmões. Porém, a distribuição desse ar dentro do pulmão gera a deformação e expansibilidade de regiões do tronco. A respiração dentro da sua normalidade é realizada pela movimentação do diafragma, diminuindo ou aumentando a altura da cavidade torácica e aumentando e diminuindo o diâmetro no sentido ântero-posterior desta mesma cavidade pelo abaixamento e elevação das costelas (LOULA, 2005). No entanto, nem todo o ar que passa pelos lábios atinge o compartimento dos alvéolos onde ocorre a troca gasosa. Por exemplo, de cada 500 ml de ar inalado, 150 ml permanecem para trás no espaço morto anatômico, que é o volume das vias aéreas de condução, em que não ocorre troca gasosa. O valor normal é cerca de 150 ml, que aumenta com inspirações grandes, em virtude da tração exercida sobre os brônquios, pelo parênquima pulmonar circundante (LOULA, 2005). 15 2.2.1 Músculos Respiratórios Gambaroto (2006) afirma que a classificação dos músculos responsáveis pela respiração humana sofre algumas variações de acordo com cada autor. Mas, é indiscutível que, na respiração, atuam os músculos primários e acessórios, e aqueles que desempenham papel indispensável na respiração normal, são o diafragma e os intercostais externos. Os músculos inspiratórios primários, que estão ativos durante a respiração de repouso, são: diafragma e músculos intercostais externos. O diafragma, que é, sem dúvida, o músculo de maior importância para que ocorra o ato de respirar, e é responsável por aproximadamente 75% da alteração do volume torácico, que ocorre durante a respiração tranqüila. Possui a forma cúpula e é inserido nas costelas inferiores, separando assim a cavidade torácica da abdominal. Os músculos intercostais externos se originam na borda inferior de cada costela, e, quando se contraem, tracionam as costelas para cima e para frente, aumentado o diâmetro lateral e ântero-posterior do tórax. Eles são supridos pelos nervos intercostais que saem da medula espinhal ao mesmo nível (GAMBAROTO, 2006; WEST, 1996). Os músculos acessórios da inspiração são: escalenos, esternocleidomastóideo, trapézio, peitorais, serráteis. Durante a respiração tranqüila, a sua atuação é mínima, se é que atuam, porém, durante a respiração com esforço, eles se contraem vigorosamente (UNGIER, 2005; WEST, 1996). Já os músculos da expiração são recrutados em situações que exijam altos níveis de esforço respiratório, com o intuito de favorecer que o diafragma esteja em um comprimento ideal para realizar a sua contração, como também, aumentar o fluxo expiratório. São eles os músculos abdominais oblíquos, transverso e reto abdominal, que, quando se contraem, diminuem o diâmetro da caixa torácica, ajudando, assim, a desinsuflar os pulmões; e os músculos intercostais internos, que estão localizados sob os intercostais externos, e ajudam a expiração ativa tracionando as costelas para baixo e para dentro (ação oposta dos intercostais externos), diminuindo assim o volume torácico (GAMBAROTO, 2006; WEST, 1996). 16 2.2.2 Pressões Pulmonares Como já foi explanado, a ventilação é a troca de gases para dentro e para fora do corpo. Isso ocorre através de variações de pressão na caixa torácica, em que, durante a inspiração, com o aumento do tórax, a pressão no interior dos pulmões (pressão alveolar) torna-se mais baixa (diminui até cerca de -3 mmHg) que a pressão atmosférica e essa pressão negativa puxa o ar para dentro dos pulmões, por meio das vias respiratórias. Já durante a expiração, ocorre o oposto, a compressão da caixa torácica, em torno dos pulmões, faz aumentar a pressão alveolar para cerca de + 3 mmHg, fazendo com que o ar seja empurrado para fora dos alvéolos, para a atmosfera (GUYTON, 1988; KISNER; COLBY, 2005). Dentro do espaço intrapleural (espaço entre a pleura parietal e visceral), existe a pressão intrapleural, que é sempre menor que a pressão alveolar. Durante a inspiração, a pressão alveolar atinge cerca de -3 mmHg, enquanto que a pressão intrapleural atinge cerca de -8 mmHg, já durante a expiração, a pressão alveolar aumenta para +3 mmHg e a pressão intrapleural aumenta para -2 mmHg, permanecendo negativa e inferior à pressão alveolar (GUYTON, 1988). A ventilação é maior na base pulmonar e diminui em direção ao ápice, quando a posição do corpo é ortostática ou sentada, devido à pressão intrapleural não ser homogênea ao longo do pulmão por causa da ação da gravidade. Os alvéolos da base apresentam-se menos distendidos do que os do ápice, pelo fato da pressão intrapleural ser menos negativa neste local (WEST, 2005). 