diversidade e papel funcional da macrofauna do solo na - Crea-PR

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DIVERSIDADE E PAPEL FUNCIONAL DA MACROFAUNA DO SOLO
NA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA
Edson Roberto Silveira, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Eng. Agrônomo,
Professor, Dr., [email protected]
Adelino Pelissari, Universidade Federal do Paraná, Eng. Agrônomo, Professor, Dr.,
[email protected]
Anibal de Moraes, Universidade Federal do Paraná, Eng. Agrônomo, Professor, Dr,
[email protected].
Jorge Jamhour, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Eng. Agrônomo, Professor,
Doutorando, [email protected].
DIVERSIDADE E PAPEL FUNCIONAL DA MACROFAUNA DO SOLO
NA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA
1. INTRODUÇÃO
A integração entre agricultura e pecuária prioriza um sistema de produção de grãos e carne
com qualidade, baseando-se nos princípios da sustentabilidade, utilização de recursos
naturais e de instrumentos adequados de monitoramento e controle dos procedimentos de
todo
o
processo,
tornando-o
tecnicamente
apropriado,
economicamente
viável,
ambientalmente correto e socialmente justo. Com as modificações impostas por esse
sistema, a fauna e os micro-organismos do solo são afetados. Isto se deve, por exemplo, às
modificações nas propriedades e cobertura do solo e ao tráfego de animais e máquinas,
consequentemente por outras características como porosidade, circulação de água e de ar,
pela qualidade e quantidade da matéria orgânica. O sistema aparenta condições mais
favoráveis para os organismos do solo do que a agricultura convencional, trazendo
provavelmente um aumento nesta biodiversidade. A evolução recente dos princípios de
sustentabilidade, que valorizam os recursos naturais e o impacto ambiental das práticas
agrícolas, determinou mudanças nas estratégias convencionais de manejo de pragas. O
conhecimento da diversidade e a população de artrópodos das espécies de maior
importância são básicos para o manejo, pois algumas espécies podem causar danos, porém
organismos úteis na decomposição de material orgânico, na abertura de galerias e no
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controle biológico natural de pragas, desenvolvem-se e contribuem significativamente para a
reciclagem de nutrientes e o equilíbrio de populações de insetos. A macrofauna do solo
inclui os organismos como as minhocas, insetos, miriápodes e aracnídeos e seus benefícios
resultam, principalmente, da movimentação mecânica do solo, aumentando a aeração e a
redistribuição dos nutrientes, além de incrementar o teor de matéria orgânica no perfil do
solo. Diversos trabalhos de pesquisa têm sido feito no agroecossistema da integração
lavoura-pecuária, retratando principalmente a influência da adubação nitrogenada
(ASSMANN, 2002), características químicas (LUSTOSA, 1998) e físicas do solo (SPERA et
al., 2004), pastagens (MARTINICHEM, 2006) e o rendimento das lavouras de milho
(ASSMANN, 2001), feijão (BONA FILHO, 2002), soja (VIEIRA, 2004) e trigo (BORTOLINI,
2004), contemplando muito pouco os componentes biológicos, como as pragas, doenças e
plantas daninhas, com escassas referências sobre o que acontece com a população de
artrópodos influenciados pela sucessão pastagem-lavoura (SILVEIRA, 2007), como os
insetos, quer sejam favoráveis ou prejudiciais, como agentes mantenedores do sistema ou
como fator problemático. Livros publicados recentemente retratam a tecnologia da
integração lavoura-pecuária (KLUTHCOUSKI et al., 2003; MELLO & ASSMANN, 2002;
ZAMBOLIM et al., 2004), mas carecem na falta de informações sobre a parte biológica,
havendo pouca literatura disponível sobre o assunto. Alguns autores citam como um dos
benefícios advindos da adoção do sistema integração lavoura-pecuária a redução de
problemas com insetos-praga. Entretanto essas afirmações, na maioria das vezes não têm
embasamento em dados de pesquisa (PICANÇO et al., 2004)
Escassas são as referências a respeito do manejo de insetos num sistema de integração
lavoura-pecuária, em uma área onde há pouca informação disponível em pesquisa
propriamente dita, além de hipóteses e observações. O presente trabalho reúne informações
levantadas na literatura e obtidas com a experiência acumulada pelos autores sobre a
dinâmica da macrofauna do solo em sistema de integração lavoura pecuária.
