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XXVII CONGRESSO BRASILEIRO
DE NEFROLOGIA
Temas Livres Pôsters - Doença Renal Crônica
TLP: 218
Proposta de Rastreamento de Doença Renal Crônica na
população no Dia Mundial do Rim
Autor(es): Daniel Rinaldi dos Santos, Victor do Couto Rosa
Jordão, Thiago Cavenaghi Castanheira, Marcelo Rodrigues
Bacci, Ronaldo Roberto Bergamo, Fernando Luiz Affonso
Fonseca, Felipe Ribeiro Bruniera, Felipe Moreira Ferreira, Livia
Yadoya Vasconcelos
FACULDADE DE MEDICINA DO ABC
INTRODUÇÃO:Conhecer a prevalência da doença renal crônica
(DRC) no Brasil e no mundo é algo muito cobiçado, porém
extremamente desafiador para os pesquisadores mesmo com o
aprimoramento das técnicas de rastreamento precoce.Diabetes e
hipertensão arterial são as duas maiores causas de DRC no
mundo, associado ainda ao envelhecimento populacional.Traçar o
perfil dos pacientes e realizar um rastreamento adequado é a
melhor forma de intervir rapidamente e realizar prevenção da DRC
com potencial para impacto na qualidade de vida e
sobrevida.OBJETIVO:Avaliar a presença de proteinúria por fita
reagente em campanha mundial de prevenção de doença renal
como rastreamento para DRC no município de São Bernardo do
Campo.MÉTODO:Trata-se de estudo transversal baseado na
análise da resposta de questionário de doença renal e realização
do Dipstick Test em 205 pacientes na campanha do Dia Mundial do
Rim de 2013.O estudo foi conduzido pela disciplina de Nefrologia
da Faculdade de Medicina do ABC.O critério de exclusão
constituiu estar no período menstrual.RESULTADOS:Do total de
205 pacientes estudados, 66,34% eram mulheres com idade
média de 46,32 anos.Cerca de 34,14% dos pacientes eram
hipertensos e 9,75% diabéticos.A glicemia capilar média foi de
118,2 mg/dL. Obtivemos 28,29% de alteração na urinálise com
4,87% correspondente à presença de proteinúria.O grupo com
urina alterada possuía maior idade (51,36 anos),mais diabéticos
(18,96%) e glicemia capilar média superior (143,2mg/dL contra
108,22 mg/dL no grupo com exame normal).DISCUSSÃO:Nossos
resultados evidenciam a importância da ferramenta de
rastreamento simples de uma população aleatória para a
presença de alterações renais.Demonstrou-se que apenas 13.79
% sabiam ter alguma alteração renal porém a grande maioria dos
pacientes com rastreamento positivo não tinham conhecimento
das alterações que possuíam.Sabe-se ainda que a população
brasileira está envelhecendo e que tanto a idade e a presença de
diabetes,além da HAS podem ser fatores de riscos para o
desenvolvimento de doenças renais corroborando com a
necessidade de rastreamento precoce viabilizado por campanhas
específicas. Logo, conclui-se que o rastreamento para DRC por
urinálise é importante ferramenta de diagnóstico e posterior
acompanhamento com especialista em uma população aleatória.
84
Teixeira, Beata Marie Redublo Quinto, Cassio Jose de Oliveira
Rodrigues, Maria Aparecida Dalboni, Sylvia Manfredi, Maria
Eugênia Canziani, Marcelo Costa Batista1
Divisão de Nefrologia, Universidade Federal de São Paulo,
Nephrology Division - New England Medical Center - Tufts
University, Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo
INTRODUÇÃO: A Dimetil Arginina Assimétrica (ADMA) é um
inibidor endógeno da sintase do óxido nítrico. Seu papel como
biomarcador e agente indutor na progressão da doença renal,
complicações vasculares e morte tem sido apresentado na
literatura. Em modelo genético de camundongos deficientes para
dimetilarginina dimetilaminohidrolase 1 (DDAH1), que degrada a
ADMA, e ApoE, ocorre redução das lesões vasculares
ateroescleróticas e melhora da vasodilatação dependente do
endotélio. Uma vez que o polimorfismo da ApoE se destaca na
determinação de níveis lipídicos e na ocorrência de doenças
cardiovasculares (DCV), é possível questionar se module a
disfunção endotelial induzida pela ADMA.
OBJETIVO: Avaliar o efeito do polimorfismo genético da ApoE
sobre os níveis de ADMA em uma coorte de pacientes hipertensos
estratificados pela função renal.
PACIENTES E MÉTODOS: Pacientes estratificados em três
grupos pela TFG estimada através do CKD -EPI : I > 60ml/min , II _
60 ml / min e > 15 ml / min, e III _ 15 ml / min. Níveis de ADMA
plasmática medidos através da HPLC. Análise dos polimorfismos
do gene da ApoE feita através da amplificação do PCR e posterior
eletroforese em gel de agarose à 2%. A frequência dos alelos
comparada entre o primeiro e o terceiro tercil da ADMA em cada
grupo, assim como características epidemiológicas, clínicas e
laboratoriais .Análise estatística realizada com o software IBM
SPSS Statistics 20.0 .
RESULTADOS: Média de idade dos pacientes foi de 60,1 ± 14,1
anos, 318 (50,7%) eram homens, o IMC foi de 28,0 ± 5,3, 396
(63,2%) eram brancos , 244 (38,9%) tinham DM, 316 (50,4%)
tinham dislipidemia, 223 (35,6%) tinham doença cardiovascular
(DCV). Os grupos foram, respectivamente, compostos por 189,
229 e 202 pacientes . O Alelo E2 da ApoE estava presente em 67
(10,7%) dos pacientes; o alelo E3, em 588 (93,8%); o alelo E4 em
116 (18,5%) . No grupo III, o alelo E4 da ApoE foi encontrado em
53,3% dos pacientes no primeiro tercil da ADMA e em 14,7%
daqueles no terceiro tercil (p = 0,000, teste do Qui quadrado). Esta
correlação permaneceu significativa mesmo após controle para
covariáveis, como idade, sexo, raça, IMC, DM, DCV, PCR e LDL
(OR 0.127, CI: 0,35-0,468, p = 0,002).
CONCLUSÃO: O alelo E4 da ApoE está associado de forma
independente a baixos níveis de ADMA entre pacientes com
estágio avançado da doença renal. Esta associação pode
representar um caminho genético desconhecido
TLP: 220
TLP: 219
"Tumor marrom do hiperparatireoidismo secundário à
doença renal crônica: relato de caso"
A Função Renal Determina Modulação da Disfunção
Endotelial em Pacientes Hipertensos através do
Polimorfismo Genético da Apolipoproteína E (ApoE).
Autor(es): Ednéa Aparecida Ladeira Marques de Carvalho,
André Luiz de Faria
Autor(es): Mauro Sergio Martins Marrocos, Andrei Alkmin
Santa Casa de Misericórdia de Lavras
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
Introdução: O tumor marrom, cuja denominação deve-se a sua
coloração característica, proveniente da hemorragia intralesional
e do depósito de hemossiderina em seu interior, é uma forma de
osteíte fibrosa cística, o estágio final do processo de
remodelamento ósseo durante o hiperparatireoidismo.
Clinicamente apresenta-se como uma massa tecidual expansiva
cuja localização incluem ossos longos, clavícula, costela e pelve e
menos frequentemente em maxila e mandíbula.
Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 23 anos de idade, em
terapia renal substitutiva devido a insuficiência renal crônica (IRC),
secundária a nefropatia de refluxo, desde setembro de 2003, e
com diagnóstico de hiperparatireoidismo secundário à doença
renal crônica. Apresentou-se a sessão dialítica em março de 2011
com dor em membro inferior direito, dificultando a deambulação e
com exoftalmia à esquerda em junho do mesmo ano. Realizou-se
tomografia computadorizada do membro inferior e da face que
determinou lesões ósseas intramedulares, com afilamento da
cortical adjacente. Diante da correlação com os dados clínicos e
com os exames de imagem levantou-se a hipótese de tumor
marrom. A conduta foi a submissão da paciente à biópsia da lesão
do seio maxilar esquerdo, cujo exame histológico revelou
granuloma reparativo de células gigantes multinucleadas,
alterações características do tumor marrom. O tratamento de
escolha foi a paratireoidectomia total, que resultou em melhora do
estado geral e regressão dos sintomas causados pelas
deformidades ósseas.
Discussão: O caso retratado evidencia a presença de tumor
marrom relacionado ao hiperparatireoidismo secundário em
paciente com IRC grau V. Essa afecção incomum ocorre
predominantemente em mulheres entre a quinta e sexta décadas
de vida, sendo a localização em maxila e mandíbula rara.
Entretanto, o hiperparatireoidismo secundário é uma complicação
frequente à medida que pacientes permaneçam em hemodiálise
por longo período de tempo e o aumento da secreção do PTH
representa o fator causal das deformidades ósseas. O diagnóstico
final deve ser baseado na associação entre história clínica,
exames laboratoriais e de imagem, além da biópsia. A terapia de
escolha consiste no controle do hiperparatireoidismo que pode ser
realizado através de medicação oral ou incremento da dose de
diálise. Entretanto, quando os níveis de cálcio e fósforo não
respondem a terapia ou quando o
TLP: 221
Importância da recomendação de pesquisa de nefropatia
em pacientes portadores de HIV atendidos em um
ambulatório especializado
Autor(es): Erika Thaynara Pereira Martins, Maria Carolina
Santos Malafaia Ferreira , Ayrton Macedo Guimarães de Oliveira
, André Falcão Pedrosa Costa
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
INTRODUÇÃO Pacientes portadores do Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV), por inúmeros fatores podem
apresentar diversas alterações renais agudas e crônicas e isto
influenciar diretamente os desfechos. Diante de tal importância, o
objetivo deste trabalho foi analisar presença do diagnóstico de
acometimento renal, como um aspecto do cuidado integral, diante
do risco deste agravo estar presente na população atendida em
um ambulatório especializado.
MÉTODOS Traçou-se uma análise retrospectiva de prontuários e
também coleta de exames de forma prospectiva abrangendo 99
pacientes infectados pelo HIV, atendidos no ambulatório de HIV/
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) de um hospital de
moléstias infectocontagiosas. 31 pacientes foram entrevistados e
submetidos a coletas de amostras de urina para avaliação da
microalbuminúria. A filtração glomerular foi estimada com as
fórmulas de Modified Diet in Renal Disease simplificada. Os dados
foram armazenados, tabulados e analisados através do programa
EPIINFO (versão 6.0) e foi realizada uma análise estatística
descritiva, por meio do cálculo das porcentagens.
RESULTADOS 99 pacientes foram incluídos no estudo, 58,58%
eram do sexo masculino e 41,41% do sexo feminino; 84 (84,84%)
pardos, 10 (10,10%) negros e 5 (5,05%) brancos. A idade média foi
de 41,02 ±11,05 anos. Quanto ao esquema terapêutico, a
Lamivudina (3TC), foi o fármaco mais utilizado pelos pacientes
(84,21%), 26 (21,37%) pacientes faziam uso da associação de
3TC, Zidovudina e Efavirenz. Percebeu-se claramente que a
busca do diagnóstico de acometimento renal foi insignificante.
Entre 95 pacientes, apenas 17 (17,89%) apresentavam no
prontuário exame simples de urina, dentre os quais dois (11,76%)
apresentaram alteração na coloração, onze (64,70%)
apresentaram alteração no aspecto, três (17,64%) apresentaram
pH menor que 5,5, um apresentou pH maior que 7 (5,88%) e três
(17,64%) apresentaram proteinúria de +. Sete (7,36%) tinham
hipertensão arterial sistêmica, cinco (5,2%) apresentaram queixas
urinárias e três (3,15%) apresentaram edema. A média da
microalbuminúria em amostra isolada foi de 2,12 mg/dL ±3,32, e
doze (38,71%) apresentaram a dosagem acima de 1,7 mg/dL.
CONCLUSÃO Não se observa uma rotina de pesquisa de
acometimento renal, mesmo em um ambulatório especializado.
Por se tratar de uma população particularmente exposta ao risco
de nefropatia, os protocolos clínicos do Sistem
TLP: 222
IMC E CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL COMO PREDITORES
DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES
DIABÉTICOS
Autor(es): José Ayrton Macedo Guimarães de Oliveira, Erika
Thaynara Pereira Martins, Lucas Nascimento Tavares, Maria
Carolina Santos Malafaia Ferreira, André Falcão Pedrosa Costa
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
Introdução. Uma condição altamente prevalente nos pacientes
diabéticos é a obesidade a qual é estratificada segundo os
patamares do Índice de Massa Corporal (IMC) que possui
implicações diagnósticas bem definidas. Porém pode
subdiagnosticar a distribuição da gordura visceral que também se
correlaciona com maior risco cardiovascular. O objetivo desse
estudo foi observar dois métodos de avaliação da obesidade: o
IMC e a circunferência abdominal (CA) e verificar sua associação
com fatores de risco cardiovascular em pacientes diabéticos.
Método. Desenhou-se um estudo transversal que incluiu 45
diabéticos adultos participantes do programa HIPERDIA, de uma
unidade de saúde da família em Alagoas. Foram mensurados o
peso corporal (em quilograma) e estatura (em metro) para o
cálculo do IMC; a CA e do quadril (em centímetros) para o cálculo
da relação cintura/quadril (RCQ). Resultados de exames
bioquímicos como glicemia de jejum, hemoglobina glicada,
triglicerídeos, colesterol total e frações; bem como dados
demográficos (sexo, idade e raça) foram coletados dos
prontuários dos pacientes para analise clínica. Foram aferidos o
índice tornozelo-braço e a pressão arterial no momento da
avaliação. Os dados foram armazenados e analisados no
programa Bioestat 5.0., sendo usado percentual dos dados,
média, desvio padrão e análise de correlações. Trabalhou-se num
intervalo de confiança de 95%.Resultados. Dentre os indivíduos
estudados, 30 eram feminino e 15 masculino. A Idade variou de 37
a 81 anos, sendo 59,1 ± 9,6 no feminino e 54,6 ± 8,1 anos no sexo
masculino. A prevalência de síndrome metabólica foi de 55,5% e
as frequências de sobrepeso e obesidade no sexo feminino e
masculino foram bastante elevadas: 33,33% e 53,33%; 46,67% e
33,33% respectivamente. A CA apresentou-se em 86,67% das
mulheres acima de 88 cm e em 40% dos homens acima de 102 cm.
O IMC e a CA apresentaram uma correlação positiva e
estaticamente significativa (p<0,001), entretanto quando
correlacionados com outros fatores de risco cardiovascular não
apresentaram significância estatística, assim como a RCQ. O
gênero feminino apresentou as maiores taxas de colesterol total e
triglicerídeos e os homens de doença arterial periférica.
Conclusão. Medidas antropométricas como parâmetro clínico
único para análise de risco cardiovascular não é plenamente
correto. É necessário o acompanhamento contínuo pela análise
concomitante de vários p
TLP: 223
PERFIL DA INGESTA DE FÓSFORO ENTRE PACIENTES
COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE.
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
85
Autor(es): Carlos Wellington Machado de Melo, Ana Cláudia de
Oliveira Portela, Catarine Cavalcante Ary, Gabriel Freire
Cordeiro Sampaio, Halane Maria Rocha Pinto, João Laerte
Alves de Freitas, Klênio Clécio Lopes Melo, Matheus Silva de
Moraes, Paulo Roberto Santos, Tarcizio Brito Santos
Santa Casa de Misericórdia de Sobral
Introdução: A restrição da ingesta de fósforo faz parte do
tratamento da doença renal crônica dialítica. O estudo teve por
objetivo estimar a quantidade de fósforo ingerida por pacientes
com doença renal crônica dialítica.
Métodos: Foram estudados 103 pacientes com doença renal
crônica em esquema regular de hemodiálise. Foram coletados os
seguintes dados: gênero, idade, classe social e ingesta de fósforo
(mg/dia). A classe social foi definida pelos critérios da Associação
Brasileira de Institutos de Pesquisa e Mercado. A ingesta de
fósforo foi estimada pelo cálculo do recordatório de consumo
alimentar de 48 horas, incluindo um dia de diálise e um dia sem
diálise. O resultado em mg/dia da ingesta de fósforo correspondeu
à média dos dois dias. Foi considerada como ingesta apropriada
de fósforo os valores menores ou iguais a 800 mg/dia.
Resultados: A amostra foi constituída por 63 (61,0%) homens e 40
(39,0%) mulheres com idade média de 52,1 anos. A distribuição
por classe social foi a seguinte: nenhum paciente da classe A, 4
(3,8%) da classe B, 50 (48,6%) da classe C, 46 (44,7%) da classe
D e 3 (2,9%) da classe E. A média de ingesta de fósforo foi 833,6
mg/dia. Quarenta e oito (46,6%) pacientes apresentaram ingesta
recomendada (inferior ou igual a 800 mg/dia).
Conclusões: A maioria dos pacientes com doença renal crônica em
hemodiálise apresenta ingesta de fósforo em níveis não
recomendados. O resultado serve como alerta para que haja um
esforço da equipe de saúde para conscientizar os pacientes sobre
a importância da restrição de fósforo na dieta diária.
TLP: 224
Associação entre doença renal crônica e alterações
cardiovasculares em uma população de atenção primária
Autor(es): Suzana Greffin1, Mauro Barros André3, Jorge Paulo
Strogoff3, Hye Chung Kang1, Antonio José Lagoeiro Jorge1,
Maria Luiza Garcia Rosa2, Jocemir Ronaldo Lugon3
1 Pós-graduação em Ciências Cardiovasculares / Ciências
Médicas, Faculdade de Medicina, UFF 2 Departamento de
Epidemiologia e Bioestatística, Instituto de Saúde da
Comunidade, UFF 3 Nefrologia/Medicina Clínica, Faculdade de
Medicina, UFF
Introdução: A doença cardiovascular (DCV) é especialmente
prevalente em pacientes com doença renal crônica (DRC).
Avaliou-se essa associação em uma amostra de uma população
de atenção primária de Niterói-RJ com idade _45 anos. Métodos:
Utilizou-se o banco de dados do Projeto Digitalis, que estudou a
prevalência de doenças crônicas em uma população assistida
pelo Programa Médico de Família de Niterói-RJ com uma amostra
coletada para representar a população de atenção primária dessa
faixa etária na cidade. A doença cardiovascular foi analisada por
alterações no ecocardiograma e, também, pela história de eventos
cardiovasculares. Resultados: Foram estudados 600 pacientes
(38%M; 62%F) com 59,4±10,2 anos, dos quais 72% eram
hipertensos e 24%, diabéticos. A prevalência de DRC em qualquer
estágio foi 28%. Os pacientes com DRC apresentaram maior
frequência de hipertrofia ventricular esquerda (41 vs. 28%,
P=0,002), disfunção sistólica (9,6 vs. 3,3%, P=0,002) e disfunção
diastólica (42 vs. 20%, p<0,001). Também tinham maior frequência
de história de infarto agudo do miocárdio (7,1 vs. 3,3%, P=0,041) e
de acidente vascular cerebral (7,1 vs. 2,8%, P=0,017). A
prevalência de DCV aumentou de acordo com os estágios da
DRC. Conclusão: Nesse estudo brasileiro com uma população de
atenção primária, a DRC foi confirmada como um fator de risco
independente para DCV.
Palavras-chave: doença renal crônica, doença cardiovascular,
86
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
infarto, acidente vascular, insuficiência cardíaca.
TLP: 225
Doença renal crônica e síndrome metabólica como fatores
de risco para alterações cardiovasculares em uma amostra
populacional
Autor(es): Suzana Greffin1, Mauro Barros André3, Jorge Paulo
Strogoff3, Hye Chung Kang1, Antonio José Lagoeiro Jorge1,
Maria Luiza Garcia Rosa2, Jocemir Ronaldo Lugon3
1 Pós-graduação em Ciências Cardiovasculares / Ciências
Médicas, Faculdade de Medicina, UFF 2 Departamento de
Epidemiologia e Bioestatística, Instituto de Saúde da
Comunidade, UFF 3 Nefrologia/Medicina Clínica, Faculdade de
Medicina, UFF
Introdução: A associação entre doença renal crônica (DRC) e
doença cardiovascular tem sido objeto de muitos estudos, mas
seus fatores determinantes ainda precisam ser melhor
esclarecidos. Avaliamos o papel da síndrome metabólica (SM)
nessa associação em uma amostra de uma população de atenção
primária de Niterói-RJ com idade _45 anos. Métodos: Foi utilizado
o banco de dados do Projeto Digitalis, que estudou a prevalência
de doenças crônicas em uma população assistida pelo Programa
Médico de Família de Niterói-RJ com uma amostra coletada para
representar a população de atenção primária dessa faixa etária na
cidade. A razão de chance (do inglês, OR) de apresentar uma
variável composta (DCV) que incluía alterações evidenciadas no
ecocardiograma (hipertrofia ventricular esquerda, disfunções
sistólica e diastólica) e história de eventos cardiovasculares
(infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral) foi avaliada nos
três grupos (sem DRC e sem SM, com DRC mas sem SM e com
DRC e SM). Resultados: Foram estudados 600 pacientes (38%M;
62%F), com 59,4±10,2 anos, dos quais 198 (33,6%) tinham SM e
169 (28,5%), DRC. Dentro do grupo com DRC, havia 60 (36,4%)
com SM. Nos participantes sem DRC, a presença de SM não
aumentou o risco de DCV (44% vs. 41%, OR 1,14 IC 0,75-1,73,
P=0,608). Naqueles sem SM, a DRC isolada esteve associada a
maior risco de DCV (63% vs. 41%, OR 2,47 IC 1,55-3,95,
P<0,001). A associação de DRC e SM amplificou
substancialmente o risco de DCV (78% vs. 41%, OR=5,09 IC 2,629,86, P<0,001). Conclusão: Nesse estudo brasileiro com uma
população de atenção primária, a SM demostrou ser um forte fator
de risco para alterações cardiovasculares em pessoas com DRC.
Palavras-chave: doença renal crônica, doença cardiovascular,
infarto, acidente vascular, insuficiência cardíaca, síndrome
metabólica.
TLP: 226
Impacto da Síndrome Metabólica sobre o gasto energético
de repouso em portadores de doença renal crônica
Autor(es): Carolina Quintella Dantas Rodrigues, Marcelo Costa
Batista, Mauro Sérgio Marrocos, Andrei Alkmim, Cássio
Rodrigues, Beata Marie Quinto, Jacqueline Alves Santos
Unifesp
Introdução: Modificações no gasto energético de repouso (GER)
em pacientes com doença renal crônica (DRC) podem contribuir
para o incremento na mortalidade. A presença de comorbidades
pode estar associada com o GER elevado e quando não
compensado por uma ingestão adequada pode determinar um
desfecho clínico desfavorável nessa população. O objetivo foi
avaliar o impacto da Síndrome Metabólica (SM) sobre o GER em
portadores de DRC. População e métodos: Duzentos pacientes
estratificados de acordo com a taxa de filtração glomerular (TFG)
estimada foram incluídos através de avaliação nutricional no
Ambulatório de Hipertensão da Unifesp. Numa primeira análise
todos os participantes do estudo foram divididos em 2 grupos: sem
DRC (TFG>60ml/min) e com DRC (TFG<60ml/min) para a
caracterização de parâmetros nutricionais. Posteriormente foram
divididos de acordo com a presença ou ausência de SM. O GER foi
aferido por calorimetria indireta, a composição corporal foi
avaliada por bioimpedância elétrica e coletados exames de
sangue e urina. Resultados: Os pacientes com DRC apresentaram
aumento significativo da massa magra corporal (MMC) e água
corporal e redução da gordura corporal quando comparados com
aqueles sem DRC (75.2±9.1 vs68.9±9.9%;
P<0.01,54.9±6.7vs50.4±7.2%;P<0.01e24.7±9.1vs31.1±9.9%;
P<0.01, respectivamente). O GER foi significativamente menor no
grupo com DRC do que aquele sem DRC (1293±364vs1430± 370
kcal/dia; P= 0,01). Independente do nível de função renal, o grupo
com SM apresentou aumento significativo do GER quando
comparado com aquele sem SM (1431±399vs1288±335kcal/dia;
P=0.01). O grupo com DRC sem SM apresentou redução
significativa do GER quando comparado aos grupos sem DRC
sem e com SM, e aqueles com DRC e SM
(1173±315vs1392±324vs1460±410vs1424±376kcal/dia;P<0.05,
respectivamente). A análise multivariada demonstrou associação
independente da DRC na determinação do GER quando ajustada
pela MMC. A inclusão da SM como variável independente no
mesmo modelo de análise neutralizou o impacto da DRC nos
valores do GER (P=0.19;95% intervalo de confiança (-249.0;50.5).
Nos pacientes sem SM, o GER se correlacionou com a TFG
estimada e o equivalente protéico (r=0.33,P<0.01,r=0.21,P=0.04,
respectivamente) sendo que naqueles com SM, tais correlações
não foram observadas. Conclusão: A presença de DRC se associa
de maneira independente com a redução do GER. Esta redução
observada do GER é revertida naqueles pacientes portadores de
SM independente da função renal.
TLP: 227
Soro urêmico inibe a expressão in vitro da quimiocina SDF1: possível impacto da toxicidade urêmica na lesão
endotelial
Autor(es): Bruna Bosquetti, Vanessa Ribeiro, Simone Mikosz
Gonçalves, Sérgio, Gardano Elias Bucharles, Lisienny Rempel,
Rayana Ariane Pereira Maciel, Rodrigo Bueno de Oliveira,
Roberto Pecoits-Filho, Andréa Emilia Marques Stinghen
Universidade Federal do Paraná
Introdução: A disfunção endotelial é importante na patogênese da
doença cardiovascular (DCV) relacionada à doença renal crônica
(DRC). Stromal cell-derived factor-1 (SDF-1) é uma quimiocina
que mobiliza células endoteliais progenitoras (EPC) e em conjunto
com a interleucina-8 (IL-8) podem ser usadas como marcadores
de reparo e lesão tecidual. Objetivo: Neste trabalho, foi investigado
o efeito do meio urêmico na expressão de SDF-1 e IL-8 in vivo e in
vitro. Métodos: A inflamação sistêmica foi avaliada por meio da
proteína C-reativa (PCR) e interleucina-6 (IL-6). IL-8 e SDF-1
foram avaliados por ELISA como marcadores de disfunção
endotelial e reparo tecidual, respectivamente. Os estudos in vitro
foram realizados em células endoteliais umbilicais humanas
(HUVEC) expostas ao meio urêmico ou saudável. Resultados:
Foram incluídos nesse estudo 26 pacientes em hemodiálise (HD)
(17 ± 3 meses em diálise, 52 ± 2 anos, 38% homens e 11%
diabéticos). As concentrações séricas de PCR, IL-6, SDF-1 e IL-8
foram 4,9 ± 4,8 mg/mL, 6,7 ± 8,1 pg/mL, 2625,9 ± 1288,6 pg/mL e
128,2 ± 206,2 pg/mL, respectivamente. Houve correlação positiva
entre PCR e IL-6 (_=0,57; P<0,005) e entre SDF-1 e IL-8 (_=0,45;
P< 0,05). Os resultados in vitro demonstraram que a expressão de
SDF-1 pelas HUVEC após 6 horas de tratamento com meio
urêmico é menor comparada ao tratamento com meio saudável
(P<0,05). Após 12 horas de tratamento, ocorreu aumento de IL-8
quando as HUVECs foram expostas ao meio urêmico (P<0,005).
Conclusão: Sugerimos que SDF-1 e IL-8 nos pacientes em HD
podem ser usados para mensurar a extensão do dano e
consequente ativação vascular na uremia.
TLP: 228
Aplicação do SCORED em acompanhantes de um hospital
de referência da região norte do Ceará
Autor(es): Ana Mayara Barros Campos, Paulo Roberto Santos,
Luiz Derwal Salles Júnior, Klênio Clécio Lopes Melo, Matheus
Silva de Moraes, Priscila Garcia Câmara Cabral Tavares, Carlos
Wellington Machado Melo, Catarine Cavalcante Ary, João Laerte
Alves de Freitas Filho, Halane Maria Rocha Pinto
Universidade Federal do Ceará, campus de Sobral
Introdução
A partir da definição atual de DRC, a Nefrologia redirecionou o seu
foco para a prevenção, a fim de detectar os indivíduos nos
estágios iniciais da doença e consequentemente, evitar a terapia
renal substitutiva (TRS). Assim, tornou-se necessário criar
instrumentos para identificar as populações com fatores de risco,
de forma a diminuir os desfechos desfavoráveis e os gastos dos
sistemas de saúde com a TRS. Com esse objetivo foi elaborado
um questionário, denominado "Screening for Occult Renal
Disease" (SCORED) para estimar a chance de o indivíduo
desenvolver DRC.
O Censo Brasileiro de Diálise publicado em 2012 detectou que o
número de pacientes com doença renal crônica terminal (DRCT)
no Brasil praticamente duplicou na última década, passando de
42.695 em 2000 para 91.314 em 2011. Baseado nesses dados e
na crescente importância epidemiológica da DRC no Brasil, o
presente estudo tem como objetivo avaliar o perfil epidemiológico
de acompanhantes do setor de diálise de um hospital de
referência da região norte do Ceará.
Métodos
Foram aplicados 41 questionários SCORED em acompanhantes
do Setor de Diálise da Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Os
entrevistados responderam aos itens que compõe o questionário
SCORED: idade, sexo, anemia, pressão alta, diabetes, episódio
prévio de infarto/AVC, presença, insuficiência cardíaca congestiva
(ICC), problemas circulatórios e proteinúria. Foi realizado o
somatório de cada questionário, para classificar o risco dos
indivíduos em desenvolver DRC.
Resultados
A amostra do estudo foi composta de 41 indivíduos: 31 mulheres
(75,6%) e 10 homens (24,4%). Do total da amostra, 29 indivíduos
(70,73%) apresentam idade inferior a 50 anos.
Quanto aos fatores de risco, 7 indivíduos (17,07%) apresentam
anemia; 14 (34,14%) apresentam pressão alta; 8 (19,51%) são
diabéticos; 8 (19,51%) já tiveram um episódio de infarto ou AVE; 5
(12,19%) possuem insuficiência cardíaca congestiva
(35=85,36%); 11 (26,82%) apresentam algum problema
circulatório e 1=2,43% paciente referiu proteinúria. Dos 41
entrevistados, 10 (24,39%) estão enquadrados na faixa de risco
para DRC (SCORED _4).
Conclusão:
Dos 41 indivíduos do estudo, 24,39% apresentaram valor do
questionário SCORED _4. Portanto, obteve-se um valor superior
ao estudo responsável pela validação e adaptação do
questionário (feito em Juiz de Fora, MG), que detectou 14% dos
participantes do estudo com risco para DRC (SCORED _4).
TLP: 229
Aplicação do instrumento SCORED no Dia Mundial do Rim
Autor(es): Priscila Garcia Câmara Cabral Tavares, Paulo
Roberto Santos, Luiz Derwal Salles Júnior, Klênio Clécio Lopes
Melo, Matheus Silva de Moraes, Ana Mayara Barros Campos,
Yandra Maria Gomes Ponte, Ana Cláudia de Oliveira Portela,
Carlos Wellington Machado Melo, Tarcizio Brito Santos
Universidade Federal do Ceará
Introdução: A incidência e a prevalência de pacientes com a
doença renal crônica (DRC) vêm aumentando em todo o mundo,
sendo a DRC considerada um problema de saúde pública. A perda
continuada da função renal, processo patológico conhecido como
progressão, leva muitos desses pacientes para a DRC terminal,
que, na maioria dos casos, evoluem para insuficiência renal
crônica e passam a necessitar de terapia renal substitutiva. Diante
disso, o estudo teve por objetivo analisar o perfil dos participantes
da Campanha do Dia Mundial do Rim em um munícipio da Região
Norte do estado do Ceará utilizando o SCORED (Screening For
Occult Renal Disease) que visa rastrear a doença renal oculta.
Métodos: Foram estudados 149 pessoas que participaram da
Campanha do Dia Mundial 2014. Foram coletados dados
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
87
demográficos, clínicos e laboratoriais utilizando o questionário
SCORED, o qual aborda as seguintes variáveis: idade, sexo e
presença das seguintes morbidades: anemia, hipertensão arterial
sistêmica, diabetes, infarto, acidente vascular cerebral,
insuficiência cardíaca, problemas de circulação e proteinúria. O
questionário contém nove questões com pesos diferentes e prevê
uma chance de 20% para DRC em caso de pontuação _ 4 pontos.
Resultados: A amostra foi composta por 67 (44,96%) homens e 82
(55,04%) mulheres, sendo 119 participantes com faixa etária
menor do que 50 anos, 17 entre 50-59 anos, 8 entre 60-69 anos e 5
com idade superior a 70 anos. De acordo com o SCORED, 122
(81,88%) pessoas possuíam pontuação menor ou igual a três, o
que indica que não tinham risco de desenvolver doença renal; 27
(18,12%) apresentaram pontuação igual ou superior a quatro, o
que evidencia a chance de 20% de desenvolver DRC. Entre os
participantes, 37 já tiveram anemia, 17 tinham hipertensão, 11
diabetes, 2 já tiveram ataca cardíaco/ derrame/ acidente vascular
cerebral, 2 apresentavam insuficiência cardíaca, 14 com
problemas de circulação e 5 já tiveram proteinúria.
Conclusões: É fundamental a realização da campanha do Dia
Mundial do Rim anualmente para conscientizar a população de um
município da Região Norte do estado do Ceará sobre a
importância de realizar a prevenção das doenças renais e o
acompanhamento médico e, com isso, evitar um futuro
acometimento renal.
TLP: 230
Impacto da Presença de Arritmia Ventricular em Pacientes
com Doença Renal Crônica após 24 meses de seguimento
Autor(es): Fabiana O B Bonato, Marcelo M Lemos, José Luiz
Cassiolato, Renato Watanabe, Maria E F Canziani
Universidade Federal de São Paulo
Introdução: Na população geral, a presença de extrassístoles
ventriculares está associada com aumento da mortalidade. Em
pacientes com doença renal crônica (DRC), o papel das
extrassístoles ventriculares ainda não foi esclarecido. O objetivo
deste estudo foi avaliar o impacto da presença de arritmias
ventriculares (AV) em pacientes com DRC em tratamento
conservador em um seguimento de 24 meses.
Métodos: Este estudo avaliou 109 pacientes com DRC (TFGe
34,8±16,1 mL/min/1.73m², 57±11,4 anos, 61% homens, 24%
diabéticos). A presença de AV foi verificada através do Holter de
24hs. Ecocardiograma, tomografia computadorizada multi-slice,
monitorização ambulatorial da pressão arterial e exames
laboratoriais foram realizados. A ocorrência de eventos
cardiovasculares, hospitalizações e óbitos foi registrada durante
um período de 24 meses.
Resultados: No início do estudo, a presença de AV foi observada
em 34% e a de AV complexa em 14% dos pacientes. Durante o
seguimento, foram observados: 15 eventos cardiovasculares, 15
hospitalizações e 4 mortes. A presença de AV foi associada com
maior número de mortes (p = 0,012) e os pacientes com AV
tenderam a apresentar mais eventos cardiovasculares (p = 0,088).
O grupo com AV complexa apresentou maior mortalidade (p =
0,008) e maior frequência de eventos cardiovasculares (p = 0,006)
e hospitalizações (p = 0,033). Durante os 24 meses de
seguimento, uma menor sobrevida foi observada tanto no grupo
com AV (p = 0,005), quanto no grupo com AV complexa (p < 0,001).
Pacientes com AV complexa apresentaram menor tempo livre de
evento cardiovascular (p = 0,001) e menor tempo livre de
hospitalização (p = 0,018). Ajustando para fatores de confusão, a
presença de AV complexa permaneceu como fator de risco
independente para eventos cardiovasculares (HR = 16,66; IC 95%
= 3,16 – 87,93; p = 0,001) e hospitalizações (HR = 5,44; IC 95% =
1,26 – 23,52; p = 0,023). Esta análise não foi realizada para óbito
devido ao número pequeno de ocorrências.
Conclusão: A presença de AV em pacientes com DRC deve ser
considerada como fator adjuvante na estratificação de risco dessa
população.
88
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
TLP: 231
Identificação de variáveis clínicas em pacientes em
tratamento conservador durante primeiras consultas em
ambulatório de nefrologia- uma das estratégias de
tratamento
Autor(es): Erika Cristina Ribeiro de Lima Carneiro, Fernanda
Ismaela Rolim Teixeira, Elane Viana Ortegal, Natalino Salgado
FIlho, Giselle Andrade , Taffarel de Castro P Silva, Eudes
Alencar
Universidade Federal do Maranhão
Introdução: O centro de Prevenção de Doenças renais é um
serviço ligado ao Hospital Universitário da UFMA que visa
atendimento interdisciplinar aos pacientes com doença renal
crônica nos mais diferentes estágios da DRC, atendendo em
média por mês e tendo cadastrado aproximadamente 400
pacientes em tratamento conservador. Os dados preliminares
coletados neste estudo revelam o perfil destes pacientes.Objetivo:
verificar através da coleta de dados qual o perfil dos pacientes
para que possamos traçar estratégias interdisciplinar no intuito de
oferecer o melhor serviço a estes pacientes.Metodologia: Foram
coletados dados de 123 pacientes e analisados dados como :
sexo, idade, etiologia provável da doença renal, uso de
antihipertensivo. O estágio da DRC foi calculado usando-se a
fórmula CKD-EPI por meio de programa da National Kidney
Fundation. Foram considerados diabéticos todos os pacientes
que referiram ser e usavam medicação . A circunferência da
cintura alterada quando acima de 102cm para homens e 88cm
para mulheres. O índice tornozelo braquial foi calculado dividindo
a pressão arterial sistólica em membro inferior pelo superior, foi
utlizado método oscilométrico (Beckman, JA et al
Hypertension.2006; 47: 35-38) Resultados: Nesta amostra
tivemos 58% de pacientes do sexo masculino, refletindo talvez o
menor cuidado destes no controle e tratamento da hipertensão
arterial e diabetes mellitus, as duas principais etiologias prováveis
de DRC também encontrada neste estudo com 35% e 32% de
prevalência respectivamente. Encontramos 48% de pacientes em
faixa etária de 30 a 65 anos, também demonstrando a prevalência
alta e o impacto da DRC em uma faixa etária produtiva. Verificouse que 47% referiram DM e 95 % usam algum antihipertensivo. A
grande maioria dos paciente fazia uso de algum diurético (87% ) e
73% dos pacientes faziam uso de bloqueador do receptor da
angiotensina ou inibidor da enzima de conversão. Encontrou-se
49% dos pacientes com obesidade abdominal e 59% de
dislipidemia, fato preocupante em vista do aumento do risco
cardiovascular que estes pacientes estão expostos. O índice
tornozelo-braquial esteve alterado em 27% dos pacientes
refletindo o alto número de diabéticos e o potencial aterogênico da
doença renal crônica.Conclusão: Conclui-se portanto que
estamos diante de uma população de hipertensos e diabéticos
com alto risco cardiovascular, com alto índice de obesidade
abdominal e dislipidemia, com relativo grau de aterosclerose
clínica
TLP: 232
Educação do paciente renal crônico em tratamento
conservador: mais uma ferramenta no tratamento e
manutenção da função renal – Experiência do Centro de
Prevenção de Doenças Renais - HUUFMA
Autor(es): Érika ribeiro carneiro, Fernanda Ismaela Rolim,
Dyego José Brito, Eudes Alencar , Giselle Andrade , Natalino
Salgado Filho, Gabriel Lara Chacon
Universidade Federal do Maranhão
Fundamentação teórica: A doença renal crônica (DRC) nos
estágios iniciais além de ser silenciosa é pouco diagnosticada e
quando este diagnóstico é feito o acesso ao nefrologista é
limitado. Com a finalidade de evitar iatrogênias percebeu-se a
importância de educar o paciente quanto a sua patologia, para que
possamos ter mais um aliado junto ao tratamento. Apesar do
trabalho de educação do paciente ser feito intensamente nos
estágios 4 e 5 (cuidados com fístula, orientações sobre terapia
renal substitutiva, vacinações etc...), foi verificado em nosso
serviço que 62,5% dos pacientes estão em estágios 3A e 3B da
DRC, portanto com expectativa de se manterem em tratamento
conservador por mais tempo. Metodologia: Foi adaptado gráfico
(Bregman e colabs JBN.2008;30(2):83-87) explicativo da
estimativa de filtração glomerular estimada ao longo do tempo
(calculado por tabelas MDRD ou cálculo disponível em forma de
a p l i c a t i v o
n o
s i t e
N K F http://www.kidney.org/apps/app_eGFR.cfm ). Também
elaboramos um cartão explicativo sobre nefrotóxicos para evitar
antibióticos nefrotóxicos, corrigir antibióticos de acordo com a
função renal, evitar instabilidade hemodinâmica, evitar crises de
hipertensão arterial, evitar contraste endovenosos, evitar
antiinflamatório não-hormonal e uso de comidas industrializadas.
