Introdução à Economia

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Economia
Caderno 1
Curso de Administração
1º semestre
Introdução à Economia
2014
Prof Fabio Uchôas de Lima
Este material foi produzido com o intuito de fornecer melhores subsídios aos alunos
de diversos cursos que participam da Disciplina de Economia, tomando como base
informações contidas em diversos livros, periódicos e sites da Internet, preferencialmente
àqueles indicados no programa do curso, bem como reúne várias pesquisas e
conhecimentos adquiridos ao longo da vida acadêmica.
Particularmente, desejo esclarecer que este material não possui nenhum vínculo
com as Instituições de Ensino onde atuo, nem nenhuma forma de comércio autorizada.
Peço apenas a gentileza de não fazer nenhum uso comercial ou inserção em livros,
periódicos, ou quaisquer outras mídias sem minha expressa autorização, conforme a Lei
9.610/92.
Quaisquer críticas ou sugestões são muito bem recebidas e podem ser enviadas
para o e-mail: [email protected]
Periodicamente faço uma revisão do material de modo à aprimorá-lo ainda mais, e
agradeço as colaborações recebidas com muito carinho.
“Jamais considere seus estudos como uma
obrigação, mas como uma oportunidade invejável
para aprender a conhecer a influência libertadora
da beleza do reino do espírito, para seu próprio
prazer pessoal e para proveito da comunidade à
qual seu futuro trabalho pertencer."
Albert Einstein
Prof. Fabio Uchôas de Lima
Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
ECONOMIA
Embora a economia só tenha começado a se desenvolver como ciência no século XVIII, ela
adquiriu tamanha importância no mundo contemporâneo que o conhecimento de seus
conceitos fundamentais é imprescindível para a compreensão dos grandes problemas
Sociais e Políticos de nosso tempo.
A palavra economia (do grego oíkos, "casa", e nómos, "lei") quer dizer "Administração do
Patrimônio". Atualmente, costuma-se empregar o termo "Ciência Econômica" para delimitar
o campo de investigação dos economistas..
De fato, são muito diversas as definições já propostas para a economia. De modo geral,
porém, pode-se afirmar que a economia é a ciência que trata da administração dos recursos
que, sendo escassos, são também necessários ou desejados pelo homem, e, mais
concretamente, do estudo das Trocas, Produção, Distribuição e Consumo da riqueza.
Em que pese recorrer de maneira crescente e sistemática à matemática, a economia
continua a ser, fundamentalmente, uma Ciência Social. Um fato econômico não passa de
um aspecto particular de um fato social mais complexo e plural, com o qual se encontra em
estreita inter-relação e dependência. Assim, a economia diz respeito a todas as ciências
sociais - sociologia, política, história etc. - e, do mesmo modo, recebe delas numerosas
contribuições teóricas.
Só no século XVIII a economia se configurou como uma ciência diferenciada. Até então,
eram quase exclusivamente os Filósofos e os Teólogos que se interessavam pelo tema, e,
de maneira geral, apenas em seus aspectos éticos e religiosos. Aristóteles distinguiu a
existência de duas "Crematísticas", ou modos de enriquecimento: uma natural ou
moralmente justa, que se baseava na produção de bens e na qual era lícita a utilização de
escravos; e outra não natural, na qual os lucros eram obtidos por meio do empréstimo de
dinheiro a juros e dos negócios em geral. Na Idade Média, a filosofia escolástica retomou as
idéias de Aristóteles e desenvolveu a teoria do preço justo para cada mercadoria, numa
tentativa de por fim ao lucro não produtivo.
Como conseqüência dos grandes descobrimentos geográficos e da aparição de fortes
estados nacionais na Europa, os problemas políticos e econômicos começaram a vincularse estreitamente, e governos e soberanos se interessaram cada vez mais pelo comércio
internacional como principal via para o enriquecimento de suas nações.
Surgiram com isso as teorias mercantilistas, que, por meio do protecionismo econômico,
pretendiam aumentar o poder da própria nação à custa das rivais. As medidas que os
mercantilistas sugeriam a seus governos, e que puseram em prática em várias ocasiões,
consistiam basicamente na proibição da exportação de matérias-primas e no incentivo à
exportação de bens manufaturados.