2.2.3 Resistências das Vias aéreas e Complacência Kisner e Colby (2005) e West (2005), afirmam que o ar entra nas vias aéreas, penetra pelo nariz, passando pela faringe, laringe, traquéia e, já no pulmão, brônquios, bronquíolos e alvéolos. No entanto, o ar sofre resistências até completar o caminho, sendo a primeira resistência chamada de complacência. A complacência refere-se à distensibilidade dos tecidos ou ao grau de facilidade com que os pulmões 17 se inflam durante a inspiração, sendo então o trabalho que o ar realiza para expandir os pulmões contra suas forças elásticas. Em condições normais, o pulmão é altamente complacente (cerca de 200 ml/cm d’água). Porém, a complacência se altera de acordo com a idade (com o processo normal de envelhecimento, o tecido pulmonar torna-se mais complacente) e a presença de alguma enfermidade (as doenças pulmonares, que causam fibrose, deixam os pulmões mais rígidos, ou seja, menos complacentes, enquanto que algumas doenças obstrutivas crônicas tornam o tecido pulmonar mais complacente). Uma outra resistência, que o ar sofre, é chamada de resistência tecidual, que é o trabalho realizado pelo ar para superar a viscosidade do pulmão e das estruturas da parede torácica, e tem a resistência das vias aéreas, que nada mais é do que a superação da resistência das vias aéreas para que o ar chegue aos pulmões. Esta resistência depende de vários fatores, como a bifurcação e a ramificação das vias aéreas, o diâmetro do lúmen de cada via aérea, que pode ser diminuído por muco ou edema nas vias aéreas, contração da musculatura lisa e pelo grau de elasticidade ou distensibilidade do parênquima pulmonar (KISNER; COLBY, 2005). 2.2.4 Volumes e Capacidades Pulmonares O volume corrente (VC) é o volume de ar inspirado ou expirado em cada respiração normal, com valor aproximado de 500 ml. O volume de reserva inspiratória (VRI) é o volume extra de ar que pode ser inspirado após uma inspiração normal, cujo valor é de 3.000 ml. O volume de reserva expiratória (VRE) é a quantidade extra de ar que pode ser expirada forçadamente ao final da expiração do volume normal, e seu valor é de 1.100 ml. Já o volume residual (VR) é o volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração vigorosa, sendo seu valor de 1.200 ml (GUYTON, 1988). Azeredo (2000) e Guyton (1988), dizem que a capacidade inspiratória (CI) é igual à soma do volume corrente mais o volume de reserva inspiratória (3.500 ml), sendo a quantidade de ar que uma pessoa pode inspirar, começando no nível expiratório normal e distendendo os pulmões ao máximo. A capacidade residual 18 funcional (CRF) é igual à soma do volume de reserva expiratória mais o volume residual (2.300 ml), sendo a quantidade de ar que permanece nos pulmões ao final da expiração normal. A capacidade vital (CV) é igual à soma do volume de reserva inspiratória mais o volume corrente mais o volume de reserva expiratória (4.600 ml), sendo a quantidade máxima de ar que uma pessoa pode expelir dos pulmões após ter previamente inspirado ao máximo para então expirar também ao máximo. A capacidade pulmonar total (CPT) é o volume máximo de expansão pulmonar com o maior esforço inspiratório possível, sendo igual à capacidade vital mais o volume residual (5.800 ml). 2.2.5 Difusão do Gás para Corrente Sangüínea O oxigênio (O2) e o dióxido de carbono (CO2) move-se entre o ar e o sangue por difusão simples, isto é, a partir de uma área de alta pressão parcial para uma de baixa. A difusão através dos tecidos é descrita pela lei de Fick, que afirma que a velocidade de transferência de um gás através de uma lâmina de tecido é proporcional à área do tecido e à diferença de pressão parcial entre os dois lados, e inversamente proporcional à espessura do tecido. Como a área da barreira sanguegás no pulmão, possui entre 50 - 100 metros quadrados, e a espessura é apenas 0,3 mm, elas são consideradas ideais para a difusão. E o CO2 difunde-se cerca de vinte vezes mais rapidamente do que o O2 através das lâminas de tecido, pois ela possui uma solubilidade muito mais alta, mas um peso molecular não muito diferente (GUYTON, 1988; WEST, 2005). 2.2.6 Relação Ventilação-Perfusão A base é mais ventilada e perfundida do que o ápice. Mas, a relação ventilação-perfusão é maior no ápice e a taxa de O2 no alvéolo resulta de um equilíbrio dinâmico entre as quantidades trazidas pela ventilação e aquelas 19 removidas pelo sangue capilar pulmonar. Como conseqüência, no ápice, onde a relação ventilação-perfusão é superior (ventilação maior do que a perfusão), a concentração de oxigênio alveolar é superior à base, posto que lá, a perfusão supera a ventilação. De fato, o desequilíbrio entre a ventilação e a perfusão, é o responsável pela maioria das trocas gasosas defeituosas nas doenças pulmonares. As perturbações da troca gasosa - hipoventilação e desvio (shunt) - resultam em situações chamadas de hipoxemia, isto é, uma PO2 anormalmente baixa no sangue arterial (WEST, 1996). A hipoventilação ocorre quando a ventilação alveolar for realmente baixa, ocorrendo também a queda da PO2 alveolar e a elevação da PCO2. No Shunt o fluxo sangüíneo venoso desoxigenado penetra na circulação arterial sem passar pelos alvéolos ventilados na circulação pulmonar, proporcionando uma PO2 do sangue arterial menor do que no gás alveolar (WEST, 1996). 