Resultados: Ao final da consulta médica e de enfermagem a
filtração glomerular estimada é calculada e explica-se ao paciente
em que o estágio de doença renal ele se encontra, os objetivos do
tratamento (mantê-lo no estágio ou até tentar melhorar o estágio) e
orienta-se o paciente a mostrar a outros médicos ou serviços de
saúde que porventura venham a consultar, no intuito de informar
aos outros médicos que este paciente tem DRC e necessitam de
adaptações especiais às medidas terapêuticas. O paciente
também leva o cartão explicativo sobre nefrotóxicos e é orientado
a sempre mostrar nos serviços de saúde que venham a consultar.
Até o presente momento estas ferramentas são usadas pelos
pacientes eficientemente com resultados positivos quanto a
manutenção da função renal incluindo respostas positivas dos
médicos não nefrologista que atendem estes pacientes.
Conclusão: Espera-se que com a adoção de tais medidas
possamos educar melhor nosso paciente e por consequência
possamos lembrar outros médicos não nefrologistas da
necessidade de cuidado com estes pacientes e evitarmos futuras
iatrogênias.
TLP: 233
Associação de obesidade visceral e diminuição do ritmo de
filtração glomerular- associação freqüente porém de difícil
controle clínico- Liga de Hipertensão arterial
Autor(es): Érika Ribeiro Carneiro, Fernanda Ismaela Rolim,
Taffarel de Castro Silva, Pedro Cruz Junior, Natalino Salgado
Filho, Dyego Jose Brito, Giselle Andrade, Elane Ortegal
Universidade Federal do Maranhão
INTRODUÇÃO:A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das
principais causas de doença renal crônica (DRC). A associação
dessas doenças representa um risco muito alto para doenças
cardiovasculares. A queda do ritmo de filtrado glomerular (RFG)
precede à forma clínica da DRC e as suas complicações. O
monitoramento do RFG e outras variáveis clínico-laboratoriais
permitem identificar fatores de risco cardiovascular sobrepostos
importantes na evolução da doença hipertensiva e renal. Todavia
na presença de DRC se faz necessário o ajuste de doses de
alguns fármacos usados no tratamento das comorbidades mais
frequentes visando a evitar toxicidade associada. No Brasil,
devido à elevada prevalência da HAS se justifica a investigação
precoce para detecção de IRC em pacientes de risco como os
hipertensos.OBJETIVO: Verificar associação entre o RFG e
variáveis clinicas em um grupo de hipertensos.MÉTODOS: Estudo
transversal analítico em que foi definida uma amostra de
conveniência formada por 209 pacientes hipertensos atendidos
pela Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial. Os dados foram
coletados dos prontuários desses pacientes na liga no período de
janeiro de 2012 a maio de 2013 e armazenados em uma ficha de
coleta de dados pré-elaborada. Foi aplicada a fórmula de
Cockcroft-Gault para estimar o RFG. Definiu-se como RFG
alterado aquele < 60 ml/min/1,73m². Os dados foram analisados
pelo programa Stata 10.0.RESULTADOS: Dos 209 pacientes
estudados, 150 (71.77 %) mostraram um RFG normal e 59
(28.23%) alterado. Dos que apresentaram TFG alterado, 58.70 %
tinham controle da HAS e 63.04%, a maioria, não apresentou
Síndrome Metabólica, porém sem significância estatística. A
maioria era de sobrepeso, 52.27 %, (p= 0.000), e
aproximadamente a metade 51.11% tinha circunferência
abdominal (CA) aumentada (p= 0.015).CONCLUSÕES: A maioria
dos pacientes não apresentou TFG alterada . Aqueles com TFG
alterada possuíam excesso de peso pelo IMC e obesidade central
pela CA, porém tinham um bom controle da HAS e menos da
metade apresentou Síndrome Metabólica. Encontrou-se portanto
neste estudo associação positiva entre TFG diminuída com
parâmetros de obesidade corporal e visceral.
TLP: 234
Dia Mundial do Rim em Campos dos Goytacazes 2014
Autor(es): João Carlos Borromeu Piraciaba, Manuela Pereira
Liger , Joana Barcelos Pereira, Letícia Alves da Fonseca Aguera
Nunes
Faculdade de Medicina de Campos - Hosptal Dr. Beda
1 INTRODUÇÃO:
O Dia Mundial do Rim 2014 foi lembrado em Campos dos
Goytacazes, no intuito de informar, alertar e conscientizar a
população em relação à doença renal crônica (DRC) e seus
principais fatores de risco como hipertensão arterial sistêmica
(HAS) e diabetes mellitus (DM), bem como sua prevenção e
tratamento nos diversos estágios.
2 MATERIAL E MÉTODOS:
Foram entrevistados e examinados 344 indivíduos de Campos
dos Goytacazes, RJ, no dia 13 de março de 2014 na Praça do SS
Salvador, no Centro. Os materiais utilizados foram: Balança, fita
métrica, glicosímetro e fitas para medir a glicemia,
esfigmomanômetro, estetoscópio, questionário, panfletos da
Campanha do Dia Mundial do Rim e faixas de alerta. Foi armada
uma barraca, onde professores e alunos da Faculdade de
Medicina de Campos e da Liga Acadêmica de Nefrologia
avaliaram as pessoas. Foram ainda concedidas entrevistas à
mídia escrita, falada e televisiva.
3 RESULTADOS:
Das 344 pessoas, 183 foram do sexo masculino e 161 feminino;
quanto à idade, 2 pessoas tinham até 18-20 anos, 26 entre 20-40,
157 entre 40-60 e 159 maiores de 60; 202 indivíduos se
declararam hipertensas e 142 não; 74 disseram ser diabéticas e
270 negaram; em relação à história familiar ou própria de doença
renal, 265 responderam não e 79 sim ou algum familiar; referente
ao tabagismo, 53 pessoas afirmaram que fumam e 291 que não e
em relação à prática regular de atividade física, 104 pessoas
disseram que praticam e 240 negaram. Quanto à glicemia capilar
aferida no momento, 250 tiveram resultado menor que 140 e 81
maior, com níveis de até 522 mg/dL e 13 pessoas não aferiram. Na
verificação da pressão arterial (PA), os resultados foram: 102 com
PA ótima, 106 normal, 63 limítrofe, 36 com HAS grau I e 26 com
HAS grau II e 11 pessoas com HAS grau III. O índice de massa
corpórea (IMC) dos entrevistados mostrou que 6 eram magros,
119 normais, 119 com sobrepeso, 77 com obesidade grau I e 01
com obesidade mórbida.
4 CONCLUSÃO:
Concluímos que a campanha teve grande repercussão, não só
entre os entrevistados e os transeuntes do centro da cidade num
horário de pico, bem como através da mídia e, na análise dos
dados obtidos, pudemos confirmar que a hipertensão arterial e
diabetes mellitus, associados à obesidade e inatividade física são
situações de alta prevalência que levam a alterações sistêmicas
crônicas e degenerativas como as cárdio-reno-vasculares e,
cansequentemente à lesão renal com seu envelhecimento, assim
com nós.
TLP: 235
PERFIL DA INGESTA DE POTÁSSIO ENTRE PACIENTES
COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE
Autor(es): Catarine Cavalcante Ary, Paulo Roberto Santos ,
Gabriel Freire Cordeiro Sampaio , Ana Mayara Barros Campos ,
Carlos Wellington Machado Melo , Matheus Silva de Moraes ,
Tarcízio Brito Santos , João Laerte Alves de Freitas Filho ,
Priscila Garcia Câmara Cabral Tavares , Yandra Maria Gomes
Ponte
Universidade Federal do Ceará - Campus Sobral
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
89
Introdução: A restrição da ingesta de potássio faz parte do
tratamento da doença renal crônica dialítica. O estudo teve por
objetivo estimar a quantidade de potássio ingerida por pacientes
com doença renal crônica dialítica.
Métodos: Foram estudados 103 pacientes com doença renal
crônica em hemodiálise. Foram coletados os seguintes dados:
gênero, idade, classe social e ingesta de potássio (mg/dia). A
classe social foi definida pelos critérios da Associação Brasileira
de Institutos de Pesquisa e Mercado. A ingesta de potássio foi
estimada pelo cálculo do recordatório de consumo alimentar de 48
horas, incluindo um dia de diálise e um dia sem diálise. O resultado
em mg/dia da ingesta de potássio correspondeu à média dos dois
dias. Foi considerada como ingesta apropriada de potássio os
valores menores ou iguais a 1.500 mg/dia.
Resultados: A amostra foi constituída por 63 (61,0%) homens e 40
(39,0%) mulheres com idade média de 52,1 anos. A distribuição
por classe social foi a seguinte: nenhum paciente da classe A, 4
(3,8%) da classe B, 50 (48,6%) da classe C, 46 (44,7%) da classe
D e 3 (2,9%) da classe E. A média de ingesta de fósforo foi 1.350
mg/dia. Sessenta e três (61,2%) pacientes apresentaram ingesta
recomendada (inferior ou igual a 1.500 mg/dia).
Conclusões: A maioria dos pacientes com doença renal crônica em
hemodiálise apresenta ingesta de fósforo dentro da faixa
recomendada. O resultado mostra que a ingesta diária
recomendada de potássio pode ser atingida e deve fazer parte da
educação do paciente.
TLP: 236
Ambulatório de saúde renal da prefeitura de Belo Horizonte
Autor(es): Juliana Gazzi Macedo, Taciana Malheiros Lima
Carvalho
URSSF Sagrada Família
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma doença assintomática e
de prevalência crescente na população. As doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) constituem problema de saúde pública de
grande impacto, correspondendo a 72% das causas de óbitos.
Responsáveis por 60% de todo o ônus decorrente de doenças no
mundo
A literatura internacional sobre as DCNT coloca em destaque três
grandes características dos modelos capazes de produzir efeitos
sobre as mesmas: a ênfase na atenção primária à saúde; a
promoção do autocuidado; a coordenação entre os diversos
serviços.
O cuidado dos usuários com doenças crônicas deve se dar de
forma integral. Essa atenção integral só é possível se o cuidado for
organizado em rede. Cada serviço deve ser repensado como um
componente fundamental da integralidade do cuidado, como uma
estação no circuito que cada indivíduo percorre para obter a
integralidade de que necessita
O ambulatório de saúde renal, é pólo da microrregião de saúde
Belo Horizonte/Nova Lima/Caeté, com 13 municípios e uma
população adscrita de 3.203.821 habitantes; e pólo da
macrorregião Centro, com 104 municípios e uma população
adscrita de 6.145.218 habitantes
O município conta com 147 Centros de Saúde (CS). O Programa
Saúde da Família (PSF) tem 523 equipes, conta com 9 UPAS,
divididas uma em cada subdistrito e 2 hospitais.
O ambulatório renal é responsável por aproximadamente 70% das
ofertas de consultas nefrológicas do município. É o único
ambulatório de saúde renal gerenciado pela secretaria municipal
de saúde de BH.
Este ambulatório foi instituído em 2008 pela Secretaria Municipal
de Saúde , tendo como objetivo a centralização do cuidado
visando a economia de escala, cuidado multidisciplinar, integração
com outros pontos de atenção e a ações de apoio matricial com a
atenção primária a saúde.
O nosso objetivo é proporcionar a assistência em saúde renal,
complementando a atenção primária, articulada com os outros
níveis de atenção da rede ,visando garantir a integralidade da
atenção e a continuidade do cuidado.
TLP: 237
90
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
Perfil de Usuários Atendidos no Dia Mundial do Rim no
Ambulatório de Saúde Renal – SUS BH
Autor(es): Juliana Gazzi Macedo, Adriana Lopes Rodrigues
Santiago, Rayane Jeniffer Rodrigues Marques , Stefanni
Gabrielle Pacheco da Silva , Tatiana Resende Prado Rangel de
Oliveira , Taciana Malheiros Lima Carvalho
URSSF
Introdução: A insuficiência renal crônica consiste na perda lenta,
progressiva e de caráter irreversível da função dos rins, sendo o
diabetes mellitus e a hipertensão arterial suas principais causas. A
prevalência da doença renal no Brasil está aumentando e vem se
tornando um grande problema de saúde pública. Objetivo:
Identificar o perfil dos pacientes atendidos na Unidade de
Referência Secundária Sagrada Família na Campanha Preventiva
do Dia Mundial do Rim. Métodos: Pesquisa quantitativa, cujos
dados foram obtidos através do preenchimento de um
questionário por profissionais de saúde e estagiários. Os
pacientes presentes na unidade no dia da campanha foram
convidados a participar das atividades de antropometria, medida
de pressão e levantamento de fatores de risco para a saúde renal,
após assistir um filme sobre a doença. Em seguida os pacientes
foram informados dos seus resultados e orientados quanto aos
procedimentos necessários em caso de identificação dos fatores
de risco. O estado nutricional foi classificado através do cálculo do
Índice de Massa Corporal (IMC). Todas as informações foram
tabuladas em uma planilha do Excel 2007, sendo feita a estatítica
descritiva posteriormente. Resultados: Foram avaliados 222
adultos e idosos que apresentaram uma média de idade de ± 54,1
anos. Os resultados apontam que 66,7% correspondeu ao sexo
feminino e 33,3% ao sexo masculino. Quanto ao estado
nutricional, observou-se que 59,9% dos usuários estavam obesos,
35,1% eutróficos e 3,6% desnutridos. De acordo com as
características dos usuários, foi possível perceber que 66,67%
não praticam atividade física, 72,97% não ingerem bebida
alcóolica e 83,33% não fumam, já 2,7% não informaram. Quanto à
prevalência de doenças crônicas, 54,5% relataram ser
hipertensos, 17,77% diabéticos, 10,81% possuem doença renal e
12,16% possuem doença cardiovascular. De 222 usuários,
61,71% foram encaminhados aos Centros de Saúde para
investigação de doença renal, 4,95% já estavam em
acompanhamento da DRC e 33,33% não possuíam fatores de
risco para doença renal. Conclusão: Este projeto tem propiciado
um processo único e contínuo de aprendizado aos usuários e a
todos os funcionários da Unidade de Saúde que estão envolvidos,
englobando ações que transcendem as atividades realizadas na
unidade de saúde. A educação em saúde é um importante
instrumento de prevenção que auxilia os pacientes no
conhecimento e na realização do auto-cuidado.
TLP: 238
Avaliação dos atendimentos realizados no ambulatório de
saúde renal da Prefeitura de Belo Horizonte, Unidade de
Referência em Saude Sagrada Família (URSSF).
Autor(es): Juliana Gazzi Macedo
URSSF Sagrada Família
O objetivo é relatar a nossa estatística de atendimentos ao longo
do ano de 2013 de acordo com os códigos internacionais de
doenças (CIDs) padronizados pela nossa equipe de nefrologistas.
Métodos: Este é um trabalho retrospectivo, transversal, onde foi
buscado no servidor do prontuário eletrônico o número de
atendimentos realizados no ambulatório de saúde renal da
URSSF pelos nefrologistas.. Um estudo retrospectivo, descritivo,
longitudinal.
Foram atendidos pelos nefrologistas , em prontuário eletrônico,
12.526 pacientes. 5.538, 42%, foram retornos. Destaco que caso
o médico tenha por descuido ou opção não definido o CID do
atendimento, este fica em branco e portanto perdemos o
diagnóstico do paciente em questão.
Apenas 41% dos atendimentos foi digitado o CID relacionado para
o paciente. A maior parte dos atendimentos, 68 % se dão por
insuficiência renal crônica (IRC). Não conseguimos dizer por esta
análise, a estratificação do estágio da IRC que recebemos. Seja
ela por nefropatia diabética, nefroesclerose hipertensiva ou de
causa não determinada. Em segundo lugar, vem a nefrolitiase com
13%. E em terceiro lugar a hipertensão essencial 5%. Podemos
também observar que a IRC é o diagnóstico que mais gera retorno
em nosso ambulatório.
O total de encaminhamentos ao nefrologista referenciados pelos
médicos de saúde da família de toda rede básica de saúde de Belo
Horizonte, foi de 3009 pacientes, metade das primeiras consultas.
Acreditamos que estes outros usuários tenham sido
encaminhados por outros especialistas, pelos municípios
pactuados, pela comissão de nefrologia de Belo Horizonte, ou
manualmente pelo próprio medico de saúde da família.
De todos os atendimentos realizados no ano de 2013 pelas
unidades básicas de saúde, apenas 1442 pacientes receberam o
CID de insuficiência renal crônica. Mostrando que ou a patologia
não tem sido diagnosticada, ou o paciente não tem mantido o
vínculo com a unidade básica de saúde ou o profissional não
insere o CID no prontuário.
Não há como tirarmos muitas conclusões além da estatística
apresentada, mas podemos questionar o porque do número
mínimo da população da rede básica receber o diagnóstico de IRC
quando o esperado é que em torno de 10% da população tenha
esta doença.
Acreditamos que a campanha para informação e educação
continuada, possa contribuir para a melhora desta estatística, com
o diagnóstico precoce da IRC, encaminhamento oportuno para
nefroproteção adequada.
TLP: 239
“Transição epitelial mesenquimal (TEM) em camundongos
hiperoxalúricos e nas células tubulares proximais (HK-2)
estimuladas com oxalato de cálcio (Oxca) e íons oxalato
(Ox)”
Autor(es): Marcia Bastos Convento, Edson Andrade Pessoa,
Fernanda Teixeira Borges, Nestor Schor
Unifesp
A TEM ocorre em resposta a uma série de condições de
estressantes, incluindo o estresse mecânico, hipóxia e estresse
oxidativo. A hiperoxalúria está associada à litíase renal, fibrose
intersticial e insuficiência renal progressiva. Estudos demonstram
que a administração de BMP exógena humana recombinante-7
(rhBMP-7) aumenta a recuperação do rim em modelos animais de
lesão renal aguda e crônica.
Células HK-2 selvagens ou transfectadas com o gene promotor do
BMP-7 foram expostas ao Ox (0,5 mM), CaOx (50 ug / ml), TGF-_
(10 ng/ml), controle positivo da TEM, e BMP-7 (50ng/ml),
antagonista do TGF-_, durante 48 horas. Foi analisada a
expressão de marcadores, marcadores mesenquimais e a
expressão do TGF- _ e da BMP-7. Foi analisada a modificação da
morfologia celular, invasão celular, respectivamente. Na análise in
vivo, camundongos C57Bl/6 foram divididos em grupos
etilenoglicol (ETG 1%, VO), hidroxi-L-prolina (HPL 5%, adicionado
a ração) durante 1 mês. Foram obtidas amostras de urina de 24
horas e sangue para análise bioquímica. A produção de colágeno
tipo I e III foi feita através de microscopia de luz polarizada em
amostras coradas com Picrosirius. Análise estatística: ANOVA e
Teste T.
O tratamento com Ox, CaOx e TGF-_ diminuiu a expressão gênica
e proteica da e-caderina, citoqueratina e BMP-7, enquanto
aumentou a expressão gênica da _-SMA e TGF- _
respectivamente, em relação ao controle. Induziu migração,
invasão de células HK-2 e estimulou a mudança fenotípica das
HK2. O tratamento das células com BMP-7 inibiu a diminuição na
expressão da _-SMA e do TGF- _, e induziu o aumento da ecaderina, citoqueratina e BMP-7. As células diminuíram a
capacidade invasiva e migratória. Houve preservação da
característica morfológica de células epiteliais O mesmo resultado
foi observado nas células transfectadas com o promotor BMP-7. O
HPL e ETG foram eficientes em promover hiperoxalúria e o
aumento na marcação para colágeno I envolvido na formação de
fibrose nos camundongos.
O Ox e Oxca induziram a TEM em células tubulares proximais em
cultura. O tratamento das células HK-2 concomitante com a BMP-
7, bem como as células transfectadas com o promotor BMP-7,
foram capazes de reverter a TEM induzida pelo Ox, Oxca e TGF-_.
Este mecanismo pode ter implicações importantes na formação de
fibrose renal observada na hiperoxalúria.
TLP: 240
“Efeito da dieta hipercalórica na função renal de ratos”
Autor(es): Edson Andrade Pessoa, Márcia Bastos Convento,
Nestor Schor, Fernanda Teixeira Borges
Unifesp
Dietas hipercalóricas (dieta de cafeteria) e a obesidade estão
associadas ao desenvolvimento de diabetes e doenças
cardiovasculares. O consumo prolongado da dieta de cafeteria
vem sendo utilizada como modelo de indução da obesidade em
animais, devido à sua semelhança com a gênese e às respostas
metabólicas decorrentes da obesidade em humanos, entretanto
os efeitos renais deste tipo de dieta ainda não estão totalmente
esclarecidos. O presente trabalho tem o objetivo de avaliar o efeito
dieta de cafeteria na função renal e no metabolismo de ratos
Wistar.
Ratos Wistar com idade de 4 semanas (aproximadamente 185
gramas) foram divididos em dois grupos: grupo controle - CTL
(n=8) e grupo dieta hipercalórica – DH (n=8). O grupo CTL recebeu
dieta normocalórica, enquanto o grupo DH foi alimentado com a
ração hipercalórica (55% lipídio, 20% frutose, 25% de proteína)
por 120 dias, ambos ad libitum. A cada 30 dias, os animais foram
mantidos por 24 horas em gaiola metabólica para coleta de urina e
uma amostra sangue foi coletada do plexo orbital para análise
bioquímica. Foram avaliados o peso corporal, bem como glicemia,
ácido úrico, colesterol total, HDL, triglicérides, creatinina e uréia
plasmáticos. Já as dosagens de creatinina e sódio foram
realizados na urina para determinação do clearance de creatinina
e taxa de excreção de sódio.
A dieta hipercalórica induziu um aumento significativo no peso
corporal, glicemia plasmática, colesterol total a partir de 60 dias de
dieta em comparação ao grupo controle. Houve um aumento
significativo no ácido úrico, uréia, creatinina plasmáticos, volume
urinário, associado à diminuição significativa no clearance de
creatinina a partir do segundo mês de dieta. Não houve alteração
na taxa de excreção de sódio (Tabela 1. VS CTL *, VS DH 60 DIAS
**).
A dieta hipercalórica por períodos prolongados mimetizou nos
ratos Wistar alguns sintomas observados na síndrome metabólica
(intolerância a glicose, aumento de peso corporal,
hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e hiperuricemia).
Observamos diminuição na função renal, sem alteração na
reabsorção tubular de sódio. Os resultados apresentados
demonstram que o consumo prolongado de uma dieta
hipercalórica tem reflexos observáveis na função renal, o que a
longo pode predispor ao desenvolvimento da doença renal
crônica.
TLP: 241
“Efeito do bloqueio crônico do receptor da Endotelina-1 nos
principais fatores de progressão da injúria renal crônica
(IRC), em modelo experimental in vivo e in vitro.''
Autor(es): Agnaldo Caires S. Filho, Márcia Bastos Convento,
Edson Andrade Pessoa, Nestor Schor, Fernanda Teixeira
Borges
Unifesp
O Diabetes Mellitus e a hipertensão são as principais causas da
doença renal crônica. As endotelinas são peptídeos
vasoconstritores que atuam na regulação do tônus vascular,
proliferação celular, possuem ação inflamatória e pró-fibrótica. O
objetivo deste estudo foi analisar o efeito do antagonista
inespecífico dos receptores de endotelina-1 Macitentan (MAC) na
função renal em animais hipertensos e diabéticos.
Os animais foram divididos no grupos CTL, hipertensos (SHR),
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
91
diabéticos (DIAB, tratados com streptozotosina 60 mg/kg), ratos
hipertensos tratados com Macitentan, 10 ug/kg (SHR+MAC) e
ratos diabéticos tratados com Macitentan (DIAB+MAC). Após o
período de 60 dias de tratamento, os animais foram eutanaziados,
os rins retirados para análise histológica por HE e tricômio de
Masson. Nos períodos basal, 30 e 60 dias os animais foram
colocados em gaiola metabólica para coleta de amostras de urina
24hs, amostras de sangue foram coletadas para análise de
creatinina, uréia, glicemia, taxa de excreção de sódio e a pressão
caudal foi aferida.
Observamos um aumento significativo na glicose plasmática nos
animais normotensos e hipertensos diabéticos em comparação
aos respectivos controles, entretanto este aumento diminuiu após
tratamento destes animais com MAC. Este resultado é
corroborado pela diminuição na uréia plasmática nos animais
diabéticos e hipertensos após tratamento com MAC.
Não observamos alteração na creatinina plasmática, nem na
análise da área glomerular dos animais analisados, mas houve um
aumento significativo no clearance de creatinina nos animais
normotensos e hipertensos diabéticos tratados ou não com o
MAC, o que sugere hiperfiltração renal. Este resultado é
corroborado pelo aumento significativo no volume urinário a partir
do 30° dia nos animais diabéticos normotensos e hipertensos
tratados ou não com MAC.
Observamos o aumento na excreção urinária de sódio nos animais
hipertensos diabéticos e normotensos diabéticos tratados ou não
com MAC, o que sugere lesão tubular.
Nossos resultados sugerem que o tratamento com macitentan
parece retardar parcialmente as alterações metabólicas, mas não
as renais observadas no diabetes principalmente nos animais
hipertensos onde, a hipertensão e o diabetes são fatores de risco
para a doença renal crônica.
TLP: 242
Aplicativo para orientações básicas dos principais
distúrbios minerais nas prescrições de doentes renais
crônicos em hemodiálise
Autor(es): André Falcão Pedrosa Costa, Firmino Elias de
Albuquerque Neto
Universidade Federal de Alagoas e Universidade Estadual de
Ciências da Saúde de Alagoas
Introdução A prescrição de pacientes em hemodiálise é complexa
porque exige análise de mútiplos parâmetros. Os nefrologistas, na
abordagem clínica de rotina desses pacientes, absorvem a tarefa
de raciocinar diferentes abordagens diante de achados que mês a
mês são mutáveis. Os Disturbios Minerais e Ósseos (DMO) são
praticamente universais entre os pacientes em hemodiálise e
contribuem para desfechos negativos nessa população.
Atualmente as condutas frente aos DMOs foram normatizadas em
diretrizes como o KDIGO CKD-MBD e o KDOQI CKD-MBD e
também pela Diretriz Brasileira de Prática Clínica para os
distúrbios minerais ósseos na DRC (DMO-IRC). O advento de
aparelhos móveis revolucionou o modo de como o homem
interage com as tecnologias e são usados progressivamente como
Sistema de Apoio à Decisão Médica.
Método Desenvolveu-se um aplicativo com interface amigável, em
linguagem Objective-C na plataforma Xdate compatível com
sistema iOS. As variáveis de entrada são alfanuméricos para os
valores de cálcio em mg/dl, fósforo em mg/dl, PTH em pg/ml,
Fosfatase Alcalina em UI/L, Alumínio, 25-OH vitamina D ng\ml. As
telas de saída correspondem às condutas preconizadas no
consenso brasileiro.
Conclusão O aplicativo oferece um apoio à decisão clínica; mas
seguramente atualizações do produto, como a maior
complexização dos dados de entrada e das condutas, assim como
possíveis interfaces com banco de dados dos prontuários e de
sistema de referenciamento bibliográfico farão dele um produto de
maior escala tecnológica.
TLP: 243
Razão entre gasto energético medido e estimado em
Indivíduos nos Estágios 3 e 4 da Doença Renal Crônica.
92
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
Autor(es): Larissa Rodrigues Neto Angéloco, Lara Prado
Figueiredo, Andresa Marques de Mattos, Elen Almeida Romão,
Paula Garcia Chiarello
Faculdade de Medicina de São Paulo - Universidade de São
Paulo
Introdução: Determinar o gasto energético de repouso (GER) com
maior precisão é de fundamental importância na avaliação das
necessidades energéticas de pacientes com doença renal crônica
(DRC), contribuindo para a melhor preservação do estado
nutricional, diminuindo o risco de morbimortalidade nesse grupo.
Objetivo: Determinar a razão entre gasto energético de repouso
medido (calorimetria indireta) e estimado (Harris & Benedict) em
pacientes nos estágios 3 e 4 da DRC e avaliar ingestão proteica e
estado nutricional desses pacientes. Método: Antropometria (peso
e altura), estimativa da ingestão de proteína pelo equivalente
proteico do aparecimento de nitrogênio (PNA), GER por meio da
calorimetria indireta (aparelho VO2000) e exames laboratoriais
foram avaliados em pacientes nos estágios 3 e 4 da DRC,
atendidos ambulatorialmente em Hospital de Alta Complexidade.
Taxa de filtração glomerular (TFGe) foi estimada pela equação
Modification Of Diet in Renal Disease (MDRD). Dados são
apresentados como médias ± DP e correlações de Sperman foram
utilizadas para medir associações entre as variáveis,
considerando-se p <0,05. Resultados: Amostra foi composta de 48
pacientes, maioria do sexo masculino (60%) e estágio 3 da DRC
(74%). Mediana da TFGe foi 36,3 ml/min/1,73m2 variando 15,859,5 ml/min/1,73m2. A média de idade foi 56,8 ± 8,6, sendo a
hipertensão arterial a comorbidade mais recorrente (65% dos
casos). Encontramos a média de 29,1 ± 5,9 kg/m2 para o Índice de
Massa Corporal, o qual se correlacionou negativamente com
níveis de HDL-c (r=-0,28; p=0,05). A ingestão média de proteína
estimada pelo PNA foi 0,98 ± 0,3 g/kg/dia (entre 0,45 e
1,93g/kg/dia), 65% deles acima da recomendação do KDOQI para
essa população. Quantos aos exames laboratoriais, encontrou-se
correlação positiva do bicarbonato com o pH sanguíneo (r=0,55;
p<0,001). Nenhum dos pacientes era hipoalbuminêmico, média
da albumina de 4,1±0,2 g/dL e. O GER, em média, foi 1412,3 ±
573,5 kcal/dia para o medido e 1456,2 ± 208,8 kcal/dia para o
estimado. A razão média medido/estimado foi de 0,97±0,4
(variando de 0,49 a 2,35), em que 61% dos pacientes
apresentaram um GEB medido abaixo do valor estimado pela
equação. Conclusão: Em termos de gasto energético de repouso
não há interferência importante da DRC nestes estágios e a
estimativa de GER pode ser problema menor frente às
dificuldades para estimativa de ingestão proteica neste grupo,
parâmetro importante na preservação de estado nutricional e
função renal.
TLP: 244
Telemedicina: Desenvolvimento de um sistema para
atendimento à distância de pacientes com doença renal
crônica pré-dialítica
Autor(es): Nivalda A. C. de Oliveira, Alex do Vale Costa, Natalia
Maria da Silva Fernandes, Marcus Gomes Bastos, Heder
Soares Bernardino
INTRODUÇÃO: A prevalência mundial da Doença Renal Crônica
(DRC) vem aumentando gradativamente. O foco no tratamento da
DRC é evitar a sua progressão através do controle clínico
otimizado. O grande número de pacientes com DRC tem
pressionado os nefrologistas a atenderem mais pacientes em
períodos de consulta cada vez menores. É imperativo buscar
novas formas de abordagem. O uso de tecnologias leves
apresenta-se como forma promissora de cuidado em saúde. A
internet oferece uma oportunidade de instrumentalizar o médico
em seu contato profissional com o usuário. A nossa hipótese é que
o nefrologista pode acompanhar virtualmente usuários com DRC
em tratamento conservador e funcionalmente estável, com a
mesma eficácia que o fizesse presencialmente. OBJETIVO:
Desenvolver um sistema para o atendimento a distância de
pacientes com DRC pré-dialíticos estáveis. MÉTODOS:
Desenvolvido um sistema utilizando a linguagem Java, banco de
dados MySQL e framework PrimeFaces; disponibilizado em um
servidor de aplicações Glassfish. RESULTADOS: O acesso inicial
é realizado pelo Nefrologista, que cadastra os pacientes com suas
informações pessoais e dados de acesso e comunicação. Após o
seu cadastrado, o paciente (ou médico de família) pode inserir os
dados de sua consulta e estes serão, na sequência, repassados
ao Nefrologista para avaliação. O formulário com os dados de
interesse é pré-determinado e existe ainda a possibilidade de
acrescentar informações de forma livre. O sistema possibilita,
adicionalmente, que haja troca de mensagens entre os médicos e
os pacientes. Além disso, os usuários recebem mensagens via email alertando-os de suas tarefas. O sigilo é garantido por senhas
individuais para médicos e pacientes. CONCLUSÃO: Essa
ferramenta possibilita aumentar a área de abrangência dos
nefrologistas, diminuir os custos e aproximar o paciente ao seu
médico da atenção básica, utilizando saúde de família como
interface entre o paciente e a atenção nefrológica.
TLP: 245
GANHO DE PESO INTERDIALÍTICO E VARIÁVEIS
EMOCIONAIS COMO MEDIDA DE COMPLIANCE NO
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DO PACIENTE RENAL
CRÔNICO EM HEMODIÁLISE
Autor(es): KÁTIA BOULITREAU, LARISSA A. QUEIROZ DE
MENEZES, ERICSON GOUVEIA, ÂNGELA MARIA SANTOS,
MÁRIO HENRIQUES DE O. JÚNIOR
G A N H O D E P E S O I N T E R D I A L Í T I C O E VA R I Á V E I S
EMOCIONAIS COMO MEDIDA DE COMPLIANCE NO
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DO PACIENTE RENAL CRÔNICO
EM HEMODIÁLISE
BOULITREAU, K.C.R., MENEZES, L.A.Q., SANTOS, A.M.,
HENRIQUES, M., GOUVEIA, E.C.
Introdução
A doença renal crônica afeta o paciente em diferentes áreas da sua
vida, no âmbito físico, social, emocional, entre outros. A
necessidade de adaptação, adesão e aceitação ao tratamento
impõe limitações e exige reorganização fisiopsíquica. Para tanto,
uma equipe multiprofissional atenta e envolvida no suporte e no
tratamento, identifica essas particularidades e proporciona uma
assistência individualizada. Identificar os pacientes com alexitimia
pode ser relevante para aprimorar as ações multiprofissionais, no
que tange a uma assistência individualizada dentro das
particularidades de cada ser humano.
Objetivo
A partir do ganho de peso (GP) interdialítico e da avaliação da
presença de alexitimia dos pacientes renais crônicos, com uma
abordagem quantitativa, verificar adesão ao tratamento dialítico.
Metodologia
Para este estudo, aplicamos a escala de Alexitimia de Toronto – 20
itens, que permite avaliar a dificuldade de identificar e descrever
sentimentos e sensações corporais, com isso, classificamos os
níveis de Alexitimia. Através da média do GP interdialítico,
verificamos adesão quando a média for menor que 5% em relação
ao peso seco (PS). A coleta de dados foi realizada através das
fichas de hemodiálise (HD) e a aplicação da escala de Alexitimia,
em uma clínica na cidade do Recife/PE, no período de março a
maio de2014. Foram analisados 54 pacientes, com idade entre 20
a 89 anos em HD.
Resultado
Dos resultados obtidos 72,2% dos pacientes não apresentaram
alexitimia, e 27,7% apresentam algum grau. Com avaliação do GP
interdialítico como medida de compliance, encontramos uma
aderência de aproximadamente 90% revelando uma boa
adaptação. Segundo Kaveh e Kimmel (2001), verificou que o GP
interdialítico menor que 5% em relação ao PS, pode ser
considerado aderente.
Conclusão
Concluímos que identificar a presença da alexitimia ajuda a equipe
multiprofissional no planejamento das suas ações, ao considerar
que o indivíduo possui dificuldades de reconhecer e verbalizar
suas emoções, administrar os conflitos que iniciam com o
tratamento, os impactos na rotina familiar, entre outros.
Reconhecer essa característica permite direcionar a assistência e
aprimorar métodos, que facilitem a aprendizagem do paciente
sobre sua doença e tratamento, assim como, deixá-lo ciente de
que sua cooperação é fundamental para o sucesso. Outro ponto
relevante é envolver os familiares como facilitadores e aliados no
tratamento.
TLP: 246
ESTIMATIVA DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR EM PACIENTES
PORTADORES DE DIABETES MELITTUS TIPO II EM
RELAÇÃO À COMPOSIÇÃO CORPORAL
Autor(es): Renata Oliveira Santos, Jailson Vieira dos Santos,
Jéssica Moreira Cavalcante, Juliana Toledo Buarque, Ana Laura
Soriano Passos de Medeiro, André Falcão Pedrosa Costa, Ana
Layse de Oliveira Santos, Gustavo Anacleto Coelho, Yasmin
Calegari Facchinetti, Davyd Marcondy de Oliveira Alves
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas UNCISAL
INTRODUÇÃO: Estimar a Taxa de Fltração Glomerular (TFG) é
dado cardinal para avaliar a progressão da Doença Renal Crônica
(DRC). Na intervenção clínica do Diabetes Mellitus II (DM II),
doença comprometedora da função renal, os níveis de creatinina
sérica também são usados na análise da TFG. Entretanto, a
creatinina sérica pode ser influenciada pelo Índice de Massa
Corpórea (IMC), caso haja composição corporal preponderante de
massa muscular. Porém, nesta população, alterações no IMC são
geralmente razão do aumento do percentual de gordura.
OBJETIVO: Analisar possíveis interferências da alteração na
composição corporal indicada pelo IMC na TFG estimada pela
fórmula de Cockcroft-Gault em pacientes diabéticos tipo II.
MÉTODO: Estudo observacional analítico e retrospectivo,
realizado a partir da análise do prontuário de 34 pacientes com DM
II, atendidos em um PSF de Maceió – AL. Calculou-se o IMC pela
fórmula clássica. Foram analisados dados sócio demográficos
como sexo e idade; dados antropométricos: peso, altura e
circunferência abdominal; e laboratoriais: creatinina sérica e ritmo
da TFG – colhidos na última consulta. Para determinar a TFG
utilizou-se a fórmula de Cocrokft-Gault: [140 – Idade (anos)] x peso
(kg) / creatinina sérica (mg/dl) x 72. Os dados foram expressos em
média e desvio padrão e, posteriormente, normalizados. Foram
testadas relações possíveis entre as diversas variáveis, sendo
considerado significante p<0,05. RESULTADOS: Na amostra,
prevaleceram as mulheres (67,64%); idade média geral de 57
anos (± 12,2). A circunferência abdominal estava alterada em
94,1% da amostra. Predominou sobrepeso (50%) e obesidade
(32,35%), cujos maiores índices foram encontrados nos homens
(90,9%). A creatinina estava alterada em 11,76%, apenas nas
mulheres. Apesar dos níveis normais de creatinina da maioria,
foram evidenciadas redução da TFG em 47,05% dos pacientes.
Estatisticamente não se observou influência do IMC sobre a
creatinina (correlação – 0,16). CONCLUSÃO: Em pacientes
diabéticos o IMC não parece interferir diretamente na estimativa
do TFG.
TLP: 247
QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DOENÇA
RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE: DEPRESSÃO COMO
UM FORTE PREDITOR
Autor(es): GEORGIA ALCANTARA ALENCAR MELO, Joselany
Áfio Caetano, Natasha Marques Frota, Diogo Gomes de Melo,
Wellington Lins de Alencar Filho, Juliana Gomes Ramalho de
Oliveira, Manuela Gomes Melo, Lívia Moreira Barros
CLÍNICA DE NEFROLOGIA DE CAJAZEIRAS
Fundamentos: As terapias que visam atender os pacientes
crônicos têm três objetivos: reduzir a mortalidade, aumentar a
longevidade e melhorar a Qualidade de Vida (QV) dos pacientes.
