Economia Caderno 1 Curso de Engenharia 10º semestre Introdução à Economia 2011 Prof Fabio Uchôas de Lima Este material foi produzido com o intuito de fornecer melhores subsídios aos alunos de diversos cursos que participam da Disciplina de Economia, tomando como base informações contidas em diversos livros, periódicos e sites da Internet, preferencialmente àqueles indicados no programa do curso, bem como reúne várias pesquisas e conhecimentos adquiridos ao longo da vida acadêmica. Particularmente, desejo esclarecer que este material não possui nenhum vínculo com as Instituições de Ensino onde atuo, nem nenhuma forma de comércio autorizada. Peço apenas a gentileza de não fazer nenhum uso comercial ou inserção em livros, periódicos, ou quaisquer outras mídias sem minha expressa autorização, conforme a Lei 9.610/92. Quaisquer críticas ou sugestões são muito bem recebidas e podem ser enviadas para o e-mail: [email protected] Periodicamente faço uma revisão do material de modo à aprimorá-lo ainda mais, e agradeço as colaborações recebidas com muito carinho. “Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer." Albert Einstein Prof. Fabio Uchôas de Lima Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia ECONOMIA Embora a economia só tenha começado a se desenvolver como ciência no século XVIII, ela adquiriu tamanha importância no mundo contemporâneo que o conhecimento de seus conceitos fundamentais é imprescindível para a compreensão dos grandes problemas Sociais e Políticos de nosso tempo. A palavra economia (do grego oíkos, "casa", e nómos, "lei") quer dizer "Administração do Patrimônio". Atualmente, costuma-se empregar o termo "Ciência Econômica" para delimitar o campo de investigação dos economistas.. De fato, são muito diversas as definições já propostas para a economia. De modo geral, porém, pode-se afirmar que a economia é a ciência que trata da administração dos recursos que, sendo escassos, são também necessários ou desejados pelo homem, e, mais concretamente, do estudo das Trocas, Produção, Distribuição e Consumo da riqueza. Em que pese recorrer de maneira crescente e sistemática à matemática, a economia continua a ser, fundamentalmente, uma Ciência Social. Um fato econômico não passa de um aspecto particular de um fato social mais complexo e plural, com o qual se encontra em estreita inter-relação e dependência. Assim, a economia diz respeito a todas as ciências sociais - sociologia, política, história etc. - e, do mesmo modo, recebe delas numerosas contribuições teóricas. Só no século XVIII a economia se configurou como uma ciência diferenciada. Até então, eram quase exclusivamente os Filósofos e os Teólogos que se interessavam pelo tema, e, de maneira geral, apenas em seus aspectos éticos e religiosos. Aristóteles distinguiu a existência de duas "Crematísticas", ou modos de enriquecimento: uma natural ou moralmente justa, que se baseava na produção de bens e na qual era lícita a utilização de escravos; e outra não natural, na qual os lucros eram obtidos por meio do empréstimo de dinheiro a juros e dos negócios em geral. Na Idade Média, a filosofia escolástica retomou as idéias de Aristóteles e desenvolveu a teoria do preço justo para cada mercadoria, numa tentativa de por fim ao lucro não produtivo. Como conseqüência dos grandes descobrimentos geográficos e da aparição de fortes estados nacionais na Europa, os problemas políticos e econômicos começaram a vincularse estreitamente, e governos e soberanos se interessaram cada vez mais pelo comércio internacional como principal via para o enriquecimento de suas nações. Surgiram com isso as teorias mercantilistas, que, por meio do protecionismo econômico, pretendiam aumentar o poder da própria nação à custa das rivais. As medidas que os mercantilistas sugeriam a seus governos, e que puseram em prática em várias ocasiões, consistiam basicamente na proibição da exportação de matérias-primas e no incentivo à exportação de bens manufaturados. Prof. Fabio Uchôas de Lima -2- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia A Lei da Escassez Em economia, tudo se resume a uma restrição quase que física - a Lei da Escassez: “Produzir o máximo de bens e serviços a partir de recursos escassos disponíveis a cada sociedade”. Problemas Econômicos Básicos O problema econômico caracteriza-se pela existência de recursos limitados e necessidades ilimitadas. Nas bases de qualquer comunidade se encontra sempre o seguinte conjunto de problemas econômicos: A) O QUE E QUANTO PRODUZIR? Quais produtos deverão ser produzidos (carros, cigarros, café, vestuário) e em que quantidades deverão ser colocados à disposição dos consumidores. B) COMO PRODUZIR? Por quem serão produzidos os bens e serviços, com que recursos e de que maneira ou processo técnico. C) PARA QUEM PRODUZIR? Para quem se destinará a produção (fatalmente, para os que tem renda) Se houvessem recursos ilimitados e disponíveis, o problema econômico deixaria de existir. Todavia existem restrições de recursos e ilimitadas necessidades, fazendo com que devamos optar dentre os bens a serem produzidos e os processos técnicos capazes de transformar os recursos escassos em produção. As Necessidades O conceito de necessidade humana, isto é, a sensação de carência de algo unida ao desejo de satisfazê-la, é muito relativo, pois os desejos dos indivíduos não são fixos. (Lembre-se do ditado popular: “Quanto mais se tem, mais se quer”. Quando buscam satisfazer suas necessidades, as pessoas também fixam suas preferências. Assim, os primeiros bens desejados são os que satisfazem as necessidades básicas ou primárias, como alimentação, vestuário, saúde e habitação. Prof. Fabio Uchôas de Lima -3- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia Satisfeitas as necessidades primárias, os indivíduos passam a satisfazer outras mais refinadas, como o turismo, melhor qualidade de vida, a utilização de marcas, levando a um padrão ilimitado. Os Serviços O trabalho, quando não destinado à criação de bens, isto é, de objetos materiais, tal como o realizado por um agricultor ou um pedreiro, visa a produção de serviços. Assim, o trabalho de serviços pode estar relacionado com a distribuição de produtos, como o realizado por um vendedor ou um transportador; com atividades que satisfazem a necessidade cultural, como as realizadas por um professor, um escritor ou cantor; ou ainda, relacionadas a atividades diversas como aqueles oferecidos por bancos ou companhias de seguro. Definimos Serviços como aquelas atividades que, sem criar objetos materiais. Se destinam direta ou indiretamente a satisfazer necessidades humanas. Os Bens Bem é tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e necessidades dos seres humanos. Os bens podem ser classificados de várias formas: Segundo seu caráter Segundo sua natureza Segundo sua função Segundo seu consumo Livres: são limitados em quantidade ou muito abundantes e não são apropriáveis. Econômicos: são escassos em quantidade, dada sua procura, e apropriáveis. São o objeto de estudo da economia. De Capital: não atendem diretamente às necessidades De Consumo: destinam-se à satisfação direta de necessidades - Duráveis: permitem um uso prolongado (eletrodomésticos) - Não Duráveis: acabam com o tempo (alimentos) Intermediários: devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de consumo ou de capital (aço, cimento) Finais: já sofreram as transformações necessárias para seu uso ou consumo. Privados: são os produzidos e possuídos privadamente Públicos ou Coletivos: são aqueles cujo consumo é feito simultaneamente por vários sujeitos, como por exemplo, um parque público Prof. Fabio Uchôas de Lima -4- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia A soma total de bens e serviços finais gerados em um período denomina-se Produto Total. Os bens econômicos caracterizam-se pela utilidade, escassez e por serem transferíveis. Os bens livres – como, por exemplo, o ar – são aqueles cuja quantidade é suficiente para satisfazer a todo o mundo. Recursos ou Fatores de Produção Para a satisfação das necessidades humanas é necessário produzir bens e serviços. Para isso, exige-se o emprego de recursos produtivos e de bens elaborados. Os Recursos são os fatores ou elementos básicos utilizados na produção de bens e serviços. São denominados Fatores de Produção. Fatores de Produção 1. 2. 3. 4. 5. Capital Recursos naturais, ou simplesmente terra Força de trabalho Tecnologia Capacidade empresarial Capital Todo bem destinado à produção de outro bem. Ex.: infra-estrutura produtiva (edifícios); máquinas; ferramentas; salário e pagamentos. Classificam-se em: Capital técnico: conjunto de bens materiais utilizados no processo da produção. Capital jurídico: indica a relação com os seus titulares de direito (capital público e privado) Capital contábil: capital de giro, capital de empréstimo, capital de participação, capital nacional e capital estrangeiro. Recursos Naturais Também chamado de fator terra, compreendem a base de um sistema sobre o qual se assentará o capital técnico. É usado no sentido amplo, indicando não só a terra cultivável