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
As Visões da Economia
A Ciência Econômica se inter-relaciona com diversas outras
ciências como:
A) Economia e Política
Sendo a política a arte de governar, ou o exercício do
poder, é natural que esse poder tente exercer o domínio
sobre a coisa econômica. Assim, através das
instituições (o Estado), os grupos de dominação
procuram interferir numa distribuição de renda que lhes seja conveniente. Por outro
lado, a ação de trabalhadores organizados (petroleiros, metalúrgicos, bancários)
fazem com que possam conseguir maiores salários e benefícios do que os de outras
classes trabalhadoras.
B) Economia e História
As idéias que constroem as teorias econômicas são formuladas num contexto
histórico onde se desenvolvem as atividades e as instituições econômicas,
enriquecendo os resultados analíticos. Perceba a diferença de posicionamento da
força econômica frente à globalização.
C) Economia e Geografia
Os acidentes geográficos interferem no desempenho das atividades econômicas e,
muitas vezes, as divisões regionais são estudadas para entendermos as questões
ligadas a distribuição de renda, de recursos produtivos, de localização de empresas,
etc.
D) Economia e Sociologia
A política econômica atinge indivíduos de certas classes sociais , interferindo na
dinâmica da mobilidade social. Assim, as políticas salariais ou os gastos sociais
(educação, saúde, transporte, alimentação, etc) são exemplos que direta ou
indiretamente influenciam a economia.
E) Economia, Matemática e Estatística
A Economia faz uso da lógica matemática e das probabilidades estatísticas. Muitas
relações de comportamento econômico podem ser expressas através de funções
matemáticas. Todavia, a Economia não é uma ciência exata em que se pode
programar os resultados sem erros.
F) Novas Visões
Atualmente a Ciência Econômica vem ganhando novas áreas de atuação. Dentre elas,
destacamos: Economia Digital (em função da telemática), Economia do Trabalho
(pelas novas relações entre empregado e empregador) e a Economia Jurídica
(principalmente depois do advento da venda de empresas estatais)
Atualmente, a Economia é subdividida em vários setores de estudo, de modo a poder
melhor aprofundar nossos conhecimentos. Você terá contato, entre outras, com:
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia

Microeconomia: É a parte da teoria econômica que estuda o comportamento das
unidades, tais como os consumidores, as indústrias, as empresas e suas inter-relações.

Macroeconomia: Estuda o funcionamento da economia em seu conjunto, permitindo
conhecer e atuar na atividade econômica de um determinado país ou de um conjunto de
países.

Economia Monetária e Financeira: Estuda o significado da moeda e os instrumentos
de controle monetário.

Economia dos Mercados de Trabalho: Analisa os fatores de produção, da distribuição
de renda, produtividade, emprego e salários.

Economia do Setor Público: Estuda políticas públicas e soluções privadas que atuem
diretamente nos bens públicos e recursos comuns, como por exemplo, o sistema tributário
nacional.

Economia Internacional: Concentra-se nas determinantes do comércio exterior,
avaliando o equilíbrio, a comparação de preços e vantagens comparativas entre nações.

Economia Digital: Surgiu do intenso comércio advindo com a Internet e a troca
eletrônica de dados entre empresas.
A Lei da Escassez
Em economia, tudo se resume a uma restrição quase que física - a Lei da
Escassez:
 “Produzir o máximo de bens e serviços a partir de recursos escassos
disponíveis a cada sociedade”.
Problemas Econômicos Básicos
O problema econômico caracteriza-se pela existência de recursos limitados e necessidades
ilimitadas. Nas bases de qualquer comunidade se encontra sempre o seguinte conjunto de
problemas econômicos:
A) O QUE E QUANTO PRODUZIR?
Quais produtos deverão ser produzidos (carros, cigarros, café, vestuário) e em que
quantidades deverão ser colocados à disposição dos consumidores.
B) COMO PRODUZIR?