É comprovada a correlação entre níveis rebaixados de QV com
maiores taxas de hospitalização e maior mortalidade em pacientes
em Hemodiálise (HD). Assim, buscamos identificar fatores
associados à QV de pacientes em HD, bem como avaliar suas
influências. Métodos: foram entrevistados 97 renais crônicos em
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
93
HD, utilizando-se o Medical Outcomes Study Questionaire 36-Item
Short Form Health Survey (SF-36) para medida da QV e o Beck
Depression Inventory (BDI) para verificar a presença de
depressão na amostra, e aplicado um questionário para coleta de
dados sócio-demográficos. A relação entre os níveis de QV,
depressão e outras variáveis clinicas, laboratorias e sóciodemograficas foram analisadas através de modelo de regressão,
com ajuste para algumas co-variáveis. Resultados: os pacientes
tinham em média 52,8 anos, sendo 54% do sexo masculino. A
maioria dos sujeitos se caracterizavam com co-morbidades
associadas, renda familiar abaixo de dois salários mínimos,
escolaridade inferior a 4 anos, sem ocupação regular ou
companheiro estável. Observou-se uma baixa pontuação do em
pelo menos uma das dimensões e que a depressão esteve
associada a pior QV em todas 8 dimensões do SF-36. Conclusões:
a depressão é o mais forte preditor de QV entre pacientes renais
crônicos em diálise, estando associada a menores pontuações em
todas as dimensões do SF-36, o que nos chama atenção para a
importância de intervenções psicossociais e médicas específicas,
no sentido de melhorar o bem estar e a qualidade de vida destes
pacientes.
TLP: 248
MODELO PREDITIVO DE EVOLUÇÃO PARA DOENÇA
RENAL CRÔNICA EM PACIENTES COM ANOMALIAS
CONGÊNITAS DOS RINS E TRATO URINÁRIO
Autor(es): Carolina Camargos Fonseca, Letícia Rios Carneiro,
Izabella Rodrigues Reis Gomes, Amanda Lopes de Faria,
Rafaela Andrade de Carvalho, Aline Ferreira Zwetkoff, François
de Melo C. Deligne, Isabel G. Quirino, Eduardo A. Oliveira
Universidade Federal de Minas Gerais - Faculdade de Medicina
INTRODUÇÃO: O manejo de anomalias congênitas dos rins e
trato urinário (CAKUT) é possível quando as lesões são
identificadas precocemente, de preferência durante o pré-natal. O
seguinte estudo tem como objetivo a identificação de fatores
preditivos associados à doença renal crônica (DRC) em pacientes
com CAKUT, além de propor um escore de risco para DRC.
MÉTODOS: A amostra foi composta por 822 pacientes com
CAKUT detectada durante o pré-natal. O seguimento dos
pacientes durou em média 43 meses. Foi considerado desfecho
primário DRC grau III ou maior. O modelo preditivo foi
desenvolvido usando o modelo Cox de risco proporcional e
avaliado pela estatística c.
RESULTADOS: Dos 822 pacientes, 6% (49) desenvolveram DRC.
O modelo incluiu hidronefrose bilateral, oligohidrâmnio, taxa de
filtração glomerular estimada e diagnóstico pós-natal. A acurácia
do escore foi de 0.95, com intervalo de confiança de 95%, variando
ente 0.89 a 0.99 após seguimento por 2 anos; e de 0.92, com
intervalo de confiança de 95%, variando entre 0.86 a 0.95, após
seguimento por 10 anos. Aos 10 anos de idade, a probabilidade de
sobrevida sem DRC grau III foi de 98% para os pacientes
considerados de baixo risco, e de 58% para os de alto risco,
considerando-se p<0.001.
CONCLUSÃO: Apesar de ainda ser necessária a validação deste
modelo em diferentes coortes, este modelo preditivo de DRC pode
contribuir para a identificação precoce de pacientes de alto risco
para comprometimento da função renal.
TLP: 249
Doença Cística Renal associada a Doença de Caroli
Autor(es): Caroline Maia Nogueira da Silva, Sofia Batista, Wyara
Gomes de Aniceto, Daniela dos Santos Zica, Yara Gracia
Lorena, Saulo Gonçalves Lamas, Ana Paula Begalli, Leonardo
Lucas Ribeiro Reno, Letícia de Oliveira, Ana Carolina Leitão
Galizoni
Hospital das Clínicas Samuel Libânio
Introdução
Doença de Caroli é uma dilatação congênita, não obstrutiva das
94
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
vias biliares. Pode associar-se com a Doença Renal Policística
autossômica recessiva1. Descreve-se um caso de um homem
com disfunção renal e cistos renais que evoluiu com colangite
bacteriana, sendo diagnosticada Doença de Caroli.
Descrição do caso
Paciente de 58 anos, sexo masculino, residente em Pouso Alegre,
referindo que há 7 dias iniciou com quadro de astenia, hiporexia,
febre, vômitos, epigastralgia, sonolência e confusão mental.
Referia Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes mellitus tipo 2 e
Cirrose Hepática de etiologia desconhecida. Ao exame,
apresentava-se hipocorado(++/4+), afebril, anictérico, eupneico,
desidratado(++/4+), confuso, agitado e hemodinamicamente
estável. Aparelho cardio-respiratório, gastrointestinal, urinário e
locomotor, apresentaram-se sem alterações. Exame neurológico:
Glasgow 12. Solicitados exames para investigação na emergência
que apresentaram anemia, ausência de leucocitose. Proteína C
Reativa:43,5mg/dL, Fosfatase Alcalina:374U/L, Gamaglutamil
transpeptidase:142U/L, Creatinina:5,5mg/dL , Uréia:174mg/dL,
Potássio:5,2mEq/L e Albumina:2,47g/dL. Demais eletrólitos e
transaminases sem alterações. Sedimento urinário com presença
de albumina ++ e hemácias incontáveis. Iniciada propedêutica
para disfunção renal que evidenciou numerosos cistos medulares
renais simples bilaterais e cistos corticais com conteúdo
hemático/de alto teor protéico em ambos os rins. Diante de
histórico de cirrose de etiologia não definida, testes sorológicos
para hepatite B e C; marcadores para doenças auto-imunes todos
negativos; Colangio-Ressonância mostrava sinais de hepatopatia
crônica, dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas (sem
fatores obstrutivos, com múltiplos cistos que comunicam as vias
biliares intra-hepáticas,podendo estar relacionado a Doença de
Caroli). Iniciada antibioticoterapia diante da suspeita de colangite.
Evoluiu com melhora ao tratamento clínico, recebendo alta após
14 dias.
Discussão
Existem duas formas de apresentação da doença de Caroli1,
podendo se associar com a doença policística renal autossômica
recessiva ou, mais raramente, com a doença policística renal
autossômica dominante, rim esponjoso medular e doença cística
medular1. O risco de colangiocarcinoma está aumentado nestes
doentes2. A colangite pode ocorrer não somente pela obstrução
pela litíase, mas também pelo simples retardo do fluxo biliar,
levando a quadros recidivantes, oligossintomáticos. O
prognóstico, nestes casos, é sombrio pela possibilidade de sepse
e de óbito, se não tratados3.
Salientamos a importância do diagnóstico diferencial da doença
cística renal para que possamos instituir o tratamento adequado e
assim diminuir a mortalidade da doença.
TLP: 250
TALES – Metodologia de Calibração e Validação de um
instrument de letramento em saúde
Autor(es): Marcus G Bastos, Fernando A.B. Colugnati, Luanda
T.M. Santos
NIEPEN da UFJF
INTRODUÇÃO: O TALES (Teste de Avaliação do Letramento em
Saúde) tem como objetivo avaliar o Letramento em Saúde e, para
tal, deve ser validado do ponto de vista psicométrico. A abordagem
proposta pela Teoria de Resposta ao Item prevê uma etapa de
avaliação de construto e calibração e, posteriormente, uma
validação de critério. OBJETIVO: Descrever a metodologia
utilizada na calibração e validade de critério do TALES.
MÉTODOS: Foi desenvolvido um banco de dados de 63 itens,
englobando questões de habilidades numéricas e compreensão
de leitura, distribuídas em três níveis de letramento, baseados na
Matriz de Referência do Indicador de Alfabetismo Funcional
(INAF). A intenção foi de que o instrumento final possuísse entre
18 e 21 itens, de forma que os itens fossem aleatorizados,
formando seis versões de instrumento, cada um contendo 21
itens, sendo que cada item aparecesse em 2 versões. Cada
versão foi respondida por 200 indivíduos, totalizando 400
respostas para cada item e 1200 respondentes no total. Utilizouse, para avaliação de construto e dimensionalidade, a Análise
Fatorial Confirmatória e, para as propriedades psicométricas dos
itens, o modelo de Rasch de um parâmetro. As estimativas foram
sempre obtidas pelo Método de Máxima Verossimilhança
Perfilada para se obter estimativas não enviesadas sob condições
de falta de dados completamente ao acaso. RESULTADOS: Os
1200 respondentes, obtidos de população de atendimento em
serviços públicos de saúde, alunos de graduação de cursos
diversos, apresentaram uma idade media de 34 anos (DP 14,7),
67% do sexo feminino e uma distribuição equilibrada em todos os
níveis de escolaridade, sendo 35% com Fundamental Completo. A
análise fatorial confirmou a presença de apenas uma dimensão, e
o modelo de Rasch permitiu que se eliminassem mais de 1/3 dos
itens por não apresentarem boas propriedades psicométricas. A
partir dos itens que restaram, uma versão final foi definida, tendo
em vista as propriedades psicométricas, bem como adequações
linguísticas dos itens. Esta versão está em fase de campo para
validação junto ao INAF. CONCLUSÃO: A metodologia adotada
utilizou o paradigma mais moderno na psicometria, buscando
garantir um instrumento com boas propriedades psicométricas. A
validação de critério junto ao INAF, em 200 indivíduos, deverá
confirmar se há boa correlação entre o TALES e este instrumento,
utilizado para estatísticas oficiais de avaliação de alfabetismo
funcional.
TLP: 251
Comprometimento cognitivo em pacientes com Doença
Renal Crônica pré-dialítica.
Autor(es): Marcus G. Bastos, Marilise A. Paraizo, Ana Laura M.
Almeida, Natalia Fernandes, Leopolda A. Pires, Fernando A.B.
Colugnati, Mary H.T. Clivelary
NIEPEN da UFJF
Introdução: Comprometimento cognitivo (CC) Leve (CCL) é o
termo clínico utilizado para pacientes com CC sem prejuízo
significativo nas atividades funcionais. CCL converte-se em
demência em cerca de 12% ao ano. CCL interfere negativamente
na capacidade de auto cuidado e na aderência ao tratamento e,
quando evolui para demência, aumenta o risco de hospitalização,
de morte e custos dos cuidados com o paciente. CCL interfere
negativamente na capacidade de auto cuidado e na aderência ao
tratamento e quando evolui para demência, aumenta o risco de
hospitalização, de morte e custos dos cuidados com o paciente.
Não há tratamento medicamentoso específico para o CCL, mas há
fatores de risco modificáveis e intervenções em hábitos de vida
que sabidamente retardam sua evolução. Objetivo: Rastrear CCL
em pacientes com doença renal crônica (DRC) nos estágios prédialíticos. Métodos: Estudo transversal em amostra por
conveniência de indivíduos com DRC nos estágios 3a, 3b, 4 e 5
pré-dialítico, na faixa etária de 21 a 65 anos e sem história prévia
de comprometimento neurológico. Os dados demográficos e
clínicos foram obtidos dos prontuários dos pacientes. As
atividades funcionais foram avaliadas pela escala de Pfeffer
(atividades de vida diária) respondida pelo acompanhante. A
cognição foi avaliada pela “The Montreal Cognitive Assessment”
(MoCa). Resultados: Foram avaliados 53 pacientes, idade de
56,94±6,68 anos, 58% do sexo masculino, com DRC estágios 3a
(4%), 3b (64%), 4 (26%) e 5 (6%). A mediana do nível de
escolaridade foi de 4 anos (0 a 12 anos). A hipertensão arterial,
diabetes mellitus e as doenças cardiovasculares foram
documentados em 94%, 51% e 36%, respectivamente. O
comprometimento funcional (Pfeffer _5) foi observado em 14,3%.
O CCL foi de 94% (MoCA _26 pontos, como internacionalmente
usado), 75% (MoCA _25 pontos, sugerido para população
brasileira) e de 68% (MoCa _25, se excluídos os indivíduos com
escolaridade <4 anos). Não se observou associação significativa
entre o estágio da DRC e CC. Conclusão: O CCL é altamente
prevalente em pacientes com DRC pré-dialítica não idosos e deve
ser regularmente rastreado objetivando o melhor manejo clínico
da doença.
TLP: 252
Apresentação de um teste mais sensível para a
determinação da albuminúria em amostra isolada de urina.
Autor(es): Marcus G. Bastos, Fernanda B. Novaes , Natalia M.
Fernandes, Carla M. Lanna, Jorge W. L Nascimento, Caio Cezar
S. Alves
NIEPEN da UFJF
Introdução: A ocorrência de microalbuminúria indica lesão do
parênquima renal e é reconhecidamente fator de risco para as
doenças cardiovasculares e progressão da doença renal crônica.
Os métodos de determinação da microalbuminúria atualmente
disponibilizados avaliam somente a albumina imunologicamente
reativa e não a total e, consequentemente, subestiman a
quantidade de albumina urinária. Objetivo: Descrever um método
de dosagem de albumina urinária total (imunologicamente reativa
e não reativa) em amostra urinária isolada. Métodos: Amostras
urinárias enviadas para dosagem de microalbuminúria foram
analisada por duas técnicas: 1. A técnica de imunotubidimetria ou
IT (em aparelho Behring Turbitimer System da Dade Behring), em
que o reativo contendo partículas de látex de poliestireno
recobertas de anticorpos anti-albumina humana reconhece
apenas a albumina imunologicamente reativa; 2. A técnica
colorimétrica baseada no Coomassie Plus-Bradford-Assay Kit
(thermo Scientific) a qual utiliza o azul de Coomassie (AC) e leitura
em placas de ELISA no comprimento de onda 595 nm. As curvas
de calibração foram obtidas nas faixas de concentrações de
albumina: 100-1500 µg/ml e 1-25 µg/ml (concentração da
albumina padrão_ 2mg/mL). As soluções usadas na preparação
das curvas e as amostras foram analisadas em duplicata para
melhor desempenho possível do ensaio. Em avaliações prévias,
determinamos que o melhor padrão de curva para leitura do kit é o
da curva quadrática. Resultados: As curvas de calibrarão
evidenciaram excelente performance da técnica do AC
relativamente ao controle utilizando a albumina humana. A média
(+/-DP) dos valores de albumina obtido pela tecnica do azul
Coomassie foi de 91,1049+/-63,93m85 mg/mL e pela técnica do
imunotubidimetria foi de 16,3679+/-24,3267 mg/mL (p <0,05). Em
26 dos 28 das urinas avaliadas para a presença de
microalbuminúria, houve recategorização da albuminuria de A1
(<30 mg/mL pela IT) para A2 ou A3 (>30 mg/mL no método
colorimétrico com AC). Conclusão: A técnica do AC é acurada para
a detecção de albuminúria, com a vantagem de identificar a
albumina urinária imunologicamente reativa e a
imunologicamente não reativa. Estudos em progresso definirão se
o rastreio da albuminúria com a técnica do AC tornar-se-á o
instrumento de escolha no rastreio de lesão do parênquima renal,
como por exemplo, no diabetes mellitus.
TLP: 253
Doença renal crônica: o papel da atenção primária no
acompanhamento e no encaminhamento dos pacientes ao
nefrologista
Autor(es): Maria Goretti Moreira Guimarães Penido, Marcelo de
Sousa Tavares, Mariana Guimarães Penido de Paula , Celina de
Faria Rezende, João Milton Martins de Oliveira Penido,
Morgana Bechler De Moro , Victor Bilman, Ana Cláudia Miranda
Scalioni, Amália Sathler Pires, Matheus Moura de Oliveira
Unidade de Nefrologia Pediátrica, Faculdade de Medicina,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG Serviço de Nefrologia da Santa Casa de Belo Horizonte, MG Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina,
Universidade Federal de
Introdução:
A doença renal crônica (DRC) tem proporções epidemiológicas e a
prevenção de sua progressão depende de cuidados adequados e
referência correta ao especialista. O objetivo deste estudo foi
avaliar se a atenção primária está acompanhando os indivíduos
com DRC e referenciando-os ao nefrologista.
Métodos:
Durante uma ação comunitária no dia Mundial do Rim de 2012 em
restaurante popular, em uma cidade com 2.740.000 habitantes, os
indivíduos ali presentes foram convidados a participar. Os
participantes foram submetidos à avaliação clínico-laboratorial
que incluía: aferição da pressão arterial, mensuração da creatinina
sérica e da proteína urinária, estimativa da filtração glomerular
(MDRD/proteinúria), avaliação nutricional pelo índice de massa
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
95
corpórea e medida da circunferência abdominal (CA). Os
indivíduos classificados nos graus III (A e B) e IV, e aqueles com
graus I e II com proteinúria receberam encaminhamento para a
atenção primária, próxima às suas residências. Dois anos depois
os indivíduos foram contatados via telefone para saber se a
atenção primária os acolheu e encaminhou ao nefrologista.
Resultados:
Foram avaliados 298 indivíduos (66% femininos), com idade
média de 50,5±17,6 anos. Encontrou-se: CA associada a alto risco
cardiovascular em 32%, DRC grau I com proteinúria em 1,3%,
DRC grau II com proteinúria em 5%, DRC graus III A e B em 20%,
DRC grau IV em 1,3%. Nenhum indivíduo tinha grau V.
Sobrepeso/obesidade foi diagnosticado em 60% dos indivíduos.
Medida isolada de PA mostrou níveis pressóricos maiores que
130-149 x 85-89 mmHg em 38% dos indivíduos. Oitenta e dois
indivíduos (graus I e II com proteinúria, graus III A e B e grau IV)
foram encaminhados à atenção primária. Contato telefônico feito
com 70 indivíduos mostrou que 35 são cadastrados na atenção
primária e fazem controle regular; 10 indivíduos têm plano de
saúde e fazem controle regular; 25 indivíduos não fazem nenhum
controle e apenas 6 deles foram encaminhados ao nefrologista.
Conclusões:
Houve elevada prevalência dos vários graus de DRC e dos fatores
de risco associados. Um número significativo de indivíduos com
DRC não estão sendo acompanhados e a maioria dos outros é
acompanhada apenas na atenção primária. Uma pequena minoria
foi encaminhada ao nefrologista. São necessárias estratégias
para aumentar a taxa de encaminhamento de pacientes com DRC
ao nefrologista.
TLP: 254
Consumo elevado de sal está associado a importantes
fatores de risco em uma grande coorte de pacientes com
doença renal crônica
Autor(es): Fabiana B. Nerbass, Roberto Pecoits-Filho, Natasha
J. McIntyre, Christopher W. McIntyre, Maarten W. Taal
Fundação Pró-rim, Joinville, BR; Esola de Medicina, Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, Curitiba, BR; Departamento
de Medicina Renal, Derby Royal Hospital, Derby, UK
Introdução: Pacientes com doença renal crônica (DRC )
apresentam um risco aumentado de doença cardiovascular (DCV)
e de mortalidade, que é observado já nos estágios iniciais da
doença e a ingestão de sódio desta população tem sido associada
com importantes fatores de risco da DCV e da progressão da DRC,
como hipertensão e proteinúria.
Objetivo: Investigar a relação entre a ingestão de sódio e fatores
de risco de DCV e de progressão da DRC em uma grande coorte
de pacientes com DRC estágio 3 recrutados a partir da atenção
primária.
Metodologia: 1.733 pacientes com taxa de filtração glomerular
(TFG) estimada entre 59-30 mL/min/1.73 m2; com idade média de
72,9 ± 9,0 anos, foram recrutados de 32 centros de atenção
primária da região de Derbyshire, Inglaterra para participarem do
Renal Risk in Derby Study (RRID). Os participantes foram
submetidos a avaliação clínica e amostras de urina e de sangue
foram obtidas para análise. A ingestão de sódio foi estimada a
partir das amostras de urina utilizando uma equação validada para
esta população de estudo.
Resultados: Os participantes com consumo estimado de sódio
acima do recomendado (>2,4 g de sódio/dia ou 6g de sal/dia)
tinham maior pressão arterial diastólica, maior pressão arterial
média e utilizavam um número maior de fármacos
anti–hipertensivos quando comparados aos participantes com
ingestão de sódio inferior a 2,4 g diárias. Maiores concentrações
séricas de proteína-C reativa de alta sensibilidade e ácido úrico,
bem como uma razão creatinina albumina urinária aumentada
foram encontradas nos pacientes com ingestão excessiva de
sódio. Na análise de regressão multivariada, a ingestão excessiva
de sódio foi um preditor independente tanto da pressão arterial
média quanto da albuminúria.
Conclusão: Elevada ingestão de sódio associou-se a fatores de
risco de DCV e de progressão da DRC em pacientes
96
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
predominantemente nos estágios iniciais da DRC que são
acompanhados pela atenção primária de saúde, sugerindo que o
sódio dietético pode aumentar os riscos mesmo nos estágios
iniciais e intermediários da doença.
TLP: 255
Redução no consumo de sódio é independentemente
associada com um melhor controle da pressão arterial em
pessoas com doença renal crônica
Autor(es): Fabiana B. Nerbass, Roberto Pecoits-Filho, Natasha
J. McIntyre, Christopher W. McIntyre, Maarten W. Taal
Fundação Pró-rim, Joinville, BR; Esola de Medicina, Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, Curitiba, BR; Departamento
de Medicina Renal, Derby Royal Hospital, Derby, UK
Introdução: Pessoas com doença renal crônica (DRC)
apresentam maior risco de mortalidade e de doença
cardiovascular (DCV) e restringir a ingestão de sódio tem sido
associada com diminuição na pressão arterial (PA) e proteinúria,
dois importantes fatores de risco para DCV e progressão da DRC .
Objetivo: Investigar o efeito das alterações da ingestão de sódio
no período de um ano na PA e na proteinúria de pacientes com
DRC estágio 3.
Métodos: 1607 pacientes com taxa de filtração glomerular
estimada (eTFG) 59-30 mL/min/1.73m2; com idade média de
72,9±9,0 anos, foram recrutados de 32 centros de saúde de
atenção primária da região de Derbyshire, Inglaterra, para serem
incluídos no estudo Renal Risk in Derby (RRID). Foi obtida
anamnese e os participantes foram submetidos a avaliação
clínica, análises bioquímicas de urina e do soro no início do estudo
e após 1 ano. A ingestão de sódio foi estimada a partir da amostras
de urina utilizando uma equação validada para esta população.
Resultados: Quando comparados aos participantes que
aumentaram a ingestão de sódio após um ano (de _2.4 para >2.4
g/dia), aqueles que a diminuíram (de >2.4 para _2.4 g/dia),
apresentaram um decréscimo superior em todas as variáveis de
PA (delta da pressão arterial média (deltaPAM) = -7,44±10,1 vs 0,23±10.4mmHg; p < 0,001), bem como na velocidade de onda de
pulso (VOP), um marcador de rigidez arterial (deltaVOP= 0,47±1,3 vs 0,08 ± 1,88 m/s; p<0,05). A albuminuria melhorou
apenas em pacientes albuminúricos que diminuíram a ingestão de
sódio no período. Tanto os participantes que mantiveram ingestão
de sódio _2.4 g/dia como os que permaneceram com consumo
>2.4 g/dia nos dois períodos apresentaram diminuição na PA,
porém apenas no grupo com menor ingestão a VOP também
diminuiu e o número de anti-hipertensivos aumentou somente no
grupo com elevado consumo de sódio. Diminuir a ingestão de
sódio foi um determinante independente da variação da PAM.
Conclusão: Embora sejam necessárias maiores evidências,
nossos resultados sustentam os benefícios de diminuir e manter a
ingestão de sódio inferior a 2.4 g diárias por pacientes nos
estágios iniciais da DRC.
TLP: 256
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES COM DOENÇA
RENAL CRÔNICA: ÍNDICE DE MASSA CORPORAL x ÍNDICE
DE ADIPOSIDADE CORPORAL
Autor(es): Annerose Barros, Fernando Sontag , Carlos Eduardo
Poli de Figueiredo , Domingos O. d'Avila
Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde
(Nefrologia), FAMED e Hospital São Lucas. Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS.
Introdução: A obesidade é um importante fator de risco para
alguns agravos crônicos, incluindo a doença renal crônica (DRC).
É preciso atenção na avaliação do excesso de peso neste grupo,
pois acúmulo de líquido pode falsear a avaliação nutricional. O
índice de massa corporal (IMC), apesar de bastante usado, não é
o mais adequado para avaliar esta população. Um índice de
adiposidade corporal (IAC) para avaliação de adiposidade em
adultos foi recentemente proposto.
Métodos: Estudo transversal, observacional, em pacientes com
DRC acompanhados no ambulatório de Nefrologia de um Hospital
Universitário. Foram aferidos: peso, altura, circunferência do
quadril; a gordura corporal foi determinada por bioimpedância
segmentar multifrequência (InBody 520®). A partir destas medidas
foram determinados os valores do IMC e do IAC.
Resultados: Foram avaliados 37 indivíduos (masculino = 21);
idade: 56 ± 14 anos. Quando o percentual de gordura corporal foi
avaliado por bioimpedância (padrão ouro no estudo) houve
predomínio de indivíduos obesos (45,9%), enquanto 32,4% eram
eutróficos e 21,6% estavam com sobrepeso. Na avaliação pelo
IMC, houve predomínio de sobrepeso (37,8%), seguido por
indivíduos eutróficos (32,4%) e obesos (29,7%). A avaliação pelo
IAC classificou 48,6% dos indivíduos como obesos, 37,8% como
sobrepeso e 13,5% como eutróficos. A correlação entre IMC e IAC
foi moderada (r=0,482; P=0,003); entre IMC e percentual de
gordura foi muito forte (r=0,711; P<0,001) e entre IAC e % gordura
obtivemos uma correlação forte (r=0,578; P<0,001).
Conclusões: Tanto o IMC como o IAC podem ser usados na
avaliação nutricional do paciente com DRC. O IMC se
correlacionou com o percentual de gordura, medido pela
bioimpedância. Apesar de limitações, pode ser um bom marcador
na avaliação nutricional do paciente com DRC. O IAC não
considera o peso corporal em sua fórmula, falsamente aumentado
por acúmulo de líquido, o que pode ser mais fidedigno. Nossos
resultados sugerem serem ambos os índices úteis na avaliação do
estado nutricional de pacientes com DRC.
TLP: 257
Resultado das Atividades do Dia Mundial do Rim 2014 em
Itaúna - MG
Autor(es): Eduardo Gomes Mattar, Maria Luiza Custódio Soares,
Bruce Henrique dos Santos, Giselle Aparecida Marçal, Fernanda
Silva Freire, Carolina Araújo Pereira, Jéssica Lemos Ramos
Antunes, Ana Flávia Montenegro Silva, Bruna Pister Silva,
Marina Damiani Santana
Universidade de Itaúna
Introdução: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são
consideradas como um dos principais desafios em saúde pública
para os próximos anos. Essas doenças estão relacionadas com os
hábitos de vida da sociedade atual, bem como com o
envelhecimento da população mundial. Nesse contexto, todo o
paciente que apresentar algum dos fatores de risco deve ser triado
para a Doença Renal Crônica. São considerados fatores de risco a
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM),
idade avançada e histórico familiar positivo. Considerando a
multiplicidade de fatores de risco comuns, história natural
prolongada e principalmente o longo curso assintomático das
DCNT torna-se imprescindível realizar políticas de prevenção e
controle que propiciem o diagnóstico precoce dessas patologias.
Métodos: Foi realizada uma ação educativa na cidade de ItaúnaMG, na qual aferiu-se a pressão arterial dos participantes,
realizou-se palestras sobre educação nutricional e Doença Renal
Crônica. com seus fatores de risco, além da distribuição de
panfletos educativos. A campanha contou com a presença de uma
equipe multidisciplinar, composta por um médico nefrologista,
acadêmicos curso de medicina da Universidade de Itaúna, uma
assistente social, enfermeiros e nutricionistas. Foram esclarecidas
as dúvidas da população em relação ao tema, fornecidas
orientações preventivas, além do alerta aos participantes que
apresentaram a PA elevada ou que não faziam o controle
adequado da HAS ou DM sobre a necessidade de buscar
atendimento na Atenção Primária.
Resultados: Participaram 179 pessoas, sendo 63,7% homens e
36,3% mulheres. A média de idade dos participantes foi de 51,1
anos. De acordo com informações fornecidas pelos participantes,
44,1% deles eram portadores de HAS e 11,7% de DM. De todos os
participantes, 44,6% apresentaram pressão arterial elevada
(acima ou igual a 140x90 mmHg), sendo 15% mulheres, com
média de idade de 50,3 anos e 29,6% homens, com média de
idade de 52,1 anos.
Conclusões: A partir da análise dos resultados constatou-se uma
prevalência elevada dos fatores de risco para a Doença Renal
Crônica na população itaunense. Tal fato demonstra o potencial da
realização de ações educativas como o Dia Mundial do Rim para
conscientizar a população da importância de prevenir,
diagnosticar, controlar e tratar as DCNT como forma de prevenção
da Doença Renal Crônica.
TLP: 258
Efeitos da paratireoidectomia nos distúrbios do sono
Autor(es): Roberto Santos, Fernando Coelho, Bruno C. Silva,
Vanda Jorgetti, Rosa M.A. Moyses, Rosilene M. Elias
Hospital das Clínicas da Faculdade de São Paulo / Universidade
Federal de São Paulo
Introdução: O Hiperparatireoidismo Secundário (HPS) está
associado a complicações que vão além do metabolismo ósseo.
Uma alta prevalência de distúrbios do sono foi descrita nestes
pacientes com o uso de questionários. Entretanto, nenhum dos
estudos prévios se baseou em medida objetiva através de
polissonografia (PSG). Além disso, o efeito da paratireoidectomia
(PTX) nos distúrbios de sono não foi completamente avaliado. O
objetivo deste estudo prospectivo foi avaliar a influência da PTX
nos distúrbios do sono de pacientes com doença renal crônica
estádio V com HPS em hemodiálise. Métodos: Dezoito pacientes
(6 homens, idade 48±11 anos) foram submetidos à PSG
imediatamente antes e dentro de 12 semanas após a PTX. A
Síndrome das Pernas Inquietas foi diagnosticada e classificada de
acordo com critérios estabelecidos pelo International Restless Leg
Syndrome Study Group. Dados de PSG incluíram a arquitetura do
sono, índice de apneia e índice de movimento periódico de
membros. Variabilidade de frequência cárdica (VFC) foi analisada
a partir do eletrocardiograma da PSG, no domínio frequência.
Resultados: Foi observada redução dos níveis séricos de
paratormônio, cálcio, fósforo (P) e fosfatase alcalina após a PTX
(p<0,05 para todas as variáveis). Dez pacientes (56%)
apresentavam SPI antes da cirurgia e apenas 4 (22,2%)
permaneceram com este diagnóstico após a PTX (p=0.04), mas
com diminuição na escala de gravidade. Os pacientes com SPI
apresentavam maiores níveis de P e maior gravidade dos
movimentos periódicos de pernas por hora de sono pré PTX
(p=0.008 e 0.004, respectivamente). Não ocorreu melhora no
índice de apneia-hipopnéia ou em qualquer outro parâmetro do
sono. Após a PTX houve uma diminuição da relação baixa/alta
frequência da VFC, indicando redução da atividade simpática e/ou
aumento da atividade parassimpática, respectivamente, nas fases
acordado (44%), sono REM (61%) e sono não REM (44%), o que
não se correlacionou com a melhora da SPI. Conclusão: A PTX
não melhorou a arquitetura do sono ou os distúrbios respiratórios
relacionados ao sono. Entretanto, a PTX reduziu a prevalência e a
gravidade da SPI, uma doença muito frequente nestes pacientes e
associada à diminuição da qualidade de vida, sonolência diurna e
depressão. Mecanismos implicados nesta melhora precisam ser
melhor avaliados. Nota: Concorrerá ao Prêmio Vanda Jorgetti
2014.
TLP: 259
Letramento em Saúde inadequado: Frequente entre os
pacientes com doença renal crônica, mas desconhecido
pelos nefrologistas.
Autor(es): Marcus G. Bastos, Daniela de O. Maia, Luanda T.M.
Santos, Fernando A.B. Colugnati, Flavio Cabral, Marcus G.
Bastos
Departamento de Clínica Médica e Núcleo Interdisciplinar de
estudos, pesquisas e tratamento em nefrologia (NIEPEN) da
Faculdade de Medicina da UFJF e Fundação IMEPEN.
Introdução: Letramento em Saúde (LS) ou habilidades de leitura e
numérica que permite ao indivíduo transitar no ambiente de saúde
é um tema relativamente novo e que vem ganhando espaço nas
agendas de pesquisa e políticas de saúde, particularmente nos
países desenvolvidos. Onde estudado, o LS inadequado associa-
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
97
se a desfechos clínicos adversos. No Brasil, ainda não existem
estudos sobre LS em pacientes renais. Objetivo: Avaliar o LS em
pacientes com doença renal crônica (DRC) em tratamento
conservador. Métodos: Foram incluídos no estudo pacientes com
DRC estágios 3b-5 acompanhados no Centro HIPERDIA Minas de
Juiz de Fora. Os dados demográficos, clínicos e laboratoriais
foram extraídos dos prontuários dos pacientes. A cognição foi
avaliada pelo “Mini Mental State Examination” (MMSE). O LS foi
avaliado com o instrumento “Avaliação Breve do Letramento em
Saúde para Adultos que Falam Português em sua versão com 18
itens (SALPHA-18)”, através da capacidade de o indivíduo
pronunciar e compreender termos médicos comuns. Resultados
de zero a 14 foram considerados LS inadequado. Resultados:
Foram estudados 48 pacientes com idade média de 66±8,9 anos,
57% do sexo masculino e 84,5% com nível de escolaridade menor
que o fundamental completo. O LS inadequado foi observado em
72,4% dos pacientes com DRC. A mediana do MMSE foi de 26 e 22
pontos para os pacientes com LS adequado e inadequado,
respectivamente. A correlação (Sperman) entre o SAHLPA e o
MMSE foi de 0,52 (p <0,05). Conclusão: Nos pacientes estudados,
a prevalência do LS inadequado é extremamente elevada e se
correlaciona negativamente com o nível de escolaridade e
cognição.
TLP: 260
Relação entre apetite, parâmetros antropométricos e
laboratoriais de pacientes de uma clínica de hemodiálise em
Mafra/SC.
Autor(es): Andrea Carolina Sczip, Fabiana Baggio Nerbass,
Jyana Gomes Morais , Hercílio Alexandre da Luz Filho
Fundação Pró Rim
Introdução: Desnutrição e perda de massa ocorrem comumente
em pacientes com insuficiência renal. A anorexia pode ser a causa
mais importante da desnutrição, pois também afeta um número
significativo de pacientes em hemodiálise.
Objetivo: Avaliar o estado nutricional de pacientes renais crônicos
em hemodiálise (HD) e verificar a relação entre apetite,
parâmetros antropométricos e laboratoriais.
Metodologia: Estudo transversal incluindo 80 pacientes em HD
(52% homens; idade = 53,83 ± 14,88 anos; tempo em HD:
49,6±14,8 meses). Os parâmetros antropométricos utilizados
foram o índice de massa corporal (IMC), circunferência de braço
(CB), circunferência muscular do braço (CMB) e dobra cutânea
tricipital (DCT). Os parâmetros bioquímicos avaliados foram
colesterol total e creatinina. A mensuração do apetite foi obtida
pelo Appetite e Assessment Tool Diet (ADAT).
Resultados: A média do IMC (25,26±5,2 Kg/m2), das adequações
de CB (102,4±13,8%), CMB (103,9±11,5%) e DCT (95,16±46,3%)
estavam dentro dos padrões de normalidade. Não houve
correlação entre os parâmetros bioquímicos e os nutricionais.
Quando os pacientes foram divididos de acordo com colesterol
total (ponto de corte 150,0 mg/dl), as adequações de CB e de CMB
foram significantemente menores nos pacientes com resultados
abaixo de 150,0 mg/dl quando comparados aos demais
(adequação CB: 98,5±12,9 versus 105,9±13,8%;p<0.05) e
adequação CMB (100,6±12,2 versus 106,8 ± 9,9%; p<0,05). O
mesmo aconteceu usando o ponto de corte 9,0 mg/dl para a
creatinina, em que os menores valores encontrados foram dos
pacientes com creatinina inferior a 9,0 mg/dl (adequação CB
98,6±13,2 versus 106,5±13,1%;p<0,05 e adequação CMB
101.1±11.1 versus 107,0±11,3;p<0,05). Pacientes que relataram
apetite adequado ou prejudicado não diferiram quanto aos
parâmetros bioquímicos ou antropométricos.
Conclusão: Pacientes que apresentaram disfunção nos
parâmetros bioquímicos eram mais propensos a apresentarem
adequações menores para CB e CMB. Parâmetros
antropométricos e bioquímicos foram semelhantes nos pacientes
que relataram apetite preservado ou prejudicado.
TLP: 261
IDENTIFICAÇÃO DO NÚMERO MÉDIO DE DOSES DE
VACINA CONTRA A HEPATITE B NECESSÁRIAS PARA A
98
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
SOROCONVERSÃO DE PACIENTES EM PROGRAMA DE
HEMODIÁLISE CRÔNICA
Autor(es): Sérgio Wyton Lima Pinto, Maria Lucimar Silva,,
Thalles Trindade de Abreu,, Maria Aparecida Silva Marinho,,
Danyelle Romana Alves Rios,, Alba Otoni
Universidade Federal de São João del-Rey/ Hospital São João
de Deus - Divinópolis MG
INTRODUÇÃO: a hepatite B (HB) é uma infecção potencialmente
mortal que constitui um importante problema de saúde pública a
nível mundial. As taxas de soroconversão em resposta à vacina
contra o HB são relativamente baixas entre os pacientes renais em
estágio avançado, submetidos à Hemodiálise (HD).
OBJETIVO: identificar o número médio de doses de vacina contra
a Hepatite B necessárias para soroconversão de pacientes em
programa de hemodiálise crônica.
MÉTODO: estudo transversal retrospectivo, realizado por meio de
revisão de prontuários de 125 pacientes portadores de Doença
Renal Crônica (DRC) terminal em procedimento hemodialítico
convencional, em um setor de nefrologia de um hospital
filantrópico de uma cidade no interior de Minas Gerais.
RESULTADOS: a maioria dos pacientes envolvidos no estudo,
transplantados ou não, tornou-se anti-HBs positivo com esquema
recomendado pelo Ministério da Saúde: três doses, um mês de
intervalo devido à DRC, e a 4ª dose de reforço. Em 28,7% dos
pacientes, foram necessárias de cinco a oito doses para fazer a
soroconversão, e ainda 10,4% recebeu nove ou mais doses para
alcance da imunização da HB. Neste estudo, a taxa de
soroconversão foi significativamente alta, da ordem de 88,4%.
CONCLUSÃO: o número médio de doses para soroconversão em
anti-HBs positivo em pacientes DRC em HD, foi quatro doses.
TLP: 262
NÍVEIS SÉRICOS E URINÁRIOS DE CCL2(MCP-1) e CXCL8(
IL-8) COMO BIOMARCADORES PRECOCES DE LESÃO
RENAL EM PACIENTES PORTADORES DE
GLOMERULOPATIAS DE ETIOLOGIAS DIVERSAS
Autor(es): Sérgio Wyton Lima Pinto, Isabella Carvalho Laporte,,
Aline Paiva Alves de Souza Mendonçä,, Hélida Aline
Tomacheski Amaral,, Thalles Trindade de Abreu,, Lucas Ferreira
Alves,, Maria Aparecida Silva Marinho,, Danyelle Romana Alves
Rios,, Alba Otoni
Universidade Federal de São João del-Rey/ Hospital São João
de Deus - Divinópolis MG
INTRODUÇÃO: existem evidências de que quimiocinas
inflamatórias tenham importante papel na gênese da doença renal
crônica (DRC) de causa inflamatória e que elas possam ser
utilizadas como biomarcadores precoces de lesão renal.
OBJETIVO: identificar os níveis séricos e urinários de CCL2(MCP1) e CXCL8 (IL-8) como biomarcadores precoces de lesão renal
em pacientes portadores de glomerulonefrite de etiologias
diversas.
MÉTODOS: estudo transversal observacional realizado em
ambulatório de tratamento conservador de Nefrologia de um
hospital do interior de Minas Gerais. Participaram 17 pacientes
com diagnóstico de glomerulopatia confirmado por biópsia e em
estágio de DRC variando de 1 a 4, formando o grupo 1. Para efeito
de comparação foi obtido do banco de dados de um dos
pesquisadores informações específicas dos valores de CXCL8 e
CCL2 urinárias e séricas referentes ao grupo 2, formado de 27
pacientes selecionados com os mesmos critérios de inclusão e
com glomerulopatias de causas diversas, porém, com dados
coletados em 2010 e ao grupo 3, formado por 31 adultos
aparentemente saudáveis. A coleta de dados ocorreu no período
de março de 2013 a março de 2014 e envolveu entrevista, exame
físico e coleta de amostra de sangue e de urina para dosagem dos
níveis séricos e urinários das quimiocinas MCP-1/CCL2 e IL8/CXCL8. Análise estatística foi realizada pelo programa SPSS
versão 15.0. Para comparação de variáveis categóricas foram
utilizados: teste Qui-quadrado de Pearson e testes t-Student e
Mann-Whitney para variáveis contínuas quando se comparou dois
grupos e ANOVA e Kruskal-Wallis para comparação com mais de
dois grupos. As análises de comparações múltiplas entre os
grupos foram realizadas através do teste de Mann-whitney com
correção de Bonferroni. Em todas as análises considerou-se um
nível de 5% de significância.