e urbana, mas também os recursos naturais que contém como, por exemplo, os minerais. Prof. Fabio Uchôas de Lima -5- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia Divide-se em: Recursos naturais renováveis: vegetais e animais Recursos naturais irrenováveis: riquezas minerais e o solo A Força do Trabalho Refere-se as faculdades físicas e mentais que intervêm no processo produtivo. Ele é o fator de produção básico. A população é o conjunto de seres humanos que vivem em uma área determinada O fator produtivo trabalho é a parte da população que desenvolve as tarefas produtivas. População Ativa: Empregados: a que intervém no - Empregados tradicionais: tem um trabalho processo produtivo remunerado ainda que estejam afastados por doença - Empregados Ativos Marginais: fazem trabalhos periódicos Desempregados: - Reúnem as condições de idade e capacidade física e mental para trabalhar, mas não trabalham. População População Inativa: a que somente consome - Aposentados Estudantes Donas de casa Pessoas que não trabalham, e não procuram emprego Incapacitados para trabalhar Tecnologia É a aplicação dos conhecimentos científicos à produção em geral. Prof. Fabio Uchôas de Lima -6- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia A tecnologia complementa o trabalho, na medida em que proporciona técnicas e máquinas para transformar matérias-primas em matérias básicas, aptas a outros processos ou bens de consumo. Capacidade Empresarial Apesar da divergência entre autores, dois indivíduos com a mesma formação cultural e social obtém resultados econômicos diferentes. Esse talento, nem sempre nato, pode ser desenvolvido, de modo a obter vantagens competitivas no mercado globalizado. Para alguns autores, o conhecimento e a capacidade empresarial representam o Capital Intelectual. Os Bens de Capital Enquanto os bens de consumo se orientam para a satisfação direta das necessidades humanas, os bens de capital ou bens de investimento, não estão concebidos para satisfazer diretamente as necessidades humanas, mas para serem utilizados na produção de outros bens. Em economia, o termo “capital” significa capital físico, isto é, máquinas, edifícios, etc. Não é capital financeiro. Uma carteira de ações não constitui um recurso produtor de bens e serviços. Da mesma forma, ao falarmos de investimento em economia falamos de investimento real, ou seja, da acumulação de máquinas e edifícios e não da compra de bens financeiros. Tipos de Bens de Capital Capital Físico ou Real Representam as máquinas, edifícios, matérias-primas e estoque de produtos acabados. Está subdividido em: Capital Fixo: consiste em todo tipo de instrumentos empregados na produção, como edifícios e maquinaria. Dura por vários ciclos de produção. Capital Circulante: consiste nos bens em processo de preparação para o consumo, basicamente matérias-primas e estoques. Capital Humano Representa a educação, a formação profissional e a experiência. Em geral, tudo o que eleva a capacidade produtiva dos serem humanos. Capital Financeiro São os fundos disponíveis para a compra de capital físico ou ativos financeiros. Prof. Fabio Uchôas de Lima -7- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia O Funcionamento da Demanda A Demanda ou Procura consiste em estabelecer a relação entre as quantidades de um bem ou serviço que os compradores estariam dispostos e seriam capazes de adquirir a diferentes preços. Entende-se que o consumidor irá adquirir um volume maior de bens ou serviços quanto menor forem seus preços. Curva de Demanda R$ 45,00 R$ 40,00 R$ 35,00 R$ 30,00 R$ 25,00 R$ 20,00 R$ 15,00 R$ 10,00 R$ 5,00 R$ 0,00 10 20 30 40 50 A demanda compreende a relação inversa entre preço e quantidade, ou seja, a preços maiores corresponderão menores quantidades adquiridas. Vários fatores influenciam mudanças na curva de demanda como: - Aumento ou diminuição da renda dos consumidores Modificação no preço dos bens ou serviços Guerra ou Catástrofes Naturais Concorrência gerada pela oferta de outros bens Alteração nos preços de bens ou serviços relacionados Bens Relacionados: são aqueles que de alguma maneira podem complementar ou substituir os bens originais. Bens Complementares: São aqueles que influenciam no consumo direto de outros bens. Exemplos: a) Combustível e Automóvel b) Carne Bovina e Couro É de se supor que quanto mais alto o preço dos combustíveis, uma menor parcela da população consumidora poderá possuir automóveis, visto que os combustíveis são essenciais para o funcionamento dos automóveis. Prof. Fabio Uchôas de Lima -8- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia Bens Substituíveis: São aqueles que podem satisfazer as necessidades e desejos pretendidos por outros bens. Exemplos: a) Manteiga e Margarina b) Café e Chá c) Feijão e Lentilha d) Açúcar e Mel A Oferta Os conceitos abordados na análise do mecanismo de Demanda são válidos também para a Oferta. Em linhas gerais, a Oferta é a visão dos produtores, dos fabricantes, daqueles que apresentam seus serviços. Para que fique bem claro, imagine-se na posição de um produtor de bens ou serviços: você se sentirá mais motivado em ofertar uma maior quantidade de bens ou serviços quanto maior for o preço por eles alcançado, pressupondose um lucro maior. Dessa forma, teremos uma curva semelhante a esta: Curva de Oferta R$ 50,00 R$ 45,00 R$ 40,00 R$ 35,00 R$ 30,00 R$ 25,00 R$ 20,00 R$ 15,00 R$ 10,00 R$ 5,00 R$ 0,00 10 20 30 40 50 A Oferta e a Procura Conjugadas A análise conjunta das duas forças que orientam a Oferta e Demanda determinam uma intersecção onde os desejos e necessidades encontram um patamar de satisfação que também realiza as quantidades que os produtores querem vender. Noutras palavras, temos o Ponto de Equilíbrio, ou seja, um ponto onde as quantidades e preços, tanto de produtores quanto de consumidores, se satisfazem. Prof. Fabio Uchôas de Lima -9- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia Oferta e Demanda Conjugadas R$ 50,00 R$ 45,00 R$ 40,00 R$ 35,00 R$ 30,00 R$ 25,00 R$ 20,00 R$ 15,00 R$ 10,00 R$ 5,00 R$ 0,00 O Ponto de Equilíbrio Preço de Equilíbrio D Quantidade de Equilíbrio 10 20 30 40 50 Assim sendo, o Ponto de Equilíbrio determina tanto o Preço de Equilíbrio como a Quantidade de Equilíbrio desse mercado. Os Excessos de Oferta e Demanda Num mercado competitivo, haverão forças tanto de produtores quanto de consumidores, buscando novas opções para o Ponto de Equilíbrio. Lembre-se que no Ponto de Equilíbrio, os produtores estão estimulados a produzir ao mesmo tempo em que os consumidores estão dispostos a comprarem a mercadoria ou serviço. Se num dado momento os produtores apresentarem uma maior quantidade de bens a serem ofertados o mercado tenderá a regulá-los forçando uma queda de preço. Oferta e Demanda Conjugadas R$ 50,00 R$ 40,00 Excesso de Oferta R$ 30,00 R$ 20,00 R$ 10,00 R$ 0,00 Excesso de Procura 10 Prof. Fabio Uchôas de Lima 20 30 40 50 -10- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia Entre outros fatores que podem levar a um Excesso de Oferta, estão: - um aumento indesejado dos estoques dos produtores a concorrência entre os vendedores a própria percepção dos compradores Por outro lado, a escassez de produtos leva ao que chamamos de Excesso de Procura, forçando os preços para cima, e pela preocupação dos vendedores em se aproveitar dessa escassez sem o risco de queda no volume de vendas. Sistema de Preços Como a economia regula o preço das mercadorias? Para responder a essa pergunta é importante que conheçamos os vários fatores envolvidos no sistema de preços, como a noção de escassez, o regime econômico, o conceito de valor econômico, de utilidade, ou seja, conceitos de oferta e demanda. Preço: é a razão de troca de um bem ou serviço por outro qualquer. Daí concluímos que todo bem ou serviço considerado útil e escasso apresenta um valor. Mas como determinar o valor de um bem? Sob o enfoque da Oferta, o valor de um bem seria determinado pelo trabalho aplicado na sua obtenção. Sob o enfoque da Procura ou Demanda, o valor seria determinado pela escassez relativa do bem, pela sua utilidade ou pela preferência dos indivíduos. De qualquer maneira, compradores e vendedores por si só, não são capazes de determinar o preço de um bem ou serviço. Conceitos de Elasticidade de Preço. Com o que foi apresentado até agora, é possível deduzir que uma variação no preço de um bem será acompanhada de uma variação na quantidade demandada desse mesmo bem. Isso significa que a demanda é “sensível” a mudanças nos preços, de tal modo que para alguns produtos a quantidade pode variar muito e, para outros, pouco ou até mesmo não variar. Assim, entendemos que o conceito de elasticidade de preço de demanda tenta mensurar a variação de sensibilidade de preços de um bem ou serviço em relação a quantidade demandada desse mesmo bem ou serviço. A maneira de mensurar a elasticidade preço de demanda é dada pela seguinte fórmula: Prof. Fabio Uchôas de Lima -11- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia q ----------------------qo ED = --------------------------------------------------- p ------------------------po