51º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005 Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4 [email protected] Palavras-chave: Hepatite crônica, VHC, Citogenética, Micronúcleo, Hepatocarcinogênese Almeida,TMB1, Carrilho, FJ2, Leitão, RC3, Sonohara, S1 1 Disciplina de Oncologia, Depto de Radiologia, FMUSP; 2 Disciplina de Gastroenterologia Clínica-Hepatologia, Depto de Gastroenterologia, FMUSP; 3 Laboratório de Anatomia Patológica Diagnóstika SP. Anormalidade citogenética em amostras de fígados de pacientes com hepatite crônica por infecção do vírus da hepatite C (VHC) Doenças crônicas do fígado, assim como hepatite crônica (HC) e cirrose hepática (CH) pelo vírus da hepatite C (VHC) tem sido consideradas fatores que predispõem ao desenvolvimento do carcinoma hepatocelular (CHC). A falta de dados genéticos e citogenéticos em hepatite crônica humana pelo VHC (HC-VHC) levou-nos a investigar a presença da formação de micronúcleos (MN), como um indicador de instabilidade cromossômica. As análises de 2000 hepatócitos mononucleados / área foram realizadas em biópsias e imprinting de amostras de fígados de pacientes como segue: parênquima de fígado de 10 casos de HC-VHC (Grau de Fibrose F1); nódulos e macronódulos regenerativos de 10 casos de CH-VHC (moderadamente ativa grau IV), nódulos e macronódulos regenerativos, bem como nódulos tumorais de 10 casos de CH-VHC, associados com CHC (CH-VHC-CHC) graus II e III. Além destes, foram incluídas treze amostras de fígados sadios de doadores de órgãos. Para a detecção de perda cromatínica as amostras foram coradas pelo método de Feulgen/fast-green. As freqüências de MN foram tratadas estatisticamente pelo teste t de Student, sendo considerado um nível de significância de P≤0,05. Nossos resultados mostraram que a média de hepatócitos micronucleados (HepsMN) dos casos de HC-VHC (33,20±11,97) foi maior e estatisticamente significante, quando comparada ao grupo controle (5,84±2,70) P<0,05. Da mesma forma, observamos que a média de Heps-MN do grupo HC-VHC (33,20±11,97) também foi maior e significantemente diferente, quando comparada aos nódulos regenerativos (14,0±10,23) e macroregenerativos (13,50±3,89) das amostras dos pacientes com CH-VHC (P<0.05), bem como em relação aos nódulos regenerativos (18,0±11,20) e macroregenerativos (18,28±10,22) dos casos com CH-VHC e CHC (P=0,05). Apesar destes fatos, quando comparamos a média de Heps-MN de HC-VHC àquelas dos nódulos tumorais (30,90±12,45) dos casos de CH-VHC-CHC, não encontramos diferença (P>0,05). Tendo em vista nossos resultados, concluímos, pela primeira vez, que o parênquima hepático com hepatite crônica por infecção do VHC, em estágio inicial de fibrose, é citogeneticamente anormal. Sendo assim, é possível que a instalação do acúmulo de alterações cromatínicas por mecanismos de aneugenicidade e/ou clastogenicidade, de forma precoce, venha influir, ao longo do tempo, na progressão dessa doença (HC) e contribuir para o desenvolvimento da malignidade hepática. Suporte Financeiro: Fapesp 03/12728-7; Projeto Hepatologia-Hepatites/Câncer - Alves de Queiróz Family Fund for Research ; Sense Ind. Com. Ltda. 1258