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
Por quem serão produzidos os bens e serviços, com que recursos e de que maneira
ou processo técnico.
C) PARA QUEM PRODUZIR?
Para quem se destinará a produção (fatalmente, para os que tem renda)
Se houvessem recursos ilimitados e disponíveis, o problema econômico deixaria de existir.
Todavia existem restrições de recursos e ilimitadas necessidades, fazendo com que
devamos optar dentre os bens a serem produzidos e os processos técnicos capazes de
transformar os recursos escassos em produção.
As Necessidades
O conceito de necessidade humana, isto é, a sensação de carência de algo unida ao desejo
de satisfazê-la, é muito relativo, pois os desejos dos indivíduos não são fixos. (Lembre-se
do ditado popular: “Quanto mais se tem, mais se quer”.
Quando buscam satisfazer suas necessidades, as pessoas também fixam suas
preferências. Assim, os primeiros bens desejados são os que satisfazem as necessidades
básicas ou primárias, como alimentação, vestuário, saúde e habitação.
Satisfeitas as necessidades primárias, os indivíduos passam a satisfazer outras mais
refinadas, como o turismo, melhor qualidade de vida, a utilização de marcas, levando a um
padrão ilimitado.
Os Serviços
O trabalho, quando não destinado à criação de bens, isto é, de objetos materiais, tal como o
realizado por um agricultor ou um pedreiro, visa a produção de serviços. Assim, o trabalho
de serviços pode estar relacionado com a distribuição de produtos, como o realizado por um
vendedor ou um transportador; com atividades que satisfazem a necessidade cultural, como
as realizadas por um professor, um escritor ou cantor; ou ainda, relacionadas a atividades
diversas como aqueles oferecidos por bancos ou companhias de seguro.
 Definimos
Serviços como aquelas atividades que, sem criar objetos materiais. Se
destinam direta ou indiretamente a satisfazer necessidades humanas.
Os Bens
 Bem é tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e necessidades dos
seres humanos.
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
Os bens podem ser classificados de várias formas:
Segundo seu caráter
Segundo sua natureza
Segundo sua função
Segundo seu consumo
Livres: são limitados em quantidade ou muito abundantes e não
são apropriáveis.
Econômicos: são escassos em quantidade, dada sua procura, e
apropriáveis. São o objeto de estudo da economia.
De Capital: não atendem diretamente às necessidades
De Consumo: destinam-se à satisfação direta de necessidades
- Duráveis: permitem um uso prolongado (eletrodomésticos)
- Não Duráveis: acabam com o tempo (alimentos)
Intermediários: devem sofrer novas transformações antes de se
converterem em bens de consumo ou de capital (aço, cimento)
Finais: já sofreram as transformações necessárias para seu uso
ou consumo.
Privados: são os produzidos e possuídos privadamente
Públicos ou Coletivos: são aqueles cujo consumo é feito
simultaneamente por vários sujeitos, como por exemplo, um
parque público
 A soma total de bens e serviços finais gerados em um período denomina-se Produto
Total.
 Os bens econômicos caracterizam-se pela utilidade, escassez e por serem transferíveis.
 Os bens livres – como, por exemplo, o ar – são aqueles cuja quantidade é suficiente
para satisfazer a todo o mundo.
Recursos ou Fatores de Produção
Para a satisfação das necessidades humanas é necessário produzir bens e serviços. Para
isso, exige-se o emprego de recursos produtivos e de bens elaborados.
 Os Recursos são os fatores ou elementos básicos utilizados na produção de bens e
serviços. São denominados Fatores de Produção.
Fatores de Produção
1.
2.
3.
4.
5.
Capital
Recursos naturais, ou simplesmente terra
Força de trabalho
Tecnologia
Capacidade empresarial
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
Capital
Todo bem destinado à produção de outro bem. Ex.: infra-estrutura produtiva (edifícios);
máquinas; ferramentas; salário e pagamentos.
Classificam-se em:
Capital técnico: conjunto de bens materiais utilizados no processo da produção.
Capital jurídico: indica a relação com os seus titulares de direito (capital público e
privado)
Capital contábil: capital de giro, capital de empréstimo, capital de participação,
capital nacional e capital estrangeiro.
