INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE B (VHB) A hepatite B durante a gestação, aguda ou crônica, não aumenta morbimortalidade materna ou complicações fetais No entanto, 70 a 90% dos RN infectados permanecerão cronicamente infectados. Transmissão vertical do VHB: Modo mais importante de transmissão: 95% dos casos - exposição perinatal ao sangue materno. Maior risco de transmissão na presença de AgHBe. Identificação e manejo da gestante infectada: Triagem sorológica – HbsAg com 30 semanas de gestação; Uso isolado de vacina contra VHB previne 70-85% dos casos de transmissão vertical; Uso combinado de imunoglobulina hiperimune contra VHB (IGHB) e vacina protege 85-95% dos casos ( mesmo quando a mãe é portadora do antígeno HBe e não possui anti-HBe). Medidas para o RN exposto ao VHB: Não se indica parto cesárea; Evitar amniocentese e cordocentese; Manobras de reanimação e aspiração gástrica, se necessárias, devem ser gentis; Remoção de secreções pelo banho; Administração de injeções endovenosas ou intramusculares somente após o banho; Não se contra-indica o aleitamento materno Colher marcadores sorológicos dos RN cujas mães são portadoras do AgHBs e/ou AgHBe. Imunoprofilaxia para transmissão perinatal de hepatite B Imunoglobulina hiperimune para hepatite B (IGHB): 0,5 ml IM (preferencialmente nas primeiras 12 a 24 horas de vida). Não utilizar após 7 dias de vida. Vacina para hepatite B: 0,5 ml IM. Iniciar até 7 dias de vida, preferencialmente nas primeiras 12 a 24 horas de vida em local diferente da administração da IGHB Repetir com 1 mês e 6 meses de vida 118 INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE C (VHC) Responsável por 80% dos casos de hepatite não A e não B. A transmissão vertical pode ocorrer durante a vida intra-uterina como no parto; O aleitamento materno, na ausência de lesões sangrante na região dos mamilos não aumenta a transmissão pelo VHC. Potenciais fatores que influenciam na transmissão vertical do VHC: Fatores de risco: Viremia materna (RNA do virus detectável) Ruptura porolongada de membranas amnióticas Procedimentos obstétricos invasivos Exposição intra-parto ao sangue materno Fatores facilitadores de transmissão: Coinfecção maternal com HIV História materna de uso de drogas injetáveis Doença materna ativa pelo VHC Pai (parceiro sexual) infectado pelo VHC Fatores não associados a transmissão: Tipo de parto Aleitamento materno Gestação prévia com filho infectado peloVHC Genótipo viral Fonte: Atenção à Saúde do Recém-nascido – Guia para os Profissionais de Saúde – volume 2, p146 Cuidados com o RN filho de mães soropositivas para VHC: Limpeza imediata do sangue e secreções maternas; Manobras de reanimação e aspiração nasal e/ou gástrica, se necessárias, devem ser gentis. Diagnóstico da infecção maternal eperinatal: Materno: testes imunoenzimáticos (ELISA); testes confirmatórios – imunoblot recombinante ( RIBA 2 ou 3); 119 PCR qualitativa ( se positivo confirma a infecção, se negativo não a exclui). Os RN são considerados infectados se ocorrer pelo menos uma das seguintes situações: RNA do VHC detectado em pelo menos duas amostras de soro obtidas com intervalos de pelo menos três meses durante o primeiro ano de vida. A ausência do RNA não exclui a infecção. Repetir com 3, 6 e 12 meses de idade. Anticorpos anti-VHC persistem positivos após 18 meses de idade. Os anticorpos anti-VHC tornam-se indetectáveis até 15 a 18 meses de vida. Fonte: Atenção à Saúde do Recém-nascido – Guia para os Profissionais de Saúde – volume 2, p147 120