RESULTADOS: a CXCL8 urinária e a CCL2 sérica não
apresentaram diferenças estatísticas em nenhuma das
comparações entre os grupos 1, 2 e 3. Contudo, a CCL2 urinária e
a CXCL8 sérica apresentaram diferenças estatísticas entre os
grupos 1 e 2 e entre os grupos 1 e 3. Não houve associação entre
os valores dos níveis séricos e urinários das quimiocinas MCP1/CCL2 e IL-8/CXCL8 e os valores de proteinúria.
CONCLUSÃO: os níveis de CXCL8 urinária e a CCL2 sérica são
similares entre os grupos que apresentam lesão renal, sugerindo
que talvez possam ser utilizadas como um indicativo de
investigação de lesão renal quando aumentadas na urina e no
sangue.
TLP: 263
Depressão e estratégias de “coping” em pacientes com
doença renal crônica em tratamento conservador – Um
estudo preliminar
Autor(es): Geraldo Bezerra da Silva Junior, Álvaro Augusto
Câmara da Silva Fernandes, Ana Laís Aguiar Nocrato, Luma
Burgos Pinheiro Castelo Branco, Mariana Vasconcelos Frota,
Elizabeth De Francesco Daher, Maria Vitoria de Oliveira Silva
Barros Ferreira, Douglas de Sousa Soares, Thayanne Barreto
de Lima, Leonardo Duarte Sobreira Luna
Universidade Federal do Ceará
Introdução: A depressão é o principal transtorno mental
encontrado em pacientes com doença renal crônica (DRC) em
hemodiálise. Entretanto, existem poucos estudos investigando
este distúrbio em pacientes com DRC em tratamento conservador.
O objetivo deste estudo é investigar a ocorrência de depressão,
avaliar a qualidade de vida e as estratégias de “coping” entre
pacientes com DRC em tratamento ambulatorial.
Métodos: Foi realizado um estudo transversal em um ambulatório
de nefrologia , Ceará, no período de julho a agosto de 2013. A
amostra foi de 9 pacientes, todos maiores de 16 anos, com
diagnóstico clínico e laboratorial confirmado de DRC (estágios 1 a
4), em tratamento conservador. Foi investigada a ocorrência de
depressão através do Inventário de Depressão de Beck, e as
estratégias de “coping” pela escala de Jalowiec (JCS).
Resultados: Foram entrevistados no total 9 pacientes, sendo 6 do
sexo feminino e 3 do sexo masculino, variando de 17 a 84 anos.
Pelo questionário de Beck foi evidenciada a ausência de
depressão em 6 pacientes (66%), depressão leve a moderada em
1 paciente (11%), moderada-grave em 1 (11%) e grave em 1
(11%). As estratégias “coping” foram evidenciadas por todos os
pacientes. As táticas mais utilizadas foram a do tipo “otimista” e a
do tipo “autoconfiante”. Seguinte a essas, a estratégia de
“evasão”, a tática de “confronto” e por último o tipo “suportivo”.
Conclusões: A prevalência encontrada de depressão é alta em
pacientes com DRC em tratamento conservador. As principais
estratégias de “coping” a do tipo “otimista” e a do tipo
“autoconfiante. É de extrema importância que esses pacientes
sejam diagnosticados e tratados de forma precoce para que
permaneçam com uma boa qualidade de vida, contribuindo
positivamente para um melhor prognóstico e uma boa adesão ao
tratamento. Mais estudos são necessários para melhor
caracterizar os transtornos mentais em pacientes com DRC e as
estratégias usadas pelos mesmos para lidar com os problemas de
saúde.
Universidade de São Paulo
Introdução: A exposição a excesso de proteínas pode promover a
liberação de mediadores inflamatórios pelas células tubulares. Os
mecanismos subjacentes a esse efeito não estão claros. Nós
investigamos se ocorre ativação da imunidade
inata/inflamassoma nesse processo.
Métodos: Induziu-se albuminúria (ALB) em 15 ratos machos
Munich-Wistar através da administração de adriamicina (AD) 5
mg/kg iv. Ratos controle (C, N = 5) receberam apenas a solução
salina. ALB, mg/d, pressão caudal (PC, mmHg), creatinina sérica
(SCr, mg/dL), NGAL, mg/dia,% esclerose glomerular (%EG),%
interstício cortical (%INT) e infiltração macrofágica intersticial (M_,
céls/mm2) foram avaliadas após 2 (AD2sem), 4 (AD4sem) e 20
(AD20sem) semanas após AD. A ativação da imunidade inata
renal foi avaliada pela expressão do gene (IL-1ß, TLR4, NLRP3) e
proteína (IL-1ß, TLR4).
Resultados:
ALB C 7±2 AD2sem 336±34ª AD4sem 356±49a AD20sem
5
0
5
±
3
4
a
b
c
PC C 142±2 AD2sem 149±3 AD4sem 156±2a AD20sem 169±4abc
SCr C 0,7±0.1 AD2sem 0,7±0,1 AD4sem 0,7±0,1 AD20sem
1
,
6
±
0
,
2
a
b
c
NGAL C 28±3 AD2sem 126±23 AD4sem 97±14a AD20sem
9
4
±
3
5
a
%EG C 0.1±0.1 AD2sem 0,7±0.6 AD4sem 1,1±0.5a AD20sem
4
7
,
2
±
1
0
,
2
a
b
c
%INT C 1±1 AD2sem 1±1 AD4sem 6±1ab AD20sem 15±2abc
M_ C 9±2 AD2sem 76±34a AD4sem 142±19ab AD20sem
1
5
0
±
4
0
a
b
IL-1_ (ELISA) C 0,4±0.1 AD2sem 0,6±0,2 AD4sem 1,6±0,3ab
A D 2 0 s e m
2 , 7 ± 0 , 9 a b
TLR-4 (WB) C 0,2±0,1 AD2sem 0,2±0,1 AD4sem 0,3±0,1
A D 2 0 s e m
1 , 5 ± 0 , 3 a b c
Média SE, ap<0.05 vs C, bp<0.05 vs AD2sem, cp<0.05 vs.
Ad4sem.
Além disso, os níveis de mRNA para IL-1_, TLR4 e NLRP3
estavam aumentados significativamente nos Grupos AD4sem
(68%, 106% e 177%, respectivamente) e AD20sem (127%, 215%
e 74%).
Conclusões: A administração de AD foi seguida por albuminúria
maciça, lesão tubular precoce (indicada pela excreção de NGAL) e
infiltração de M_; EG e expansão INT desenvolveram-se após 4
semanas de AD. A expressão e/ou abundância de IL-1_ e TLR4
foram aproximadamente paralelas à extensão das lesões renais. A
ativação da imunidade inata/inflamassoma pode representar um
importante elo patogênico entre a exposição tubular ao excesso
de proteínas e o desenvolvimento de dano renal. FAPESP / CNPq
TLP: 265
MODELO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL DECORRENTE DO
BLOQUEIO DE NF-KAPPAB DURANTE A NEFROGÊNESE:
EFEITO DA SOBRECARGA SALINA
Autor(es): Victor Ferreira de Ávila, Simone da Costa Alarcon
Arias, Orestes Foresto Neto, Camilla Fanelli, Viviane Dias
Faustino, Claudia Ramos Sena, Denise Maria Costa Malheiros,
Jose Eduardo Krieger, Roberto Zatz, Clarice Kazue Fujihara
Faculdade de Medicina da UNiversidade de São Paulo
TLP: 264
A ativação da imunidade inata evolui paralelamente à
progressão do dano renal em Nefropatia por Adriamicina
Autor(es): Viviane D. Faustino, Simone C.A. Arias, Flavia P
Albuquerque, Camilla Fanelli, Lisienny C.T. Rempel, Orestes
Foresto-Neto, Denise M.A.C. Malheiros, Niels O.S. Camara,
Roberto Zatz, Clarice K. Fujihara
Introdução: Mostramos recentemente que ratos submetidos
durante a lactação a bloqueio do sistema NF–_B com pirrolidina
ditiocarbamato (PDTC) desenvolvem hipertensão arterial (HA) na
fase adulta, sem lesão renal aparente. Neste estudo, investigamos
se uma sobrecarga salina (SS) evidenciaria uma limitação, nesses
ratos, à excreção de sódio, agravando a HA e promovendo dano
renal.
Materiais e Métodos: Ratos Munich-Wistar machos recémnascidos, com suas respectivas matrizes, foram divididos em dois
grupos: C, sem tratamento; e PDTC, recebendo PDTC, 280
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
99
mg/kg/dia na água do bebedouro somente durante a lactação.
Para acelerar possíveis lesões renais, todos os ratos foram
submetidos a uninefrectomia (UNx) com dez semanas de idade.
Com três meses de idade os ratos (N=49), foram subdivididos em:
C+DP, controle recebendo dieta padrão; C+SS, C recebendo SS
(dieta com 3,2% NaCl e 0,5% NaCl na água do bebedouro);
PDTCLact+DP, PDTCLact recebendo DP; PDTCLact+SS,
PDTCLact, recebendo SS. Após 3 meses em SS, avaliamos a
pressão caudal (PC, mmHg), o índice de esclerose glomerular
(IEG), a % de interstício cortical (%INT) e a de lesão vascular
(%VASC), a infiltração macrofágica intersticial (Mac, cels/mm2), a
atividade plasmática de renina (APR, ng/mL/h) e a presença de
angiotensina II no interstício (AngII, cels/mm2).
Resultados:
PC C+DP 144±2 C+SS 165±1b PDTClact+DP 166±2a
P D T C l a c t + S S
1 9 5 ± 3 a b
IEG C+DP 3±1 C+SS 14±3 PDTClact+DP 2±1 PDTClact+SS
5
5
±
2
1
a
b
%INT C+DP 1±1 C+SS 1±1 PDTClact+DP 1±1 PDTClact+SS
6
±
2
a
b
%VAS C C+DP 0±0 C+SS 4±2 PDTClact+DP 1±1 PDTClact+SS
1
6
±
6
a
b
Mac C+DP 33±3 C+SS 55±6 PDTClact+DP 35±4 PDTClact+SS
1
5
3
±
2
2
a
b
APR C+DP 2.7±0.6 C+SS 0.2±0.1b PDTClact+DP 2.1±0.4
P D T C l a c t + S S
0 . 2 ± 0 . 1 b
AngII C+DP 2±1 C+SS 3±1 PDTClact+DP 2±1 PDTClact+SS 5±1b
M é d i a ± E P, a p < 0 . 0 5 v s C ; b p < 0 . 0 5 v s D P
Os animais dos Grupos C+SS e PDTCLact+DP apresentaram HA
moderada, sem alteração na morfologia renal. Já o Grupo
PDTCLact+SS exibiu HA acentuada, EG, microtrombose e
aneurismas glomerulares, expansão intersticial, intenso infiltrado
Mac, e AngII dissociada da APR.
Conclusão: A dieta SS associada à UNx desmascara um
desarranjo renal não evidente em animais PDTCLact em DP,
indicando que a integridade do sistema NF-kB durante a
nefrogênese é fundamental a que o rim mantenha
apropriadamente a homeostase do sódio na fase adulta.
FAPESP/CNPq
TLP: 266
Papel da Ativação da Imunidade Inata na Nefropatia
Diabética Experimental
Autor(es): Orestes Foresto-Neto, Amanda H. Albino, Simone
C.A. Arias, Lisienny C.T. Rempel, Gizely C.S. Moreira, Camilla
Fanelli, Denise M.A.C. Malheiros, Niels O.S. Camara, Clarice K.
Fujihara, Roberto Zatz
Universidade de São Paulo
Introdução: A ativação da imunidade inata pela hiperglicemia tem
sido apontada como um importante evento na patogênese da
nefropatia diabética (ND). Neste trabalho, investigamos se a
imunidade inata e a montagem do inflamassoma são ativadas em
ratos com diabetes por estreptozotocina (STZ) que
desenvolveram ND, comparados aos que não desenvolveram
lesões renais.
Métodos: Ratos Munich-Wistar machos e adultos (N=18)
receberam STZ, 65mg/Kg i.v., e injeções diárias de insulina para
manter a glicemia moderadamente elevada. Ratos não diabéticos
(N=5) foram utilizados como controles (C). Após 12 meses, a
relação albumina/creatinina urinária (Ualb/Ucr) foi determinada e o
tecido renal coletado para determinar a % de esclerose glomerular
(%EG). Para melhor avaliação, ratos diabéticos com os 4 maiores
valores de %EG foram considerados como ND+, enquanto
aqueles com os 4 menores valores foram considerados ND-. Os
componentes da imunidade inata TLR4, Caspase-1 e NLRP3
foram avaliados no tecido renal por qRT-PCR (Tlr4, Casp1, Nlrp3)
e Western blotting (TLR4, Caspase-1). Os níveis séricos de MCP1 foram determinados por ELISA.
Resultados:
Glicemia: C 101±2, ND- 430±23a, ND+ 385±32a;
100
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
Ualb/Ucr: C 1,5±0,3, ND- 2,7±1,3, ND+ 6,7±4,3;
%EG: C 1,5±0,2, ND- 1,4±0,2, ND+ 14,6±3,6ab;
MCP-1: C 1056±60, ND- 958±30, ND+ 1416±140ab;
M é d i a ± E P, a : p < 0 , 0 5 v s . C , b : p < 0 , 0 5 v s . N D - .
ND- não apresentou alterações significativas na expressão dos
componentes da imunidade inata, comparado ao C. Mesmo com
hiperglicemia semelhante, as lesões glomerulares em ND+
acompanharam-se de um aumento significativo (p<0,05) na
expressão de Tlr4 (50%), Casp1 (80%) e Nlrp3 (110%), em relação
ao C. Os níveis proteicos renais de TLR4 e Caspase-1 foram
numericamente maiores e o MCP-1 sérico foi significantemente
elevado em ND+. É de se ressaltar que a %EG correlacionou-se
positivamente com a expressão de Tlr4 (r=0,82), Casp1 (r=0,57),
Nlrp3 (r=0,58) e com o MCP-1 sérico (r=0,75).
Conclusão: A ativação da imunidade inata e a montagem do
inflamassoma podem exercer um importante papel no
desenvolvimento da ND por STZ, que pode ser independente da
hiperglicemia. FAPESP/CNPq
TLP: 267
Da lesão renal inicial ao desenvolvimento da doença renal
crônica (DRC): Mecanismos inflamatórios envolvidos na
recuperação após inibição transitória da síntese do óxido
nítrico (NO)
Autor(es): Fernanda FF Zambom, Camilla Fanelli, Jéssica K
Okuma, Cláudia R Sena, Denise MAC Malheiros, Ana L Mattar,
Clarice K Fujihara, Roberto Zatz
Universidade de São Paulo
INTRODUÇÃO: Mesmo após a recuperação da função renal,
ratos submetidos à inibição transitória da síntese do NO
desenvolvem DRC com o passar do tempo (Fujihara 2006),
sugerindo a ativação de mecanismos compensatórios que
perpetuam o dano renal causado pela lesão inicial. O objetivo
deste estudo foi avaliar os mecanismos inflamatórios envolvidos
na cronificação da lesão renal iniciada pela inibição transitória do
NO.
MÉTODOS: Quinze ratos Munich-Wistar submetidos a 20 dias de
inibição do NO por administração diária de 30 mg/Kg de N-Lnitroarginina metil éster (NAME), associado a dieta hipersódica
(HS, 3,2% Na+) foram seguidos por 30 e 180 dias de recuperação
(REC30 e REC180), quando avaliamos: Albuminúria
(ALB,mg/24h), pressão arterial média (PAM,mmHg), creatinina
sérica (Screat,mg/dL), % glomerulosclerose (%GS), % área
intersticial (%INT), infiltrado macrofágico e linfocitário (MAC e
LINF, céls/mm2), células positivas para angiotensina II
(céls+AII/mm2) e %alfa-actina intersticial (alfa-ACT). Dez ratos
tratados com HS foram usados como controle ©.
RESULTADOS: Os resultados foram apresentados como média ±
SE: a:p<0,05 vs. C, b:p<0,05 vs. NAME, c:p<0,05 vs. REC30. Aos
20 dias de bloqueio do NO, observou-se hipertensão (175±3a),
ALB (155±19a), retenção de Screat (0,7±0,1a), aumento da %INT
(4,7±0,6a) e infiltração por MAC (114±16a), p<0,05 vs. C (112±4;
2,2±0,3; 0,4±0,1; 0,2±0,1 e 25±3, respectivamente). O grupo
NAME apresentou ainda aumento numérico de: %GS (2,0±0,4),
céls+AII (6±1), infiltrado LINF (28±6) e %alfa-ACT (3,3±0,5) em
relação ao C (0,3±0,2; 2±1; 11±2 e 0,5±0,1). Após 30 dias de
recuperação, observou-se a normalização dos parâmetros de
função renal, exceto pela PAM que, embora reduzida em relação
ao NAME, manteve-se elevada em relação ao C (146±13ab).
Nesse ponto do estudo, parâmetros inflamatórios como MAC,
LINF, céls+AIIint e %alfa-ACTint, estavam numericamente
elevados, apesar de não diferir estatisticamente do C. Após 180
dias de recuperação, voltamos a observar aumento de Screat
(0,7±0,1a), %GS (5,7±1,0abc), aumento da %INT (2,8±0,6ab),
céls+AII (8±2a) e infiltrado LINF (29±6a), comparados ao C.
CONCLUSÃO: A despeito da normalização da função renal, os
marcadores inflamatórios mantiveram-se elevados aos 30 dias de
recuperação, sugerindo o envolvimento de macrófagos, linfócitos,
miofibroblastos e da angiotensina II na progressão do insulto renal
inicial que leva ao desenvolvimento de DRC.
TLP: 268
Ativação progressiva dos componentes da imunidade inata
no modelo de ablação renal de 5/6 (NX)
Autor(es): Jéssica K Okuma, Camilla Fanelli, Fernanda FF
Zambom, Simone CA Arias, Flavia G Machado, Denise MAC
Malheiros, Niels OS Câmara, Clarice K Fujihara, Roberto Zatz
Universidade de São Paulo
INTRODUÇÃO: A ativação dos mecanismos da imunidade inata
pode desempenhar um papel importante na progressão da doença
renal crônica (DRC). Resultados publicados por este laboratório
mostraram que a inibição do NFkB atenua a lesão renal no modelo
NX (Fujihara 2007). O objetivo do presente estudo foi avaliar a
ativação de outra via da imunidade inata (inflamassoma/IL-1beta)
e verificar a sua correlação com a progressão da DRC no modelo
NX.
MÉTODOS: Ratos Munich-Wistar foram submetidos à ablação
renal de 5/6 (NX, n=20) e acompanhados por 7, 30, 60 e 120 dias,
quando foram avaliados: Pressão caudal (PC), albuminúria (ALB,
mg/24h), creatinina sérica (Screat, mg/dL), índice de esclerose
glomerular (IGS), % interstício cortical (%INT), infiltrado
macrofágico (MAC, céls/mm2), % de túbulos positivos para TLR4
(%tub TLR4+) e a expressão gênica de componentes da
imunidade inata (Casp1, Nrlp3, TLR4, e IL1b). Um grupo de
animais controle (C, n=10) foi acompanhado paralelamente.
RESULTADOS: Os resultados foram apresentados como média ±
SE: a:p<0,05 vs. C, b:p<0,05 vs. NX7, c:p<0,05 vs. NX30, d:p<0,05
vs. NX60. Aos 7 dias os ratos NX já apresentavam hipertensão
(171±5a), ALB (55±16a), aumento de Screat (1,2± 0,1a) e maior
%tub TLR4+ (11±2a) em relação ao C (137±2; 5±1; 0,6±0,1 e 7±1,
respectivamente). Com a progressão da DRC, os animais NX
exibiram aumento do IGS e da %INT e crescente infiltração de
MAC. Aos 120 dias de NX obtivemos: PC=218±5ab,
ALB=175±14abcd, Screat=1,3±0,1a, IGS=108±20abcd,
%INT=5,0±0,2abc, MAC=216±25abcd e %tub TLR4+=20±2ab. A
ativação da imunidade inata acompanhou a progressão da lesão
renal e a inflamação, e ao final do estudo, as expressões gênicas
de Casp1, Nlrp3, TLR4 e IL1b foram, respectivamente 3 -, 8 -, 5 - e
4 vezes maiores do que aquelas observadas no grupo C.
CONCLUSÃO: A ativação da imunidade inata/inflamassoma
acompanha a progressão da DRC no modelo NX desde seus
estágios mais iniciais, sugerindo sua participação nesse processo
e apontando um potencial alvo terapêutico para o tratamento da
doença.
TLP: 269
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA ASSOCIADA A MIELOMA
MÚLTIPLO – RELATO DE CASO
Autor(es): Maria Luiza Garcia De Magalhães, Alysson Coimbra
de Souza Carvalho, Eduardo Roberto da Silveira, Frederico
Macedo da Rocha, Leidson Durães Alkmin, Mario Antonio Mafra
de Macedo, Roberto Eduardo Salum
Hospital Vera Cruz
OBJETIVO: Relatar caso de insuficiência renal crônica (IRC) em
paciente com diagnóstico recente de mieloma múltiplo. RELATO
DE CASO: FCS, 63 anos, hipertenso, queixa de dor lombar
iniciada há 3 meses. Internação prévia em agosto de 2012, quando
foi diagnosticado Mieloma Múltiplo (MM), sendo submetido à
ressecção cirúrgica de volumosa massa tumoral em topogragia de
T11-L2. Durante internação, evoluiu com alteração da função
renal, tendo creatinina sérica basal de 1,83 mg/dl. Após o primeiro
mês do diagnóstico foi iniciada talidomida e radioterapia. Em
outubro de 2012 necessitou de nova internação devido a vômitos,
desidratação e infecção de sítio cirúrgico. Exames laboratoriais
evidenciaram: creatinina sérica 4,04 mg/dl, uréia 183 mg/dl.
Apesar das medidas clínicas instituídas, como hidratação venosa
e antibioticoterapia, o paciente evoluiu com piora importante da
função renal, sendo necessário início de hemodiálise (HD) após o
3º dia de internação. Realizou 4 sessões de HD, e apresentou
recuperação progressiva de função renal, recebendo alta
hospitalar para seguimento ambulatorial em tratamento
conservador, com os seguintes exames: creatinina sérica 2,28
mg/dl, uréia 83 mg/dl. Atualmente está em acompanhamento
pelos serviços de Oncologia e Nefrologia, mantendo creatinina
basal de 2 mg/dl. CONCLUSÃO: A nefropatia do paciente com MM
é freqüente durante a evolução da doença, podendo cursar com
períodos de agudização (inclusive com necessidade de HD),
tendo causas diversas, como infecções, desidratação, rim do
mieloma, radioterapia, medicações nefrotóxicas, como no caso
relatado. É interessante ressaltar que apesar do quadro agudo, é
possível sua reversão, podendo mater o paciente em tratamento
renal conservador.
TLP: 270
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E CIRCUNFERÊNCIA DA
CINTURA DE ACORDO COM OS ESTÁGIOS DA DOENÇA
RENAL CRÔNICA EM PACIENTES SOB TRATAMENTO
CONSERVADOR.
Autor(es): MARIA HELENA LIMA GUSMÃO SENA,
ALESSANDRA FORTES ALMEIDA, JAIRZA MARIA BARRETO
MEDEIROS, CARLA HILÁRIO DA CUNHA DALTRO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA E SAÚDE
- UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Introdução: A doença renal crônica (DRC) representa importante
problema de saúde pública. Apesar da desnutrição ser frequente
nesta população, o excesso de tecido adiposo também é muito
comum entre os pacientes. Objetivo: analisar a associação do
índice de massa corporal (IMC) e da circunferência da cintura (CC)
com os estágios da (DRC) em pacientes sob tratamento
conservador atendidos no Ambulatório de Nutrição em Nefrologia.
Método: Estudo transversal composto por 127 pacientes. Foi
preenchido protocolo de atendimento para obtenção dos dados
clínicos e nutricionais. O IMC, seguindo a referência da OMS,
1995, foi verificado por meio da medida do peso e de altura. A CC
foi classificada de acordo com os critérios da OMS, com risco de
complicações metabó¬licas quando a CC for maior ou igual a
80cm para as mulheres e maior ou igual a 94cm para os homens.
Os estágios da DRC foram classificados pela referência do KDOQI
2002, utilizando a estimativa do Clearance de Creatinina de 24h
realizado pela fórmula de Cockcroft-Gault (Cockcroft e Gault,
1976), que utililiza a creatinina sérica. As análises estatísticas
foram realizadas utilizando o software Statistical Packcage for
Social Science (SPSS) na versão 21.0. Resultados: A média de
idade da população foi de 59,1 anos (DP 14,2), sendo 64 (50,4%)
pacientes do sexo feminino. A média do IMC e da CC na população
foi 25,53Kg/m2 (DP 5,32) e 91,58cm (DP 14,13), respectivamente.
A mediana do clearance de creatinina foi de 30,25 (23,5-45,2).
Quanto a estratificação pelo grau de DRC, 2 (1,6%) pacientes se
encontravam em estágio 1, 9 (7,1%) no estágio 2, 46 (36,2%) no
estágio 3, 53 (41,7%) no estágio 4 e 17 (13,4%) no estágio 5. A
distribuição do IMC e da CC pelos grupos estratificados pelo grau
de DRC não apresentou diferença significante. Contudo
observou-se que as médias do IMC nos grupos com estágio 1,2,3
e 5 da DRC esteve acima dos valores normais situando-se na faixa
do sobrepeso e o valor médio encontrado no grupo com estágio 4
encontrou-se dentro da faixa de normalidade. Os valores médios
da CC em todos os grupos estudados esteve acima de 89cm.
Conclusão: Apesar da DRC ser uma doença catabólica, a
presença do excesso de peso e da circunferência da cintura em
valores próximo ao risco cardiovascular se mantém na população
estudada em todas as fases da doença.
TLP: 271
OBESIDADE SARCOPÊNICA EM PACIENTES COM DOENÇA
RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO CONSERVADOR
Autor(es): MARIA HELENA LIMA GUSMÃO SENA,
ALESSANDRA FORTES ALMEIDA, JAIRZA MARIA BARRETO
MEDEIROS, CARLA HILÁRIO DA CUNHA DALTRO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA E SAÚDE
- UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) tem quadro clínico que
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
101
implica em catabolismo proteico, mas é observado um aumento na
prevalência de sobrepeso e obesidade nestes pacientes. Estudos
que trazem o Índice de Massa corporal (IMC) elevado como fator
protetor para mortalidade, utilizam apenas este indicador do
estado nutricional, o qual isoladamente não discrimina a gordura
da massa magra. Sabe-se que a obesidade sarcopênica está
presente nesses pacientes, caracterizada por acúmulo de gordura
corporal e massa muscular reduzida, podendo contribuir para
elevadas taxas de morbidade e mortalidade nesta população.
Objetivo: avaliar a prevalência de déficit de massa muscular em
pacientes com DRC com IMC elevado. Método: Estudo
transversal, realizado entre outubro de 2012 e agosto de 2013,
com 99 pacientes adultos (20 e < 60 anos) e idosos ( _60 anos), de
ambos os sexos, com Clearance de Creatinina entre 89 a 15
ml/min/1,73m², atendidos em um ambulatório de Nutrição em
Nefropatias em Salvador-BA. Todos os pacientes tiveram o peso e
a altura aferidos. O IMC foi calculado, e classificados de acordo
com os critérios da World Health Organization –WHO. Através dos
valores obtidos da Circunferência do Braço e da Prega Cutânea
Tricipital foram realizados os cálculos da Área Muscular do Braço
Corrigida (AMBc) para indivíduos adultos e da Circunferência
Muscular do Braço (CMB) para idosos, segundo Frisancho,
(1981). Resultados: A média da Taxa de Filtração Glomerular
(TFG) estimada na população foi de 36,46 (± 17,05); a maioria dos
indivíduos foi do sexo masculino (50,5%); a média da idade foi
58,94 (± 12,39) anos, sendo que 52,5% eram idosos; a média do
IMC foi 25,33Kg/m² (± 4,81), sendo que 45,5% (45) destes
encontravam-se com IMC acima do valor recomendado. Dos 99
pacientes avaliados, 35 (35,4%) apre¬sentavam depleção de
tecido muscular. 4 pacientes (4%) apresentavam IMC acima da
normalidade em conjunto com a depleção de tecido muscular
(p<0,000). Conclusão: A obesidade sarcopênica esteve presente
na população estudada, então, torna-se necessário o uso de
marcadores de composição corporal objetivando melhorar a
acurácia e a precisão do diagnóstico nutricional dessa população.
TLP: 272
EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE VACINAÇÃO PARA
HEPATITE B PARA PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM
TRATAMENTO CONSERVADOR
Autor(es): EDUARDO DE PAIVA LUCIANO, Letícia Yumi
Sakamoto, Maria de Fátima Pedrosa dos Santos, Flavia Cristina
de Oliveira e Silva, Roberta Rodrigues B. Silva Andrade, Priscila
de Matos Romero, Elaine do Couto Binotto , CAMILA STELLA
DIAS, MAILSON CHRISTOVAO ALVES OLIVEIRA, BRUNO
IASINSKAIS
CENTRO ESTADUAL TRATAMENTO DE DOENÇAS RENAIS
DO VALE DO PARAÍBA-SP
INTRODUÇÃO: A Infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) continua
a ser uma preocupação na população de renais crônicos e os
programas de vacinação têm sido bem menos sucedidos do que
os da população em geral. As razões para a má resposta incluem
desnutrição, uremia e o estado de imunossupressão generalizada
de pacientes com doença renal crônica (DRC). Este estudo de
coorte prospectivo, teve como objetivo avaliar os fatores que têm
impacto sobre a eficácia de um programa de vacinação para
hepatite B (VHB) ainda no tratamento conservador, incluindo o
grau da DRC. METODOLOGIA:foram acompanhados 502
pacientes renais crônicos em tratamento conservador ; pelo
programa de vacinação os pacientes eram submetidos a 4 doses
dobradas de VHB com repetição do esquema se confirmada não
viragem do AntiHbS; utilizamos o Teste de Qui-quadrado de
Pearson ou Exato de Fisher e Mann-Whitney. RESULTADOS: 502
pacientes com DRC, sendo 253 (50,4%) homens. A idade média
foi de 66,0 anos (15 a 103 ; DP 14,3 anos). cerca de 442 (88,0%)
eram da raça branca; 197 (39,2%) pacientes eram diabéticos. 340
(67,7%) no estágio III. 462 receberam VHB pela primeira vez
(esquema 1), sendo que 340 (73,6%) tomaram quatro doses
(média de 3,7 doses).Após o esquema 1, dos 375 pacientes com
informação sobre antiHBs, temos que 188 (50,1%) foram
reagentes e 187 (49,9%) foram não reagentes; cerca de 84 a
receberam pela segunda vez (esquema 2), sendo que 62 (73,8%)
tomaram quatro doses. Após o esquema 2, dos 42 pacientes com
informação sobre antiHBs, temos que 23 (54,8%) foram reagentes
e 19 (45,2%) foram não reagentes. O resultado da viragem não se
102
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
mostrou relacionado ao gênero (p=0,112), presença de diabetes
mellitus (p=0,821), diálise (p>0,999) e ao número de doses
recebidas no esquema 2 (p=0,193).É mais frequente estágio de
maior grau no grupo de pacientes que não viraram quando
comparado ao grupo de pacientes que viraram (p=0,031).Vale
também destacar a tendência de haver mais óbitos no grupo de
pacientes que não viraram (15,0%) quando comparado ao grupo
de pacientes que viraram (4,3%) (p=0,074).CONCLUSÃO:
Concluimos que a taxa de filtração glomerular influencia a
resposta na imunização contra hepatite B aumentando a proteção
dos pacientes que evoluem para terapia dialitica; propomos uma
discussão sobre a precocidade na vacinação destes pacientes
diante da melhor resposta imunológica
TLP: 273
Correlação entre o estágio da doença renal crônica e o grau
de sintomas depressivos pela escala SRQ
Autor(es): EDUARDO DE PAIVA LUCIANO, Letícia Yumi
Sakamoto, Maria de Fátima Pedrosa dos Santos, Flavia Cristina
de Oliveira e Silva, Roberta Rodrigues B. Silva Andrade, Priscila
de Matos Romero, Elaine do Couto Binotto , Sandra Ferreira S
Reis, Rejane Maria Spindola Furtado, Camila Stella Dias
CENTRO ESTADUAL TRATAMENTO DE DOENÇAS RENAIS
DO VALE DO PARAÍBA-SP
INTRODUÇÃO: a depressão tem alta incidência em pacientes
renais crônicos contribuindo para o aumento na morbimortalidade.
Atualmente temos carência de estudos relacionados a sintomas
depressivos no tratamento conservador da doença renal crônica
(DRC). Este estudo tem como objetivo demonstrar a prevalência
de sintomas depressivos pela escala SRQ e correlacioná-los com
o estágio da DRC em pacientes atendidos em fases pré
dialíticas.METODOLOGIA: estudo prospectivo de pacientes
atendidos pelo setor de psicologia do ambulatório de nefrologia;
feita pesquisa com o escore SRQ e classificados em presença de
sintomas ou ausência de sintomas. Utilizamos o Teste de Quiquadrado de Pearson ou Exato de Fisher. Em todas as conclusões
obtidas através das análises inferenciais foi utilizado o nível de
significância _ igual a 5%.RESULTADOS: foram acompanhados
620 pacientes. Média de idade de 65,9 anos (34 a 94) 356 (57,4%)
do sexo feminino; 37,6% no estagio 3 a ; 30,3% no estagio 3b ;
27% no estagio 4 e 5,1 % no estagio 5. Quanto ao escore do SRQ
524 (84,1%) tinham ausência de sintomas de depressão; com
média = 4,09 (DP de 2,93). Destaca-se que houve diferença
estatisticamente significante entre os estágios com aumento da
presença de sintomas depressivos quanto pior o estágio da DRC
(p0,03); dos 96 pacientes que apresentaram sintomas 29(30,2%)
estavam no estágio 3a ; 34(35,4%) no estágio 3b ; 27 (28,1%) no
estágio 4 e 6 (6,2%) no estágio 5.CONCLUSÃO: a depressão é
uma condição prevalente na população de renais crônicos
elevando a morbimortalidade destes pacientes. Este estudo
demonstra a correlação entre graus mais avançados da DRC e
aumento dos sintomas depressivos. Necessitamos de maiores
estudos controlados na população de renais crônicos em
tratamento conservador para definir melhor estratégia preventiva
para esta condição
TLP: 274
Rastreamento de hipertensão, diabetes e outros fatores de
risco para doença renal crônica na cidade de Fortaleza,
Ceará, Brasil
Autor(es): Leandro Costa Lima, João Mendes Vasconcelos,
Thais Amanda Silva Pereira, Luís Arthur Brasil Gadelha Farias,
João Victor Mendes Barbalho, Lucas Arnaud, Lorena
Vasconcelos Mesquita Martiniano, Geraldo Bezerra da Silva
Junior, Alexandre Braga Liborio, Elizabeth De Francesco Daher
Universidade Federal do Ceará
Introdução: A doença renal crônica (DRC) é atualmente um
importante problema de saúde pública mundial, com incidência
progressiva. Tem como principais comorbidades a hipertensão
arterial sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM). O objetivo
deste estudo é investigar a prevalência de HAS, DM e outras
comorbidades relacionadas à DRC na população geral de um
centro urbano brasileiro. Métodos: Foi realizado processo de
rastreio para HAS, DM e antecedentes mórbidos, familiares e
hábitos de vida durante campanhas do Dia Mundial do Rim e Dia
Mundial da Saúde nos anos de 2012 a 2014, em Fortaleza, Ceará,
por meio da aplicação de questionário seguindo as diretrizes da
Sociedade Brasileira de Nefrologia, no qual constavam perguntas
sobre histórico pessoal e familiar de comorbidades, prática de
exercícios, tabagismo, além de aferição da pressão arterial,
glicemia capilar e antropometria. Resultados: Foram avaliados
501 indivíduos, cuja idade média foi de 50±14,9 anos, sendo
50,2% do sexo feminino. Tabagismo foi relatado por 49 (9,78%)
pessoas e sedentarismo por 302 (60,27%). A média do IMC foi de
27,30±4,7kg/ cm2, dos quais 193 (38,5%) tinham sobrepeso e 127
(25,34 %) eram obesos. HAS foi autoreferida em 160 (31,9%)
pessoas, DM em 69 (13,77%) e alterações renais em 52 (10,37%).
Possíveis novos casos de HAS (PAS>140mmHg ou PAD>90
mmHg) foram detectados em 93 (18,56%) indivíduos e DM (teste
rápido>200mg/dl) em 3 (0,59%). Associação entre história prévia
de HAS e DM foi encontrada em 39 (7,78%) indivíduos. História
familiar de doença renal foi relatada em 115 (22,95%) casos.
Antecedentes pessoais e familiares de doenças cardiovasculares
foram referidos por 57 (11,37%) e 238 (47,5%) indivíduos,
respectivamente. Dos sabidamente hipertensos, o uso de drogas
anti-hipertensivas foi relatado por 133 (26,54%) pacientes. A
média da glicemia capilar foi de 121±53,62mg/dl, dos quais 59
(11,77%) apresentaram glicemia capilar entre 140 e 200mg/dl e 19
(3,79%) com glicemia > 200mg/dl. Conclusões: A prevalência de
HAS e DM entre os indivíduos foi similar à da população brasileira
geral, em acordo com a literatura. Sabendo-se da relação entre
tais comorbidades e o desenvolvimento de DRC, os dados alertam
para a necessidade de ações de prevenção e conscientização
acerca da importância de acompanhamento médico e tratamento
das doenças de base para retardar o desenvolvimento de lesões
renais, detectar precocemente e prevenir a progressão da DRC.
TLP: 275
Estudo transversal dos fatores de risco da Doença Renal
Crônica em uma amostra populacional da cidade de Juiz de
Fora - MG
Autor(es): Rachel Freitas Lopes Nunes, Marcus Gomes Bastos,
Mariane Alves de Almeida, Marjory Sayuri Costa, Phollyana
Karla Grisendi, Raíza Jacometti
Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) consiste na perda
progressiva e irreversível da função dos rins. Sua suspeita surge
através de alguns sinais clínicos e fatores de risco como diabetes,
hipertensão arterial e história familiar. A solução para os problemas
relativos à DRC é complexa, envolvendo o diagnóstico precoce e
encaminhamento imediato para acompanhamento especializado.
Nesse contexto se insere o Dia mundial do Rim, um projeto de
extensão, buscando promover ações integradas para a detecção
dos fatores de risco para DRC e o esclarecimento da população.
Objetivo: Promover prevenção e rastreio das doenças renais na
população de Juiz de Fora - MG a fim de orientar a população sob
risco a procurar o serviço de saúde para que seja realizado
acompanhamento médico. Metodologia: A campanha é feita todo
ano na segunda quinta-feira do mês de março, envolvendo
membros dos cursos da Saúde e consiste na realização dos
seguintes exames preventivos e de rastreio gratuitos: uroanálise,
glicemia capilar, aferição da pressão arterial (PA) e avaliação
antropométrica. Os resultados são inseridos em uma ficha
cadastral construindo-se um breve histórico do paciente, capaz de
apontar fatores de risco de doenças renais e possibilitar a
avaliação do paciente. Os dados foram tratados utilizando um
software para análise estatística. Resultados: Em março de 2013,
a campanha atendeu 629 pacientes. A parcela que apresentava
histórico familiar de DRC era de 20,99%; 21,78% possuíam
glicemia capilar acima de 140mg/dL; 3,82% apresentavam
proteinúria; 14,79% encontravam-se com PA maior que 140x90
mmHg e 5,4 % apresentavam algum grau de hematúria.