2. A INTEGRAÇÃO LAVOURA – PECUÁRIA
As propriedades agrícolas necessitam de alternativas de rotação que possam intensificar o
uso da terra, aumentar a sustentabilidade dos sistemas de produção e melhorar a renda e
que, segundo Moraes et al. (2002), pode ser obtida pela integração de cultivos anuais com
pastagens. A integração lavoura-pecuária é uma forma de manejo que busque ter a
propriedade voltada para a produção de grãos e carne simultaneamente e de forma
programada, em que uma atividade beneficia a outra e ambas beneficiam o solo e o
proprietário (BROCH et al., 2000). Dessa forma, a área estará sempre produzindo grãos e
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carne ou leite inclusive. A inclusão de forrageiras sob pastejo dentro de um sistema agrícola
proporciona uma série de benefícios que, de acordo com Humphreys (1997) e Mckenzie et
al. (1999), ambos citados por Bona Filho (2002) se traduzem pela manutenção das
propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, uso mais eficiente dos recursos
ambientais, racionalização na aplicação de adubos e defensivos, melhor controle de erosão,
de poluição, de plantas daninhas, pragas e doenças, maior produtividade de grãos e animal
por unidade de área e maior rentabilidade e estabilidade para a propriedade. Trata-se,
portanto de um sistema multi-cultivo envolvendo pastagens e animais com culturas de grãos
na mesma área, permitindo melhor utilização do solo e dos fatores ambientais de produção
(FRANCIS, 1989), minimização dos riscos, dada pela diversificação da produção, e aumento
da renda na propriedade rural (BONA FILHO, 2002). A exploração de áreas de inverno para
a produção de carne ou leite pode aumentar a renda líquida da propriedade otimizando,
desta forma, os custos de implantação de lavouras (ASSMANN, 2001). A integração
lavoura-pecuária está sendo utilizada em várias regiões do país, mas numa adesão aquém
do esperado. Isso se deve ao fato de a maioria dos pecuaristas praticarem uma pecuária
extensiva, extrativista e de baixo investimento, e do receio dos agricultores em utilizar
animais em pisoteio em suas nobres áreas de lavoura. Os resultados das pesquisas,
contudo, demonstram não haver evidências de que o pisoteio tenha interferido
negativamente nos atributos físicos (CARVALHO et al., 2003), exceto por um ligeiro
aumento na densidade do solo na camada superficial do sistema lavoura-pecuária (SPERA
et al., 2004). A integração lavoura - pecuária apresenta uma grande complexidade,
envolvendo a relação solo-planta-animal (BONA FILHO, 2002), mas aparece como uma das
estratégias mais promissoras para desenvolver sistemas de produção menos intensivo no
uso de insumos, e por sua vez mais sustentáveis no tempo.
