Geografia e música: uma análise do espaço urbano carioca a partir

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Geografia e música: uma análise do espaço urbano carioca a partir do
legado jobiniano (1958-1967)
Lucas Jurado Taoni ([email protected]), Professora Dra. Fabiana Lopes da Cunha
([email protected]). Campus de Ourinhos, curso de Geografia. Bolsa de IC – FAPESP.
Palavras Chave: Rio de Janeiro, Geografia Cultiural, Antônio Carlos Jobim.
Introdução
Este resumo está atrelado às atividades de iniciação
científica, subsidiada pela FAPESP, desenvolvidas
nos últimos três semestres. O projeto tem o esforço
de pensar e interpretar o espaço urbano carioca a
partir do legado musical de Antônio Carlos Brasileiro
1
de Almeida Jobim (1927 – 1994) , com ênfase nos
anos que vão de 1958 a 1967 que inauguram
políticas
explicitamente
nacional2
desenvolvimentistas no Brasil. Para trabalharmos
com um código polissêmico como a música, é
necessário um “olhar” multidisciplinar, já que, a
“música é tão mais que a soma das partes que,
quando ouvimos isoladamente, cada elemento
3
constituinte soa fraco e ordinário” . Entendemos
ainda, que o período que tratamos está fortemente
marcado pela bossa nova, daí a relevância em
trabalharmos com Tom Jobim e suas parcerias.
Objetivos
Entender e investigar as transformações urbanas do
Rio de Janeiro na obra de Antônio Carlos Jobim
entre os anos 1950 e 1960, e buscar construir uma
metodologia adequada para fazê-lo com o rigor que
a interface artes-humanas/música-geografia exige.
Material e Métodos
Além da bibliografia sobre nossa temática a análise
é contemplada por alguns discos de Tom Jobim no
contexto proposto: “Canção do Amor Demais”
(1958); “Chega de Saudade” (1959); “Amor de gente
moça” (1959); “Amor, o sorriso e a flor” (1960);
“João Gilberto” (1961); “The composer of
Desafinado Plays” (1963); “The Wonderful World of
Tom Jobim” (1964); “Caymmi Visita Tom” (1964) e
por fim “A Certain Mr. Jobim” (1965) e “Frank
Sinatra
&
Antonio
Carlos
Jobim”
(1967).Metodologicamente este trabalho está
embasado principalmente em três autores: Lily
4
5
Kong , David Treece e Luiz Tatit . Kong (1995)
contribui para a pesquisa, pois, mapeia o que já foi
produzido na geografia associada à música e
propõe uma agenda de pesquisa que classifica os
trabalhos em categorias distintas. Treece (2008)
compõe a metodologia como autor de dois conceitos
particulares da bossa nova (“Animação Suspensa” e
“Racionalidade Ecológica”) extraindo da música
noções que estão além da audição óbvia. Tatit
(1996) pela semiótica dota a análise de rigor
semântico, sobretudo com os conceitos de
“persuasão figurativa, passional e decantatória” e
6
“dicção”. Será através desses autores e de outros
que trabalham com a canção e a música como
documento de pesquisa que procuraremos criar
uma metodologia própria para o exercício da análise
musical e espacial em nosso trabalho.
Resultados e Discussão
Temos participado e difundido parte dos resultados
de nossa pesquisa em vários encontros nacionais e
internacionais que tratam de música e História,
assim como de Festivais de Música e mini-cursos
que tratam do tema. Nossa intenção aqui é
demonstrar parte dos resultados de nosso trabalho
através de uma análise da “Sinfonia do Rio de
Janeiro” de Tom Jobim e Billy Blanco produzida em
1954. Tal obra prenuncia nossas pretensões para os
anos subseqüentes de análise, pois, canta e toca o
Rio de Janeiro em termos geográficos e, para
época, seguramente inéditos.
Conclusões
A música nos permite pensar com profundidade
sobre a sociedade a que pertence: acerca dos
espaços onde ela foi produzida e difundida bem
como o contexto social e histórico da composição,
reprodução, interpretação e consumo da obra.
Pensar o Rio de Janeiro a partir do fim da década de
1950 atrelado à arte jobiniana reclama a relação
entre o espaço e a arte sugerida pela geografia
cultural.
Agradecimentos
1
JOBIM, Helena. Antônio Carlos Jobim: um homem iluminado. Rio de
Janeiro, Ed. Nova Fronteira S.A., 2006.
MACHADO, Cacá. Tom Jobim. São Paulo: Publifolha, 2008.
2
SKIDMORE, Thomas. Brasil: De Getúlio Vargas a Castelo Branco.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
3
TREECE, David. Animação suspense: movimento e tempo na bossa
nova. IN: ArtCultura, Uberlândia, v. 10, 2008.p. 126.
4
KONG, Lily. Popular Music in Geographical Analyses, In: Progress in
Human Geography, 19, 2(1995) pp. 183-198.
5
TATIT, L. O Cancionista: Composicao de Cancoes no Brasil. SAO
PAULO: EDUSP, 1996.
XXV Congresso de Iniciação Científica
À minha orientadora, pela ajuda profissional e
amizade.
6
CASTRO, Daniel de. Geografia e música: a dupla face de uma relação.
Espaço e Cultura, UERJ, Rio de Janeiro, 2009.
CUNHA, Fabiana Lopes da. Da Marginalidade ao Estrelato: O Samba
na Construção da Nacionalidade(1917-1945). SP, Annablume ,2004.
NAPOLITANO, Marcos. História & Música. SP, Autêntica, 2002.
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