2.3 ALTERAÇÕES ANÁTOMO-FISIOLÓGICAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO EM CRIANÇAS O desenvolvimento do sistema respiratório começa no início da vida embrionária e continua após o nascimento. No entanto, o recém-nascido é capaz de manter o esforço respiratório e o pulmão promove a ventilação e a oxigenação. Porém, algumas diferenças do aparelho respiratório infantil, ainda em formação, tornam a criança mais vulnerável na presença de algum distúrbio respiratório, como: o número e desenvolvimento mínimo de alvéolos, que compromete a realização das trocas gasosas; a imaturidade da musculatura lisa da parede dos bronquíolos até os 3 e 4 anos de idade, o que favorece ao colabamento das vias aéreas; maior resistência das vias aéreas devido ao pequeno calibre das vias aéreas e ao diâmetro reduzido dos bronquíolos terminais, fazendo com que a criança realiza um maior esforço respiratório (MORRIS, 1999; MALINOWSKY; WILSON, 2000; SHEPHERD, 2002). As vias aéreas condutoras são mais estreitas e curtas e, devido a isso, as crianças possuem um maior espaço morto anatômico. Os brônquios principais são 20 mais deslocados para o lado direito e a árvore traqueobrônquica possui uma menor complacência. A traquéia do lactente é curta e estreita, o que permite uma maior entrada de bactérias e substâncias irritativas para o pulmão. A epiglote é mais longa e menos flexível e a laringe da criança se encontra em uma posição mais alta e é mais estreita, permitindo uma respiração e deglutição simultaneamente até os 3 e 4 meses de vida e a sua mucosa torna-se exacerbada frente a irritações mínimas, obstruindo a passagem de ar. Os bronquíolos terminais possuem menor quantidade de fibra elástica e isso favorece ao colapso bronquiolar (MORRIS, 1999; MALINOWSKY; WILSON, 2000; SHEPHERD, 2002). O recém-nascido e o lactente possuem uma caixa torácica com forma arredondada, constituída principalmente por cartilagem; as costelas possuem um alinhamento horizontal, deixando a parede torácica mais flexível e menos complascente, o que proporciona uma ventilação menos eficiente e durante uma respiração mais difícil, ocorre uma maior retração acima e abaixo do esterno e nos espaços intercostais (tiragens supra-esternais, subesternais e intercostais). A musculatura respiratória encontra-se imatura, fornecendo então um menor suporte estrutural. O diafragma dos lactentes e crianças não possui a mesma quantidade de fibras musculares oxidativas (tipo1 - de contração lenta) em relação ao adulto, e devido a isso, predispõem a uma maior fadiga respiratória. Para compensar esta imaturidade das fibras musculares, eles aumentam a freqüência respiratória ao invés de aumentar a profundidade da ventilação, o que a torna mais ineficiente. Os músculos abdominais dos lactentes e crianças ainda não se encontram totalmente desenvolvidos, o que torna a tosse ineficaz para a eliminação das secreções (MORRIS, 1999; MALINOWSKY; WILSON, 2000; SHEPHERD, 2002). A parede torácica dos lactentes e crianças oferece uma menor resistência aos esforços de tração dos pulmões, e isso ocasiona um menor volume expiratório final, proporcionando uma menor capacidade residual funcional. Devido a isso, diante de um distúrbio respiratório, são freqüentes o aparecimento de atelectasias e fechamento das vias aéreas, causando uma relação ventilação/perfusão mais baixa e aumento do Shunt (MALINOWSKY; WILSON, 2000). 21 2.4 DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO A asma é uma doença que se caracteriza por inflamação e por hiperreatividade das vias aéreas, desencadeadas por vários estímulos, e que resulta em estreitamento das mesmas. Na infância, apresenta quadro clínico de características variadas, as quais geralmente são difíceis de diferenciar de outras causas de obstrução das vias aéreas inferiores. A maioria das crianças com asma apresenta episódios recorrentes de sibilância, tosse e/ou dispnéia, os quais são geralmente desencadeados por infecções virais ou ainda por exposição a fatores ambientais, tais como alérgenos, ar frio, fumaça de cigarros, entre outros. Além disso, muitas dessas alterações, que ocorrem nas vias aéreas da criança asmática, devem-se a uma resposta inflamatória local. Segundo o Consenso Brasileiro no Manejo da Asma de 2002, anualmente ocorrem cerca de 350.000 internações por asma no Brasil, sendo que a doença se constitui na quarta causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (2,3% do total) e na terceira causa entre crianças e adultos jovens (WILD et al., 2005). As sinusites podem ser clinicamente definidas como uma resposta inflamatória da membrana mucosa, que reveste a cavidade nasal e os seios paranasais e constituem uma das maiores causas mundiais de morbidade, acometendo anualmente mais de 31 milhões de indivíduos e causando mais de 500 milhões de dias de trabalho perdidos ao ano. A taxa de incidência de sinusite aguda varia de 0,5 a 10% na população geral, sendo subdiagnosticada na população pediátrica com sintomas respiratórios agudos e crônicos. Pacientes