Conclusão: A campanha alerta os pacientes sobre os fatores de
risco que podem levar à DRC e disponibiliza um banco de dados
com as informações úteis na realização de futuros trabalhos em
benefício da comunidade. Este projeto é de grande importância
para a prevenção e rastreio da DRC pois os testes permitem um
diagnóstico precoce e o encaminhamento dos pacientes sob risco,
evitando a evolução para a terapia renal substitutiva (TRS). Dessa
forma, contribui-se para diminuir os gastos mensais do sistema de
saúde que, em Juiz de Fora, giram em torno de R$1.400,00 por
paciente em TRS.
TLP: 276
Hiperparatireoidismo secundário em pacientes renais
crônicos em tratamento conservador: papel dos níveis e da
reposição de vitamina D
Autor(es): Raquel F. V. Vasco, Gisele G. Maciel, Joice Manes,
Rosa M.A. Moyses, Rosilene M. Elias
Universidade de São Paulo, Serviço de Nefrologia
Introdução
Com a progressão da doença renal crônica (DRC) ocorrem
alterações no metabolismo mineral e ósseo, alterando os níveis de
cálcio, fósforo e dos hormônios reguladores (PTH, calcitriol),
levando a complicações como o Hiperparatireoidismo Secundário
(HPTS). A insuficiência/deficiência de vitamina D (25hidroxivitamina D - 25(OH)vitD) está presente na maioria desses
pacientes e associada a progressão e gravidade do HPTS. A
reposição de 25(OH)vitD tem sido preconizada a partir do estágio
3 da DRC, objetivando não apenas o controle do PTH e conversão
em calcitriol, como também restaurar seus efeitos não clássicos
nos diversos tecidos. O objetivo deste estudo foi estabelecer o
perfil de HPTS em pacientes com DRC em tratamento
conservador assim como sua correlação com os níveis séricos e
reposição de vitamina D.
Métodos
Amostra de conveniência (80% dos pacientes avaliados nos
últimos dois anos no ambulatório de uremia), com DRC entre
estádios 2 e 5 de acordo com CKD-EPI, foram avaliados.
Consideramos HPTS um PTH > 65pg/ml.
Resultados
Do total de 2457 pacientes analisados, 1659 (67,5%) tinham
HPTS. Quando comparados aos pacientes sem HPTS, estes
pacientes eram mais velhos, com menor CKD-EPI, sendo a
maioria nos estádios 4 e 5 de DRC (61%), com menor cálcio,
albumina e hemoglobina assim como maior fósforo e fosfatase
alcalina (todos os valores de p<0,005). Além disso, pacientes com
HPTS recebiam mais reposição de colecalciferol (45 vs. 34%,
p<0,0001) assim como de calcitriol (19 vs. 2%, p<0,0001). Raça e
sexo não foram diferentes entre os dois grupos de pacientes. Os
níveis de 25(OH)vitD não foram diferentes entre pacientes com e
sem HPTS [25 (18,31) vs. 25 (19,31)ng/ml; p=0,072], porém
deficiência de 25(OH)vitD (<15ng/ml) foi mais prevalente em
pacientes com HPTS (16 vs. 10%, p<0,0001). Em análise de
regressão logística tendo como variável dependente o diagnóstico
de HPTS, permaneceram independentes a idade (RR=1,03),
CKD-EPI (RR=0,99), o cálcio (RR=0,77), a fosfatase alcalina
(RR=1,05), a albumina (RR=1,38), a hemoglobina (RR=0,85), o
uso de calcitriol (RR=0,13) e o uso de colecalciferol (RR=0,75), em
modelo ajustado para os níveis séricos de 25(OH)vitD.
Conclusão
Pacientes com DRC apresentam maior prevalência de HPTS à
medida que progride a disfunção renal. Entretanto, à despeito da
função renal, a reposição de colecalciferol e calcitriol contribuem
para um menor risco de HPTS, efeito este independente do nível
sérico de 25(OH)vitD.
TLP: 277
Rastreio de fatores de risco para a doença renal crônica em
população geral: experiência de campanhas de prevenção
em área urbana do Ceará
Autor(es): Laio Ladislau Lopes Lima, Camilla Neves Jacinto,
Karísia Santos Guedes, Mateus Henrique Mendes, Levi Mota
Marques, Maria Beatriz Rabelo Maciel, Leonardo Duarte
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
103
Sobreira Luna, Pedro Randal Pompeu Sidrim, Geraldo Bezerra
da Silva Júnior, Elizabeth De Francesco Daher
Universidade Federal do Ceará
Introdução: A doença renal crônica (DRC) é problema de saúde
pública em todo o mundo. No Brasil, a prevalência está
aumentando, tendo como principais causas hipertensão arterial
sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM). O objetivo deste estudo
é investigar a presença de HAS, DM e outros fatores de risco para
DRC na população geral em área urbana da capital do Ceará.
Métodos: Foi realizado rastreio para HAS, DM e fatores de risco
para DRC, incluindo alterações urinárias na população geral de
Fortaleza durante campanhas entre 2009 a 2014. Foi aplicado
questionário com informações sobre antecedentes mórbidos,
familiares e hábitos de vida, além de serem realizadas medidas da
pressão arterial, glicemia capilar e exames de urina com fita
reagente. Resultados: Foram avaliados 3030 indivíduos, cuja
idade média foi de 50±16 anos, sendo 53,3% do sexo feminino.
Tabagismo foi relatado por 560 (18,5%) pessoas e sedentarismo
por 1827 (61,1%). A média do IMC foi de 27,6±4,84kg/cm2, dos
quais 1119 (36,9%) tinham sobrepeso e 698 (22,4%) eram obesos.
HAS foi autoreferida em 1013 (33,4%) pessoas, DM em 391
(12,9%) e alterações renais em 283 (9,3%). Possíveis novos casos
de HAS (PAS>140mmHg ou PAD>90 mmHg) foram detectados
em 527(26,6%) indivíduos e DM (teste rápido>200mg/dl) em 32
(1,2%). Associação entre história prévia de HAS e DM foi
encontrada em 248 (8,2%) pessoas e possíveis novos casos de
associação entre HAS e DM foram vistos em 41 indivíduos.
História familiar de doença renal foi relatada em 519 (17,1 %)
casos. Proteinúria (_1 “+” com dipstick) foi encontrada em 23,2%
casos, dos quais 84,81% não relatavam doença renal prévia.
Antecedentes pessoais e familiares de doença cardiovasculares
forma referidos por 285 (8,9%) e 1321 (44,2%) indivíduos,
respectivamente. Dos sabidamente HAS, o uso de drogas antihipertensivas foi relatado por 826 (81,7%) pacientes. A média da
glicemia capilar foi de 119,83±50,94 mg/dl, dos quais 270 (9,6%)
apresentaram glicemia capilar entre 140 e 200 mg/dl e 138 (4,9%)
com glicemia > 200mg/dl. Conclusões: As prevalências de HAS e
DM tiveram valores próximos aos de outros estudos no Brasil.
Proteinúria, um importante marcador de progressão de doença
renal e de risco cardiovascular, foi detectada em um número
importante de indivíduos. Esse estudo sugere uma prevalência
elevada de fatores de risco para a DRC e alerta para a
necessidade de ações preventivas, detectando-se assim um
maior número de casos, prevenindo a progressão da doença.
TLP: 278
Análise comparativa dos fatores determinantes para
patologias renais entre duas cidades alagoanas
Autor(es): Juarez Roberto de Oliveira Vasconcelos, Alice
Peixoto da Silva Lôbo, Adolfo Régis Feitosa Gomes, Bruna
Priscila Silva Sousa, Davyd Marcondy de Oliveira, Juliana Luz
Barros Costa, Mirella Kalyne Cavalcante Magalhães, Nicolie
Marques de Lira, Flávio Teles de Farias Filho, Maria Eliete
Pinheiro
Universidade Federal de Alagoas
Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes
Mellitus (DM) e obesidade são fatores de risco para a Doença
Renal Crônica (DRC), sendo os dois primeiros os mais
determinantes. O diagnóstico precoce e as medidas de
conscientização se tornam essenciais para reduzir sua
morbimortalidade, pois tais fatores são passíveis de controle.
Método: Estudo quantitativo de corte transversal, em que 422
questionários foram aplicados em duas cidades distintas: capital
(C) e interior (I). Foram avaliados 222(C) e 200(I) indivíduos.
Identificou-se idade (> ou < 50 anos), pressão arterial (PA),
glicemia capilar, peso e altura. Os valores de PA foram
classificados de acordo com os intervalos de medida casual em
consultório. O Índice de Massa Corpórea (IMC) foi calculado e
classificado nos intervalos definidos pela Sociedade Brasileira de
Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). A análise estatística foi
efetuada pelo programa SPSS 20. Resultado: Em C: 55% dos
entrevistados foram > de 50 anos; 73% afirmaram não ser
hipertensos, entretanto 18% apresentaram PA limítrofe e 26%
104
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
eram hipertensos, 90% referiam não serem diabéticos e 2,7%
possuíam glicemia elevada. Apresentaram sobrepeso 55%. Em I:
48% da amostra eram > de 50 anos; 77% negaram serem
hipertensos, sendo que 19% estavam com PA limítrofe e 24%
eram hipertensos. Relativamente à diabetes, 87% negaram essa
patologia, e 7,5% possuíam glicemia > 200mg/dl. Possuíam
sobrepeso 88%. Conclusão: As proporções de indivíduos com
HAS, glicemia elevada e idade > 50 anos foram elevadas e não
revelaram diferenças significativas entre os grupos. A
porcentagem de indivíduos com sobrepeso foi significativamente
maior em I do que em C; como se trata de uma amostra
populacional pequena, são necessários novos estudos para
averiguar tal informação. Este perfil demonstra a necessidade de
políticas intervencionistas no controle dos fatores abordados;
campanhas de conscientização e rastreio são de suma
importância para coibir o desenvolvimento das patologias que
culminam em DRC, sendo o diagnóstico precoce e as medidas
nefro e cardioprotetoras fundamentais nesse sentido.
TLP: 279
Avaliação do conhecimento sobre Doença Renal Crônica
em pessoas atendidas por campanha de prevenção e
promoção de saúde
Autor(es): Mirella Kalyne Cavalcante Magalhães, Juarez
Roberto de Oliveira Vasconcelos, Nicolie Marques de Lira,
Alexandre Rimuardo de Barros Padilha, Nathalie Macêdo Cruz
de Oliveira, Renata Oliveira Santos, Vinicius Barbosa Galindo,
Flavio Teles de Farias Filho, Maria Eliete Pinheiro
Universidade Federal de Alagoas
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de
saúde pública mundial com significativa morbimortalidade e pouco
conhecida pela população em geral. O enfoque educacional é um
instrumento imprescindível na prevenção da doença. Objetivo:
Identificar o grau de conhecimento de uma amostra populacional
sobre aspectos pertinentes à DRC. Métodos: Aplicação de
questionário elaborado pela Liga de Nefrologia, durante a
campanha do Dia Mundial do Rim 2014, contendo dados sobre
idade, sexo, escolaridade, avaliação nefrológica prévia, presença
de Diabetes Mellitus (DM) e/ou Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS). Questionou-se também o grau de conhecimento sobre
DRC e seus fatores de risco, assim como os meios como
adquiriram este conhecimento. Posteriormente, baseado no
desempenho dos indivíduos, foram realizados esclarecimentos
sobre o tema. Os dados foram expressos como média ± desvio
padrão (X+DP) ou porcentagem. Resultados: Foram
entrevistadas 136 pessoas com idade de 48±15 anos (X±DP). O
sexo feminino predominou com uma frequência de 53,7%. Sobre
as comorbidades questionadas, 28,1% relataram HAS, 8,9% DM e
4,45% ambas as doenças. Dos entrevistados, 89,6% não
possuíam avaliação nefrológica prévia, enquanto que da
população de risco apenas 13,6% possuía acompanhamento
nefrológico. Em relação ao grau de conhecimento sobre DRC,
51,5% acertaram todos os fatores de risco, sendo DM a mais
conhecida (75,7%), seguida de HAS (75%) e obesidade (72,1%).
Os indivíduos com ensino médio superior (26,5%) obtiveram a
maior porcentagem de acertos (50% destes acertaram todos os
fatores de risco). Em relação a informações prévias sobre a
doença (sintomas, tratamento e prevenção), 44,4% afirmaram
possuir algum grau de conhecimento, sendo ações de prevenção
e promoção de saúde a principal via de informação (52,6%),
seguido da TV (23,7%) e do médico (14,1%). Conclusão: Foi
demonstrado que menos da metade dos indivíduos possuía
conhecimento em relação a aspectos relevantes da DRC. Logo, os
achados sinalizam a necessidade da educação em saúde, por
intermédio de campanhas, médicos e outros meios de
comunicação, para que o conhecimento se torne um dos pontos
principais na prevenção e promoção de saúde.
TLP: 280
Injúrias hepática e renal secundárias ao uso de fibrato
Autor(es): Nábilla N F Souza, Elaine M Sousa, Isabel G N Vieira,
Anna Paola B Pereira, Nicole G C Rocha, Cristiane P G
Andrade, Natalia C V Melo
UNEFRO- Hospital Regional de Taguatingua, SES- DF
Introdução: Os fibratos podem levar a diversos efeitos adversos,
dos quais, os mais comuns são: elevação das enzimas hepáticas,
miopatia e rabdomiólise. Os efeitos adversos são exacerbados na
doença renal crônica (DRC) devido ao retardo na metabolização e
eliminação do fibrato. Relatamos um caso de injúrias hepática e
renal secundárias ao uso de fibrato. Descrição do caso:J.C.S, 79
anos, masculino, portador de diabetes e hipertensão arterial há 30
anos, DRC não dialítico e dislipidemia mista em uso de gliclazida,
indapamida, losartana e ciprofibrato. Em atendimento médico em
maio/2014, referiu há 3 dias estar com dor lombar, edema e dor em
MMII, principalmente em panturrilhas e a dorso flexão de pés, além
de hematúria e oligúria. Exames laboratoriais de dezembro/2013:
Cr=2,1mg/dl; Ur=63mg/dl; TFG=29mL/min/1,73m2; e, na
admissão: Cr=7,2mg/dl; Ur=116mg/dl; urina I=proteína++/
hb++++/ 15 leucócitos/ 30 hemácias. Dois dias após internação,
exames mostraram piora adicional de função renal, disfunção
hepática aguda, quadro de sonolência e mialgia, apresentando:
Cr=11,5mg/dl; Ur=198mg/dl; CPK=23.674Ui/L; DHL 6.936U/L;
K=6,2mEq/l; TGO=758U/l; TGP=446U/L; INR=1,82; Atividade da
protrombina=46,6%; função tireoidiana normal. Ecografia de
abdome: rins reduzidos de volume, mais acentuado à direita;
fibrose periportal. Pesquisa para leptospira e esquistossomose
negativas. EDA: gastrite erosiva no antro e bulboduodenite erosiva
intensas. Foi suspenso fibrato (usou por 15 dias prévios a
internação), iniciado omeprazol EV 12/12horas e sessões de
hemodiálise. Evoluiu com melhora da função renal, decréscimo
gradativo da CPK(85Ui/L), normalização do
coagulograma(INR=1), das enzimas hepáticas (TGO=33U/l;
TGP=36U/L) e DHL em queda após 14 dias da internação.
Recebeu alta hospitalar assintomático, porém ainda dependente
de hemodiálise. Discussão: Neste relato de caso, o paciente
apresentou piora importante da função renal e disfunção hepática
aguda após uso de fibrato. A importância desta descrição é alertar
quanto aos cuidados que devemos ter no tratamento do paciente
com dislipidemia na DRC e os riscos oferecidos pelos fibratos, se
usados de forma indevida e sem evidência clínica. Baseado na
orientação do KDIGO 2013 de Dislipidemia e DRC, apenas em
pacientes com triglicerídeos> 1000mg/dL deve ser usado fibrato.
Aos demais pacientes deve ser orientada apenas mudança do
estilo de vida, já que os efeitos tóxicos inerentes à medicação são
mais frequentes na DRC.
TLP: 281
Fístula aortobrônquica fatal em portador de doença renal
crônica em hemodiálise
Autor(es): Nábilla N F Souza, Elaine M Sousa, Isabel G N Vieira,
Anna Paola B Pereira, Nicole G C Rocha, Cristiane P G
Andrade, Natalia C V Melo
UNEFRO- Hospital Regional de Taguatingua, SES- DF
Introdução: Dor abdominal é uma manifestação comum, presente
em cerca 6,5% dos pacientes em urgências hospitalares. Se
súbita e persistente, deve alertar para a possibilidade de
aneurisma da aorta. Entre outros sintomas descritos, podem
ocorrer disfagia, hematêmese e hemoptise. Na evolução desta
doença, a ruptura do aneurisma é a complicação mais temida.
Descrevemos um caso de ruptura de aneurisma com formação de
fístula aortobrônquica fatal em um portador de doença renal
crônica (DRC) em hemodiálise, que se encontrava em
investigação etiológica de dor abdominal. Descrição do caso:
A.S.S., 66 anos, masculino, diabético e hipertenso há 20 anos,
DRC em hemodiálise, ex-tabagista e etilista. Referia há 1 mês dor
epigástrica, leve, não associado a alimentação, melhorada com
analgésicos. Evoluiu com dor em forte intensidade, piora na
inspiração profunda e sem melhora total com analgésicos
regulares. Ao exame físico, apresentava-se hipocorado, ictérico
+/4+, dor a palpação profunda em epigástrio, fígado palpável a 2
cm do rebordo costal e sem outras alterações. Exames
l a b o r a t o r i a i s : FA = 3 9 0 m g / d L ; G G T = 1 0 5 m g / d L ;
amilase=167mg/dL; albumina=2,8g/dL; Hb=6,8g/dL; Htc=20,7%;
leucócitos=13.900; INR=1,25. Endoscopia digestiva alta, ECG e
enzimas cardíacas sem alterações; colonoscopia: pólipo de
sigmoide; ecografia abdominal: esteatose hepática leve e
ateromatose aórtica. Após 3 dias da internação evoluiu com tosse
seca, hemoptise e dispneia leve ao repouso, mantendo
estabilidade hemodinâmica; porém com necessidade de
transfusão de 2 concentrados de hemácias (Hb:6,6g/dL). RX tórax
mostrou consolidação e derrame pleural em base pulmonar
esquerda e BAAR, 2 amostras negativas. Diante do quadro,
optou-se pelo início do cefepime. Dez dias após internação,
apresentou hemoptise maciça, com insuficiência respiratória
aguda e choque hipovolêmico refratário, e evoluiu para óbito.
Realizada necropsia, a qual revelou a presença de aneurisma
sacular de aorta descendente e fístula aortobrônquica esquerda.
Discussão: A importância deste caso clínico é enfatizar a
possibilidade de aneurisma de aorta no diagnóstico diferencial de
casos de dor abdominal e hemoptise em portadores de DRC, os
quais apresentam alta prevalência de doenças cardiovasculares.
O risco de eventos cardiovasculares é muito elevado na DRC, se
comparado ao da população geral, e o aneurisma de aorta é uma
complicação cardiovascular grave e potencialmente fatal.
TLP: 282
Associação de calcificações arteriais mamárias detectadas
à mamografia de rotina com doença renal crônica, diabetes
mellitus e obesidade
Autor(es): Flávio Augusto Teixeira Ronzani, Filomena Maria
Kirchmaier, Nathalia Mussi Monteze, Edson José de Carvalho
Magacho, Marcus Gomes Bastos, Natália Maria da Silva
Fernandes
Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina,
NIEPEN (Núcleo Interdisciplinar de Ensino e Pesquisa em
Nefrologia) da Universidade Federal de Juiz de Fora e
Fundação IMEPEN.
Introdução:Existe interesse crescente no estudo e compreensão
de possíveis associações entre calcificação arterial na camada
média das artérias e doença renal crônica (DRC) e outras doenças
crônicas degenerativas. Calcificações arteriais mamárias (CAM)
vistas na mamografia podem ser marcadores de risco subjacente
à arteriosclerose acelerada, como aquela decorrente da DRC.
Embora a mamografia (MMG) seja utilizada principalmente para
detecção de câncer de mama, pode ocasionalmente revelar
anormalidades relacionadas a doenças extramamárias.
Objetivo:avaliar associação de CAM detectadas à MMG de rotina
e analisar possível associação das mesmas com DRC, diabetes
mellitus (DM) e obesidade. Método:Estudo transversal com 84
mulheres, atendidas em ambulatório do HIPERDIA Minas- Juiz de
Fora e voluntárias que participaram de um estudo para validar e
ampliar a tabela Scored (Screening For Occult Renal Disease),
método proposto para rastrear DRC junto à população brasileira.
As pacientes que preencheram critérios de inclusão (entre 40 e 69
anos, sem história ne câncer de mama prévio e com MMG nos
últimos dois anos) foram convidadas por telefone. As usuárias
incluídas assinaram o TCLE e responderam ao questionário
semiestruturado. Mamografias de rotina, realizadas nos últimos
dois anos, foram analisadas por pesquisadores que
desconheciam fatores de risco para CAM e DRC. Após análise
descritiva inicial dos dados, foi realizada análise de correlação de
Pearson ou Spearman entre CAM e variáveis pertinentes, além de
uma Regressão Logística (RL) tendo como variável dependente a
presença de CAM, considerado intervalo de confiança de 95%.
Resultados: Avaliadas 84 mulheres, com média de idade de
55,5±7,3 anos, 46,7% brancas, 46,7% com ensino fundamental,
48,9% recebiam < 1 salário mínimo/mês, 6,7% tabagistas, 6% em
uso de terapia hormonal, 46,4% com HAS, 45,2% com DM, 10,7%
com DRC, IMC de 29,7±7,0 e 8,4% com CAM. Houve correlação
positiva entre idade (r=0,31p=0,08) e peso(r=0.37p=0.03) com
CAM. Em um modelo de RL, não houve significância estatística.
Conclusão: Houve associação de CAM com maior idade e peso.
Acreditamos que ao aumentarmos a amostra poderemos detectar
outras associações relevantes.
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
105
TLP: 283
Avaliação da prevalência da obesidade e da circunferência
da cintura aumentada como fatores de risco para a Doença
Renal Crônica, em uma população da Zona da Mata Mineira
Autor(es): Marjory Sayuri Costa, Raquel Maria Oliveira Almeida,
Mariane Alves de Almeida, Raíza Jacometti, Phollyana Karla
Grisendi, Rachel Freitas Lopes Nunes, Marcus Gomes Bastos
Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: A obesidade é, atualmente, um dos mais importantes
problemas de saúde pública pois está relacionada a diversas
doenças, entre elas a Doença Renal Crônica (DRC). Os objetivos
do trabalho são: analisar a prevalência de circunferência
abdominal elevada entre os gêneros; observar a prevalência de
obesidade e sobrepeso de acordo com o sexo e avaliar a relação
entre obesidade e proteinúria. Métodos: Estudo transversal, no
qual foram avaliados 463 participantes da campanha “Rins em
defesa da vida” realizada em 2012. Foram realizados entrevista,
medição da circunferência da cintura (CC), altura, peso e teste de
uroanálise com fita reagente. Os seguintes parâmetros de Índice
de Massa Corporal (IMC) e CC foram utilizados para classificação:
para obesidade, IMC _ 30; para sobrepeso, IMC _ 25 e _ 30; para
mulheres, CC _ 88cm e para homens, CC _ 102cm. A análise
estatística foi realizada utilizando software para análise estatística.
Resultados: Constatou-se que, das 262 mulheres participantes do
estudo, 37,78% apresentavam sobrepeso e 33,20%, obesidade. A
taxa de proteinúria foi de 22% no grupo com obesidade e no grupo
com sobrepeso, 15%. Foram encontrados valores de CC
aumentada em 60,65% das mulheres. Dos 201 homens
participantes, 30,34% têm sobrepeso e 42,78%, obesidade. A taxa
de proteinúria no grupo com obesidade foi de 13%, enquanto no
grupo com sobrepeso foi de 21%. A CC elevada foi observada em
33,54%. Houve associação estatística significativa entre a
obesidade no sexo masculino e a proteinúria. Conclusões:
Evidencia-se que 70,98% das mulheres e 73,12% dos homens
estão acima do peso ideal. Porém, ao analisarmos a medida da
CC, verifica-se que a maior parte das mulheres encontra-se com
excesso de gordura visceral, o que não é verdade para os homens.
Constatou-se, também, que há associação estatística significativa
entre a obesidade e a proteinúria para o sexo masculino. Avaliar a
relação entre obesidade e marcadores de lesão renal é relevante
pelo seu papel duplo no desenvolvimento da DRC pois essa
relação está relacionada às duas principais causas de DRC no
Brasil (diabetes e hipertensão arterial sistêmica), e ela,
isoladamente, também está associada à enfermidade. Logo,
ampliar a discussão e a intervenção dos profissionais da Saúde no
processo de saúde-doença é essencial, devendo-se avaliar as
alterações trazidas pela obesidade e agir tanto na prevenção
quanto na recuperação da saúde.
TLP: 284
O significado do rastreio da Doença Renal Crônica em
pacientes com fatores de risco e sua prevalência na cidade
de Juiz de Fora
Autor(es): Phollyana Karla Grisendi, Marcus Gomes Bastos,
Raquel Maria Oliveira Almeida, Mariane Alves de Almeida,
Marjory Sayuri Costa, Raíza Jacometti, Rachel Freitas Lopes
Nunes
Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: O diagnóstico de Doença Renal Crônica (DRC)
baseia-se na presença de lesão do componente anatômico e/ou
prejuízo do componente funcional observados por um período
mínimo de três meses. O rastreio dos fatores de risco e da lesão
estrutural são essenciais para a detecção precoce e desfecho
mais favorável para o paciente. Este trabalho tem como objetivo
verificar a prevalência de moradores da cidade de Juiz de Fora MG com proteinúria e hematúria, assim como à observação de
fatores de risco para DRC como o diabetes, hipertensão arterial e
história familiar. Métodos: Foi realizado estudo transversal através
de um projeto de extensão na cidade de Juiz de Fora - MG em que
224 moradores foram entrevistados e submetidos a teste de
106
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
uroanálise com fita reagente, glicemia capilar, medida de pressão
arterial, peso, altura e circunferência abdominal. Considerou-se
proteinúria e hematúria presentes quando traços ou cruzes foram
observados. Resultados: Na amostra analisada, encontramos
28,1% dos pacientes apresentando proteinúria e 18,66% com
hematúria. Nessa mesma amostra, verificou-se a prevalência dos
fatores de risco: 14,7% dos participantes da pesquisa com
Diabetes Melitus (DM) e 24,55% com hipertensão arterial
sistêmica; a história familiar de DRC também foi avaliada e
16,51% dos entrevistados possuíam história positiva. Conclusão:
A partir dos resultados apresentados temos que 17% das pessoas
com proteinúria apresentam DM; 31% destas são hipertensas e
11% possuem historia familiar de Doença Renal Crônica. Não
considerando o componente temporal para diagnóstico e tendo a
presença de proteinúria como rastreio de DRC, podemos observar
que hipertensão arterial foi o principal fator de risco a ser
considerado na população estudada, reforçando a importância de
se fazer o rastreio da doença em pacientes que apresentem os
fatores de risco.
TLP: 285
Perfil clínico e epidemiológico da doença renal crônica em
pacientes idosos acompanhados em centro especializado
em Fortaleza, Ceará, Brasil
Autor(es): Geraldo Bezerra da Silva Júnior, Maria Paulina Nunes
Vasconcelos, Ana Karoline de Oliveira Florêncio, Amanda
Bezerra Rodrigues, Maria Ivone Gonçalves Braga, Florice de
Matos Themotheo, Douglas de Sousa Soares, Lara Raissa
Cavalcante Malveira, Elizabeth De Francesco Daher
Universidade de Fortaleza; Universidade Federal do Ceará
Introdução: O envelhecimento da população é um fenômeno
observado na maior parte do mundo. Ele está relacionado ao
aumento da incidência de doenças crônicas, incluindo a Doença
Renal Crônica (DRC). O objetivo deste estudo é descrever as
características clínicas e epidemiológicas de pacientes idosos
com DRC. Métodos: Este é um estudo transversal realizado entre
dezembro de 2013 e abril de 2014 com os pacientes idosos
acompanhados em um centro especializado de Nefrologia em
Fortaleza, Ceará. Foi realizada uma comparação entre pacientes
com e sem DRC. A análise estatística foi realizada com o programa
SPSS, e valores de p<0,05 foram considerados significativos.
Resultados: Foram incluídos 113 pacientes, com uma idade média
de 74±8,1 anos, e 50,3% do sexo masculino. DRC foi detectada
em 75 casos (56,3%), e eles foram classificados em estágio I (1%),
II (4%), III (60%), IV (32%) e V (3%). Hipertensão (HAS) foi
observada em 112 casos (84,2%), 69 deles com DRC (61,6%).
Diabetes Mellitus (DM) foi encontrado em 61 casos (45,8%), 35
deles com DRC (57,3%). Associação HAS + DM foi encontrada em
55 casos (41,3%). As causas de DRC foram HAS (51%), HAS +
DM (42%), DM (5%) e glomerulonefrite crônica (2%). Os valores
médios de ureia e creatinina foram 54±31mg/dL e 2,2±8,2mg/dL,
respectivamente. 53 pacientes haviam realizado sumário de urina,
13 dos quais apresentavam proteinúria (24,5%), e 8
apresentavam DRC (61,5%). O uso de anti-inflamatórios não
esteroidais foi relatado por 16 pacientes (12%), dos quais 9
(56,2%) apresentavam DRC. O uso de inibidor da enzima
conversora de angiotensina (iECA) ou bloqueador do receptor da
angiotensina II (BRA) foi relatado por 75 pacientes (56,3%), dos
quais 56 (74,6%) apresentavam DRC. A comparação entre
pacientes com e sem DRC mostrou uma prevalência maior de
hipertensão entre pacientes com DRC (92% vs. 72%, p=0,004) e
uma tendência de maior prevalência de DRC em homens (57% vs.
41%, p=0,08). Conclusão: DRC é um importante problema em
pacientes idosos. A prevalência de DRC mostrou-se elevada na
população estudada, e a maioria dos casos encontrava-se nos
estágios III e IV, o que evidencia doença avançada. A principal
causa de DRC encontrada foi HAS, o que reflete o inadequado
controle dessa doença pela população. O tratamento com iECA e
BRA, uma estratégia sabidamente renoprotetora, não estava
sendo realizado na maioria dos casos. Estudos posteriores são
necessários para melhor entender o impacto da doença renal em
idosos.
TLP: 286
ESTRESSORES VIVENCIADOS POR IDOSOS EM
TRATAMENTO HEMODIALÍTICO
Autor(es): Paola Braz de Abreu, Eliane Raquel Rieth Benetti,
Priscila Escobar Benetti, Fernanda Duarte Siqueira, Monique
Pereira Portella, Joseila Sonego Gomes, Eniva Miladi
Fernandes Stumm
UNIJUÍ
Introdução: Os renais crônicos dependentes de hemodiálise
convivem diariamente com uma doença que impõe um tratamento
de longa duração, permeado de várias complicações e limitações,
que podem ser percebidas como estressores e interferir na sua
qualidade de vida. Considera-se que o conhecimento desses
estressores se faz necessário para subsidiar o direcionamento do
planejamento da assistência de enfermagem, de forma
individualizada, para que possa vir a proporcionar a essa clientela
a utilização de estratégias de enfrentamento adequadas e a uma
melhor adaptação ao novo estilo de vida. Nesse contexto,
objetivou-se com este estudo conhecer os estressores
vivenciados por idosos que realizam hemodiálise. Métodos: Tratase de um estudo qualitativo, realizado com 15 idosos que
hemodialisavam em uma Unidade Renal do Rio Grande do Sul. Os
dados foram coletados por meio de formulário com dados
sociodemográficos e clínicos, entrevista semiestruturada e
registro de observações em diário de campo; a análise dos dados
seguiu os preceitos da análise de conteúdo. Todos os preceitos
éticos da Resolução nº 196/96 foram respeitados, projeto de
pesquisa aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa sob Parecer
nº 230/2010. Resultados: Os idosos tinham entre 60 a 75 anos de
idade, nove eram homens, nove casados e nove residiam com
cônjuge. Em relação ao grau de instrução, três eram analfabetos,
nove cursaram o ensino fundamental incompleto, dois o
fundamental completo e um o ensino médio completo. No que diz
respeito aos estressores vivenciados no seu cotidiano
destacaram-se restrições alimentar e hídrica; a limitação para
trabalhar e a dificuldade em manter vínculo empregatício;
dificuldades para aceitar a doença e aderir ao tratamento;
necessidade de deslocamento entre municípios para realizar o
tratamento; cuidados com a fístula arteriovenosa ou cateter
vascular; medo da máquina dialisadora; mudanças na
autoimagem e na autoestima; sentimentos de culpa e de perda de
autonomia; sinais e sintomas como astenia, dispnéia e disfunção
erétil. Conclusão: Conhecer os estressores vivenciados por idosos
em hemodiálise possibilita ao enfermeiro individualizar o cuidado e
orientações prestadas, além de estimular o cuidado de si e a busca
de estratégias de enfrentamento efetivas. Dessa maneira, o
enfermeiro pode estimulá-los para que se adaptem de maneira
positiva ao novo estilo de vida e assumam o controle do seu
tratamento.
TLP: 287
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE RENAIS
CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE
Autor(es): Cilene Loro Patat, Priscila Escobar Benetti, Fernanda
Duarte Siqueira, Nicolli Cargnelutti Follak, Monique Preira
Portella, Joseila Sonego Gomes , Eliane Raquel Rieth Benetti,
Eniva Miladi Fernandes Stumm
UNIJUÍ
Introdução: A Insuficiência Renal Crônica (DRC) ocorre quando os
rins não conseguem desempenhar suas funções e ocorrem
desequilíbrios metabólicos, endócrinos, eletrolíticos, hídricos e
acidobásicos. Evidenciada pelo aumento dos níveis séricos de
uréia e creatinina, tem como principais causas a hipertensão
arterial, diabetes mellitus e glomerulonefrite. O quadro clínico da
DRC varia de acordo com o comprometimento renal e, a
hemodiálise representa a continuidade da vida, porém com
impacto significativo na qualidade de vida. Neste sentido, o renal
crônico necessita se adaptar à nova condição e utilizar estratégias
de enfrentamento para lidar com as mudanças e limitações. Diante
do exposto, este estudo avaliou a qualidade de vida de renais
crônicos em hemodiálise. Método: Estudo descritivo, transversal,
de abordagem quantitativa, desenvolvido em Unidade Nefrológica
de um hospital do Rio Grande do Sul, com 77 pacientes. Os dados
foram coletados por meio de formulário sociodemográfico e do
Kidney Disease and Quality of Live-Short Form (KDQOL-SFTM).
Os preceitos éticos foram respeitados, projeto de pesquisa
aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer n0
02780243000-09. Resultados: A maioria (70,1%) é do sexo
masculino, na faixa etária de 50 a 70 anos ou mais de idade.
Quanto ao estado civil, mais da metade é casada e 87% possui
filhos. Verifica-se que 76,6% deles possuem baixa escolaridade e
79,2% são aposentados; 42,9% reside com companheiro e 10,4%
mora sozinho. Quanto ao tempo em hemodiálise, 41,6% dialisa há
menos de dois anos. Quanto à qualidade de vida, as dimensões
com menores escores médios foram situação de trabalho (20,78),
função física (22,8) e função emocional (25,97), portanto são as
que mais comprometem a qualidade de vida desses pacientes. A
dimensão com escore médio mais alto foi estímulo por parte da
equipe de diálise (96,43). Em relação à avaliação da saúde, 3,9%
avaliou como muito boa, 44,2% boa, 46,8% regular e 5,2% ruim.
No que se refere à saúde, comparada com um ano atrás, 30%
avalia como igual ou pior, 33,8% um pouco melhor agora e 39%
muito melhor agora. Conclusão: A hemodiálise mantém a vida e
alivia sintomas, porém interfere na percepção da qualidade de
vida dos pacientes pesquisados. Avaliar a qualidade de vida dessa
população facilita a compreensão das suas necessidades bem
como favorece a adoção de estratégias para programar
intervenções de enfermagem eficazes.
TLP: 288
ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO UTILIZADAS POR
IDOSOS EM HEMODIÁLISE
Autor(es): Paola Braz de Abreu, Priscila Escobar Benetti,
Fernanda Duarte Siqueira, Nicolli Cargnelutti Follak , Monique
Pereira Portella, Joseila Sonego Gomes , Eliane Raquel Rieth
Benetti, Eniva Miladi Fernandes Stumm
UNIJUÍ
Introdução: O idoso com doença renal crônica (DRC) apresenta
um quadro clínico complexo. A respectiva doença possui
etiologias variadas, apresenta altos índices de morbidade e, os
tratamentos disponíveis propiciam apenas a substituição parcial
da função renal, aliviam os sintomas da doença e preservam a
vida, porém não são curativos. Neste sentido, o processo de
tratamento é percebido como uma experiência difícil e acarreta
alterações na integridade física e emocional. Diante disso, o renal
crônico se utiliza de estratégias de enfrentamento para
compreender e lidar com os estressores, bem como encontrar
apoio e alívio para seu sofrimento. Com base nesse contexto, o
objetivo deste estudo foi investigar as estratégias de
enfrentamento utilizadas por idosos em tratamento hemodialítico.
Métodos: Estudo qualitativo realizado com 15 idosos em
hemodiálise em uma Unidade Renal do Rio Grande do Sul. A
coleta de dados foi realizada por meio de formulário com dados
sociodemográficos e clínicos, entrevista semiestruturada e
registro de observações em diário de campo; a análise dos dados
seguiu os preceitos da análise de conteúdo. Os preceitos éticos da
Resolução nº 196/96 foram respeitados, projeto de pesquisa
aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº
230/2010. Resultados: Nas manifestações dos idosos percebe-se
que eles buscam estratégias para lidar com o estresse vivenciado,
as quais compreendem o apoio da família, apoio social, adaptação
ao tratamento, resignação, fé em um Ser Superior e a expectativa
de um transplante renal. Todos os idosos destacaram a
importância do apoio da família no enfrentamento e no tratamento
da doença. A fé em um Ser Superior os ajuda a enfrentar a
situação da doença crônica, irreversível, bem como a terapia
dialítica. Nesse sentido, observou-se que em determinado
momento Deus é retratado como o único Ser capaz de aliviar o
sofrimento desses pacientes, o que ressalta a importância do
coping religioso para pacientes com doenças crônicas.
Conclusão: Na busca pela assistência humanizada está implícita a
necessidade de organizar o trabalho de forma a favorecer um
cuidado personalizado, ou seja, direcionado às necessidades de
cada idoso. Nesse prisma, conhecer as estratégias de
enfrentamento utilizadas pelos idosos em hemodiálise possibilita
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
107
qualificar o cuidado, estimular ações de coping efetivas e melhorar
sua qualidade de vida.
TLP: 289
CARACTERIZAÇAO SOCIODEMOGRÁFICA E CLINICA DE
PACIENTES RENAIS CRÔNICOS HIPERFOSFATÊMICOS, EM
TRATAMENTO HEMODIALITICO
Autor(es): Eniva Miladi Fernandes Stumm, Dulce Aparecida
Barbosa, Rosane Maria Kirchner, Eliane Raquel Rieth Benetti ,
Joseila Sonego Gomes, Fernanda Duarte Siqueira, Priscila
Escobar Benetti, Nicolli Cargnelutti Follak
UNIJUÍ
Introdução: A Doença Renal Crônica Terminal (DRCT) é
progressiva, com elevada incidência e altas taxas de morbidade e
mortalidade, em nível mundial, considerada um problema de
saúde pública. Nesse contexto, este estudo objetiva traçar um
perfil sociodemográfico e clínico de pacientes renais crônicos,
hiperfosfatêmicos, que hemodialisam em um Unidade Nefrológica
de um hospital geral. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo,
transversal de abordagem quantitativa. A seleção dos pacientes
hiperfosfatêmicos foi realizada por meio de um controle histórico
da hiperfosfatemia, com base nos resultados do fosfato sérico dos
meses de julho a dezembro de 2011. Foram considerados para o
estudo todos os pacientes renais crônicos
hiperfosfatêmicos(n=63), em tratamento hemodialítico, que
apresentaram média dos resultados dos exames laboratoriais de
fosfato sérico dos últimos seis meses, acima de 5,5 mg/Dl. Os
preceitos éticos foram observados e, o estudo foi aprovado por
Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer nº 1938/11.