3. OS INSETOS E A ADUBAÇÃO NITROGENADA
A condição básica para o crescimento, desenvolvimento e reprodução dos insetos são os
nutrientes essenciais (aminoácidos, vitaminas e sais minerais) e os não essenciais
(carboidratos, lipídeos e esteróis), os quais devem ser adequadamente balanceados,
especialmente na relação proteínas (aminoácidos): carboidratos (PARRA, 1991). A
proliferação e a intensidade do ataque de pragas estão relacionadas com o estado
nutricional das plantas. Segundo Darolt (2003), a suscetibilidade da planta as pragas pode
uma questão de nutrição ou de intoxicação. A planta fica suscetível ao ataque de pragas
quando tiver na sua seiva, exatamente o alimento que precisam, ou seja, principalmente
aminoácidos e açúcares solúveis. Uma planta bem alimentada e saudável apresenta uma
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composição equilibrada, formando uma estrutura compacta, que dificilmente será atacada
por pragas e doenças. Para melhor entender a resposta de insetos quanto à adição de
nitrogênio em pastagens, Haddad et al. (2000) avaliaram a diversidade e abundância de
insetos em uma área mantida por 14 anos com gradientes de adição de nitrogênio. O estudo
demonstra que o uso deste elemento em grandes quantidades por um longo período afeta
tanto a comunidade de plantas quanto a de insetos presentes. Assim como o uso excessivo
de nitrogênio por longo tempo em pastagens reduz a riqueza das espécies e aumenta a
biomassa das plantas, foi evidenciado também o aumento na abundância de insetos, mas
com a redução da riqueza de espécies de insetos. A diversidade de espécies de insetos,
como as espécies herbívoras e predadoras foram negativamente relacionadas com a
quantidade de adição de nitrogênio. Já a quantidade de insetos presentes, principalmente os
herbívoros e detritívoros foram positivamente relacionadas com a taxa de adição de
nitrogênio. Haddad et al. (2000) conclui ainda que como resposta à interação entre predador
e presa, poderemos também ter aumento das espécies de insetos predadores. Tem-se
verificado que um dos grandes benefícios advindos da integração agricultura-pecuária é o
aumento do teor de nutrientes nos solos. Até o momento não há estudos abordando a
influência dos teores de nutrientes nos solos sobre insetos-praga onde se executa a
integração agricultura-pecuária (PICANÇO et al., 2004), mas de modo geral, tem-se
verificado que, com o aumento do teor de nutrientes nas plantas, aumentam as populações
de insetos-praga nas plantas. Contudo, também com o aumento do teor de nutrientes nas
plantas, estas toleram maiores intensidades de ataque de insetos-praga, os quais, mesmo
presentes em maiores densidades, não causam danos econômicos às culturas (BASTOS et
al., 2003). Também promove, de forma especial, a macrofauna benéfica, cuja atividade
modifica as propriedades físicas, químicas e biológicas edáficas, favorecendo a fertilidade
do solo e o crescimento das plantas (BROWN et al., 2003).
4. A MACROFAUNA DO SOLO
O solo é um recurso crítico não renovável, cuja condição é vital para a produção de
alimentos e também para o balanço global e funcionamento dos ecossistemas. É um
sistema no qual a maioria de suas propriedades físicas e químicas e os processos que
ocorrem são mediados pelos organismos que o habitam (DORAN et al., 1996). Os diversos
organismos estão organizados em várias e intricadas comunidades que coletivamente
contribuem com um amplo raio de serviços essenciais para o funcionamento sustentável dos
ecossistemas: intervém no ciclo de nutrientes, regulam a dinâmica da matéria orgânica e
atuam sobre o regime da água e estrutura física do solo. Em consequência melhoram a
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eficiência na absorção de nutrientes por parte das plantas e seu estado sanitário
(ANDERSON, 1994; PANKHURST, 1997). A cadeia trófica do solo está organizada em
diferentes níveis de acordo com o tamanho dos indivíduos e se baseia fundamentalmente
nas relações entre os micro-organismos e os invertebrados. A microflora (bactérias, fungos
e algas) ocupa o primeiro nível e é o principal agente da atividade bioquímica; está
envolvida diretamente em todos os processos biológicos e afeta os processos físicos e
químicos. De sua parte a fauna intervém nos processos edáficos de duas maneiras,
diretamente pela modificação física dos resíduos e do solo propriamente dito e
indiretamente por meio das interações com a comunidade microbiana (GONZALEZ et al.,
2001). A fauna do solo compreende uma grande variedade de organismos com tamanhos e
estratégias adaptativas muito diferentes, especialmente quanto à mobilidade e modo de
alimentação, o que determina a maneira que pode influir nos processos do solo (LINDEN et
al., 1994). Centenas de espécies de insetos e ácaros podem ser encontradas vivendo e se
reproduzindo nas pastagens e lavouras, porém poucas são as que provocam danos
econômicos, sendo a maioria benéfica para a estabilidade do agroecossistema. As
atividades humanas por meio das tecnologias aplicadas e de distintas práticas de manejo
exercem importantes efeitos sobre a biota do solo, o que afeta a composição das
comunidades e seu nível de atividade (LAVELLE, 2002). Ao nível local, a composição e
distribuição das comunidades são afetadas por fatores tais como a disponibilidade de
recursos, as condições microclimáticas, a fertilidade e a estrutura do solo (CORREIA, 2002).