Recursos Naturais
Também chamado de fator terra, compreendem a base de um sistema sobre o qual se
assentará o capital técnico. É usado no sentido amplo, indicando não só a terra cultivável e
urbana, mas também os recursos naturais que contém como, por exemplo, os minerais.
Divide-se em:
Recursos naturais renováveis: vegetais e animais
Recursos naturais irrenováveis: riquezas minerais e o solo
A Força do Trabalho
Refere-se as faculdades físicas e mentais que intervêm no
processo produtivo.
Ele é o fator de produção básico.
 A população é o conjunto de seres humanos que vivem em uma área determinada
O
fator produtivo trabalho é a parte da população que desenvolve as tarefas
produtivas.
População Ativa:
Empregados:
a que intervém no - Empregados tradicionais: tem um trabalho
processo produtivo
remunerado ainda que estejam afastados por
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
-
doença
Empregados Ativos Marginais: fazem trabalhos
periódicos
Desempregados:
- Reúnem as condições de idade e capacidade física
e mental para trabalhar, mas não trabalham.
População
População Inativa: a que somente consome
-
Aposentados
Estudantes
Donas de casa
Pessoas que não trabalham, e não procuram
emprego
Incapacitados para trabalhar
Tecnologia
 É a aplicação dos conhecimentos científicos à produção em geral.
A tecnologia complementa o trabalho, na medida em que proporciona técnicas e máquinas
para transformar matérias-primas em matérias básicas, aptas a outros processos ou bens
de consumo.
Capacidade Empresarial
Apesar da divergência entre autores, dois indivíduos com a mesma formação cultural e
social obtém resultados econômicos diferentes. Esse talento, nem sempre nato, pode ser
desenvolvido, de modo a obter vantagens competitivas no mercado globalizado. Para
alguns autores, o conhecimento e a capacidade empresarial representam o Capital
Intelectual.
Os Bens de Capital
Enquanto os bens de consumo se orientam para a satisfação direta das necessidades
humanas, os bens de capital ou bens de investimento, não estão concebidos para satisfazer
diretamente as necessidades humanas, mas para serem utilizados na produção de outros
bens.
Em economia, o termo “capital” significa capital físico, isto é, máquinas, edifícios, etc. Não é
capital financeiro. Uma carteira de ações não constitui um recurso produtor de bens e
serviços.
Da mesma forma, ao falarmos de investimento em economia falamos de investimento real,
ou seja, da acumulação de máquinas e edifícios e não da compra de bens financeiros.
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
Tipos de Bens de Capital
Capital Físico ou Real
Representam as máquinas, edifícios, matérias-primas e estoque de produtos acabados.
Está subdividido em:
Capital Fixo: consiste em todo tipo de instrumentos empregados na produção, como
edifícios e maquinaria. Dura por vários ciclos de produção.
Capital Circulante: consiste nos bens em processo de preparação para o consumo,
basicamente matérias-primas e estoques.
Capital Humano
Representa a educação, a formação profissional e a experiência. Em geral, tudo o que
eleva a capacidade produtiva dos serem humanos.
Capital Financeiro
São os fundos disponíveis para a compra de capital físico ou ativos financeiros.
A Microeconomia
Ela pode ser interpretada como o ramo da Ciência Econômica que estuda o comportamento
dos consumidores e de certos aspectos ligados ao funcionamento das empresas, como
custos, produção de bens e serviços, a receita obtida e os fatores produtivos.
Assim, ela estuda as formas pelas quais as unidades individuais que compõem a economia
(os consumidores, os empresários e os proprietários dos fatores de produção) interagem,
visando a satisfação das necessidades e desejos econômicos da sociedade.
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O Funcionamento da Demanda
A Demanda ou Procura consiste em estabelecer a relação entre as quantidades de
um bem ou serviço que os compradores estariam dispostos e seriam capazes de adquirir a
diferentes preços.
Entende-se que o consumidor irá adquirir um volume maior de bens ou serviços
quanto menor forem seus preços.