Noutras palavras, temos: % da variação na quantidade demandada ( q) ED = ----------------------------------------------------------------------% de variação no preço ( p) Com isso temos cinco possibilidades diferentes, que são: Demanda Elástica: >|1| $ D Qtd Quando o aumento da quantidade demandada é relativamente maior – mais do que proporcional - ao que a queda de preços. Demanda Inelástica: <|1| $ D Qtd Quando o aumento da quantidade demandada é relativamente menor do que a queda de preços. Prof. Fabio Uchôas de Lima -12- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia Demanda de Elasticidade Unitária: =|1| $ Qtd Quando a extensão da quantidade demandada é rigorosamente proporcional a queda de preços Demanda Perfeitamente Elástica: $ Qt Trata-se de uma situação extrema, em que a curva de demanda se posiciona paralelamente ao eixo horizontal, demostrando uma alta resposta de demanda a pequenas variações no preço. Demanda Plenamente Inelástica: zero $ Qtd Retrata outra situação extrema, com a curva de demanda posicionando-se perpendicularmente ao eixo horizontal, de tal forma que a resposta da demanda às variações no preço é praticamente nula. Prof. Fabio Uchôas de Lima -13- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia Sistema Econômico É a forma pela qual a sociedade se organiza, visando solucionar seus problemas de produção, circulação e distribuição de riqueza. Algumas sociedades podem adotar o livre mercado, para outras, estas questões serão determinadas pelo governo. Setores de Produção das Empresas SETOR PRIMÁRIO – São os recursos naturais como agricultura, a pesca, a pecuária e a silvicultura SETOR SECUNDÁRIO - São atividades industriais (de base, de transformação, consumo) que transformam matérias primas em bens finais ou intermediários. A seguir alguns exemplos: Indústrias Siderúrgica, Metalúrgica, de Material Elétrico, de Comunicações, de Transporte, de Produtos Alimentares e de Bebidas Indústria de Extração de Minerais e de Transformação de Produtos de Minerais Não Metálicos Indústria da Madeira, do Mobiliário e de Papel e Papelão Indústria Química e da Borracha Indústria da Construção Civil Indústria Têxtil e do Vestuário, Calçados e Artefatos de Tecidos SETOR TERCIÁRIO – Representado pelos serviços, como transportes, comércio e bancos, hospitais, escolas, embaixadas, etc. Estruturas de Mercado A oferta e a demanda interagem de modo a apresentar resultados distintos em cada mercado. As Estruturas de mercado são modelos que captam aspectos inerentes de como os mercados estão organizados As Estruturas Básicas de Mercado estão divididas da seguinte forma: Monopólio Estruturas Clássicas Básicas Concorrência Perfeita Concorrência Monopolista Estruturas Básicas Outras Estruturas Clássicas Oligopólio Monopsônio e Oligopsônio Monopólio Bilateral Prof. Fabio Uchôas de Lima -14- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia Estruturas Clássicas Básicas Monopólio: O proprietário de um microcomputador provavelmente estará usando uma versão do Windows, o sistema operacional vendido pela Microsoft . Quando a Microsoft desenvolveu a versão original do Windows, ela solicitou ao governo um copyright . O Copyright dá a Microsoft o direito exclusivo de produzir e vender cópias do Windows. Se alguém desejar uma cópia, não terá escolha, será “obrigado” a pagar em média US$ 100,00. Isto significa que a Microsoft detém o MONOPÒLIO do mercado Windows. Podemos então afirmar que um monopólio é um formador de preços. Concorrência Perfeita: Ao contrário do monopólio, na CONCORRÊNCIA PERFEITA existe um grande número de compradores e vendedores, ou seja, este se refere ao preço que é dado para as empresas e para os consumidores. Como os produtos são homogêneos, isto significa que são perfeitamente substituíveis entre si e, como conseqüência, podemos ter preços diferentes no mercado. Existe completa informação e conhecimento sobre preço do produto; esta hipótese também é conhecida como “transparência do mercado”. Outra hipótese conhecida é a “Livre Modalidade” que permite que empresas menos eficientes saiam do mercado e que nele ingressem empresas mais eficientes. Este processo de saída de empresas menos eficientes, e a entrada de novas mais eficientes, empurra o preço para baixo, até o ponto em que: a) as empresas com estruturas de custos mais baixos permanecerão operando no setor; e b) no equilíbrio a longo prazo, o custo médio será igual ao custo mínimo em todas as empresas. Outras estruturas Clássicas Concorrência Monopolista Embora apresente, como a concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que existe um número elevado de empresas, a concorrência monopolista (também chamada concorrência imperfeita) caracteriza-se pelo fato de que as empresas produzem produtos diferenciados, embora substitutos próximos. Por exemplo, diferentes marcas de cigarro, de sabonete, refrigerante etc. Trata-se, assim, de uma estrutura mais próxima da realidade que a concorrência perfeita, onde se supõe um produto homogêneo, produzido por todas as empresas. Nesta estrutura, cada empresa tem certo poder de fixação de preços, ou seja, a curva de demanda com qual se defronta é negativamente inclinada, embora bastante elástica (veja estes conceitos em Microeconomia), pois a existência de substitutos próximos permite aos consumidores alternativas para fugirem de aumentos de preços. A diferenciação de produtos pode dar-se por características físicas (composição química, potência etc.), pela embalagem, ou pelo esquema de promoção de vendas (propaganda, atendimento, fornecimento de brindes, manutenção, etc.). Da mesma forma que o modelo de concorrência perfeita, prevalece a suposição de que não existem barreiras para a entrada de empresas, o que significa que, a longo prazo, haveria uma tendência para Prof. Fabio Uchôas de Lima -15- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia a existência de lucros normais (receita total igual a custo total), não surgindo lucros extraordinários. Oligopólio O Oligopólio é uma estrutura de mercado que, hoje, prevalece no mundo ocidental, (inclusive no Brasil), como, por exemplo, na indústria do transporte aéreo, rodoviário, química, siderúrgica, de certos tipos de serviço estatal. Esta estrutura de mercado caracteriza-se pela existência de um reduzido número de produtores e vendedores, produzindo produtos que são substituídos próximos entre si. Em outras palavras, estes produtos têm alta elasticidade cruzada. Segundo a substitutibilidade perfeita ou imperfeita dos produtos, o oligopólio pode ser perfeito ou diferenciado. A noção fundamental subjacente ao oligopólio é a da interdependência econômica. Então, se todos os produtores são importantes, ou possuem uma faixa significativa do mercado, as decisões sobre o preço e a produção de equilíbrio são interdependentes, porque a decisão de um vendedor influi no comportamento dos outros vendedores. Monopsônio e Oligopsônio O monopsônio é caracterizado pela existência de muitos vendedores e um único comprador. É uma estrutura que pode prevalecer especialmente no mercado de trabalho. É o caso, por exemplo, da empresa que se instala em uma determinada cidade do interior e, por ser única, torna-se demandante da mão de obra local. Portanto, ou os trabalhadores empregam-se no monopsônio, ou precisa, trabalhar em outra localidade. O oligopsônio é o mercado onde existem poucos compradores, que dominam o mercado, para muitos vendedores. Monopólio Bilateral No monopólio bilateral defrontam-se um monopolista e um monopsonista. Tipicamente, o monopolista pretende obter a mesma quantidade de produto por um preço diferente daquele pretendido pelo monopolista. Como ambas as posições são conflitantes, somente a negociação recíproca permite a definição do preço . Inicialmente, concordam que a quantidade a ser transacionada será a que ambos querem, respectivamente, comprar e vender e que o monopolista nada venderá por um preço abaixo, digamos de $p, e o monopsonista não pagará nenhum preço acima de $p. Entre os limites $p e $p, no qual o preço em princípio é indeterminado, monopolista e monopsonista negociarão o preço final que dependerá do poder de barganha de cada um dos oponentes: o monopsonista tentando pagar o preço mais baixo, por ser o único comprador, e o monopolista querendo vender por um preço mais elevado. Tentando usar a força de ser o único vendedor. Prof. Fabio Uchôas de Lima -16- Economia - Caderno 1 – Introdução à Economia Referências Bibliográficas: JORGE, Fauzi Tímaco & MOREIRA, José O de Campos – Economia: Notas Introdutórias – Ed. Atlas – 1995, São Paulo – Brasil NUSDEO, F. Curso de Economia: Introdução ao Direito Econômico PINDICK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel. L. Microeconomia. 4ª ed. Makron Books, 1999. São Paulo Brasil ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia SILVA, Fabio Gomes da & JORGE, Fauzi Timaco. Economia Aplicada à Administração. Ed. Futura, São Paulo - 2001 TROSTER, Roberto L. & MOCHÓN, Francisco. Introdução à Economia. Makron Books, 1999. São Paulo – Brasil Prof. Fabio Uchôas de Lima -17-