A macrofauna do solo constituem um grupo que está integrado pelos animais que tem
comprimento do corpo superior a 2 mm (LINDEN et al., 1994) e que pertencem a distintos
filos: Arthropoda (Classes Arachnida, Insecta, Crustácea e Myriapoda), Annelida, Nematoda
e Mollusca. Operam em escalas de tempo e espaço mais amplas que os indivíduos
menores. A maioria se caracteriza por ter ciclo biológico longo (até um ano ou mais), baixa
taxa reprodutiva, movimentos lentos e pouca capacidade de dispersão (GASSEN &
GASSEN, 1996). Por meio de suas atividades físicas e metabólicas participam em muitos
processos. Como resultado da diversidade destes organismos e intensidade de suas
atividades, ao fragmentar as partículas, produzir pelotas fecais e estimular a atividade
microbiana, intervém no ciclo da matéria orgânica e de nutrientes, modificam a aeração e
infiltração de água (CURRY, 1987; LINDEN et al., 1994). Para facilitar a complexidade da
cadeia trófica do solo, têm sido propostas distintas classificações de grupos funcionais. Uma
delas, quem sabe a mais útil, é a que divide a macrofauna do solo de acordo com o
comportamento alimentício em herbívoros, detritívoros e predadores (BROWN et al., 2001).
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Os herbívoros (fitófagos) se alimentam das partes vivas das plantas, os predadores de
animais vivos e os detritívoros ou saprófagos se alimentam da matéria orgânica não viva de
origem animal e vegetal (MOORE et al., 2004). As interações bióticas entre estes grupos
funcionais são de grande complexidade (PRICE, 1988), como consequência da herbivoria
realizada pelos invertebrados são afetados a quantidade e qualidade dos indivíduos
predadores e detritívoros (WARDLE & BARDGETT, 2004).
4.1 Herbívoros ou Fitófagos
Os herbívoros que habitam o solo em sua maioria são insetos e as ordens mais importantes
são Coleoptera, Hymenoptera e Orthoptera (MASTERS, 2004). As espécies fitófagas da
Ordem Coleóptera pertencem as Famílias Elateridae, Melolonthidae, Curculionidae e
Chrysomelidae. Adultos e larvas são componentes das comunidades. Uma quantidade de
indivíduos vive na superfície e com vegetação baixa, enquanto outros vivem em escavações
no solo durante todo ou parte de seu ciclo de vida (CURRY, 1987). A abundância destes
insetos é muito variável de um ambiente a outro e de um ciclo anual ao seguinte, o que
dificulta uma análise qualitativa. Na Ordem Hymenoptera a Família Formicidae são
consideradas os herbívoros mais importantes da América do Sul. A Família Gryllidae da
Ordem Orthoptera tem alimentação onívora e são habitantes de vegetação rasteira. Estão
presentes em gramíneas e leguminosas forrageiras e em áreas de semeadura direta
(GASSEN & GASSEN, 1996).
4.2 Predadores
Este grupo funcional está integrado por indivíduos pertencentes às Classes Arachnida e
Insecta principalmente das ordens Coleóptera, Hemíptera, Neuroptera e Hymenoptera. Os
integrantes da Ordem Araneae podem representar a metade dos predadores de um
agroecossistema. São tão eficientes que afetam a população de organismos considerados
pragas (RYPSTRA et al., 1999). Dentro da ordem Coleóptera os predadores são integrantes
principalmente das Famílias Carabidae e Staphylinidae (CURRY, 1987). A Família Nabidae
e alguns indivíduos das famílias Pentatomidae e Reduvidae representam a Ordem
Hemíptera, enquanto na Ordem Hymenoptera, as Famílias Formicidae e Vespidae são
predadoras generalistas (BENTANCOURT & SCATONI, 2001). Os grupos das aranhas,
carabídeos, formigas e estafilinídeos são artrópodos predadores encontrados no solo de
culturas agrícolas importantes para o controle de pragas. Torna-se necessário conhecer a
resposta deles às diferentes práticas de manejo das culturas, para determinar opções
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visando aumentar a densidade desses predadores nos sistemas de produção agrícola
(STINNER & HOUSE, 1990). As aranhas estão entre os predadores mais numerosos e um
importante fator de mortalidade de insetos pragas de lavouras (LILJESTHROM et al., 2002).