alérgicos, portadores de rinite e asma, possuem maior predisposição à sinusite crônica, além de existir uma associação clássica entre sinusite e asma, sugerindo que a presença de sinusite pode contribuir para o agravamento da asma ou mesmo que estas duas patologias possuam os mesmos mecanismos etiopatogênicos (PASTORINO et al., 1996). Segundo Rozov (2005), a bronquiolite viral aguda é caracterizada por inflamação aguda dos bronquíolos, geralmente causada por vírus sincicial respiratório (VSR) e, também, por parainfluenza tipo 3, alguns tipos de adenovirus, e influenza tipo A e B. A bronquiolite viral aguda constitui uma das principais causas de hospitalização de crianças de até 5 anos de idade, causando freqüentes visitas 22 ao setor de emergência pela ocorrência de insuficiência respiratória aguda (IRA) progressiva. De acordo com Côrrea (2000) os problemas de saúde respiratória mais freqüente, na infância, são as pneumonias. A maioria é de etiologia viral, comprometendo o estado geral e tornando as crianças suscetíveis a pneumonias bacterianas. Certos fatores desencadeantes predispõem a criança a uma invasão bacteriana como: viroses, certos gases irritantes, alterações do muco brônquico, drogas e doenças imunodepressoras, que alteram os mecanismos de defesa do sistema respiratório. O mesmo autor afirma que os primeiros sintomas da pneumonia viral são: tosse seca, rouquidão, coriza, febre baixa (até 39º C) e moderado acometimento do estado geral. Nos lactentes, podem ser observadas manifestações mais graves como febre alta, maior comprometimento do estado geral e sinais de insuficiência respiratória, necessitando de intervenção hospitalar. As pneumonias bacterianas, em geral, apresentam manifestações clínicas súbitas, que na maioria das vezes, aparecem no curso de uma infecção das vias aéreas superiores. 2.5 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA De acordo com Peixe e Arrizabalaga (2005), nas alterações fisiopatológicas provocadas pelas infecções respiratórias agudas (IRA) no paciente pediátrico, justifica-se a necessidade da fisioterapia respiratória, objetivando tanto a eliminação das secreções brônquicas quanto a facilitação respiratória por meio de manobras e padrões ventilatórios, que favoreçam a mecânica diafragmática. Entretanto, a atuação desta área da fisioterapia irá variar conforme a fase em que a doença se encontra, ou seja, durante a crise ou nos períodos de intercrise. A fisioterapia respiratória surgiu em 1901, quando se relatou o benefício da drenagem postural no tratamento da bronquiectasia. Nessa época, a tomada de decisão na clínica diária baseava-se em estudos científicos, em sua maioria, realizados com métodos rudimentares, no conhecimento fisiopatológico das doenças, em experiências pessoais e em informações obtidas através de livros e 23 opiniões de professores ou peritos. A pesquisa evoluiu e a informação científica cresceu nos últimos anos de forma tal que o médico, fisioterapeuta ou outro profissional da área, necessita de uma postura crítica e atualizada no que diz respeito às intervenções que utiliza (BRITTO; DUARTE; SILVESTRE, 2005). Papa e Trimer (2000) e Sepúlveda, Gastaldi e Carvalho (1994) afirmam que a fisioterapia respiratória faz uso de recursos cinesiológicos e mecânicos no tratamento dos pacientes, visando à prevenção, cura e reabilitação das enfermidades pulmonares, tendo com isso a busca de um restabelecimento da função pulmonar adequada e redução do trabalho respiratório. Segundo Moriyama, Guimarães e Juliani (1999) a fisioterapia respiratória pode atuar tanto na prevenção quanto no tratamento das pneumopatias, utilizando-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos, tanto em nível ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva. Durante o tratamento do paciente, deve ser realizada uma minuciosa avaliação fisioterápica com ênfase na inspeção, palpação, percussão e ausculta pulmonar, acompanhada das medidas de oximetria, força muscular respiratória e espirometria. Com estas informações, é traçado um plano de tratamento condizente com suas necessidades atuais. Na criança, a utilização da fisioterapia respiratória deve-se evidenciar que esta é um ser em crescimento e em desenvolvimento, que poderá, após uma doença pulmonar aguda, apresentar seqüelas que comprometerão sua vida futura (MORIYAMA; GUIMARÃES; JULIANI, 1999). Dentre as técnicas utilizadas em fisioterapia respiratória, estão as manobras de higiene brônquica, sendo as técnicas mais convencionais: a drenagem postural, que tem por objetivo auxiliar o deslocamento da secreção pulmonar pela ação da gravidade, além de melhorar a relação ventilação/perfusão nas vias aéreas obstruídas; a percussão, compressão torácica e vibração, que são bastante indicadas em casos de hipersecreção brônquica e têm melhores resultados quando associadas às posições de drenagem postural; técnica de expiração forçada (TEF) e tosse assistida, sendo a tosse o principal mecanismo