Resultados: 66,7% dos pesquisados são homens, casados
(63,5%), com idade média de 58,87±13,12 anos, estudaram em
média 10 anos e a maioria é aposentada. Quanto à etiologia da
doença renal, verifica-se que para 34,9% foi hipertensão arterial
sistêmica, seguida de causa indeterminada (28,6%) e diabete
mellitus(11,1%). Constata-se também que o tempo de diagnóstico
oscilou de 1 a 50 anos, com média de 8,17±9,76 anos, mediana 5.
O tempo em hemodiálise variou de um mês a 204 meses, com
média de 51,17±44,71 meses e mediana de 36. Esses resultados
vão ao encontro da literatura no que se refere aos dados
sociodemográficos, ou seja, um percentual maior de homens,
idosos, com baixa escolaridade e aposentados. Quanto à etiologia
da doença renal, hipertensão arterial sistêmica, causa
indeterminada e diabete mellitus foram os que apresentaram
percentuais mais altos, resultados também encontrados em outros
estudos. Por ser silenciosa, a DRCT demora para ser
diagnosticada e tratada adequadamente, fato esse que contribui
para a cronicidade e irreversibilidade da mesma. Em relação ao
tempo em hemodiálise, essa terapia substitutiva é eficiente e
contribui para o prolongamento da vida dos pacientes e ameniza
sintomas da DRCT. Conclusão: Conhecer o perfil de pacientes
renais crônicos hiperfosfatêmicos, em hemodiálise, se constitui
em parâmetro importante que pode ser utilizado por enfermeiros
para qualificar a assistência a este expressivo contingente
populacional.
TLP: 290
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM MANUAL PARA
PACIENTES RENAIS CRÔNICOS HIPERFOSFATÊMICOS
Autor(es): Eniva Miladi Fernandes Stumm, Eliane Raquel Rieth
Benetti, Rosane Maria Kirchner, Laura de Azevedo Guido, Dulce
Aparecida Barbosa
UNIJUÍ
Introdução: A deterioração progressiva da função renal leva a
retenção de várias substâncias, inclusive o fósforo. No cuidado ao
renal crônico hiperfosfatêmico em hemodiálise, evidencia-se a
necessidade de acompanhamento e orientações de enfermagem
a fim de obter adesão do paciente ao tratamento e controle da
hiperfosfatemia, redução de riscos à saúde e com repercussões
108
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
positivas na qualidade de vida, o que é possível por meio da
intervenção educacional de enfermagem (IEE).Diante do exposto,
este estudo objetivou descrever a construção e avaliação da
consistência interna de um manual e de um checklist utilizados
como intervenção de enfermagem. Métodos: Estudo transversal,
descritivo, realizado em janeiro de 2012. O manual foi construído
com 10 domínios elaborados à luz da Portaria da Secretaria de
Atenção à Saúde /MS Nº 225, de 10 de maio de 2010 e no
Protocolo e Diretrizes Terapêuticas – Hiperfosfatemia na
Insuficiência Renal Crônica, com orientações em linguagem
acessível aos pacientes. Paralelamente foi elaborado um checklist
com 16 questões explicativas do manual para o paciente registrar
diariamente suas ações. A validação do conteúdo do manual e do
checklist foi realizada em 21 pacientes e teste Alfa de Crombach
aplicado para análise da consistência interna, com posterior
validação por sete experts de enfermagem em nefrologia. Uma
vez obtido o consenso entre os experts, a versão final do manual e
do checklist foi reformulada e na segunda fase foi feita a validação
por 21 pacientes assistidos em uma Unidade Renal. Resultados:
Depois das adequações feitas pelos enfermeiros, e após o
entendimento dos pacientes em relação a ser testado pela
primeira vez, o alfa de Cronbach foi de 0,95. Após pequenas
adequações de linguagem sugeridas pelos pacientes o alfa de
Cronbach foi de 0,97. Conclusão: O manual é válido para ser
utilizado como intervenção de enfermagem em pacientes
hiperfosfatêmicos. A utilização do manual e do checklist podem
contribuir para que os pacientes entendam a necessidade do
controle da fosfatemia para a manutenção da vida, visando
redução dos danos à saúde, com resultados positivos na adesão
ao tratamento e melhoria na qualidade de vida. Desta forma,
verifica-se que o referido instrumento educacional apresenta
consistência interna e se constitui em subsídio para o cuidado em
saúde, tanto pelos profissionais quanto pelos pacientes renais
crônicos hiperfosfatêmicos.
TLP: 291
Avaliação do uso de um calciomimético no tratamento do
hiperparatireoidismo grave secundário a doença renal
crônica em pacientes submetidos a hemodiálise em um
Hospital Beneficente de Belo Horizonte
Autor(es): Luiz Gustavo Dias de Carvalho, Rafael Lage Madeira,
Carlos Eduardo dos Santos, Paula de Castro Gianasi, Humberto
de Freitas Campos Costa, Renato Oliveira Feliciano
Hospital Felício Rocho
Introdução: O tratamento ideal do hiperparatireoidismo
secundário à doença renal crônica ainda não está estabelecido na
literatura. Há a possibilidade de recorrência do
hiperparatioreoidismo ou do estabelecimento de um quadro de
hipoparatireoidismo permanente após tratamentos cirúrgicos.
Dados da literatura demonstram o potencial benefício do uso de
calciomimético para o controle desta complicação mas ainda não
existem dados conclusivos sobre sua utilização no Brasil.
Materiais e métodos: Realizamos uma avaliação retrospectiva por
meio da análise de prontuários e entrevistas com médicos
assistentes e pacientes. Do total de 290 pacientes submetidos ao
tratamento hemodialítico em nossa instituição no ano de 2013
incluímos em nossa análise 29 pacientes resistentes ao
tratamento “convencional” e tratados com o calciomimético por um
período mínimo de 3 meses. Coletamos dados referentes aos
valores do paratormônio (PTH), calcemia, fosfatemia e
tratamentos associados da doença mineral e óssea relacionada a
doença renal crônica.
Resultados: O tempo médio de uso do calciomimético foi de 14
meses. Identificamos a redução do PTH basal em 80 % dos
pacientes , sendo que 36 % destes estavam com valores do PTH
entre 150-500 pg/dl. Não ocorreram relatos de sintomas graves
relacionados à hipocalcemia. A associação do análogo da
vitamina D ao calciomimético ocorreu em 56% dos pacientes e 100
% fizeram uso de quelantes de fósforo além de acompanhamento
nutricional. A interrupção da medicação ocorreu em 3 % dos
pacientes , sendo as causas relatadas: dimuição do PTH para
valores abaixo da meta de maneira persistente, impossibilidade de
uso da medicação pela interrupção do seu fornecimento e
ausência de resposta ao medicamento.
Conclusão: O uso do calciomimético associado as terapias
tradicionais do hiperparatireoidismo secundário a doença renal
crônica (quelantes de fósforo, análogos da vitamina D e suporte
nutricional) pode oferecer a possibilidade do controle clinico da
doença diminuíndo a necessidade de abordagem cirúrgica com
potencial melhora na qualidade de vida do paciente portador de
doença renal crônica em estadio terminal.
TLP: 292
A importância do rastreio para a prevenção da Doença
Renal Crônica
Autor(es): Rafaela Mota Oliveira, Diego Junqueira Sarkis, Lívia
Botelho da Silva, Guilherme Martins Stroppa, Luiz Raphael Mota
Oliveira, Marcus Gomes Bastos
Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: Mundialmente, a Doença Renal Crônica (DRC) tem
sido um problema de saúde pública, tendo em vista sua elevada
morbimortalidade. A DRC é caracterizada por redução da taxa de
filtração glomerular e/ou presença de lesão parenquimatosa,
mantidas por pelo menos três meses. Não há precisão do número
de pacientes renais crônicos no Brasil, principalmente pelo fato de
a doença ser silenciosa em seus estágios iniciais, no entanto o
último censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) estimou
que 97586 pessoas encontravam-se em tratamento dialítico,
gerando altos custos. Embora a DRC e suas complicações sejam
de elevada gravidade, ela é considerada uma doença prevenível,
desde que se realize o diagnóstico precoce e seja implementado o
tratamento com medidas de preservação da função renal. Sendo
assim, são indispensáveis campanhas de rastreio à DRC, que
identifiquem os seus principais fatores de risco para o manejo
desses pacientes. Métodos: Acadêmicos de oito cursos da área de
saúde realizaram o rastreio da DRC na cidade de Belmiro Braga
em 2012, através de atendimentos que constaram de: glicemia
capilar; aferição da pressão arterial; avaliação antropométrica;
teste de uroanálise; e questionário padronizado pela SBN. Os
participantes receberam orientações de acordo com os resultados
colhidos e aqueles com alterações nos seus exames foram
indicados a procurar a Unidade de Atenção Primária à Saúde de
referência para a confirmação diagnóstica. Resultados: Foram
coletados 106 dados, dentre os quais 9,52% possuíam Diabetes
Mellitus e 46,66% eram hipertensos, ou seja, apresentavam
fatores de risco para DRC. Outros fatores que contribuem para o
aparecimento da doença obtiveram os seguintes resultados:
sedentarismo (42,86%), sobrepeso (55,24%), idosos (42,86%), e
doença coronariana (21,90%). Com relação ao marcador de lesão
identificado no projeto, foi identificado 21,90% de proteinúria. Além
disso, ao aplicar o questionário SCORED, um instrumento
elaborado para predizer a chance de o indivíduo apresentar a
DRC, constatou-se risco em 31,43% da amostra. Conclusões: Os
dados obtidos são de grande relevância, já que identificaram
fatores de risco para a DRC, permitindo estratégias preventivas de
saúde. Além disso, o instrumento SCORED é de grande valia para
possíveis diagnósticos precoces. Campanhas como essa são
importantes por proporcionar esclarecimento à população sobre
os principais aspectos da doença, além de alertar as esferas
governamentais.
TLP: 293
Dia Mundial do Rim: uma estratégia de prevenção à Doença
Renal Crônica (DRC)
Autor(es): Rafaela Mota Oliveira, Lívia Botelho da Silva, Adriana
Pereira Frauches, Bianca Magalhães de Freitas, Caroline Silva
Campos, Lívia de Almeida Alvarenga, Michelle Andrade Moreira,
Marcus Gomes Bastos
Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: A prevalência da Doença Renal Crônica (DRC) é
crescente em todo o mundo, sobretudo entre os idosos portadores
de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus. Logo, a
prevenção constitui uma ferramenta imprescindível no
enfrentamento dessa patologia, sendo este o grande foco do Dia
Mundial do Rim (DMR), campanha criada em 2006, que no Brasil é
incentivada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Tal
campanha tem como objetivos fornecer orientações quanto à
prevenção da DRC, traçar o perfil da população assistida e permitir
aos discentes o enfrentamento da realidade social e reflexão da
importância do seu papel na educação em saúde e na prevenção
de agravos. Metodologia: O DMR é realizado mundialmente na
segunda quinta-feira do mês de Março. Nos últimos três anos, a
ação em Juiz de Fora, MG, ocorreu na Praça da Estação da cidade
e contou com a colaboração de uma equipe multidisciplinar de
profissionais e acadêmicos da área de saúde. Os participantes
responderam a um questionário, que consta de nove seções. Em
seguida, realizaram uroanálise; aferição da pressão arterial;
medidas antropométricas; e glicemia. Ao final, receberam
orientações de acordo com o resultado dos exames e do
questionário, ganharam folhetos fornecidos pela SBN, uma fruta e
um kit odontológico. Resultados: Nos oito anos de DMR realizados
em Juiz de Fora, foram atendidas mais de 3000 pessoas, sendo a
maioria delas (55,66%) nos últimos três anos, onde foi possível
observar um predomínio de mulheres, com representatividade de
56,83%. Nesse período verificou-se uma prevalência de diabetes
de 18,26%, enquanto 48,74% dos participantes encontravam-se
hipertensos, demonstrando-se alta presença dos principais
fatores de risco para a DRC na população. Além disso, na mesma
amostra 53,47% das pessoas declararam-se sedentárias e
12,33% dos indivíduos apresentavam doenças coronarianas, que
representam outros fatores de risco para a DRC. Conclusão: O
DMR é um evento de grande importância para a população, tendo
em vista que são disponibilizados exames gratuitos para a
comunidade; educação em saúde; além de orientá-los a adoção
de medidas de prevenção e de uma vida saudável, o que se torna
cada vez mais importante, em virtude do aumento na prevalência
das doenças crônico-degenerativas e seus fatores de risco, como
demonstrado nos últimos três anos de DMR.
TLP: 294
Prevenção secundária de agravos causados pelo Diabetes
em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde de Juiz de
Fora/MG
Autor(es): Rafaela Mota Oliveira, Ana Carolina do Amaral
Santos de Carvalho Rocha, Marian Paiva Marchiori, Raiza
Nunes Nogueira, Thaís Franco Urso Beraldo Moraes, Lívia
Botelho da Silva, Pérsio Granato de Souza, Laisa Marcorela
Andreoli Sartes
Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: A prevalência de diabetes mellitus (DM) é elevada no
Brasil. A necessidade de identificação da população acometida, e
seus fatores de risco, para adequado tratamento e prevenção são
imperativos, buscando a diminuição de complicações, como a
doença renal crônica (DRC), e da mortalidade. Entretanto, a
detecção e acompanhamento do diabetes na comunidade são
associados aos diversos entraves de acesso à saúde. Nesse
contexto a busca ativa por doentes, ações de educação em saúde
e participação ativa do sujeito no seu processo de cuidado, são
indispensáveis na integralidade da assistência. Métodos: A partir
da avaliação dos dados cadastrais da Unidade de Atenção
Primária à Saúde (UAPS) do bairro Monte Castelo, foram
realizadas visitas domiciliares a todas as pessoas com diagnóstico
de Diabetes Mellitus (DM). Através de um questionário, foram
abordados data de nascimento; sexo; tipo do DM; uso de insulina;
uso de medicamentos; e a presença de Hipertensão Arterial
Sistêmica; além da medição da glicemia capilar pós-prandial. Em
seguida, foi realizada uma reunião com os pacientes, onde foram
abordados aspectos referentes ao DM, com nova medição de
g l i c e m i a c a p i l a r. O s u s u á r i o s q u e s e a p r e s e n ta v a m
descompensados, com glicemia maior que 140mg/dL,
consultaram com o médico da Unidade, para que os ajustes
necessários fossem feitos. Resultados: Dentre os 121 avaliados,
64,46% eram mulheres e 70,25% do total encontravam-se
hipertensos. DM II foi identificado em 93,39% da amostra. Dentre
eles, 39,23% eram previamente insulinodependentes, enquanto
61,06% faziam uso exclusivo de hipoglicemiante oral. A média e o
desvio padrão da idade foram de 62,68±11,85. Nesse grupo
40,71% apresentavam-se com glicemia acima da faixa de
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
109
normalidade, sofrendo, por isso, intervenção médica. No grupo de
pessoas descompensadas, 69,57% recebeu como medida
terapêutica alteração da dose de insulina e/ou da medicação oral
previamente utilizada; para 17,39% foi proposto o início do uso de
insulina; enquanto 13,04% mantiveram o tratamento. Ao final,
95,87% dos diabéticos residentes na área de cobertura da UAPS
encontravam-se com valores glicêmicos adequados. Conclusão:
Diante da alta prevalência de diabéticos com glicemia acima dos
valores limítrofes antes das intervenções, ressalta-se a
importância da realização de mais ações como esta, para evitar
que complicações graves, como é o caso da DRC, venham afetar a
qualidade de vida e sobrevida dos diabéticos.
TLP: 295
Caracterização da população de Piraúba/MG para análise de
fatores de risco da Doença Renal Crônica
Autor(es): Diego Junqueira Sarkis, Lívia Botelho da Silva, Carla
Aparecida Pereira Bhering, Bianca Magalhães de Freitas,
Rafaela Mota Oliveira, Nayara Pires de Melo, Marcus Gomes
Bastos
Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de
saúde pública, que se caracteriza pela redução da taxa de filtração
glomerular e/ou presença de marcador de lesão renal
parenquimatosa, mantidas por pelo menos três meses. Sabe-se
que a doença pode ser retardada ou interrompida com diagnóstico
precoce, reduzindo, com isso, desfechos indesejados. Porém, tal
diagnóstico depende de exames, já que a DRC tende a ser
assintomática até em estágios avançados. Assim, as Ligas
Acadêmicas de Nefrologia atuam na prevenção e rastreio da DRC
através de projetos incentivados pela Sociedade Brasileira de
Nefrologia (SBN). Métodos: O Projeto Liga Cidades, realizado pela
Liga Pré-renal de Juiz de Fora/MG, visa o rastreio da DRC. Faz-se
um treinamento de acadêmicos de diversas áreas para que as
técnicas sejam padronizadas. A seguir, é solicitado apoio à
prefeitura da cidade que tem interesse no projeto. Estabelecida a
cidade, os acadêmicos aplicam um questionário padronizado pela
SBN para a coleta de dados e realizam exame físico; glicemia
capilar; e uroanálise com posteriores orientações à população. Em
2011 e 2013, realizou-se o Projeto na cidade de Piraúba/MG, onde
foram coletados 200 dados não probabilísticos em cada ano. Para
a análise foi realizada distribuição de frequência percentual,
através do programa SigmaPlot®. Resultados: Em dois anos,
houve aumento dos principais fatores de risco para DRC: Diabetes
Mellitus de 11,5% para 17,5% e Hipertensão Arterial Sistêmica de
42,5% para 47,5%. Também aumentaram os indivíduos acima do
peso (IMC_25kg/m²). O percentual de pessoas que praticavam
atividade física ampliou de 39,5% para 50% e o de idosos
aumentou de 36,32% para 43,28%. De acordo com a literatura, a
ampliação da incidência de doenças crônicas associa-se ao rápido
envelhecimento da população, à urbanização, à dieta inadequada
e ao consumo de tabaco e álcool. Através da análise dos dados, foi
possível observar que em Piraúba houve um acréscimo no
percentual de idosos e indivíduos acima do peso, apesar de não
ter ampliado o sedentarismo, o que pode se relacionar ao aumento
dos dois principais fatores de risco da DRC. Conclusões: O Projeto
contribui para o diagnóstico precoce de DRC, através da
identificação dos fatores de risco e aconselhamento da população,
estimulando a procura da Unidade de Atenção Primária à Saúde.
Com o aumento da prevalência de fatores de risco, observado no
estudo, nota-se a importância do rastreio da DRC.
TLP: 296
Melhoria do Acesso à Saúde Bucal de pessoas com Doença
Renal Crônica
Autor(es): Fernanda Martins Ribeiro, Márcia Dayrell, Paula
Verçosa Martins Pinto, Carlos Alberto Tenorio, Eliana Maria Sá
Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Secretaria
Municipal de Saúde de Belo Horizonte
110
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
Introdução: Durante discussões multidisciplinares e em rede
envolvendo profissionais da Atenção Primária, Serviços de
Terapia Substitutiva Renal (TRS) e da Regulação em Nefrologia
da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, visando
integralidade no acompanhamento da pessoa com Doença Renal
Crônica (DRC), identificou-se dificuldade no acompanhamento de
saúde bucal destes pacientes. Metodologia: Foi iniciado um grupo
de discussão composto por profissionais envolvidos na Regulação
da Secretaria Municipal de Saúde, no cuidado especializado em
nefrologia e da saúde bucal para criação de um modelo para
encaminhamento de pessoa com DRC para avaliação da
odontologia. Resultado: Elaboração de formulário padronizado de
encaminhamento contendo dados de identificação do usuário e do
serviço que o encaminha, dados sobre a modalidade de TRS,
comorbidades e doença de base; motivo do encaminhamento
para saúde bucal, com dados importantes para adequação do
tratamento odontológico, tais como: uso de anti-agregante
plaquetário e de anti-coagulante oral, antibiótico, anti-inflamatório
e anestésicos apropriados. Conclusão: O formulário elaborado é
objetivo, de fácil preenchimento pelo Nefrologista e de fácil
compreensão por parte do Dentista para que possa exercer seu
trabalho para manutenção da situação de saúde bucal, em
especial para pacientes candidatos a transplante renal. Além
disso, o trabalho compartilhado com os profissionais da
odontologia vem contribuindo para identificação de pessoa com
DRC vinculados à Atenção Primária e encaminhamento para
integralidade do tratamento na Hemodiálise, Diálise Peritoneal,
Transplante Renal e Tratamento Conservador.
TLP: 297
Belo Horizonte na perspectiva da implantação da Portaria
Ministerial 389/2014: avançando na integralidade da atenção
ao portador de Doença Renal Crônica
Autor(es): Fernanda Martins Ribeiro, Márcia Dayrell, Paula
Verçosa Martins Pinto
Comissão Municipal de Nefrologia e Transplantes Secretaria
Municipal de Saúde de Belo Horizonte
A Portaria 389/2014, do Ministério da Saúde, estabelece a
necessidade de construção de uma linha de cuidado aos
pacientes com Doença Renal Crônica (DRC), como forma de
garantir a integralidade da assistência. A Secretaria Municipal de
Saúde, através da Comissão Municipal de Nefrologia e
Transplantes (CMNT), vem nos últimos anos, identificando quais
são as principais dificuldades encontradas pelas equipes na
prestação da assistência em diálise e transplante renal no
município e criando mecanismos para superá-las. Em 2012, foi
publicado a Portaria Municipal 008/2012, com priorização no
acesso aos usuários com DRC em tratamento dialítico, às
especialidades de oftalmologia, cardiologia, endocrinologia,
angiologia e urologia, buscando com isso a prevenção de
intercorrências clínicas. Em junho de 2013, no seminário
“Fortalecendo as redes assistenciais ao portador de DRC”, foi
criada uma comissão para propor estratégias para avançar no
processo de integração da assistência. Uma das iniciativas foi
criação de formulário padrão de encaminhamento à saúde bucal,
com informações fundamentais para os dentistas da rede básica
de saúde, permitindo o acesso facilitado ao tratamento dos
pacientes a este cuidado. Houve a realização de
Teleconferências, abordando o tema em questão, direcionados
para os médicos generalistas e dentistas. Validação pelos
representantes das equipes que prestam assistência à pessoa
com DRC do protocolo assistencial, que define as atribuições dos
profissionais que atuam em diversos serviços da rede assistencial.
Elaboração do Protocolo assistencial sobre acesso vascular em
diálise e reorganização dos centros de referência, com ofertas
suficientes para realização de confecções de fístulas
arteriovenosas em pacientes ainda em tratamento pré-dialítico e
das clínicas satélites. Regionalização do transporte sanitário e dos
serviços de hemodiálise, na perspectiva de credenciamento
preferencialmente do ambulatório próprio e dos serviços de diálise
intra-hospitalares 100% SUS, como referências para
acompanhamento dos pacientes em tratamento conservador. A
Secretaria Municipal de Saúde vem se planejando para superação
dos desafios, motivada pela construção de uma rede assistencial
integralizada, com ênfase na abordagem multiprofissional, focada
na possibilidade de proporcionar maior qualidade de vida ao
portador de DRC.
TLP: 298
EFEITO DA REPOSIÇÃO DE COLECALCIFEROL NA
FUNÇÃO RENAL E PROTEINÚRIA EM PACIENTES RENAIS
CRÔNICOS EM TRATAMENTO CONSERVADOR
Autor(es): EDUARDO DE PAIVA LUCIANO, MAILSON
CHRISTOVAO ALVES OLIVEIRA, CAMILA STELLA DIAS,
CLAUDIO TOSHIYUKI NAKANISHI, BRUNO IASINSKAIS,
REJANE MARIA SPINDOLA FURTADO, SANDRA FERREIRA
STANISCK REIS, NATHALIA RAMPHINI, MARCUS VINICIUS P
MOREIRA, GILSON F RUIVO
CENTRO ESTADUAL TRATAMENTO DE DOENÇAS RENAIS
DO VALE DO PARAÍBA-SP
INTRODUÇÃO:A hipovitaminose D é uma condição altamente
prevalente em pacientes com DRC e está associada a pior
prognóstico destes pacientes. Nosso objetivo foi testar o efeito da
reposição protocolar de colecalciferol na função renal e
proteinúria. MÉTODOS: estudo prospectivo de intervenção. 72
pacientes nos estágios 3 a 5 da DRC com coprovada insuficiência
de vitamina D (25 OH vit D < 30 ng/ml) foram incluídos e
distribuídos para receber doses variadas de colecalciferol (3000;
5000 ou 10.000 UI/dia) por um período de 3 meses quando então
analisamos as alterações na função renal (Clearance de creatinina
), proteinúria de 24 hs , níveis de PTHi, cálcio e
fósforo.RESULTADOS: 72 pacientes com doença renal crônica
(DRC), sendo 42 (58,3%) mulheres. A idade média foi de 71,4
anos.Cerca de 55 (76,4%) eram da raça branca. Antes e após o
tratamento, o nível médio de vitamina D foi de 17,5 ng/ml (4,0 a
35,9 ± 6,2) a 27,9 ng/ml(13,2 a 67,3 ng/ml ± 9,3) - p<0,001. O PTH
médio foi de 106,5 pg/ml(16,1 a 513,0 ± 83,8) a 91,8 pg/ml (16,6 a
401,0 ±74,0) - p=0,020. A proteinúria média foi de 707,6 g/24hs
(35,2 a 3888,0 ± 870,0) a 646,0 g/24hs (33,0 a 5898,9 ± 907,4) p=0,061. O clearance de creatinina médio foi de 28,3 ml/min/1,732
(7,0 a 59,0 ± 10,8) a 28,8 ml/min/1,732 (8,6 a 64,0 ± 12,3) p=0,952. Considerando inicialmente as doses de vitamina D,
temos que a diminuição dos níveis de proteinúria e o aumento dos
níveis de clearance de creatina não receberam sua influência. A
diminuição da proteinúria dos pacientes com DRC no estágio 5 foi
estatisticamente maior quando comparada aos pacientes com
DRC nos estágios 3b e 4. CONCLUSÃO: após tratamento com
colecalciferol por 3 meses houve um aumento dos níveis de
vitamina D assim como também uma diminuição dos níveis de
PTH com tendência de diminuição dos níveis de proteinúria
(p=0,061). Não houve alteração siginificante para clearance de
creatinina, cálcio iônico e fósforo. As diferentes doses de
colecalciferol não influenciaram os resultados finais. A diminuição
da proteinúria foi mais significativa no estágio 5 em relação aos
outros estágiso da DRC.
TLP: 299
Rastreio de Doença Renal Crônica entre pacientes
portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes
Mellitus atendidos em uma unidade de atenção secundária
em Fortaleza, Ceará, Brasil
Autor(es): Philippe Marcel Marius Malzac Filho, Geraldo Bezerra
da Silva Junior, Matthäus Gondim Muniz
Universidade de Fortaleza
Introdução: A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde
pública cuja incidência vem aumentando em níveis epidêmicos em
todo o mundo. As principais causas são a hipertensão arterial
sistêmica (HAS) e o diabetes mellitus (DM). O objetivo deste
estudo é investigar a presença de HAS, DM e outros fatores de
risco para DRC na população geral em área urbana da Fortaleza.
Métodos: Foi realizado um rastreio de DRC entre pacientes com
HAS e DM na população residente em algumas regiões da cidade
de Fortaleza, Ceará, Brasil, escolhidas aleatoriamente, durante as
campanhas do Dia Mundial do Rim nos anos de 2013 e 2014. Foi
aplicado questionário com informações sobre antecedentes
mórbidos, familiares e hábitos de vida, além de ter sido realizado
exame físico. Os participantes da campanha que apresentavam
algum fator de risco significativo para DRC foram encaminhados a
um serviço de atenção secundária de Fortaleza para seguimento
ambulatorial e coleta de exames laboratoriais de avaliação da
função renal.
Resultados: Um total de 40 indivíduos foi avaliado, dos quais 53%
eram do sexo feminino. A maioria dos entrevistados estava acima
de 65 anos (62,5% do total), sendo que 52% desse grupo eram
classificados com “super-idosos”, ou seja, acima de 75 anos.
Dentre os pacientes, 92,5% referiram história de HAS e 55%
história familiar de HAS, e ainda, 52,5%, história familiar de
doença cardiovascular. Comparando com os que relatavam DM,
foram apenas 35% dos casos referidos, dentre eles, 32,5%
apresentavam história familiar positiva. No total, 30% referiam
acometimento renal prévio, por exemplo, lítiase renal ou infecção
urinária.Todos os pacientes avaliados na atenção secundária
apresentavam DRC, sendo a maioria classificada no estágio III
(47,5%), seguidos do estágio II (17,5% dos casos). Quanto ao uso
de drogas anti-hipertensivas pelo grupo analisado, 90%
reportaram utilizar algum tipo de dessa terapia, na qual 62,5% dos
casos referiam o uso de antagonista do receptor de angiotensina e
45% era combinado com a terapia de diuréticos.
Conclusões: A prevalência de HAS na população estudada foi
mais alta do que a observada em estudos recentes da população
brasileira. O uso da terapia com antagonista do receptor de
angiotensina ainda é subutilizada entre pacientes hipertensos e
diabéticos com DRC. O rastreio de DRC entre portadores de HAS
e DM é importante para o diagnóstico precoce e para a adoção de
medidas para retardar a progressão da doença renal.
Apoio: FUNCAP.
TLP: 300
PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÃO RENAL EM ADULTOS
OBESOS
Autor(es): Alessandra Fortes Almeida, Ana Regina Nogueira
Meirelles, Júlia Duarte Dias Freitas Pamponet, Izabel Santos
Cruz, Almerinda Luedy, Hugo da Costa Ribeiro Júnior, Jairza
Maria Barreto Medeiros, Maria Helena Lima Gusmão-Sena
Programa de Pós-Graduação da Escola de Nutrição,
Universidade Federal da Bahia
Objetivo
Avaliar a prevalência de disfunção renal em funcionários adultos,
com obesidade e sem doença renal crônica prévia de um hospital
universitário da cidade de Salvador - BA.
Métodos
Estudo transversal, realizado no período de janeiro a setembro de
2012, com 378 funcionários adultos, de ambos os sexos, de um
Hospital Universitário. Cada participante teve as medidas de peso
e altura aferidas. O Índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado,
peso/altura², e classificado de acordo com os critérios da World
Health Organization (WHO). A taxa de filtração glomerular (TFG)
estimada foi realizada através da equação de Cockcroft-Gault. Foi
realizado correção do peso para os participantes com obesidade,
utilizando a equação proposta por Hudson et al (2011).
Independentemente da presença ou ausência de proteinúria,
DRC foi definido como um valor de TFG inferior a 60ml/min. Foram
excluídos os participantes que apresentaram hiperfiltração
glomerular, cuja TFG era > 120ml/min. A análise da prevalência de
Doença Renal Crônica (DRC) foi realizada pelo teste QuiQuadrado, utilizando o programa SPSS® 20.0. Esta pesquisa fez
parte de uma coorte com aprovação pelo comitê de ética.
Resultados
A maioria da população estudada era do sexo feminino (76,7%), a
média de idade foi de 40,5 anos (±9,32), a média do IMC foi de
27,98Kg/m². Ao excluir os funcionários com hiperfiltração
glomerular (34 participantes), foi encontrada TFG estimada de
83,1ml/min (±17,5). Em 38 (10,1%) participantes foi encontrado
declínio da função renal, caracterizado como uma TFG estimada
<60ml/min. Destes 24 (21,2%) apresentavam obesidade.
Conclusão
Os dados obtidos neste estudo demonstra que existe uma alta
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
111
prevalência de DRC em indivíduos adultos com obesidade,
definido como IMC _ 30Kg/m². A estimativa da taxa de filtração
glomerular deve ser aplicada em populações de alto risco para o
desenvolvimento de DRC, incluindo a população obesa.
TLP: 301
CONDUTAS FRENTE AO PACIENTE IDOSO COM DOENÇA
RENAL CRÔNICA TERMINAL: A OPÇÃO DOS CUIDADOS
PALIATIVOS
Autor(es): Mariana Pigozzi Veloso, Marilia Rodovalho
Guimaraes , Talita Clementino Moraes e Cunha, Thiago Lacerda
Ataides, Jordana Eduardo Rezende, Fabrício Alves Araújo, Edna
Regina Silva Pereira, Valeria Soares Pigozzi Veloso, Mauri Felix
de SouzaIntrodução: Houve aumento da prevalência de pessoas
com mais de 75 anos submetidas a tratamento dialítico no
século XXI. O estudo DOPPS revelou aumento da mortalidade,
declínio cognitivo e físico na população geriátrica (>65 anos) em
d
HC/UFG
Introdução: Houve aumento da prevalência de pessoas com mais
de 75 anos submetidas a tratamento dialítico no século XXI. O
estudo DOPPS revelou aumento da mortalidade, declínio
cognitivo e físico na população geriátrica (>65 anos) em diálise.
Iniciou-se debates sobre perspectivas do paciente com doença
renal crônica (DRC) terminal, terapias paliativas e seus cuidados
no final da vida.
Relato de caso: D.F.S., sexo feminino, 78 anos, negra, deu entrada
no serviço com queixa de urina espumosa e edema de membros
inferiores há 03 anos. Submetida a biopsia renal e de medula
óssea com alterações sugestivas de amiloidose. Dado
seguimento a propedêutica investigatória com o diagnostico final
de amiloidose primária e acometimento renal (proteinúria e DRC
estadio IIIB), cardíaco e neurológico. Iniciado tratamento
quimioterápico. Seis meses após apresentou trombose venosa
profunda de membro inferior esquerdo e início de anticoagulação
oral com varfarina. Dois meses após apresentou hemorragia
digestiva alta por intoxicação cumarínica, piora de escórias
nitrogenadas e anúria.I ndicado terapia renal substitutiva de
urgência (hemodiálise). Paciente encontrava-se consciente no
momento da indicação de diálise, negando a realização da
mesma. Pedido respeitado pela família e pela equipe médica.
Iniciado cuidados paliativos. Evoluiu a óbito 4 semanas após a
decisão.
Discussão: Estudos evidenciam que pacientes idosos apresentam
declínio cognitivo, físico, piora da fragilidade e sarcopenia quando
iniciam diálise. Tais sintomas mimetizam o quadro urêmico que o
paciente possuía antes da terapia dialítica e acarretam maior
hospitalização e óbito. A indicação da terapia dialítica nestes
pacientes deve basear-se em melhora da qualidade de vida,
prognóstico e orientação familiar. A opção do tratamento não
dialítico inclui avaliação multidisciplinar, tratamento dos sintomas
de evolução da DRC (anemia, hipertensão, balanço hídrico,
acidose metabólica) e suporte psicológico familiar. O relato deste
caso aborda a importância da discussão dos cuidados paliativos
em nefrologia e desenvolvimento de diretrizes brasileiras com
avaliação global destes pacientes, enfoque sobre os benefícios e
malefícios da terapia renal substitutiva e considerações éticas
como a interrupção do tratamento dialítico por escolha do paciente
e de sua família.
TLP: 302
PROJETO DE PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA
ENTRE COMUNIDADES QUILOMBOLAS NO NORTE DO
MARANHÃO (PREVRENAL): AÇÕES E RESULTADOS
Autor(es): Dyego José de Araújo Brito, Joyce Santos Lages,
Elisangela Milhomem dos Santos , Isabela Leal Salgado ,
Giselle Andrade dos Santos Silva , João Victor Leal Salgado ,
Francisco das Chagas Monteiro Jr, Alcione Miranda dos Santos,
Ricardo de Castro Cintra Sesso , Natalino Salgado Filho
112
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
Universidade Federal do Maranhão
INTRODUÇÃO: A real situação da Doença Renal Crônica (DRC)
em grupos étnicos minoritários ainda é desconhecida no país. O
Projeto Prevalência de Doença Renal Crônica (PrevRenal) tem
como objetivo mudar esse cenário e pretende estudar a
prevalência da DRC em grupos minoritários, com particularidades
étnicas e sociais que os diferenciam da população geral.
MÉTODOS: O PrevRenal é executado por uma equipe
multidisciplinar de profissionais e graduandos da Universidade
Federal do Maranhão (UFMA). Foram avaliados 1.539 afrodescendentes, residentes em 32 comunidades remanescentes de
quilombo do município de Alcântara/MA. O Projeto é desenvolvido
em três etapas: 1) Avaliação clínico-laboratorial: aplicação de
questionário (informações clínico-epidemiológicas), medidas
antropométricas, pressão arterial e coleta de material biológico; 2)
Avaliação de imagem e confirmação da DRC: pacientes com HAS,
DM, redução da filtração glomerular e albuminúria foram
submetidos a exames de imagem e a uma segunda coleta de
material para confirmação da doença; 3) Seguimento
ambulatorial: indivíduos com confirmação da disfunção renal
estão em acompanhamento especializado no Hospital
Universitário da UFMA. O presente trabalho apresenta os
resultados obtidos na primeira etapa do estudo.
RESULTADOS: A maioria dos indivíduos era do sexo feminino 791
(51,4%). A média de idade do grupo foi de 44,3 (±17,6) anos,
sendo que 328 (21,31%) tinham idade igual ou superior a 60 anos.
Foram identificadas 301 (19,6%) pessoas com diagnóstico prévio
de HAS e 69 (4,49%) com DM. A estimativa da filtração glomerular
pelas equações MDRD e CKD-EPI revelou a ocorrência de 20
(5,29%) e 24 (6,35%) casos, respectivamente, de pessoas com
TFG<60ml/min/1,73m². Ao final da primeira etapa, foram
identificados 408 participantes com diagnóstico de HAS, DM,
ambuminuria e/ou TFG reduzida, sendo que 383 (94,1%)
realizaram exames de imagem.
CONCLUSÃO: Este estudo realizou triagem da DRC em um grupo
minoritário com restrição de acesso ao sistema de saúde. A
prevalência de TFG reduzida foi inferior ao previsto na população
geral. No Brasil, é necessário que estudos sobre a relação entre
desigualdade socioeconômica e o processo saúde-doença
incorporem cada vez mais o aspecto raça/etnia nas dimensões
analíticas.
TLP: 303
SÍNDROME PLURIMETABÓLICA E TAXA DE FILTRAÇÃO
GLOMERULAR EM AFRODESCENDENTES RESIDENTES
EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE ALCÂNTARA-MA
Autor(es): Denisy Pinto Lima , Raimunda Sheyla Carneiro Dias ,
Nayrana Soares do Carmo Reis, Elane Viana Hortegal , Dyego
José de Araújo Brito , Gisele Silva Pereira , Fábio Silva de
Azevedo, Hanna Danielle Correa da Silva, Isabela Leal Calado,
Natalino Salgado Filho
Universidade Federal do Maranhão
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) vem sendo encarada
como um sério problema de saúde pública mundial com a
existência de aproximadamente um milhão de pessoas
submetidas à terapia de substituição renal. A origem da doença
cardiovascular em pacientes renais crônicos é multifatorial. Dentre
as principais etiologias destaca-se a Síndrome Plurimetabólica
(SPM) que se caracteriza como um transtorno complexo. Essa
pesquisa teve como objetivo estudar a associação entre Síndrome
Plurimetabólica (SPM) e Taxa de filtração glomerular (TFG) em
afrodescendentes residentes em comunidades quilombolas de
Alcântara-MA. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal,
realizado com 132 indivíduos maiores de 18 anos de duas
comunidades remanescentes de quilombos do município de
Alcântara-MA. Os dados antropométricos foram aferidos por
nutricionistas treinadas, e incluíram peso, altura e Circunferências
da Cintura (CC). Para classificação do estado nutricional foi
considerado o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado por meio
da razão entre o peso corporal e o quadrado da altura. A pressão
arterial (PA) foi aferida no braço direito, com o entrevistado
sentado e manguito apropriado e para sua classificação foi
utilizada a proposta na VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Na
avaliação metabólica foram dosados Glicemia em Jejum (GJ),
Triglicerídeos (TG), High DensityLipoproteins(HDL-c) Albumina
(Alb) e Creatinina sérica (Cr). A filtração glomerular foi estimada a
partir da fórmula do CKD-EPI. Resultados: A maior parte dos
participantes era do sexo feminino (53%) com faixa etária de 18 a
60 anos (77,3%). Quanto ao estado nutricional, a maioria tinha
IMC dentro da faixa de normalidade (56,5%). Cerca de 43% das
mulheres tinha elevada adiposidade abdominal.A prevalência de
hipertensão arterial foi de 51,5%. Foi observado uma prevalência
de 35,7% de SPM entre os indivíduos estudados.Não foi
observada associação entre SPM e taxa de filtração glomerular.
Conclusão: Os resultados do presente estudo revelam uma
população hipertensa, composta predominantemente de
indivíduos do sexo feminino, com idade entre 18 e 60 anos. Em sua
maioria não apresentaram síndrome plurimetabólica e alteração
na taxa de filtração glomerular.