Curva de Demanda
R$ 45,00
R$ 40,00
R$ 35,00
R$ 30,00
R$ 25,00
R$ 20,00
R$ 15,00
R$ 10,00
R$ 5,00
R$ 0,00
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50
A demanda compreende a relação inversa entre preço e quantidade, ou seja, a
preços maiores corresponderão menores quantidades adquiridas.
Vários fatores influenciam mudanças na curva de demanda como:
-
Aumento ou diminuição da renda dos consumidores
Modificação no preço dos bens ou serviços
Guerra ou Catástrofes Naturais
Concorrência gerada pela oferta de outros bens
Alteração nos preços de bens ou serviços relacionados
Bens Relacionados: são aqueles que de alguma maneira podem complementar ou
substituir os bens originais.
Bens Complementares: São aqueles que influenciam no consumo direto de outros bens.
Exemplos:
a) Combustível e Automóvel
b) Carne Bovina e Couro
É de se supor que quanto mais alto o preço dos combustíveis, uma menor
parcela da população consumidora poderá possuir automóveis, visto que os
combustíveis são essenciais para o funcionamento dos automóveis.
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Bens Substituíveis: São aqueles que podem satisfazer as necessidades e desejos
pretendidos por outros bens.
Exemplos:
a) Manteiga e Margarina
b) Café e Chá
c) Feijão e Lentilha
d) Açúcar e Mel
A Oferta
Os conceitos abordados na análise do mecanismo de Demanda são válidos também
para a Oferta. Em linhas gerais, a Oferta é a visão dos produtores, dos fabricantes,
daqueles que apresentam seus serviços. Para que fique bem claro, imagine-se na posição
de um produtor de bens ou serviços: você se sentirá mais motivado em ofertar uma maior
quantidade de bens ou serviços quanto maior for o preço por eles alcançado, pressupondose um lucro maior. Observando os determinantes da demanda, verificamos que todos
variam simultaneamente, ficando difícil avaliar o efeito que cada um exerce sobre a
demanda.
Para tentar contornar esse problema vamos nos valer da condição “Coeteris
Paribus”, uma expressão latina que significa “tudo mais permanecendo constante”.
Permitiremos, por exemplo, que o preço de um produto se modifique, fazendo a
suposição de que a renda do consumidor, seus hábitos e preferências, o preço dos bens
relacionados e suas expectativas permaneçam inalterados. Assim procedendo
conseguiremos identificar o efeito que somente as mudanças de preço provocam nas
quantidades demandadas de uma determinada mercadoria.
Dizemos então que a demanda dessa mercadoria depende de seu preço, “Coeteris
Paribus”. Da mesma forma, se quisermos saber como as mudanças na renda afetam a
demanda fazemos a suposição de que apenas a renda varia, enquanto mantemos os outros
fatores determinantes da demanda constantes. Dizemos então que a demanda depende da
renda, “Coeteris Paribus”.
Naturalmente, esse procedimento pode ser estendido a todos os outros elementos
que influenciam a procura. Dessa forma, teremos uma curva semelhante a esta:
Curva de Oferta
R$ 50,00
R$ 45,00
R$ 40,00
R$ 35,00
R$ 30,00
R$ 25,00
R$ 20,00
R$ 15,00
R$ 10,00
R$ 5,00
R$ 0,00
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A Oferta e a Procura Conjugadas
A análise conjunta das duas forças que orientam a Oferta e Demanda determinam
uma intersecção onde os desejos e necessidades encontram um patamar de satisfação
que também realiza as quantidades que os produtores querem vender.
Noutras palavras, temos o Ponto de Equilíbrio, ou seja, um ponto onde as
quantidades e preços, tanto de produtores quanto de consumidores, se satisfazem.
Oferta e Demanda Conjugadas
R$ 50,00
R$ 45,00
R$ 40,00
R$ 35,00
R$ 30,00
R$ 25,00
R$ 20,00
R$ 15,00
R$ 10,00
R$ 5,00
R$ 0,00
O
Ponto de Equilíbrio
Preço de Equilíbrio
D
Quantidade de Equilíbrio
10
20
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40
50
Assim sendo, o Ponto de Equilíbrio determina tanto o Preço de Equilíbrio como a
Quantidade de Equilíbrio desse mercado.