de mobilização da secreção, tendo por conseqüência a expectoração. As manobras de expansão pulmonar são realizadas, em geral, em pacientes acamados, com o objetivo de minimizar a redução dos volumes e capacidades respiratórias, garantindo a adequada troca gasosa. No conjunto dessas manobras, encontram-se os exercícios respiratórios, que são realizados de maneira voluntária e controlados, tendo como objetivo 24 estimular a expectoração de secreções e aumentar a mobilidade, a expansão da caixa torácica e o volume corrente. A execução dos exercícios em pediatria depende da idade e do nível de compreensão do paciente, sendo possível realizá-los em crianças a partir de três anos de idade. Para todos os procedimentos usados na fisioterapia respiratória, o fisioterapeuta deve conhecer as suas contra-indicações e avaliar minuciosamente o paciente para saber qual delas utilizar (MORIYAMA; GUIMARÃES; JULIANI, 1999). 2.6 TRATAMENTO DAS PNEUMOPATIAS A atuação do fisioterapeuta nos casos de crianças com bronquiolite viral aguda, consiste em técnicas que promovam a desobstrução brônquica, através da manobra de aceleração de fluxo expiratório associado à tosse, à manobra de vibrocompressão e à drenagem postural. Após a mobilização das secreções, deve-se realizar a aspiração, evitando novos episódios de obstrução nasal (ROZOV, 2005). O tratamento da asma brônquica irá variar conforme a fase em que a doença se encontra, ou seja, durante a crise ou nos períodos de intercrise. Assim, durante a exacerbação da doença, a principal conduta fisioterapeuta é o posicionamento do paciente em decúbito dorsal, com a cabeceira do leito elevada a 45° com o quadril em semiflexão a fim de otimizar a ventilação pulmonar, já os lactentes preferem a posição vertical, no colo, onde se sentem confortáveis e seguros. As técnicas empregadas no tratamento da asma visam garantir uma melhor ventilação e menor consumo de energia, podendo ser conseguida através das manobras de higiene brônquica, padrões respiratórios, relaxamento e fortalecimento da musculatura respiratória (GUIMARÃES, 1983; PEIXE; ARRIZABALAGA, 2005). Na IRA, o tratamento deve ser direcionado de acordo com a etiologia, a gravidade da insuficiência respiratória e da fisiopatologia. Para a correção da hipoxemia, a oxigenoterapia constitui a principal medida terapêutica para o paciente em IRA, por meio do fornecimento de uma adequada oxigenação tecidual com a menor FiO2. Quando a oxigenoterapia não é suficiente para reverter quadros de hipoxemia, a utilização de ventilação mecânica não-invasiva constitui uma opção antes que se proceda à intubação orotraqueal e a ventilação mecânica invasiva. 25 Podem ser utilizadas manobras de reexpansão pulmonar e manobras de higiene brônquica (CARVALHO; PEIXE; RAIMUNDO, 2007). A fisioterapia respiratória atua no tratamento da pneumonia quando associado aos cuidados médicos e a medicamentos, sendo indicada imediatamente após o diagnóstico ou 3 ou 4 dias depois do paciente ser medicado, apresentando melhora do quadro geral. Utiliza-se uma série de técnicas para prevenção e tratamento dessa afecção, como a inaloterapia indicada para administração de medicamentos, principalmente broncodilatadores e os mucolíticos, a oxigenoterapia com a finalidade de manter a saturação de O2 maior que 90%, manobras de higiene brônquica, padrões ventilatórios e aspiração (AZEREDO, 2000; COSTA, 1999). 2.7 LEGISLAÇÃO Segundo a Constituição Federal Brasileira, art. 196 (1988), [...] a saúde é um direito fundamental do ser humano, cabendo ao poder público (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) garantir este direito, através de políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de se adoecer e morrer, bem como o acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde. O capítulo dedicado à saúde na nova Constituição Federal, promulgada em outubro de 1988, retrata o resultado de todo o processo desenvolvido ao longo dessas duas décadas, criando o Sistema Único de Saúde (SUS), regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e nº 8.142/90. Entre outros, a Constituição prevê o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde, com regionalização e hierarquização, descentralização com direção única em cada esfera de governo, participação da comunidade e atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais e preconiza o dever da família, da sociedade e do Estado em assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda 26 forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA, 1988; ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, 1990). 