TLP: 304
¨Como vão seus rins?¨ Prevalência de pacientes com
proteinúria sem diagnóstico de Doença Renal Crônica no
Dia Mundial do Rim em Juiz de Fora
Autor(es): Paula Liziero Tavares, Angélica de Paula Langame,
Thatiana Egizi Dias Pacífico , Adriana Pereira Frauches, Renato
Tavares Lopes, Marcus Gomes Bastos
Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: A doença renal crônica (DRC) é considerada um
problema de saúde pública em todo o mundo, todavia, por
apresentar sinais tardios, ainda é uma doença subdiagnosticada.
Dessa forma, o Dia Mundial do Rim visa à conscientização da
população sobre a magnitude da DRC e o auxílio de sua
prevenção. Objetivo: Avaliar a relação entre pacientes que
afirmaram possuir ou não DRC com os resultados encontrados no
exame simples de urina. Material e Métodos: Estudo transversal
composto por 553 indivíduos abordados em campanha realizada
durante o Dia Mundial do Rim na cidade de Juiz de Fora, MG. Os
pacientes participaram de entrevista onde foram questionados
sobre a presença ou não de DRC, em seguida suas amostras de
urina foram analisadas através de exame simples de urina com o
intuito de detectar a presença de proteinúria, importante marcador
de lesão glomerular. Resultados: A amostra foi composta por
54,45% de mulheres, 19,17% de diabéticos e 50,27% de
hipertensos, idade amostral 58,27 ±13,57 anos; 9,76% dos
pacientes afirmaram possuir algum tipo de doença renal, contudo
aqueles que apresentaram ao menos uma cruz de proteinúria no
EAS correspondem a 3,98%. Já os pacientes que apresentaram
traços de proteinúria no EAS compõem 32,01% da amostra.
Conclusão: Sabe-se que é aceitável a presença de traços de
proteinúria, uma vez que a perda de até 150mg de proteína/dia na
urina é considerada normal. Entretanto, grande parte desses
pacientes foi aconselhada a procurar um médico a fim de que
fosse feita pesquisa de microalbuminúria em amostra urinária
isolada, ou amostra urinária de 12 ou 24 horas, pois eles compõem
grupo de risco para o desenvolvimento de DRC. Já aqueles que
apresentaram uma ou mais cruzes de proteinúria também foram
aconselhados a procurar atendimento médico para que fosse feita
sua quantificação, assim como o diagnóstico e o início de seu
tratamento. Desse modo, a campanha realizada durante o Dia
Mundial do Rim em Juiz de Fora contribuiu para o rastreamento de
possíveis pacientes com DRC assim como auxiliou na
conscientização sobre os riscos dessa doença e as formas de
preveni-la e tratá-la.
TLP: 305
¨O senhor tem tomado seus remédios?”Análise da adesão
medicamentosa por pacientes abordados durante o Dia
Mundial do Rim em Juiz de Fora
Autor(es): Paula Liziero Tavares, Angélica de Paula Langame,
Thatiana Egizi Dias Pacífico , Adriana Pereira Frauches, Renato
Tavares Lopes, Marcus Gomes Bastos
Universidade Federal de Juiz de Fora
INTRODUÇÃO: Grande parte dos tratamentos médicos necessita
da utilização de medicamentos, porém, a adesão medicamentosa
por parte dos pacientes ainda é uma dificuldade ao sucesso
dessas terapias. Objetivo: Avaliar a adesão medicamentosa por
parte de pacientes, sobretudo diabéticos e hipertensos,
entrevistados durante o Dia Mundial Do Rim (13/03/2014) na
cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Métodos: Estudo
transversal realizado em 553 pacientes durante campanha
realizada no Dia Mundial do Rim no município de Juiz de Fora;
foram abordadas questões referentes ao esquecimento e
utilização de medicamentos, com enfoque maior nos fármacos
utilizados para o controle da hipertensão arterial e do diabetes
mellitus- fatores de risco para o desenvolvimento de Doença
Renal Crônica (DRC). Resultados: A amostra foi composta por
54,45% de mulheres, 19,17% de diabéticos e 50,27% de
hipertensos, idade amostral 58,27 ±13,57 anos; 66% desses
pacientes disseram fazer uso recorrente de medicação, dentre
eles, 19,83% afirmaram tomar remédios para o tratamento da
Diabetes Mellitus e 52,4% para o controle da Hipertensão Arterial
Sistêmica. Todavia, 34,64% desses pacientes afirmaram
esquecer-se de fazer uso dessas drogas. Conclusão: a amostra
revelou-se mais aderente à medicação do que o esperado pela
literatura, todavia, é importante considerar as limitações do
questionário utilizado- muito objetivo, e suscetível ao
constrangimento dos entrevistados. Contudo, a não aderência por
cerca de um terço dos entrevistados ainda é considerada um valor
importante, de forma que são necessárias medidas para elevar a
adesão medicamentosa e, consequentemente, a eficácia dos
tratamentos.
TLP: 306
A doença de Fabry e suas manifestações
Autor(es): Marília rodovalho guimaraes, Jordana Eduardo
rezende , Thiago Lacerda Ataides, Talita Clementino moraes e
Cunha , Valeria soares Pigozzi Veloso, Mariana Pigozzi Veloso,
Fabricio alves Araújo , Edna Regina silva pereira, Mauri feliz de
Souza
HC/UFG
Introdução: a doença de Fabry é uma doença lisossomal rara,
ligada ao X que cursa com deficiência de alfagalactosidase A (alfaGal A) e acúmulo de globotrialosilceramida (Gb-3) em órgãos dos
diversos sistemas; podendo causar acidente vascular cerebral,
fibrose miocárdica, insuficiência cardíaca e doença renal crônica
dialítica.
Relato de caso: RMO, masculino, 43 anos, portador de doença
renal crônica terminal sem etiologia definida, em hemodiálise há
nove anos e estigmas clínicos sugestivos da doença de Fabry:
angioqueratomas, acroparestesias, hipohidrose, hipoacusia,
córnea verticilata e fadiga crônica. Realizado teste enzimático que
detectou baixa atividade da enzima alfa-GAL e genotipagem,
confirmando a presença da variante p.G35V em hemizigose no
Exon 1, ainda não descrita na literatura. O paciente iniciou a
reposição enzimática de alfa-Gal A recombinante humana. Foi
feito rastreio familiar, sendo encontrados 11 familiares de primeiro
e segundo graus com a mutação genética (mãe, três irmãs, duas
filhas e cinco sobrinhos) e apenas seis com ausência da variante
p.G35V. Um dos sobrinhos do paciente-índice, masculino, 27
anos, portador da mutação, apresenta comprometimento
neurológico importante, com história de acidente vascular
encefálico isquêmico de repetição e sequelas motoras. Entre os
portadores da mutação, cinco (2 irmãs, 1 filha e 3 sobrinhos) têm
proteinuria subnefrótica e foram submetidos a biópsia renal, com
evidência de degeneração podocitária e depósito de Gb3. Há
ainda evidência de acometimento cardiológico: o caso-índice e
suas 3 irmãs têm intervalo PR curto no ECG.
Discussão: Esta série de casos em uma família reforça o caráter
hereditário da doença. Como a doença está relacionada ao
cromossomo X, os homens apresentam as formas graves da
doença e transmitem para todas as filhas, mas não aos filhos. Até
10% das heterozigotas desenvolvem insuficiência renal, o que
pode ser explicado pela hipótese da inativação do X. Cerca de 70 a
90% dos portadores podem ser identificadas através do exame
oftalmológico mostrando a córnea verticilata. Exames simples,
como o exame oftalmológico e o ECG têm papel importante no
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
113
diagnóstico da doença.
TLP: 307
Espondilodiscite na Doença Renal Crônica em Hemodiálise
– Relato de Caso
Autor(es): Rafael de Almeida, Ellen Simionato Valente, Bruno
Lopes Koech, Mauricio Costa Lazzarin, Pedro Henrique
Pimentel Meira, Alexander Gonçalves Sacco, Othello Moreira
Fabião Neto
Universidade Federal de Pelotas
Introdução
Espondilodiscite é uma doença rara, onde um processo infeccioso
envolve um ou mais discos intervertebrais e os corpos das
vértebras adjacentes. É de diagnóstico difícil e clínica inespecífica.
Atinge idosos, pacientes com comorbidades predisponentes,
como a Insuficiência Renal Crônica (IRC), principalmente em
Hemodiálise (HD), Diabetes Mellitus (DM) ou com algum tipo de
imunossupressão. A Ressonância Magnética (RM) é crucial para o
diagnóstico, já que o atraso na instituição do tratamento correto
pode aumentar a morbimortalidade. O caso em questão mostra
que com o tratamento precoce, associado a um alto grau de
suspeita, é possível manejar e controlar tal doença.
Descrição do Caso
Paciente masculino, 56 anos, branco, HD há 5 meses por cateter
duplo lúmen, DM tipo 2 há 33 anos, Hipertensão há 3 anos e IRC
há 1 ano e 6 meses, queixa de dor progressiva em região lombar
há 1 mês, irradiada para membros inferiores, melhorava com
analgesia e repouso, e piorava na movimentação. Negava febre
ou sintomas associados. No exame físico, afebril e com
hipotensão postural, hiporreflexia global e dor à palpação lombar
ao nível de L4, com aumento progressivo da dor até S1. Exames
laboratoriais iniciais mostraram leucocitose sem desvio, Proteína
C Reativa (PCR) e Velocidade de Hemossedimentação (VHS)
aumentados, hemoculturas e uroculturas negativas. Iniciado
antibioticoterapia empírica com Vancomicina e Cefepime no
quarto dia de internação. Após investigação com exames de
imagem da coluna lombar, o diagnóstico foi firmado no décimo
quarto dia através da RM de coluna lombo-sacra, que mostrava
Espondilodiscite em L4-L5. Biópsia da lesão não realizada.
Evoluiu com melhora e posteriormente resolução da dor,
diminuição da leucocitose, PCR e VHS.
Discussão
O fato de realizar HD por cateter e ser portador de DM há vários
anos são importantes fatores de risco para a Espondilodiscite.
Ainda assim, o diagnóstico no primeiro exame clínico é complexo,
sendo necessário um alto grau de suspeição. Neste caso, o início
da antibioticoterapia empírica precoce só foi possível devido à
experiência da equipe, que já havia pensado em tal diagnóstico. A
hipótese de infecção por Staphylococcus aureus, que artigos
identificam como o agente microbiano mais frequente, também foi
considerada na escolha dos antibióticos. E, ainda que o
diagnóstico microbiológico não tenha sido feito, estudos mostram
que não há diferença significativa no desfecho entre pacientes
com ou sem cultura positiva.
TLP: 308
Prevalência de HAS e de DM em pacientes com risco
aumentado de DRC (SCORED _ 4)
Autor(es): NATHALIE OLIVEIRA MAFALDO, Daiane Gonçalves
Pinto, Débora Rodrigues Pereira, Myrian de Faria Melo, Paula
Liziero Tavares, Rafaella Pereira Laignier
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Introdução e/ou fundamentos: A doença renal crônica (DRC) é um
problema de saúde pública e, no Brasil, a incidência e a
prevalência de estágios mais avançados estão aumentando.
114
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
Dentre os principais grupos de risco para DRC destacam-se:
hipertensão arterial sistêmica (HAS), doença presente em até
75% dos casos de DRC, e diabetes mellitus (DM), relacionada a
uma prevalência de nefropatia entre 10% e 40%. Assim, é de
grande importância realizar prevenção, rastreio e diagnóstico
precoce da DRC. Com esse intuito foi criada uma liga acadêmica
multidisciplinar destinada à prevenção de doenças renais, a Liga
Pré-Renal. Um dos projetos desta liga inclui o Dia Mundial do Rim
(DMR), um rastreio da DRC realizado na cidade de Juiz de Fora,
MG. Para tal foi utilizado o questionário Screening For Occult
Renal Disease (SCORED), validado para o português brasileiro. O
estudo foi baseado nos dados deste rastreio para calcular a
prevalência de HAS e de DM naqueles pacientes que
apresentaram SCORED _ 4 com o objetivo de comprovar a
relação dessas doenças com um risco aumentado de DRC.
Métodos: O SCORED é um questionário composto por nove
questões com pesos distintos, que avaliam a presença de fatores
de risco, e presume uma chance de 20% para DRC em
pontuações _ 4. Foi a ferramenta empregada para rastreio durante
o DMR por apresentar como vantagens: fácil compreensão, boa
aceitação e baixo custo. Possui sensibilidade de 80% e
especificidade de 65%. Neste estudo, foi selecionada uma
amostra aleatória de 500 questionários SCORED de participantes
do DMR. Dentre estes, foram analisados os que apresentaram
SCORED _ 4 e calculado o número de indivíduos com HAS e/ou
DM, com o propósito de se obter a relação destas comorbidades
com risco 20% maior de apresentar DRC. Resultados: Dos 500
adultos entrevistados, 365 possuem SCORED _ 4 (66,0036%), 95
possuem somente DM (26,0274%), 242 possuem somente HAS
(66,3014%) e 77 possuem ambas (21,0959%). Conclusão: Os
resultados do presente estudo permitem concluir que há forte
associação entre a presença de HAS e/ou de DM e risco
aumentado de desenvolver DRC. Assim, é possível inferir que
essas doenças estão entre os principais fatores de risco para o
desenvolvimento de DRC, sendo a HAS de prevalência ainda
maior (66,3014% dos pacientes analisados). Portanto, rastreio,
tratamento e acompanhamento dos pacientes hipertensos e
diabéticos são de suma importância para prevenção e controle da
DRC.
TLP: 309
Amiloidose Priméria associada ao Mieloma Múltiplo: Relato
de Caso
Autor(es): Cristiane Nahas Lara Camargos, Rafaela Anselmo
Soares, Antônio Soares Dias Junior, Betânia Mara de Freitas
Nogueira, Fabiana Souza Máximo Pereira, Flávia Nascimento
Dutra, Larissa Santos Pessoa, Luanda Oguieli Ferreira Barbosa,
Telmo de Andrade Oliveira
Hospital da Baleia - Belo Horizonte
Introdução: a amiloidose (AD) é caracterizada pela deposição
extracelular localizada ou sistêmica de substância proteica. É uma
doença rara, predomínio no sexo masculino e diagnóstico médio
aos 64 anos. Uma das principais formas é a AD de cadeia leve de
imunoglobulinas (AL), com manifestação isolada ou em
associação com outras discrasias celulares sanguíneas, como o
mieloma múltiplo (MM). A AD AL ocorre em aproximadamente 10%
dos doentes com MM, este normalmente é diagnosticado
primeiramente e acarreta em pior prognóstico. As manifestações
mucocutâneas são frequentes e podem anteceder o
aparecimento de outros sintomas de discrasia plasmocitária,
possibilitando o diagnóstico mais precoce da AD. O acometimento
cardíaco ocorre em aproximadamente 60% dos pacientes.
Descrição do Caso: A.M.S., 67 anos, masculino, admitido no
serviço de hemodiálise em janeiro de 2014, por provável etiologia
pós-renal. Internado em maio para investigação de anemia com
necessidade de múltiplas hemotransfusões, não justificada
apenas pela falência renal. Propedêutica: cinética de ferro
compatível com anemia de doença crônica hipoproliferativa,
dosagem de vitamina B12/ácido fólico e endoscopia digestiva alta
e colonoscopia sem alterações. Rins de volume normal à
ultrassonografia. Identificado lesões espessadas de pele em tórax
e membros superiores já biopsiadas em serviço de origem.
Cobrado resultado: acúmulo de material amorfo eosinofílico,
vermelho congo positivo, compatível com amiloidose, sem
imunohistoquímica. Eletroforese de proteínas e mielograma
compatíveis com MM. Evoluiu com piora do padrão respiratório e
tomografia de tórax evidenciou padrão sugestivo de proteinose
alveolar. Ecocardiograma sem alterações significativas.
Discussão: A AD associada ao MM é uma doença rara e com
prognóstico ruim. Normalmente o MM é diagnosticado primeiro e
acarreta em proteinúria com perda de função renal progressiva.
No caso relatado a investigação etiológica se iniciou já na vigência
de tratamento hemodialítico, sendo a AD o diagnóstico primário.
As lesões cutâneas, se inicialmente valorizadas, acarretariam em
um diagnóstico precoce, o que talvez mudasse o curso da doença
renal. A presença de proteinose alveolar é uma apresentação rara
e de difícil tratamento, com alta taxa de mortalidade. Alterações
cardíacas, manifestação comum, não foram encontradas.
Conclusão: a doença renal crônica dialítica deve ter sempre sua
etiologia pesquisada e nenhuma manifestação clínica deve ser
negligenciada.
TLP: 310
A armadilha de tratar doença de baixo turnover pela
estimulação do PTH: efeitos na porosidade cortical
Autor(es): Maria Júlia Correia Lima Nepomuceno Araújo,
Cristina Karohl, Rosilene Elias, Fellype Barreto, Daniela V
Barreto, Maria Eugênia Canziani, Aluizio Barbosa Carvalho,
Vanda Jorgetti, Rosa Maria Affonso Moyses
Universidade de São Paulo
Introdução
O compartimento cortical é parte essencial na homeostase óssea
e contribui significativamente para a força mecânica do esqueleto.
No entanto, há poucos estudos com dados de biópsia óssea, e
eles descreveram aumento da porosidade cortical (Ct.Po) nos
pacientes com doença renal crônica (DRC), principalmente em
negros. Mas não há dados prospectivos que relatem o efeito da
terapia de DMO-DRC na Ct.Po.
Métodos
Foi realizada a medida da Ct.Po em biópsias ósseas de pacientes
em diálise, que fizeram parte de um estudo prospectivo que
avaliou os efeitos dos quelantes de fósforo (BRIC). O tratamento
para DMO-DRC foi ajustado de acordo com a primeira biópsia,
objetivando normalizar a remodelação óssea, independente das
medidas de PTH. Uma segunda biópsia foi realizada 1 ano após.
Resultados
Foram avaliados 52 pacientes com PTH basal de 265 pg/ml (124633). De acordo com a classificação TMV, 44% tinha doença de
baixa remodelação, 50% baixo volume trabecular e 54%
mineralização anormal. A Ct. Po inicial foi alta (29,5% (16,7; 46) e
aumentou em 59,6% dos pacientes após 1 ano, com uma variação
de 6,1% (-11; 23). Trinta pacientes tiveram aumento de PTH com a
terapia recebida. A variação do PTH se correlacionou com a
mudança na taxa de formação óssea (r=0,28; p<0,05), e com a
variação de Ct.Po (r=0,3; p<0,05). A variação da Ct.Po foi maior
nos pacientes não brancos que nos brancos (16,6 vs. -1.1%,
respectivamente), e nos pacientes com PTH basal < 300 pg/ml
(p<0,05). Na análise de regressão múltipla ajustada para idade,
gênero e terapia, a variação de Ct.Po foi dependente da variação
de PTH e da raça.
Conclusão
Neste estudo prospectivo e randomizado, foi demonstrado um
aumento da Ct.Po em pacientes dialíticos, mais evidente nos não
brancos, independente da elevação progressiva do PTH. Talvez a
elevação do PTH com o objetivo de normalizar a taxa de formação
óssea do osso trabecular possa aumentar o risco de perda de osso
cortical e provavelmente de fraturas.
TLP: 311
Calcifilaxia - Relato de Caso
Autor(es): Marcos Vinicius de Sousa, Luiz Carlos Nogueira
Falcão, Nathalia Carbinatti Franzini, Renata de Almeida França,
Roberta Diana Bueno de Souza, Vitor Godinho de Toledo, Jose
Butori Lopes de Faria
Universidade Estadual de Campinas
Paciente, 48 anos, sexo feminino, hipertensa, com fibrilação atrial
crônica sem anticoagulação, portadora de diabetes mellitus tipo 2
não insulino dependente, dislipidêmica e com doença renal
crônica estágio V em hemodiálise desde 1996 (transplante renal
prévio com doador vivo relacionado HLA II 1998-2009), doença de
base pielonefrite crônica secundária a refluxo vesico-ureteral.
Iniciou há quatro meses quadro de lesões cutâneas nodulares que
evoluíram para úlceras dolorosas em quirodáctilos, hálux,
calcâneo esquerdos e coxa esquerda acompanhados de
secreção purulenta. Inicialmente foi tratada com antibiótico em
clínica de hemodiálise sem melhora.
Realizada investigação diagnóstica que excluiu lesão cutânea
associada ao warfarin, endocardite bacteriana aguda
(ecocardiograma transtorácico sem alterações e culturas
negativas) e vasculite por biópsia de pele, atribuído o quadro a
lesões isquêmicas. Desse modo, por apresentar
hiperparatireoidismo secundário (PTH: 1482pg/mL sem evidência
de adenoma a cintilografia de paratireoides) com produto cálcio e
fósforo alto (74,4 mg2/dL2) foi realizado o diagnóstico de
calcifilaxia e iniciado tratamento com cinacalcete e tiossulfonato
de sódio por 10 dias com desbridamento cirúrgico das lesões
cutânea. Apesar do tratamento evoluiu a óbito por choque séptico
de foco cutâneo.
A calcifilaxia é uma complicação rara e grave que acomete
pacientes com hiperparatireoidismo secundário à doença renal
crônica. Caracteriza-se por necrose isquêmica cutânea, de
instalação aguda e progressiva, secundária à calcificação de
vasos sanguíneos de pequeno ou de médio calibre. A
etiopatogenia da desta doença ainda não é bem estabelecida e
seu tratamento baseia-se principalmente na prevenção, com
manutenção de níveis adequados de cálcio e fósforo. É possível
ainda que estes pacientes se beneficiem do tratamento com
tiossulfato de sódio. É muito importante que o diagnóstico de
calcifilaxia em paciente com falência renal e que apresenta lesões
de pele como no caso apresentado seja considerado, uma vez que
o início precoce do tratamento com tiossulfato de sódio parece
estar associado ao melhor prognóstico.
TLP: 312
É possível com o uso de diagnósticos de enfermagem
ajudar na prevenção da progressão da doença renal
crônica? Um caminho positivo com apoio da enfermagem
na atenção secundária
Autor(es): Jessica Poliana de Souza, Dandara Novakowski
Spigolon, Ana Paula Modesto
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Introdução: A doença renal crônica (DRC) destaca-se como um
problema de saúde pública, com aumento da incidência e
prevalência em todo o mundo. Além disso, caracteriza-se pela
deterioração irreversível da função renal, isto ocorre por falha na
capacidade do organismo manter o equilíbrio metabólico e
eletrolítico. Como progride muitas vezes em longo prazo, a
atenção secundária tem um importante papel na prevenção da
progressão da doença, assim como o apoio da enfermagem na
educação e orientação destes pacientes, o que reflete
positivamente no prognóstico da doença.
Objetivos: O objetivo deste estudo foi reconhecer na taxionomia
de NANDA® (North American Nursing Diagnosis Association), os
diagnósticos de enfermagem relacionados aos pacientes com
DRC em tratamento conservador, e paralelamente a isto, a
elaboração de um instrumento de coleta de dados que identifique
estes diagnósticos de enfermagem.
Método: Foram realizadas consultas de enfermagem no
ambulatório de nefrologia geral de um hospital de Curitiba-PR,
entre os meses de agosto de 2013 e junho de 2014. Foi elaborado
um instrumento para o atendimento de enfermagem com dados
demográficos e clínicos, junto a isto, foram identificados e
selecionados os diagnósticos de enfermagem pertinentes aos
atendimentos prestados. Posteriormente os dados eram
repassados a um formulário desenvolvido com o auxílio do
software online do Google Docs, o Google Form, que auxiliou nas
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
115
análises dos dados, utilizando percentagens. Foram considerados
importantes todos os diagnósticos de enfermagem que atingiram
mais de 50% na sua utilização durante os atendimentos.
Resultados: Obteve-se uma população de 45 pacientes. Foram
identificados 34 diagnósticos de enfermagem, dos quais 7
obtiveram mais de 50% na sua utilização para os atendimentos
prestados, dentre eles: Eliminação urinária prejudicada; Risco de
desequilíbrio eletrolítico; Risco de glicemia instável; Risco de
motilidade gastrointestinal disfuncional; Risco de perfusão tissular
cardíaca diminuída; Volume de líquidos excessivo; e Risco de
perfusão renal ineficaz, o qual esteve presente na maioria dos
indivíduos.
Conclusão: Os diagnósticos de enfermagem apresentaram-se
relevantes nos problemas potenciais e de risco desta população.
Mostraram-se úteis na educação e orientação da enfermagem a
estes indivíduos, de maneira adequada e indispensável na
prevenção da progressão da DRC.
TLP: 313
Força de preensão manual em pacientes com doença renal
crônica e hiperparatireoidismo secundário
Autor(es): Rackel Mota da Costa, Viviane Liu, Tatiana Martins
Aniteli, Roberto Savio Silva Santos, Rosilene Motta Elias, Rosa
Maria Affonso Moysés , Vanda Jorgetti
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Introdução: O teste de Força de Preensão Manual (FPM) tem sido
usado como indicador de desnutrição além de se associar com
maior risco de mortalidade nos pacientes em hemodiálise (HD). No
entanto se desconhece o papel desse teste em pacientes com
Hiperparatireoidismo Secundário (HPTS). Essa compreensão se
faz necessária uma vez que o HPTS compromete o estado geral
do paciente, refletido principalmente por sintomas clínicos e
alterações no metabolismo energético e ósseo. Objetivo:
Investigar a influência do HPTS na FPM de pacientes em HD.
Metodologia: Avaliamos, durante 5 semanas, 33 pacientes (11 M,
44.8 ± 14.05 anos) em HD há no mínimo 3 meses, divididos pelos
níveis séricos de paratormônio (PTH): Grupo Controle (GC; n= 12)
com o PTH < 300 (218.3 ± 91.7) e grupo HPTS (GHPTS; n= 21)
com o PTH > 300 (1716.6 ± 915.1). A força de preensão manual foi
medida com auxílio de dinamômetro por três vezes consecutivas
resultando valores em kg onde somente o maior valor foi
considerado. O índice de massa corporal (IMC) também foi
analisado. Resultados: Não observamos diferenças entre os
grupos, GC e GHPTS, respectivamente, quanto à idade (42.8 ±
16.4, 46.8 ± 11.7; p= 0.47) peso (66.7 ± 14.1, 68.1 ± 21; p= 0.83) e
IMC (25 ± 4.3, 26.6 ± 7; p= 0.56). No entanto a FPM foi
significativamente menor nos pacientes com HPTS (28.4 ± 8.11,
20.8 ± 7.6; p= 0.01). Conclusão: Os resultados revelaram que
pacientes com HPTS tem redução na FPM.
Palavras chave: Doença renal crônica, Hiperparatireoidismo
secundário, Força de preensão manual, Hemodiálise.
TLP: 314
AVALIAÇÃO DA INGESTÃO DIETÉTICA DE PACIENTES
RENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO CONSERVADOR
ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE NEFROLOGIA DA
CIDADE DE CURITIBA, PARANÁ
Autor(es): Maynara Bostelmann Gomes, Andrea Emanuella
Chaud Hallvass, Roberto Flávio Pecoits-Filho, Cyntia Leinig
Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Escola de Saúde e
Biociências. Curso de Nutrição.
Introdução: A nutrição pode contribuir para prevenção da
progressão da doença renal crônica (DRC). Objetivos:
Caracterizar o perfil nutricional de indivíduos renais crônicos em
tratamento conservador. Métodos: Indivíduos de ambos os sexos,
acima de 18 anos, atendidos por um ambulatório de nefrologia de
Curitiba. Como medidas antropométricas peso, altura, índice de
116
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
massa corporal (IMC), circunferência do braço (CB), prega
cutânea do tríceps (PCT) e circunferência muscular do braço
(CMB) foram medidos. Foram avaliados consumo calórico e
proteico, além de sódio, cálcio, potássio e fósforo através do
registro alimentar de 3 dias. Resultados: Dos 47 pacientes, 53%
eram homens. A idade média foi de 67±10 anos. Quase 96% eram
hipertensos e 55% diabéticos. 61,7% estavam no estágio 3 de
doença renal, com uma taxa de filtração glomerular de
39,14±15,53 mlmin1,73 m2. Observou-se maior prevalência de
sobrepeso e obesidade (75% adultos e 53,84% idosos). A média
de IMC resultou em 28,5±4,73 Kgm2. Utilizando-se a PCT, 19,15%
estavam com excesso de peso e, de acordo com a CMB, 46,8%
estavam desnutridos. Do total de pacientes, 91% consumiram
dietas hipocalóricas e 70% excederam a recomendação de
proteína por quilo de peso. O consumo médio de proteínas foi de
0,94±0,51 kgm2, com uma adequação de 156,6%. O consumo
médio de cálcio, fósforo, sódio e potássio não atingiu as
recomendações priorizadas a esta população, apresentando
porcentagens de adequação de 24,97%, 91,5%, 66,35% e 64,1%,
respectivamente. Conclusão: Observa-se necessidade de
educação nutricional com estratégias que estimulem a adesão ao
tratamento para redução da progressão da doença.
TLP: 315
Avaliação do perfil epidemiológico da Hipertensão Arterial
Sistêmica em uma amostra da população de quatro
municípios do interior do estado do Ceará
Autor(es): Leandro Costa Lima, Camilla Neves Jacinto, Lucas
Nascimento Meneses, João Mendes Vasconcelos, Yago
Sucupira Amaral, Levi Mota Marques, Lorena Vasconcelos
Mesquita Martiniano, Geraldo Bezerra da Silva Junior,
Alexandre Braga Liborio, Elizabeth De Francesco Daher
Universidade Federal do Ceará
Introdução: Habitantes de cidades em transição urbana ainda têm
hábitos alimentares ligados à produção local, o que, tratando-se
de municípios do Nordeste brasileiro, representa uma alimentação
influenciada pela adição de sal, que tem relação direta com a
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Neste estudo, o objetivo foi
avaliar aspectos epidemiológicos e suas possíveis influências na
prevalência e no controle da HAS em quatro municípios do estado
do Ceará. Métodos: Foi realizado rastreio para HAS e alterações
urinárias em campanhas realizadas nos municípios de Amontada,
Guaramiranga, Itarema e Itapiúna, todos no interior do Ceará entre
os anos de 2009 e 2013. Aplicou-se questionário para obter dados
sociodemográficos sobre hábitos de vida, fármacos em uso e
antecedentes familiares, sendo realizada medição da pressão
arterial (PA) e coleta de amostra de urina para exame com fita
reagente. Resultados: Um total de 610 indivíduos foi avaliado, dos
quais 60,4% eram do sexo feminino. A média de idade foi de
49,22±17,35 anos (variando entre 9 e 92 anos). Dentre os
entrevistados, 41,6% referiram história de HAS e 69,5% história
familiar, e ainda, 45,8%, história familiar de doença cardiovascular.
Entre os que não se diziam hipertensos, 58,4%, a média da PAS foi
de 124,12±14,49mmHg e a da PAD foi de 81,09±10,84mmHg.
Desses indivíduos, 50% tinha PA classificada como 0, 15,8%
como 1, 23,2% como 2, 9,6% como 3 e 1,4% como 4. Dentre os
que se diziam hipertensos, a média da pressão arterial sistólica
(PAS) foi de 146,07±24,02mmHg e a da pressão arterial diastólica
(PAD), 88,92±13,78mmHg, dos quais 12,7% tinha PA classificada
como 0, 12,3% como 1, 32,9% como 2, 27,8% como 3 e 14,3%
como 4. Entre os hipertensos, 17,4% reportaram não utilizar antihipertensivos. Dos que fazem terapia para HAS, 24,3% usam
diuréticos, 19,6% iECA, 7,9% beta bloqueador e 2,3% antagonista
de receptor de angiotensina. Contudo, a maioria dos esquemas é
combinado, associando diurético a beta bloqueador e a iECA em
9,3% e 21,4% dos casos, respectivamente. A prevalência de
proteinúria foi de 31,55% nos indivíduos sabidamente
hipertensos. Conclusão: A prevalência de HAS na população
estudada foi maior do que a observada em estudos recentes no
Brasil. Isso se deve, possivelmente, a um mau controle da PA,
relacionado a falhas na prescrição/adesão dos hipotensores e à
dieta hipersódica, sendo importante uma análise regular do uso
dos fármacos e dosagem de sódio urinário, com a regularidade
necessária.
TLP: 316
Avaliação da Microarquitetura Óssea pela Tomografia
Computadorizada Quantitativa Periférica de Alta Resolução
em Pacientes com Doença Renal Crônica: uma Comparação
com a Biópsia Óssea Transilíaca
Autor(es): Igor Marques, Maria Júlia Araújo, Fabiana Graciolli,
Luciene dos Reis, Melani Custódio, Rosa Pereira, Sophie Jamal,
Vanda Jorgetti, Elias David-Neto, Rosa Moysés
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo
Introdução: A tomografia computadorizada quantitativa periférica
de alta resolução (HR-pQCT) é uma técnica de imagem não
invasiva que avalia a microarquitetura óssea cortical e trabecular
in vivo. O objetivo deste estudo foi avaliar, pela primeira vez, a
correlação entre as medidas de HR-pQCT e de biópsia óssea
transilíaca (Bx) em pacientes em diálise.
Métodos: Nós medimos a densidade mineral óssea (DMO) por
HR-pQCT e absortometria de raio-x de dupla energia (DXA) em 31
pacientes com DRC estágio 5D. As Bx foram analisadas por
histomorformetria 2D, e medidas do volume ósseo trabecular total
e mineralizado foram realizadas (2D BV/TV and 2D Md.V/TV,
respectivamente), assim como da porosidade cortical (2D Ct.Po).
Resultados: Os pacientes (19 homens) tinham 41±11 anos de
idade, com um tempo em diálise de 28 meses, IMC de 24kg/m²,
cálcio sérico de 8,4±0,6 mg/dl, fósforo de 3,4±1,5 mg/dl, fosfatase
alcalina 93(71-145) U/L, PTH 688±489 pg/ml; 25-vitamina D
22(15-34) ng/ml and esclerostina 1,03(0,51-1,83) ng/ml. 2D BV/TV
correlacionou-se significativamente com a altura, DXA da coluna
lombar (r =0,70) e fêmur total (r = 0,59), e de forma modesta com
HR-pQCT BV/TV no rádio (r = 0,42; p< 0,05), mas não na tíbia. 2D
Md.V/TV correlacionou-se significativamente com a idade, altura,
DEXA da coluna lombar (r =0,67) e fêmur total (r = 0,63), e HRpQCT BV/TV apenas no rádio (r = 0,50; p< 0,05). Por outro lado,
uma forte correlação foi encontrada entre 2D Ct.Po e a densidade
cortical óssea (Dcomp) por HR-pQCT, tanto no rádio quanto na
tíbia (r = -0,60 e -0,64, respectivamente; p <0,05).
Conclusões: Houve uma boa concordância entre HR-pQCT e 2D
BV/TV com relação ao compartimento cortical. Por outro lado, no
osso trabecular, embora estatisticamente significante e maior do
que a descrita na população geral, as correlações entre os dois
métodos foram modestas, indicando que a HR-pQCT não pode ser
utilizada para predizer 2D BV/TV. Além disso, estudos maiores são
necessários, bem como estudos para determinar se essas
medidas não invasivas podem predizer fraturas.
TLP: 317
Perfil epidemiológico de indivíduos com doença renal
crônica encaminhados a atenção secundária
Autor(es): Elaine Amaral de Paula, Chislene Pereira Vanelli,
Christiane Chaves Augusto Leite Simão , Márcio Santos
Caminhas , Carla Marcia Moreira Lanna, Darcília Maria Nagen
da Costa, Marcus Gomes Bastos, Fernando Antonio Basile
Colugnati, Mônica Barros Costa, Rogério Baumgratz de Paula
NIEPEN
Introdução: A epidemia da doença renal crônica (DRC) no Brasil e
no mundo, aliada aos prejuízos sociais e econômicos advindos da
elevada morbimortalidade despertam para a necessidade de se
promover intervenções mais precoces. Para tanto, torna-se
fundamental o conhecimento do perfil clínico e sociodemográfico
de renais crônicos em estágios iniciais da DRC. Objetivos:
Descrever o perfil epidemiológico de renais crônicos
encaminhados da atenção primária à atenção secundária em Juiz
de Fora/Minas Gerais. Métodos: Estudo transversal, descritivo
com análise quantitativa. A população alvo foi composta por 1229
usuários encaminhados, a partir da APS, ao ambulatório de DRC
do CHDM/JF no período de setembro de 2010 a agosto de 2012.
Assim, selecionou-se 906 prontuários. Os dados
sociodemográficos e clínicos foram obtidos através de prontuário
eletrônico. O estágio da DRC foi classificado com base na taxa de
filtração glomerular estimada a partir da creatinina sérica pela
fórmula MDRD. Resultados: Dos 906 prontuários avaliados, 53%
eram homens, a média de idade foi de 65 (± 13,7). Houve
predomínio de etnia “não branca” (74%) e baixa escolaridade
(79%), 74% eram aposentados ou recebiam algum benefício
previdenciário. Dentre as etiologias identificadas, as mais
prevalentes foram nefropatia hipertensiva (27%) seguida da
doença renal diabética (12%), destaca-se elevado percentual de
etiologia indeterminada (21%) e causas não informadas (31%).
Em relação aos fatores de risco para DRC, o mais prevalente foi a
hipertensão arterial (91%), seguida de descontrole da diabetes
mellitus (75%), idade acima de 60 anos (66%), nível elevado da
pressão arterial (61%), diabetes mellitus (37%), história familiar de
DRC (24%) e tabagismo (14%). Em relação ao estágio da DRC 6%
estavam no estágio 1 ou 2; 15% estágio 3A; 37% estágio 3B; 34%
estágio 4 e 8% estágio 5. Houve associação significativa entre
estágio da DRC e as seguintes variáveis: idade, ocupação,
escolaridade, história pessoal de tabagismo, hipertensão arterial e
doença cardiovascular prévia. Conclusões: Nesta população,
dentre os fatores de risco associados à DRC, destaca-se a história
pessoal de tabagismo e o descontrole da DM como fatores de risco
passíveis de modificação. Além disso, a associação do estágio da
DRC com escolaridade sugere a importância do profissional de
saúde se atentar para o grau de entendimento das orientações
sobre autocuidado.
TLP: 318
Vigilância epidemiológica: o contexto da doença renal
crônica na atenção primária à saúde.
Autor(es): Elaine Amaral de Paula, Christiane Chaves Augusto
Leite Simão , Chislene Pereira Vanelli, Bruna Caldas Soares,
Carla Marcia Moreira Lanna, Darcília Maria Nagen da Costa,
Marcus Gomes Bastos, Fernando Antonio Basile Colugnati,
Rogério Baumgratz de Paula, Mônica Barros Costa
NIEPEN
Introdução: A falta de normatização para assistência ao renal
crônico na atenção primária à saúde (APS) resulta em
subdiagnóstico e encaminhamento tardio desse grupo de
pacientes ao especialista. Ações programadas de vigilância
epidemiológica (VE) poderiam contribuir para prevenção e para a
organização da assistência à DRC em estágios iniciais. Objetivos:
avaliar as ações de VE direcionadas ao renal crônico na APS em
um município de médio porte em Minas Gerais. Métodos: Foram
selecionadas 14 Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS)
de acordo com a região administrativa e a frequência de
encaminhamento para atenção secundária. O grau de
implantação das ações de VE foi estimado através de entrevistas
semiestruturadas com três atores - chave: médico, gerente e
agente comunitário de cada UAPS, enfatizando aspectos relativos
à infra-estrutura e ao processo de trabalho. Foram atribuídos
pontos às variáveis selecionadas, cujo somatório, classificou a VE
como: implantada, parcialmente implantada e não implantada.
Resultados: Em 36% das UAPS a VE foi considerada implantada
em apenas 36% e não implantada em 29%, encontrando-se mais
estruturadas nas UAPS com Estratégia Saúde da Família quando
comparadas as UAPS tradicionais. Quanto às características de
estrutura, destaca-se a falta de medicamentos para tratamento da
hipertensão arterial e do diabetes mellitus (69%), falta de
consultórios para o atendimento de médico e enfermeiro ao
mesmo tempo (62%) e déficit de profissionais na APS (54%). Cem
por cento dos médicos entrevistados relataram ausência de
guidelines para diagnóstico e acompanhamento da DRC na APS.
Além disso, observou-se desconhecimento acerca dos critérios de
encaminhamento para atenção secundária em 43% das
entrevistas com os médicos, não monitoramento e falta de busca
ativa em 46% das equipes. Conclusões: As ações de VE
direcionadas a atenção ao renal crônico apresentaram
deficiências graves que comprometem a sua implantação plena
no âmbito municipal.