É importante perceber que cada produto ou serviço, bem como cada público
consumidor, retrata suas curvas de Oferta e Demanda e, salvo alguma mudança como as
elencadas anteriormente, essa situação tende a ser estável e duradoura.
Os Excessos de Oferta e Demanda
Num mercado competitivo, haverão forças tanto de produtores quanto de
consumidores, buscando novas opções para o Ponto de Equilíbrio.
Lembre-se que no Ponto de Equilíbrio, os produtores estão estimulados a produzir
ao mesmo tempo em que os consumidores estão dispostos a comprarem a mercadoria ou
serviço.
Se num dado momento os produtores apresentarem uma maior quantidade de bens
a serem ofertados o mercado tenderá a regulá-los forçando uma queda de preço.
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
Oferta e Demanda Conjugadas
R$ 50,00
R$ 40,00
Excesso de Oferta
R$ 30,00
R$ 20,00
R$ 10,00
Excesso de Procura
R$ 0,00
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30
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Entre outros fatores que podem levar a um Excesso de Oferta, estão:
-
um aumento indesejado dos estoques dos produtores
a concorrência entre os vendedores
a própria percepção dos compradores
Por outro lado, a escassez de produtos leva ao que chamamos de Excesso de
Procura, forçando os preços para cima, e pela preocupação dos vendedores em se
aproveitar dessa escassez sem o risco de queda no volume de vendas.
Sistema de Preços
Como a economia regula o preço das mercadorias? Para responder a essa pergunta
é importante que conheçamos os vários fatores envolvidos no sistema de preços, como a
noção de escassez, o regime econômico, o conceito de valor econômico, de utilidade, ou
seja, conceitos de oferta e demanda.
Preço: é a razão de troca de um bem ou serviço por outro qualquer.
Daí concluímos que todo bem ou serviço considerado útil e escasso apresenta um
valor. Mas como determinar o valor de um bem?
Sob o enfoque da Oferta, o valor de um bem seria determinado pelo trabalho
aplicado na sua obtenção.
Sob o enfoque da Procura ou Demanda, o valor seria determinado pela escassez
relativa do bem, pela sua utilidade ou pela preferência dos indivíduos.
De qualquer maneira, compradores e vendedores por si só, não são capazes de
determinar o preço de um bem ou serviço.
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
Conceitos de Elasticidade de Preço.
Com o que foi apresentado até agora, é possível deduzir que uma variação no preço
de um bem será acompanhada de uma variação na quantidade demandada desse mesmo
bem. Isso significa que a demanda é “sensível” a mudanças nos preços, de tal modo que
para alguns produtos a quantidade pode variar muito e, para outros, pouco ou até mesmo
não variar. Assim, entendemos que o conceito de elasticidade de preço de demanda tenta
mensurar a variação de sensibilidade de preços de um bem ou serviço em relação a
quantidade demandada desse mesmo bem ou serviço.
A maneira de mensurar a elasticidade preço de demanda é dada pela seguinte
fórmula:
q
----------------------qo
ED = --------------------------------------------------p
------------------------po
Noutras palavras, temos:
% da variação na quantidade demandada (
q)
ED = ----------------------------------------------------------------------% de variação no preço (
p)
Com isso temos cinco possibilidades diferentes, que são:
Demanda Elástica: >|1|
$
D
Qtd
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
Quando o aumento da quantidade demandada é relativamente maior – mais do que
proporcional - ao que a queda de preços.
Demanda Inelástica: <|1|
$
D
Qtd
Quando o aumento da quantidade demandada é relativamente menor do que a queda
de preços.
Demanda de Elasticidade Unitária: =|1|
$
Qtd
Quando a extensão da quantidade demandada é rigorosamente proporcional a queda de
preços
Demanda Perfeitamente Elástica:
$
Qtd
Trata-se de uma situação extrema, em que a curva de demanda se posiciona paralelamente
ao eixo horizontal, demostrando uma alta resposta de demanda a pequenas variações no
preço.