3 METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa descritiva, do tipo levantamento de dados, nos serviços públicos de fisioterapia respiratória pediátrica ambulatorial na cidade do Natal (RN), no período de março a julho de 2007. Segundo Cervo e Bervian (2002), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos, mas sem manipulá-los. Na pesquisa de levantamento, o pesquisador procura determinar práticas presentes ou opiniões de uma população específica. Seu resultado pode também determinar a construção de um produto final, baseado no conhecimento adquirido através da pesquisa bibliográfica e estudo de outros modelos préfabricados (THOMAS; NELSON, 2002). O universo/amostra foi composta de dois estabelecimentos de acordo com os dados obtidos após visita à Secretaria de Saúde do município de Natal (RN), pela responsável técnica do setor de encaminhamento de fisioterapia do SUS, para a aquisição do mapeamento atualizado dos serviços de fisioterapia respiratória pediátrica, que prestam assistência ambulatorial na capital. Os estabelecimentos que prestam estes serviços são: o Hospital de Pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Hosped) e o Centro de Reabilitação Infantil (CRI). Posteriormente, foi realizada uma visita aos mesmos para a coleta dos dados, a qual foi conduzida através de um instrumento de coleta de dados (apêndice 01) elaborado pelas pesquisadoras, sendo direcionada aos fisioterapeutas responsáveis pelos atendimentos da população infantil, contendo os seguintes itens: identificação do estabelecimento e do profissional fisioterapeuta responsável, número de atendimentos anuais, profissionais envolvidos nos atendimentos, horário de funcionamento, a existência de cota de atendimentos fisioterápicos e de demanda reprimida, como também, a faixa etária das crianças e as patologias respiratórias mais freqüentes. 27 Para análise estatística dos dados, foi adotado o programa Microsoft Excel 2003. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados encontrados foram organizados em tabelas, correspondendo à análise dos serviços públicos de fisioterapia respiratória pediátrica na cidade do Natal (RN), onde foi verificada a existência de apenas dois estabelecimentos: o Hospital de Pediatria da UFRN (Hosped) e o Centro de Reabilitação Infantil (CRI). Tabela 1 – Distribuicão dos atendimentos de fisioterapia respiratória pediátrica em nível ambulatorial, realizados pelo Hosped e CRI. Ano Hosped CRI Total 2002/2003 20 1.025 1.045 2004 487 697 1.184 2005 204 696 900 2006 458 700 1.158 Total 1.169 3.118 4.287 Conforme a tabela 1 foi registrado um total de 4.287 atendimentos de fisioterapia respiratória em crianças com faixa etária de 0 a 16 anos, no período de 2002 a 2006, realizados nos estabelecimentos do Hospital de Pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Hosped), com 1.169 e no Centro de Reabilitação Infantil (CRI) com 3.118. Os dados referentes ao ano de 2002 e 2003 foram fornecidos conjuntamente, devido à falta de dados referentes a cada ano isoladamente, sendo 20 atendimentos no Hosped e 1.025 no CRI, totalizando 1.045. No ano de 2004, o Hosped registrou 487 atendimentos e o CRI 697, totalizando 1.184. No ano de 2005, o Hosped notificou 204 atendimentos e o CRI 696, com um 28 total de 900. E no ano de 2006, o Hosped registrou 458 atendimentos e o CRI 700, totalizando 1.158. Esses dois estabelecimentos atendem a uma demanda relativamente pequena (7,99%) se comparado com a alta incidência de crianças portadoras de distúrbios respiratórios, que, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (2007), em nível hospitalar e na faixa etária de 0 a 14 anos, no período de 2002 a 2006 é de 30.488 casos, observando-se uma incidência significativa em crianças menores de 5 anos, tendo um total de 22.399 casos, o que representa 58,3% dos casos de doenças respiratórias na cidade de Natal (RN), totalizando um gasto de R$ 15.705.261,38 ao governo. A incidência dessas afecções é maior nas crianças com menos de 5 anos de idade, o que encontra-se de acordo com a literatura, que segundo o estudo de Morris (1999), Malinowsky e Wilson (2000) e Shepherd (2002) que afirmam que algumas diferenças no aparelho respiratório infantil, ainda em formação, tornam a criança mais vulnerável ao aparecimento de distúrbios respiratórios. De acordo com os mesmos autores, dentre os fatores, que predispõem a criança a uma maior incidência de afecções respiratórias destacam-se: o número e o desenvolvimento mínimo de alvéolos, que compromete a realização das trocas gasosas; a imaturidade da musculatura lisa da parede dos bronquíolos, que favorece ao colabamento das vias aéreas; o diâmetro reduzido dos bronquíolos terminais, que determina um maior esforço respiratório; a traquéia do lactente por ser curta e estreita permite uma maior entrada de bactérias e substâncias irritativas para o pulmão; a caixa torácica por ser constituída principalmente por cartilagem e as costelas serem alinhadas horizontalmente, tornam a parede torácica mais flexível e menos complacente, proporcionando uma ventilação menos eficiente; e, por a musculatura abdominal nos lactentes e crianças ainda não estar totalmente desenvolvida, torna a tosse ineficaz para a eliminação das secreções; dentre outros aspectos. Além disso, este dado encontra-se de acordo com o estudo de Benicio et al. (2000) e Prietsch et al. (2002), que estimam que 25% a 33% do total das mortes observadas nos cinco primeiros anos de vida sejam causadas por infecções respiratórias e são motivos importantes de manutenção das altas taxas de morbimortalidade em menores de cinco anos nos países em desenvolvimento. 