TLP: 319
Rastreamento da doença renal crônica na atenção primária
à saúde.
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
117
Autor(es): Elaine Amaral de Paula, Christiane Chaves Augusto
Leite Simão , Chislene Pereira Vanelli, Natália Cristina Simão da
Silva, Carla Marcia Moreira Lanna, Darcília Maria Nagen da
Costa, Marcus Gomes Bastos, Fernando Antonio Basile
Colugnati, Mônica Barros Costa, Rogério Baumgratz de Paula
NIEPEN
INTRODUÇÃO: A doença renal crônica (DRC) constitui condição
crônica de elevada prevalência e morbimortalidade em nosso
meio, entretanto permanece negligenciada, sobretudo em seus
estágios iniciais. A atenção primária a saúde (APS) representa o
primeiro contato do usuário com a rede de atenção à saúde,
evidenciando a importância da participação dos profissionais da
APS na detecção precoce da DRC. OBJETIVO: Descrever
estratégias de rastreamento da DRC no âmbito da APS, em um
município de médio porte, em Minas Gerais. MÉTODOS: Em
estudo transversal, descritivo de análise quantitativa, foram
selecionadas 14 unidades de APS de acordo com a região
administrativa e a frequência de encaminhamento para atenção
secundária. Para análise das estratégias de rastreamento da DRC
foi realizada entrevista semiestruturada com 14 médicos, um em
cada unidade de APS selecionada. Foram também revisados
3.654 prontuários de usuários acompanhados nos grupos de
hipertensão e diabétes destas unidades, dos quais foram incluídos
2.070 com exames laboratoriais disponíveis no período de 2008 a
2010. A taxa de filtração glomerular foi estimada a partir da fórmula
MDRD. RESULTADOS: Das 14 unidades de APS selecionadas
para entrevista, 11 eram de estratégia saúde da família, duas eram
tradicionais e uma atuava em modelo de atenção misto. A revisão
de prontuários foi realizada em 12 unidades, pois duas unidades
não dispunham da lista de hipertensos e diabéticos. A entrevista
com os 14 médicos da APS revelou que como critério de
rastreamento para DRC 64,2% utilizam a creatinina sérica, 36% a
proteinúria, 29% a filtração glomerular, 14% o valor do clearence
fornecido pelo laboratório e apenas 0,07% citou a
microalbuminúria como critério. A análise dos prontuários revelou
prevalência de 76% de hipertensos e 24% de diabéticos. Em
relação ao rastreamento da DRC, verificou-se que havia registro
de um valor de creatinina sérica em 75% dos prontuários avaliados
e, apenas 59% havia registro de dois valores de creatinina sérica
no período do estudo. A prevalência de DRC segundo o critério de
filtração glomerular foi de 21% entre hipertensos e 25% entre
diabéticos. CONCLUSÕES: Em uma população de alto risco
acompanhada na APS, a creatinina sérica é o principal parâmetro
utilizado para detecção da DRC, em detrimento da filtração
glomerular e da presença de microalbuminúria.
TLP: 320
TABAGISMO, DEPRESSÃO, ANSIEDADE E MORBIDADE
PSIQUIATRICA EM DOENTES RENAIS CRÔNICOS
Autor(es): Denise Helena Madureira Pará Diniz, Maíra Eloá
Pereira Simonetti, Maria Fernanda Zamarian, Simone Godoy,
Marcelo Andery Naves, Luiza Franco, Luiz Otávio Yokoyama,
Thatiana Cicolo , Sibela Vasconcelos Andrade, Nestor Schor
Unifesp
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que
cerca de cinco milhões de pessoas morrem, por ano, vítimas do
uso de tabaco. Estudos apontam que a dependência do tabaco
está associada às doenças crônicas (Diniz et al, 2013). Objetivo
Geral: Avaliar prevalência de tabagismo de doentes renais
crônicos em hemodiálise. Objetivos Específicos: Avaliar sintomas
de depressão, de ansiedade e morbidade psiquiátrica desses
pacientes. Método: Estudo prospectivo de corte transversal.
Sujeitos:52 pacientes em hemodiálise, selecionados
aleatoriamente. Critérios de Inclusão:portadores de Doença Renal
Crônica (DRC); maiores 18 anos; condições cognitivas e motoras
adequadas. Critérios de Exclusão: Amaurose; deficiência auditiva;
transtornos psiquiátricos; gestantes. Locais:Enfermaria de
hemodiálise do Hospital São Paulo (HSP/UNIFESP), Clínicas
“Nefroclínica de Londrina” e “Grupo de Apoio Nefrológico” de São
Paulo. Instrumentos:Screening sociodemográfico do Setor de
Psiconefrologia, Fagerströn Test (FTND); Self-Report
118
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
Questionnaire (SRQ-20);Beck Depression Inventory (BDI);Beck
Anxiety Inventory (BAI).Resultados: 27(52%) homens; x idade 44
anos; 35(67%) casados; 19(36%) aposentados; 32(61%)
católicos; 28(53%) pardos. Constatamos três grupos de
pacientes: “tabagistas”, “ex-tabagistas” e “não tabagistas”.
Prevalência: 6 (11%) tabagistas; 12 (23%) ex-tabagistas; 34 (65%)
não tabagistas. Aspectos Psíquicos:Tabagistas: Depressão:17%
nível mínimo; 17% nível leve; 33% nível moderado e 33% nível
grave. Ansiedade: 33,3% nível mínimo; 33,3% nível leve e 33,3%
nível moderado. Morbidade psiquiátrica:83% “prováveis
casos”psiquiátricos.Ex-tabagistas:Depressão: 5(42%) nível
mínimo; 5(42%) leve; 1(8%) moderado e 1(8%)grave. Ansiedade:
7(59%) nível mínimo e 5(41%) leve. Morbidade psiquiátrica:
5(41%) “prováveis casos”psiquiátricos. Não tabagistas:
Depressão: 12(36%) nível mínimo; 11(32%) leve; 9(27%)
moderado e 2(5%) grave. Ansiedade: 22(64%) nível mínimo;
9(27%) leve e 3(9%)moderada. Morbidade psiquiátrica: 20(60%)
“prováveis casos” psiquiátricos. Conclusões: 1. Constatamos
mais pacientes não tabagistas. 2. O grupo de não tabagistas foi o
que apresentou mais sintomas de depressão dos níveis moderado
e grave, quando comparado aos outros grupos. 3. Os sintomas de
ansiedade de todos os grupos caracterizaram níveis mínimo e
leve. 4. Os grupos de tabagistas e o de não tabagistas
apresentaram maiores escores de morbidade psiquiátrica.
TLP: 321
ALCOOLISMO E ASPECTOS PSÍQUICOS EM PACIENTES
SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE
Autor(es): Denise Helena Madureira Pará Diniz, Maíra Eloá
Pereira Simonetti, Maria Fernanda Zamarian, Simone Godoy,
Marcelo Andery Naves, Luiza Franco, Luiz Otávio Yokoyama,
Thatiana Cicolo , Sibela Vasconcelos Andrade, Nestor Schor
Unifesp
Introdução:O álcool é citado em literatura nacional como a
substância mais consumida no Brasil, em função da facilidade
com que é obtida.Definido como uma doença complexa,o
alcoolismo, implica na necessidade de diversos tratamentos,
decorrente dos sintomas que aparecem como consequência do
uso abusivo(Portugal et al. 2010).Objetivo Geral:Avaliar
prevalência de alcoolismo de pacientes em hemodiálise.Objetivos
Específicos:Avaliar sintomas de depressão, de ansiedade e
morbidade psiquiátrica desses pacientes.Método:Estudo
prospectivo de corte transversal.Sujeitos:52 pacientes em
hemodiálise, selecionados aleatoriamente.Critérios de Inclusão:
portadores de Doença Renal Crônica (DRC);maiores 18
anos;condições cognitivas e motoras adequadas.Critérios de
Exclusão:Amaurose;deficiência auditiva;transtornos
psiquiátricos;gestantes.Locais:Enfermaria de hemodiálise do
Hospital São Paulo (HSP/UNIFESP),Clínicas “Nefroclínica de
Londrina” e “Grupo de Apoio Nefrológico” de São Paulo.
Instrumentos: Screening sociodemográfico do Setor de
Psiconefrologia;Self-Report Questionnaire (SRQ-20);Short
Alcohol Dependence Data(SADD);Beck Depression Inventory
(BDI);Beck Anxiety Inventory (BAI). Resultados:27(52%) homens;
x idade 44 anos;35 (67%) casados;19(36%)
aposentados;32(61%) católicos;28(53%) pardos.Constatamos
três grupos de pacientes: “alcoolistas”, “ex-alcoolistas” e “não
alcoolistas”.Prevalência:6(11%)Alcoolistas;13(25%) Exalcoolistas;33(64%)Não alcoolistas. Aspectos
Psíquicos:Alcoolistas:Depressão:33%nível
mínimo;17%leve;17%moderado e 33%grave.Ansiedade:50%
nível mínimo;33% leve e 17% moderada.Morbidade
Psiquiátrica:50%“prováveis casos”psiquiátricos.Exalcoolistas:Depressão:7(54%) nível mínimo; 3(23%) leve; 1(8%)
moderado e 2(15%)grave. Ansiedade :8(62%) nível
mínimo;4(30%) leve e 1 (8%) moderado. Morbidade Psiquiátrica: 8
(61%) “prováveis casos” psiquiátricos.Não
alcoolistas:Depressão:12(36%) nível mínimo; 10(32%)leve;
9(27%)moderado e 2(5%)grave. Ansiedade:21(64%)nível
mínimo; 9(27%) leve e 3(9%) moderado. Morbidade
Psiquiátrica:13(39%) “prováveis casos” psiquiátricos.
Conclusões:1.O grupo de não alcoolistas possuía numero maior
de pacientes, quando comparado com os outros grupos.2.Todos
os grupos apresentaram sintomas de depressão caracterizados
como: níveis mínimo e leve.3.Os níveis de ansiedade em todos os
grupos,também caracterizaram-se como mínimo e leve. 4.Nos
grupos de alcoolistas e ex-alcoolistas obtivemos maiores
“prováveis casos” psiquiátricos.
TLP: 322
Controle da Pressão Arterial e a Doença Renal Crônica
Autor(es): Matheus Miranda Mendes, Rachel Freitas Lopes
Nunes, Elaine Amaral de Paula, Marcus Gomes Bastos, Marjory
Sayuri Costa, Livia de Almeida Alvarenga, Thayane Pereira
Detoni , Iris Teixeira Soares, Esther Ferreira Timoteo, Fernando
Antonio Basile Colugnat
Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em
Nefrologia/NIEPEN, Universidade Federal de Juiz de Fora,
Minas Gerais.
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos
principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença renal
crônica (DRC), sendo que a associação entre essas duas doenças
aumenta consideravelmente o risco cardiovascular nesses
indivíduos. O controle da pressão arterial em indivíduos com DRC
objetiva diminuir a progressão dessa doença em seus estágios
iniciais e reduzir os riscos cardiovasculares em todos os estágios
da doença. Objetivo: Avaliar a relação entre o controle da pressão
arterial sistêmica e o estágio da DRC nos indivíduos em
ambulatórios de atenção secundária especializados no manejo
daquela condição em Juiz de Fora - MG. Método: Foram
selecionados 1412 pacientes dos ambulatórios de HAS, DM e
DRC, que já haviam realizado pelo menos duas consultas no
ambulatório de DRC. O estágio da DRC foi classificado com base
na taxa de filtração glomerular estimada (TxFGe) a partir da
creatinina sérica pela fórmula MDRD, em ml/min/1.73m2. Definiuse estágio 1: TxFGe _ 90; estágio 2: 60 _ TxFGe < 90; estágio 3A:
45 _ TxFGe< 60; estágio 3B: 30 _ TxFGe< 45; estágio 4: 15 _
TxFGe< 30; estágio 5: TxFGe < 15. Para a avaliação da pressão
arterial foi feita a média dos dois valores obtidos nas duas últimas
consultas, definindo-se como pressão controlada os valores de
pressão arterial sistólica abaixo de 140 mmHg e de pressão
arterial diastólica, abaixo de 90 mmHg. Para avaliar a relação entre
o controle da pressão arterial sistêmica e o estágio da DRC foi
realizado o teste qui-quadrado. Resultados: Dos 1412 pacientes
que tiveram os dados analisados no estudo, 42 (3%) estavam em
DRC estágio 1; 179 (12,7%), em DRC estágio 2; 368 (26%), em
DRC estágio 3A; 404 (28,6%), em DRC estágio 3B; 303 (21,4%),
em DRC estágio 4 e 116 (8,2%), em DRC estágio 5. Além disso,
754 (53,4%) pacientes estavam com a pressão arterial controlada,
enquanto 659 (46,6%), não. Observou-se relação
estatisticamente significante entre o descontrole da pressão
arterial e o estágio da DRC (p=0,009). O grupo de indivíduos com
DRC estágio 1 foi o que apresentou a melhor taxa de controle da
pressão arterial sistêmica (64,3%), enquanto o grupo no estágio 5,
a pior taxa (41,4%). Conclusão: O estudo mostrou que os
pacientes em estágios mais avançados da DRC são aqueles com
o mais difícil controle da pressão arterial, o que mostra que uma
postura mais cuidadosa para o tratamento da HAS deve ser
adotada nesse grupo de indivíduos.
TLP: 323
Anemia em pacientes com Doença Renal Crônica em
Hemodiálise.
Autor(es): Ianna Assunção Coelho, Fernando Antonio Costa
Anunciação, Patrícia Barros Aquino Silva, Alexandre Araujo
Costa, José Tibúrcio do Monte Neto
Faculdade de Saúde, Ciências humanas e Tecnológicas do
Piauí - Uninovafapi
Introdução: A anemia é uma das complicações mais comuns da
doença renal crônica (DRC), sendo o principal fator limitante da
doença, interferindo na capacidade física, intelectual e
prejudicando a qualidade de vida do paciente. Método: Estudo
retrospectivo longitudinal, observacional, descritivo, realizado por
meio de consulta a prontuários eletrônicos e mapas de exames
periódicos. Resultados: A amostra foi constituída de 138 pacientes
com DRC em hemodiálise, no período entre janeiro a dezembro de
2012. Quanto à análise dos dados laboratoriais, foi demonstrado
com significância estatística (p<0,001) que a menor média de
Hematócrito (30,8%), Ferro (73,3 _g/dL), IST (38,3%), foi
apresentada no segundo trimestre, acompanhando o aumento do
uso de Eritropoetina e Noripurum. Observou-se que 54% dos
pacientes fizeram uso de Eritropoetina e 61% de Noripurum.
Durante a avaliação evolutiva dos referidos pacientes, foram
identificados vários episódios de internações, principalmente por
infecção, fatos que podem explicar o aumento nos níveis de
ferritina, representando uma proteína de fase aguda, bem como a
necessidade aumentada de administração da terapia. Conclusão:
Os achados da pesquisa reforçam, com imprescindível
significância, a importância tanto de ações terapêuticas efetivas
realizadas ao diagnóstico da patologia, quanto de ações
preventivas no âmbito de evitar a progressão da doença e suas
consequências.
Palavras-chave: Anemia. Doença Renal Crônica. Hemodiálise.
TLP: 324
PERFIL DE PACIENTES INCIDENTES EM HEMODIÁLISE E
SUAS REPERCUSSÕES
Autor(es): Lianna Gabriella Gonçalves Dantas, Maria Clara
Carvalho S. Amorim, Lucas Dantas R. de Araujo, Rafael Alves
Dourado Leite, Juliana Garcia L. Cortes, Daniella Matinelli,
Nadjane Siqueira V. de Oliveira, Raphael Pereira Paschoalin,
José Andrade Moura Júnior
Clinica Senhor do Bonfim - Salvador, Bahia
Introdução: A doença renal crônica (DRC) é uma endemia
estabelecida e um grave problema de saúde pública, e se deve a
maior incidência e prevalência dos seus principais fatores de risco.
No Brasil a maioria dos portadores de DRC estágio 5D realiza
hemodiálise (HD). Apesar dos avanços na terapia dialítica, a
mortalidade dos pacientes em HD permanece elevada, sendo
maior no primeiro ano de terapia renal substitutiva (TRS). Além
disso, muitos pacientes iniciam TRS sem o antecedente de
tratamento conservador devido ao diagnóstico tardio da DRC.
Objetivo: Avaliar o perfil dos pacientes incidentes em programa de
hemodiálise e as repercussões da forma de início de terapia renal
substitutiva na sua evolução em unidade satélite em SalvadorBahia.
Metodologia: Estudo retrospectivo dos pacientes admitidos em
programa de hemodiálise na instituição de janeiro de 2012 a
março de 2014, para continuidade de HD iniciada há menos de 90
dias ou para iniciar a TRS. Foram registradas os diagnósticos,
acesso vascular e parâmetros laboratoriais à admissão, bem
como a evolução de acessos vasculares e óbitos destes
pacientes.
Resultados: Foram estudados 178 pacientes, 58,4% homens,
34,8% com idade > 65 anos. A média de idade foi de 58 ± 15,2
anos. As etiologias presumidas de Doença Renal Crônica Estágio
Terminal mais frequentes foram Diabetes Mellitus (25,3%) e HAS
(15,2%). 6,7% dos pacientes apresentou recuperação da função
renal e o diagnóstico de DRC foi revisto. A maioria dos pacientes
(52,8%) não foi atendida por nefrologista antes do diagnóstico de
DRC dialítica e iniciou TRS por cateter (82,6%). 67 pacientes
(37,6%) fez acompanhamento ambulatorial precoce (_3 meses)
com nefrologista. Ter convênio de saúde não foi associado a maior
chance de acompanhamento pré-dialítico (OR=3,12; IC95% 0,8711). À admissão, 59% dos pacientes com hemoglobina < 9,0 g/dL,
43,3% com albumina <3,5 e 25,3% com fósforo >5,5 mg/dL. A
mortalidade foi de 23%. Na análise multivariada hipoalbuminemia
e idade > 65 anos foram os preditores de mortalidade.
Conclusões: 1- É frequente o início de TRS sem preparo
adequado e com fatores de risco para morbi-mortalidade. 2-Ter
convênio de saúde não foi associado a maior chance de
tratamento conservador para DRC. 3- Hipoalbuminemia e idade >
65 anos foram fatores associados a maior mortalidade de
pacientes incidentes em HD.
TLP: 325
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
119
AVALIAÇÃO DE ALEXITIMIA EM DOENTES RENAIS
CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE
Autor(es): BOULITREAU, K.C.R, Santos, A.M., Henriques, M.
Uninefron - Unidade Nefrológica
INTRODUÇÃO
A realidade do Doente Renal Crônico (DRC) perpassa por muitas
mudanças, desde as de ordem fisiológicas, cognitivas, emocionais
e de relacionamentos até as limitações decorrentes da doença.
Entender o paciente em sua maneira singular de pensar, agir e
sentir pode auxiliar no processo de adaptação e adesão ao
tratamento dialítico. A Alexitimia foi um termo sugerido por Sifneos
em 1972 ao se referir aos pacientes que tinham dificuldade de
expressar seus afetos, desde então esse termo vem sendo muito
utilizado na área clínica. Sendo assim podemos entender a
Alexitimia como um déficit da capacidade de processar e regular a
atividade emocional. Assim, avaliar a Alexitimia em DRC pode
influenciar no processo desde o diagnóstico até a forma como o
paciente reage ao tratamento.
OBJETIVO
O presente estudo, com abordagem quantitativa teve como
objetivo avaliar os níveis de Alexitimia em pacientes com doença
renal crônica em hemodiálise.
METODOLOGIA
Para esse estudo foi utilizado a Escala de Alexitimia de Toronto20Itens original de Bagby, Parker & Taylor (1994):Adaptação de
Nina Prazeres,James Parker & Graeme Taylor (2000). Constituída
por 20 questões pontuadas por meio de uma escala em cinco
pontos de tipo Likert, tendo como objetivo a avaliação de três
dimensões distintas:1.Dificuldade de identificar sentimentos e
sensações corporais; 2.Dificuldade de descrever sentimentos
para os outros; 3.Pensamento orientado extremamente, que nos
permite uma avaliação global em Alexitimia. A coleta de dados foi
realizada em duas clínicas de hemodiálise exclusiva para
convênios (Uninefron e Hemonefro) na cidade de Recife/PE no
período de março a maio de 2014. Foram analisados dados de 110
pacientes de ambos os sexos, com idade entre 19 e 90 anos
durante as sessões de hemodiálise.
RESULDADO
O resultado obtido neste estudo verificou a presença de Alexitimia
em 16,36% dos pacientes, Alexitimia moderada em 14,54% e Não
Alexitímicos 69,09%.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados deste trabalho podemos dizer que
conhecer o perfil psicológico, a maneira como o paciente percebe
sua própria enfermidade, como também saber como ele lida com
suas emoções, identificando suas dificuldades no processo de
regulação emocional, é de fundamental importância, porque tanto
na saúde ou no adoecimento, como no tratamento os sentimentos
e emoções estão presentes e sentir-se amparado pela equipe de
saúde, reconhecendo-o em sua singularidade pode ajuda-lo a
ressignificar a vida.
TLP: 326
AVALIAÇÃO DESCRITIVA DA SUPLEMENTAÇÃO DE
VITAMINA D EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM
HEMODIÁLISE
Autor(es): Renata Fabricio Alves Pereira, Daniele Nakano, Paulo
Roberto Aranha Torres, Ricardo Oyama, Daniel Bolognese,
Hugo Cezar de Moraes Canever, Roberta Correa Pascotto,
Sergio Seiji Yamada
Universidade Estadual de Maringá
INTRODUÇÃO: Pacientes com doença renal crônica em
programa de hemodiálise têm níveis sérico diminuído 25-hidroxi
vitaina D (VitD). Diretrizes Brasileiras de Prática Clínica para o
Distúrbio Mineral e Ósseo na Doença Renal Crônica recomenda a
suplementação de vitamina D. Porém a resposta a essa
suplementação é variável. Objetivo: Verificar a resposta a
suplementação de VitD e procurar fatores que interferem na
resposta terapêutica. MÉTODOS:Estudo observacional
transversal de pacientes em programa de hemodiálise Hospital
120
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
Geral da Região Noroeste do Paraná. Foram avaliados pacientes
em programa de hemodiálise há mais de três meses, maiores de
14 anos, que tinhas dosagem sérica de VitD. Foram separados em
dois grupos de acordo com níveis adequados da VitD, nestes
avaliou-se então quais pacientes haviam recebido a
suplementação nos três meses anteriores e qual sua resposta à
terapia. Dados epidemiológicos e clínicos foram coletados de
cada um dos grupos e analisados. RESULTADOS: Foram
avaliados 118 pacientes, a média de idade era de 54,7 anos, a
maioria eram homens (73,5%0, do total 64 pacientes receberam
suplementação oral monitorada de vitamina D na ultima diálise da
semana. Desse grupo 31 eram mulheres; 28 tinham mais de 60
anos de idade; 34 eram hipertensos e 21 diabéticos. Dos
pacientes que receberam suplementação 17 (26,5%) não
responderam a suplementação. Nesse grupo observamos uma
proporção maior de diabéticos (41,1% vs 29,7% dos
respondedores). Essa proporção maior de diabéticos foi
observado em homens (57,15) porem nas mulheres foi
discretamente menor (33%). A idade não modificou a proporção de
não respondedores.
CONCLUSÕES: 1) A suplementação oral monitorada permite é
uma metodologia adequada para suplementação de VitD; 2) uma
proporção elevada de pacientes não responderam à
suplementação; 3) Diabetes parece um fator que dificulta a
reposição da vitamina; 4) Outros fatores deverão ser analisados
para melhor elucidação da falha terapêutica.
TLP: 327
INGESTÃO DE SÓDIO, VOLEMIA E SUA RELAÇÃO COM
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E COMPOSIÇÃO
CORPORAL EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL
CRÔNICA PARTICIPANTES DO ESTUDO SALTED
Autor(es): Jeanine Treml de Carvalho, Andrea Emanuella Chaud
Hallvass, Thyago Proença de Moraes, Roberto Flávio PecoitsFilho, Cyntia Leinig
Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Escola de Saúde e
Biociências. Curso de Nutrição.
Introdução: A restrição na ingestão de sódio pode influenciar na
progressão da doença renal crônica (DRC) através da otimização
do estado volêmico e controle dos fatores conhecidos de risco
para sua progressão. Objetivo: Relacionar a volemia ao estado
nutricional de pacientes em tratamento conservador de DRC
submetidos a um programa de acompanhamento da ingestão de
sódio. Metodologia: Estudo transversal e observacional refletindo
o momento inicial de um estudo prospectivo e randomizado
(Estudo Salted). Foram inclusos pacientes com DRC de qualquer
causa e estágio. Na avaliação nutricional, antropometria foi
realizada. A composição corporal foi obtida pelo Body Composition
Monitor (Fresenius Medical Care). A ingestão de sódio calculada
pelo registro alimentar de 3 dias no software Avanutri®. Dados em
média e desvio padrão ou mediana e variações, além de
frequências. As variáveis foram avaliadas pela correlação de
Pearson e as não paramétricas por Spearman. Para a
comparação entre grupos utilizou-se o teste t para amostras
independentes, sendo p<0,05 significativo. Análise estatística
pelo programa SPSS 12.0. Resultados: Foram analisados 61
pacientes, 70% deles idosos. Encontrou-se 96% de prevalência
de hipertensão e 29% apresentava, também, diabetes e doença
cardiovascular. O estágio 3 da DRC foi predominante. Entre os
adultos, 50% estava com sobrepeso e 27% obesidade; entre os
idosos, 53% excesso de peso. Apenas 5,12% dos idosos com
magreza. Segundo a composição corporal, 82,5% apresentou
risco de doenças associadas à obesidade. Os homens tinham
maior massa magra, enquanto que as mulheres maior gordura
(p<0,05). Em relação à volemia, 52,6% apresentou sobrecarga de
volume e 80,7% consumiram sódio acima do recomendado, com
mediana de 4,01 (1,76-14,03) gramas. Os homens apresentaram
maior água corporal total e extracelular (p<0,05). A idade não foi
fator importante para as diferenças de composição corporal e
volemia. A água corporal total e extracelular foram correlacionadas
com a massa magra (p<0,01). O consumo de sódio e hipervolemia
mostrou fraca correlação. Conclusão: Pacientes com DRC
apresentam alterações do estado nutricional e há risco para
alterações de volemia, embora estas ainda não sejam bem
estabelecidas. O consumo de sódio pode influenciar o estado
volêmico, mas neste estudo houve fraca correlação entre eles.
Estes achados podem ser limitados pelo número de observações
e precisam ser confirmados em estudos prospectivos.
TLP: 328
Estudo Comparativo de Pacientes Idosos e Não-Idosos
Admitidos no Ambulatório de DRC Conservador
Autor(es): Aline Gibson Notaro, Tatiana Ribeiro Valério, Tatiana
Cristina Manzi Sena dos Santos, Luísa Queiroga de Oliveira
Ferreira, Rafaella Barros da Paixão, Rodrigo Amblard
Wanderley, Raquel Belfort, Ricardo Cavalcante Maranhão
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira - IMIP
INTRODUÇÃO: A expectativa de vida da população vem
aumentando ao longo das últimas décadas, culminando em um
aumento na incidência de patologias crônicas, entre elas a Doença
Renal Crônica (DRC). É importante estudar essa população idosa
em crescimento e conhecer as suas particularidades. MÉTODOS:
Foram coletados dados dos prontuários dos pacientes
acompanhados no ambulatório de DRC de um hospital terciário de
Recife, no período de dezembro/2009 a abril/2014. Analisaram-se
as seguintes variáveis: idade; gênero; presença de diabetes
mellitus (DM) e/ou hipertensão arterial sistêmica (HAS); controle
pressórico (baseado no VIII Joint of Hypertension) e parâmetros
laboratoriais da admissão (hemoglobina, uréia, creatinina,
glicemia, albumina, proteinúria de 24 horas, colesterol total,
triglicerídeos, ácido úrico, paratormônio, cálcio, fósforo, 25hidroxi-vitamina D, hemoglobina glicada e ferritina). Os resultados
foram comparados entre dois grupos: pacientes não-idosos (<60
anos) e idosos (>60 anos). RESULTADOS: Seiscentos e noventa e
cinco pacientes foram incluídos, sendo 457 idosos (65,7%) e 238
não-idosos (34,3%). A média de idade entre os idosos foi de 71,7
anos e nos não-idosos de 46,15 anos. Dentre os idosos, 58% eram
do gênero masculino, enquanto no grupo de não-idosos não houve
diferença. Em relação às comorbidades, DM estava presente em
68,4% dos idosos e 31,6% dos não-idosos (p=0,219), HAS em
70,2% dos idosos e 29,8% dos não-idosos (p<0,001). A pressão
arterial controlada na admissão ocorreu em 67,1% dos idosos e
em 32,9% nos não-idosos (p=0,345). A média de creatinina foi
2,3mg/dL e 3,1mg/dL nos idosos e não-idosos, respectivamente
(p<0,001), embora não tenha havido diferença estatística no
clearence de creatinina (calculado pela fórmula do CockcroftGault), 31,8mL/min versus 33,2mL/min (p=0,29). A mediana da
proteinúria de 24h foi 0,34g nos idosos e 1,25g nos não-idosos
(p<0,001). Houve diferença significativa nos níveis de fósforo e
ácido úrico entre os grupos, sendo de 3,75mg/dL e 4,14mg/dL,
p<0,001 e 7,15mg/dL e 7,69mg/dL , p=0,005 no grupo idoso e não
idoso respectivamente. Não houve diferença no controle glicêmico
e do perfil lipídico entre os grupos. CONCLUSÕES: Encontramos
um elevado número de pacientes idosos acompanhados no
ambulatório de DRC, com elevado número de pacientes
hipertensos e com creatinina em níveis mais baixos, porém com
clearence de creatinina similar aos não idosos.
TLP: 329
EXTENSAO UNIVERSITARIA PARA PREVENÇÃO DA
DOENÇA RENAL CRÔNICA EM ESCOLAS MUNICIPAIS
Autor(es): Flávia de Oliveira Valentim, Gabriela Lucio Moraes,
Antonio Cesar Rodrigues Almendra, Stella Lage Vieira Abrantes
dos Santos, Gustavo Gonçalves Yogolare, Laisa Duarte
Santiago, Gustavo Nicolodi Augusto, Guilherme Andriolli,
Mayara Queiroz Tomé, Jacqueline Teixeira Caramori
Faculdade de Medicina de Botucatu
Doença Renal Crônica (DRC) consiste em condição sistêmica e
progressivamente incapacitante, que quando diagnosticada e
tratada precocemente altera o prognóstico inexorável. É
necessário que a população tenha conhecimento da doença. Este
projeto foi atuação de estudantes de uma Faculdade de Medicina,
planejados por Liga Acadêmica no contexto de atividades de
prevenção e educação em saúde. Objetivo: informar estudantes
da rede pública sobre fatores de risco para DRC, alertando sobre
sua importância, além de realizar exames para busca ativa desses
fatores. Métodos: A população foi estudantes de supletivo de duas
escolas públicas de Botucatu. A atividade consistiu de capacitação
de dois grupos de universitários (5-6 estudantes de medicina ou
enfermagem): conceitos, atitude didática e habilidades. Nas
escolas, universitários mostraram conhecimentos sobre DRC,
seguido de diálogo da importância da doença, exibição de vídeos
de curta duração, sobre hipertensão arterial e diabetes. Avaliação
por questionário sobre hábitos de vida, histórico de doenças, e por
fim, naqueles voluntários foi realizado medição de altura, peso,
pressão arterial e teste rápido de glicose no sangue. Resultados: A
apresentação atingiu estudantes regulares da escola, foram 7
visitas, contato com aproximadamente 320 estudantes,
informações de 171estudantes com média de idade de 31 ± 12
anos, 26,9% acima de 40 anos; 70 homens e 101 mulheres.
Desses 16,9% eram fumantes, a média do IMC foi 25,6 com 18%
obesos e 28,6% sobrepeso, a hipertensão arterial e diabetes já
diagnosticada em 11 e 5% respectivamente, sendo que 31,8%
estavam com pressão sistólica maior que 140 mmHg. Conclusões:
nesta proposta de extensão, universitários vivenciaram a
importância da promoção à saúde e prevenção de doenças na
comunidade, puderam aplicar conhecimentos científicos e
didáticos, aprimorando a relação estudante de medicinaindivíduos. Observou-se alta prevalência de sobrepeso e
obesidade, portanto disseminar hábitos de vida saudáveis neste
público alvo foi de grande beneficio.
TLP: 330
Avaliação da relação do etilismo com a doença renal
crônica através da análise da presença de proteinúria
Autor(es): Angélica de Paula Langame, Jane Azevedo da Silva,
Paula liziero Tavares, Thatiana Egizi Dias Pacífico, Adriana
Pereira Frauches, Duílio Nogueira Viana, Maria Teresa
Bustamante Teixeira, José Marcello Salabert de Campos,
Marcus Gomes Bastos
Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: O álcool é uma droga lícita, de boa aceitação social,
que tem importantes efeitos sobre os órgãos e o organismo como
um todo. Esses efeitos podem ser positivos ou negativos, sendo
definidos pelo tipo de bebida, dose e tempo de consumo. Estudos
revelam que a ingestão de bebidas alcoólicas em doses baixas
pode diminuir o risco de problemas cardiovasculares que, por sua
vez, compõem o quadro de fatores de risco de iniciação e
progressão da doença renal crônica (DRC). Por outro lado, o
consumo excessivo de álcool pode contribuir com o surgimento de
hipertensão arterial e, até mesmo, lesão direta do parênquima
renal. Dessa forma, é válido discutir sobre as consequências do
consumo de álcool na DRC. Objetivo: Comparar a prevalência do
principal marcador de lesão renal, a proteinúria, em etilistas e não
etilistas. Método: Estudo transversal realizado a partir de dados
colhidos durante a Campanha de Rastreamento e Prevenção de
Doença Renal Crônica realizada no Dia Mundial do Rim em 15 de
março de 2014 no centro da cidade de Juiz de Fora pela Liga
Acadêmica de Prevenção de Doenças Renais (PRÉ-RENAL).
Houve realização do teste de uroanálise por fita reativa e a
aplicação de um questionário-padrão da Sociedade Brasileira de
Nefrologia cuja uma das questões indaga sobre a presença ou não
da condição de etilista. Resultados: Dos 553 participantes da
Campanha, 398 responderam a questão referente ao etilismo e
fizeram o teste de uroanálise. Dentre estes, 105 afirmaram ser
etilistas, dos quais 101 (96,19%) não apresentaram proteinúria e 4
(3,81%) apresentaram proteinúria. Dos 293 que afirmaram não ser
etilista, 276 (94,20%) não apresentaram proteinúria e 17 (5,80%)
apresentaram proteinúria. O Risco Relativo (RR) foi de 0.6566
com intervalo de confiança (IC) de 0.2261 a 1.907, não tendo,
portanto, significância estatística. Conclusões: Os resultados não
foram estatisticamente significativos. Uma das explicações pode
ser a não caracterização do consumo de álcool no estudo. Então,
como parte das medidas de rastreamento e prevenção de DRC,
sugere-se incluir nos questionários o tipo de bebida alcoólica, o
tempo de consumo, a frequência e a dose consumida pelos
participantes que declaram ser etilistas. Também é essencial
investir em campanhas que denunciem as consequências do
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
121
consumo excessivo de bebidas alcoólicas e conscientizem sobre
os riscos de doenças, como renais.
TLP: 331
Perfil da prática de atividade física em participantes de
campanha de rastreamento e prevenção de doença renal
crônica, em Juiz de Fora - MG
Autor(es): Angélica de Paula Langame, Duílio Nogueira Viana,
Jane Azevedo da Silva, Paula liziero Tavares, Thatiana Egizi
Dias Pacífico, Adriana Pereira Frauches, Maria Teresa
Bustamante Teixeira, José Marcello Salabert de Campos,
Marcus Gomes Bastos
Universidade Federal de Juiz de Fora
Introdução: A atividade física (AF) possui impacto em importantes
variáveis relacionadas com a ocorrência de doença renal crônica
(DRC). Diabetes mellitus, hipertensão arterial, obesidade e
doenças cardiovasculares são fatores de risco relevantes para
DRC que são amplamente influenciados pelo hábito de realizar
exercício físico. Estudos indicam que a realização de exercícios
aeróbicos reduz triglicérides, LDL-colesterol e aumentam os níveis
de HDL colesterol; também, são capazes de diminuir níveis
sistólicos e diastólicos da pressão arterial e melhorar a
sensibilidade à insulina, já os exercícios de força demonstraram
diminuir a resistência à insulina, mas não os níveis lipídicos. Por
conseguinte, é relevante caracterizar o hábito da AF entre as
pessoas a fim de verificar a existência ou não do importante efeito
protetor que a prática regular de exercício físico pode oferecer
contra fatores e doenças que precipitam DRC. Objetivo: Descrever
o perfil da prática de AF de indivíduos que participaram da
Campanha de rastreamento e prevenção de DRC. Método: Estudo
com dados colhidos na Campanha do Dia Mundial do Rim
realizada no centro de Juiz de Fora pela liga PRÉ-RENAL, em 15
de março de 2014, sendo excluídos da análise do presente estudo
os indivíduos que não responderam a uma ou mais questões
relacionadas à AF do questionário-padrão. Resultados: Das 519
pessoas que responderam completamente as questões
relacionadas à AF, 281 (54,14%) não realizam exercício físico e
238 (45,86%) realizam exercício, dentre as quais 204 (85,71%)
fazem exercícios aeróbicos, 18 (7,56%) fazem exercícios
anaeróbicos e 16 (6,72%) praticam ambas as modalidades. Com
relação à média da quantidade de dias na semana que realizam
exercícios físicos, divide-se em: < 3 dias por semana (d/sem) com
62 (26,05%) pessoas praticantes de AF nesse estrato; _ 3 e < 5
d/sem com 68 (28,57%) pessoas; e _ 5 d/sem com 108 (45,38%)
pessoas. Com relação aos minutos gastos para cada AF realizada
no dia, aponta-se que 12 (5,04%) reservam menos que 30 minutos
para a AF; 82 (34,45%) reservam para a AF uma faixa de 30 até 59
minutos; e 144 (60,50%) gastam 60 minutos ou mais. Conclusão: A
diferença entre a proporção de pessoas que não realizam AF e as
que realizam não é muito discrepante. Além disso, entre os
praticantes de AF, evidencia-se um bom perfil da prática do
exercício físico, uma vez que as maiores proporções estão nos
estratos que representam os maiores tempos gastos na prática do
exercício físico.
TLP: 332
Uma revisão sistêmica sobre a relação das doenças renais
com a ocorrência das doenças cardiovasculares
Autor(es): Lara Leal Lima de Oliveira
Faculdade Integral Diferencial
A nefrolitÍase é uma doença de disseminação mundial que
acarreta consequências direta na qualidade de vida dos seus
acometidos e responsável por desencadear alterações
metabólicas diversas. Desta forma, tem-se como objetivos desta
pesquisadiscutir a correlação da nefrolitíase com a ocorrência de
doenças cardiovasculares, abordar os métodos de investigação
mais frequentemente utilizados.Trata-se de uma revisão
bibliográfica realizada na Biblioteca Virtual da Saúde, sendo
122
J Bras Nefrol 2014;36(3 Supl. 1):1-186
selecionados os artigos da base de dados do Scielo, LILASCe
Pubmed com publicações nacionais e internacionais efetuadas
nos anos de 2004 a 2014 através dos seguintes descritores:
Doenças cardiovasculares; Nefrolitíase; Cálculo renal; Fator de
Risco. Os descritores, juntamente com os critérios de inclusão e
exclusão possibilitaram a identificação de 13 estudos que
respondiam aos objetivos propostos. Os resultados evidenciaram
que existe umarelação dupla entre a nefrolitíase e a ocorrência de
hipertensão arterial e a hipertensão arterial e o desenvolvimento
de cálculos renais, bem como outras doenças cardiovasculares,
tais como IAM, angina, cardiopatia congênita,morte por doença
cardíaca coronária, angioplastia transluminal percutânea,
revascularização do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral.
Conclui-see que éimportante a adoção de mudanças de estilo de
vida que visam uma maior qualidade de saúde, evitando o
aparecimento de cálculos renais ou crescimento de cálculos
existentes, bem como as manifestações clínicas e possíveis
complicações.
Palavra-Chave:Doenças cardiovasculares; Nefrolitíase; Cálculo
renal; Fator de Risco.
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