Demanda Plenamente Inelástica:
zero
$
Qtd
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
Retrata outra situação extrema, com a curva de demanda posicionando-se
perpendicularmente ao eixo horizontal, de tal forma que a resposta da demanda às
variações no preço é praticamente nula.
Sistema Econômico
É a forma pela qual a sociedade se organiza, visando solucionar seus problemas de
produção, circulação e distribuição de riqueza. Algumas sociedades podem adotar o livre
mercado, para outras, estas questões serão determinadas pelo governo.
Setores de Produção das Empresas
SETOR PRIMÁRIO – São os recursos naturais como agricultura, a pesca, a pecuária e a
silvicultura
SETOR SECUNDÁRIO - São atividades industriais (de base, de transformação, consumo)
que transformam matérias primas em bens finais ou intermediários. A seguir alguns
exemplos:
 Indústrias Siderúrgica, Metalúrgica, de Material Elétrico, de Comunicações, de
Transporte, de Produtos Alimentares e de Bebidas
 Indústria de Extração de Minerais e de Transformação de Produtos de Minerais
Não Metálicos
 Indústria da Madeira, do Mobiliário e de Papel e Papelão
 Indústria Química e da Borracha
 Indústria da Construção Civil
 Indústria Têxtil e do Vestuário, Calçados e Artefatos de Tecidos
SETOR TERCIÁRIO – Representado pelos serviços, como transportes, comércio e bancos,
hospitais, escolas, embaixadas, etc.
Estruturas de Mercado
A oferta e a demanda interagem de modo a apresentar resultados distintos em cada
mercado. As Estruturas de mercado são modelos que captam aspectos inerentes de como
os mercados estão organizados
As Estruturas Básicas de Mercado estão divididas da seguinte forma:
Monopólio
Estruturas Clássicas Básicas
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Concorrência Perfeita
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
Concorrência Monopolista
Outras Estruturas Clássicas
Oligopólio
Monopsônio e Oligopsônio
Monopólio Bilateral
Estruturas Clássicas Básicas
Monopólio
O proprietário de um microcomputador provavelmente estará usando uma versão do
Windows, o sistema operacional vendido pela Microsoft. Quando a Microsoft desenvolveu a
versão original do Windows, ela solicitou ao governo um copyright. O Copyright dá a
Microsoft o direito exclusivo de produzir e vender cópias do Windows. Se alguém desejar
uma cópia, não terá escolha, será “obrigado” a pagar em média US$ 100,00. Isto significa
que a Microsoft detém o MONOPÒLIO do mercado Windows. Podemos então afirmar que
um monopólio é um formador de preços.
Concorrência Perfeita:
Ao contrário do monopólio, na CONCORRÊNCIA PERFEITA existe um grande número de
compradores e vendedores, ou seja, este se refere ao preço que é dado para as empresas
e para os consumidores.
Como os produtos são homogêneos, isto significa que são perfeitamente
substituíveis entre si e, como conseqüência, podemos ter preços diferentes no mercado.
Existe completa informação e conhecimento sobre preço do produto; esta hipótese
também é conhecida como “transparência do mercado”.
Outra hipótese conhecida é a “Livre Modalidade” que permite que empresas menos
eficientes saiam do mercado e que nele ingressem empresas mais eficientes. Este processo
de saída de empresas menos eficientes, e a entrada de novas mais eficientes, empurra o
preço para baixo, até o ponto em que:
a) as empresas com estruturas de custos mais baixos permanecerão operando no setor; e
b) no equilíbrio a longo prazo, o custo médio será igual ao custo mínimo em todas as
empresas.
Outras estruturas Clássicas
Concorrência Monopolista
Embora apresente, como a concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que
existe um número elevado de empresas, a concorrência monopolista (também chamada
concorrência imperfeita) caracteriza-se pelo fato de que as empresas produzem produtos
diferenciados, embora substitutos próximos. Por exemplo, diferentes marcas de cigarro, de
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
sabonete, refrigerante etc. Trata-se, assim, de uma estrutura mais próxima da realidade que
a concorrência perfeita, onde se supõe um produto homogêneo, produzido por todas as
empresas.