29 Devido a essa imaturidade do sistema respiratório infantil, a fisioterapia pode trazer inúmeros benefícios para a preservação de um aparelho respiratório íntegro e para o tratamento de um quadro patológico instalado. Segundo Peixe e Arrizabalaga (2005), essas alterações justificam a necessidade da fisioterapia respiratória nos pacientes pediátricos, no intuito de promover a eliminação das secreções brônquicas e a facilitação respiratória, reduzindo então o trabalho respiratório. Papa e Trimer (2000) e Sepúlveda, Gastaldi e Carvalho (1994) reforçam que a fisioterapia respiratória visa à prevenção, cura e reabilitação das enfermidades pulmonares, restabelecendo uma função pulmonar adequada, promovendo a mobilização das secreções pela otimização do clearance mucociliar, melhorando o quadro de hipoxemia e da limitada mobilidade. Entretanto, na cidade de Natal, observa-se uma desproporção entre a incidência de doenças respiratórias e o número de atendimentos ambulatoriais, devido à inexistência de um serviço de referência oferecido pelo Sistema Único de Saúde. Segundo Moriyama, Guimarães e Juliani (1999), a fisioterapia respiratória pode atuar tanto na prevenção, quanto no tratamento das pneumopatias, utilizandose de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos tanto em nível ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva. Na cidade de Natal não se observam ações de prevenção voltadas para a população infantil portadora de doenças respiratórias, apesar de terem sido gastos pelo governo R$ 15.705.261,38 em tratamento destas afecções em nível hospitalar no período de 2002 a 2006. No Hospital de Pediatria (Hosped) os atendimentos são realizados por uma profissional fisioterapeuta especialista na área de cardio-respiratória pela Universidade Potiguar e seis estagiárias do nono período do curso de fisioterapia da UFRN, que fazem parte do projeto de extensão vinculado à universidade. O tratamento fisioterápico é requisitado mediante pedido de consulta, sempre feito pelo médico lotado na divisão de atendimento às crianças, do próprio Hospital de Pediatria ou encaminhada pelo distrito, ambos conveniados pelo SUS. Neste estabelecimento, foram realizados 4.238 atendimentos na área da fisioterapia motora e respiratória no período de 2002 a 2006, sendo cerca de 27,5% na área de respiratória. O restante do atendimento constitui-se de casos de seqüelas neurológicas, retardo de desenvolvimento neuropsicomotor e outros quadros. Na fisioterapia respiratória, são atendidas crianças na faixa etária de 0 a 16 anos, no 30 horário de segundas e quartas-feiras, cerca de 4 horas por dia, sendo as principais patologias atendidas a fibrose cística, broncopneumonia, asma brônquica, bronquiolite, atelectasia, bronquiectasias, pneumonia, broncodisplasia, derrame pleural e bebê chiador. Não há cota estabelecida para os atendimentos de fisioterapia respiratória e não há registro de demanda reprimida. No Centro de Reabilitação Infantil (CRI) os atendimentos são realizados por uma profissional fisioterapeuta especialista na área de avaliação fisioterapêutica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e por acadêmicos do oitavo período do curso de fisioterapia da Universidade Potiguar, vinculado ao estágio curricular da mesma. O encaminhamento a fisioterapia é realizado de duas maneiras: através da demanda interna, em que é registrado no prontuário do paciente a solicitação do acompanhamento fisioterápico; ou através da demanda externa. Nos casos em que pacientes externos necessitem da fisioterapia respiratória é realizada uma triagem para verificar se há disponibilidade de vagas por parte do estabelecimento. Nesta instituição, foram realizados 35.046 atendimentos na fisioterapia motora e respiratória no período de 2002 a 2006, sendo cerca de 8,9% na área de respiratória. O restante do atendimento constitui-se de casos de seqüelas neurológicas, retardo de desenvolvimento neuropsicomotor e outros quadros. Na fisioterapia respiratória são atendidas crianças de 0 a 16 anos, que já estão realizando tratamento nesse estabelecimento por outros profissionais e outras áreas de atuação (demanda interna) e as principais patologias são: pneumonia, asma, fibrose cística, insuficiência respiratória, bronquectasia e laringomalácia. Os atendimentos são realizados em convênio com o SUS, com cota mínima de 6 atendimentos por dia, no horário de segunda a sexta, das 7:30 as 11:30 horas. Apesar da Secretaria Municipal de Saúde de Natal não informar, a Universidade Potiguar (UnP) realiza atendimento fisioterápico a crianças com problemas respiratórios, não sendo este especializado à população