Nesta estrutura, cada empresa tem certo poder de fixação de preços, ou seja, a
curva de demanda com qual se defronta é negativamente inclinada, embora bastante
elástica (veja estes conceitos em Microeconomia), pois a existência de substitutos próximos
permite aos consumidores alternativas para fugirem de aumentos de preços.
A diferenciação de produtos pode dar-se por características físicas (composição
química, potência etc.), pela embalagem, ou pelo esquema de promoção de vendas
(propaganda, atendimento, fornecimento de brindes, manutenção, etc.). Da mesma forma
que o modelo de concorrência perfeita, prevalece a suposição de que não existem barreiras
para a entrada de empresas, o que significa que, a longo prazo, haveria uma tendência para
a existência de lucros normais (receita total igual a custo total), não surgindo lucros
extraordinários.
Oligopólio
O Oligopólio é uma estrutura de mercado que, hoje, prevalece no mundo ocidental,
(inclusive no Brasil), como, por exemplo, na indústria do transporte aéreo, rodoviário,
química, siderúrgica, de certos tipos de serviço estatal. Esta estrutura de mercado
caracteriza-se pela existência de um reduzido número de produtores e vendedores,
produzindo produtos que são substituídos próximos entre si.
Em outras palavras, estes produtos têm alta elasticidade cruzada. Segundo a
substitutibilidade perfeita ou imperfeita dos produtos, o oligopólio pode ser perfeito ou
diferenciado.
A noção fundamental subjacente ao oligopólio é a da interdependência econômica.
Então, se todos os produtores são importantes, ou possuem uma faixa significativa do
mercado, as decisões sobre o preço e a produção de equilíbrio são interdependentes,
porque a decisão de um vendedor influi no comportamento dos outros vendedores.
Monopsônio e Oligopsônio
O monopsônio é caracterizado pela existência de muitos vendedores e um único
comprador. É uma estrutura que pode prevalecer especialmente no mercado de trabalho. É
o caso, por exemplo, da empresa que se instala em uma determinada cidade do interior e,
por ser única, torna-se demandante da mão de obra local. Portanto, ou os trabalhadores
empregam-se no monopsônio, ou precisa, trabalhar em outra localidade.
O oligopsônio é o mercado onde existem poucos compradores, que dominam o
mercado, para muitos vendedores.
Monopólio Bilateral
No monopólio bilateral defrontam-se um monopolista e um monopsonista.
Tipicamente, o monopolista pretende obter a mesma quantidade de produto por um preço
diferente daquele pretendido pelo monopolista.
Como ambas as posições são conflitantes, somente a negociação recíproca permite
a definição do preço . Inicialmente, concordam que a quantidade a ser transacionada será a
que ambos querem, respectivamente, comprar e vender e que o monopolista nada venderá
por um preço abaixo, digamos de $p, e o monopsonista não pagará nenhum preço acima de
$p .
Prof. Fabio Uchôas de Lima
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Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia
Entre os limites $p e $p , no qual o preço em princípio é indeterminado, monopolista
e monopsonista negociarão o preço final que dependerá do poder de barganha de cada um
dos oponentes: o monopsonista tentando pagar o preço mais baixo, por ser o único
comprador, e o monopolista querendo vender por um preço mais elevado. Tentando usar a
força de ser o único vendedor.
Referências Bibliográficas:
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Ed. Atlas – 1995, São Paulo – Brasil
NUSDEO, F. Curso de Economia: Introdução ao Direito Econômico
PINDICK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel. L. Microeconomia. 4ª ed. Makron Books, 1999.
São Paulo Brasil
ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia
SILVA, Fabio Gomes da & JORGE, Fauzi Timaco. Economia Aplicada à Administração. Ed.
Futura, São Paulo - 2001
TROSTER, Roberto L. & MOCHÓN, Francisco. Introdução à Economia. Makron Books,
1999. São Paulo – Brasil
Prof. Fabio Uchôas de Lima
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