infantil, já que atende público sem distinção de faixa etária. No entanto, esses atendimentos, apesar de serem realizados em excelente estrutura física, por acadêmicos em fase de estágio, e com supervisão direta de professores especialistas em Fisioterapia respiratória, os mesmos ocorrem de acordo com o calendário acadêmico, não havendo atendimento no período das férias, além de não possuir convênio com o SUS, sendo cobrada uma taxa de acordo com a renda per capta da família, 31 estabelecida a partir de triagem sócio-econômica realizada pelo serviço social institucional. De acordo com os dados obtidos pelo Hosped e CRI, nestes estabelecimentos não há registro de demanda reprimida. Entretanto, além da elevada incidência de doenças respiratórias observadas na população infantil da cidade de natal (RN) e de acordo com os dados da pesquisa de Groehs e Lisboa (2005), os profissionais pediatras das Unidades de Saúde dos Distritos Sul e Leste, afirmaram que menos de 10% das crianças atendidas recebem tratamento fisioterápico, 80% dos mesmos afirmaram não existir um profissional de fisioterapia para atender as crianças nas Unidades de Saúde e 100% deles afirmaram existir a necessidade de um tratamento fisioterápico para as crianças e consideram importante a existência de um programa de prevenção dos problemas respiratórios agudos e crônicos, sendo o fisioterapeuta citado com 50% das indicações como o profissional mais qualificado na prevenção e no tratamento dessas afecções. Apesar do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) preconizar que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade e ao respeito, na cidade de Natal o serviço público de fisioterapia respiratória pediátrica necessita: de ampliação do número de profissionais capacitados para o atendimento especializado à população infantil; aumentar o número de unidades de saúde, que ofereçam serviços especializados nesta área com o objetivo de melhorar as ações de prevenção, promoção e tratamento dos distúrbios respiratórios, diminuindo assim o número de hospitalizações e reinstalações do quadro patológico, com conseqüente diminuição dos gastos do governo; assegurar aos profissionais da saúde cursos de capacitação, para proporcionar tanto à população quanto aos profissionais um atendimento mais qualificado e atualizado; divulgação e conscientização da população sobre a importância da fisioterapia no tratamento e na prevenção de doenças respiratórias. Moriyama, Guimarães e Juliani (1999) ressaltam que a utilização da fisioterapia respiratória é importante para minimizar as complicações decorrentes dos distúrbios pulmonares agudos, que podem vir a determinar a instalação de seqüelas definitivas que podem comprometer sua integridade física e qualidade de vida. 32 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Na cidade de Natal (RN) existem dois estabelecimentos que prestam assistência fisioterápica respiratória pediátrica ambulatorial, atendendo crianças com uma faixa etária de 0 a 16 anos, portadoras de diversas patologias respiratórias. Tendo em vista a alta incidência de casos de doenças do aparelho respiratório na faixa etária de zero a 14 anos na cidade de Natal (RN) e que apenas dois estabelecimentos disponibilizam o atendimento fisioterápico a essas crianças, percebe-se a necessidade de ampliação dos serviços existentes e estruturação de novos estabelecimentos que atendam a esta parcela da população, além da inclusão de novos profissionais fisioterapeutas especializados. ANALYSIS OF THE PUBLIC SERVICES OF RESPIRATORY FISIOTERAPIA PEDIÁTRICA AMBULATORIAL OF NATAL (RN) CITY Abstract In developing countries, it’s estimated that 25% to 33% of all deaths observed during the first five years of life are caused by acute respiratory infections. Between 2002 and 2006 were registered 38,322 cases of respiratory diseases in general population treated in hospitals, and among them 30,488 (79,5%) were in the age from 0 to14 years. This study means to identify and describe the public services that provides pediatric respiratory physiotherapy ambulatorial assistance in Natal (RN). These are a data analysis descriptive study. The results observed that there were only two places that provides this kind of physiotherapic assistance, the HOSPED (Hospital de Pediatria da UFRN) and the Centro de Reabilitação Infantil (CRI). Between 2002 to 2006, 1,169 patients were attended, by physiotherapists and students from UNP, in HOSPED and 3,118 in CRI, from ages of 0 to 16 years. The high incidence of respiratory diseases between the 0 to 14 -year age group in Natal and the fact that only two public services provides the assistance for these children, its clear that is necessary to enlarge the existing services and also create new ones, with new physiotherapists professionals. Palavras – chave: Rehabilitation. Pediatrics. Respiratory illnesses. Public health. REFERÊNCIAS AZEREDO, C. 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