A presença de várias espécies pertencentes a diferentes grupos sugere um importante
efeito limitador das aranhas sobre as populações de insetos, assim como a importância das
áreas naturais em técnicas de controle biológico além do potencial de capturar um número
maior de presas do que consomem.
4.3. Saprófagos ou Detritívoros
A este grupo pertencem um amplo raio de grupos taxonômicos, os mais importantes são
Oligochaeta, Diplopoda, Isopoda e insetos pertencentes às ordens Coleoptera, Díptera e
Isoptera (WARDLE, 1995). Em sua maioria são onívoros não seletivos. Em geral esses
organismos que se alimentam de resíduos tem pouca capacidade para produzir mudanças
químicas nos resíduos, o maior efeito é a mudança física através da diminuição do tamanho
da partícula. Nas pelotas fecais se desenvolve importante atividade microbiana que é a que
produz as transformações químicas (LAVELLE, 2002). As famílias de Tenebrionidae e
Dermestidae da Ordem Coleóptera se alimentam de material em decomposição, enquanto
que a dieta das subfamílias Scarabeinae e Aphodiinae da Família Scarabeidae são
excrementos de vertebrados (CURRY, 1987). O interesse de pesquisadores e pecuaristas
pelos besouros coprófagos foi estimulado a partir de 1960, com a observação de que 30
milhões de toneladas de excrementos de bovinos acumulavam-se anualmente na superfície
das pastagens australianas, conforme descreve Rodrigues (1989). Para este autor a ação
dos besouros coprófagos é extremamente benéfica: ao incorporarem massas fecais, liberam
área para desenvolvimento de pastagem, e são excelentes agentes de controle biológico de
dípteros e nematoides de importância veterinária. Efeitos benéficos indiretos incluem uma
melhora na fertilidade, estrutura e aeração do solo, além da melhora da permeabilidade
deste à água.
5. PRÁTICAS DE MANEJO
A semeadura direta, como resultado da falta de movimentação e da presença de palhada na
superfície, modifica fundamentalmente o ambiente na parte mais superficial do perfil do solo.
O conteúdo de matéria orgânica aumenta, melhora a estrutura do solo e a capacidade de
armazenar água são maiores, além de que as variações de temperatura do solo diminuem
(BROWN et al., 2001). Essa técnica também promove, de forma especial, a macrofauna
benéfica, cuja atividade modifica as propriedades físicas, químicas e biológicas edáficas,
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promovendo a fertilidade do solo e o crescimento das plantas (BROWN et al., 2003). Os
resíduos na superfície beneficiam os invertebrados de vários modos: são fontes de alimento,
fornecem habitat e contribuem para estabilizar o microclima do solo (FAO, 2002). Acreditase que este ambiente também favorece aos organismos do solo, aos predadores e aos
indivíduos saprófagos (BENITO & PASINI, 2002; BROWN et al., 2001, 2002; GASSEN &
GASSEN, 1996). GASSEN (2001) cita que a abundância de palha na superfície do solo
desenvolve ambiente favorável a diversidade de espécies, que resultam numa tendência de
equilíbrio natural das populações. Os inimigos naturais das pragas encontram ali ambiente
favorável para reprodução e sobrevivência e o controle biológico natural assume maior
importância. Com respeito aos herbívoros, o comportamento é variável, alguns encontram
um ambiente mais favorável que permite que se desenvolvam populações importantes
enquanto outros são indiferentes às alterações provocadas por esta tecnologia (BROWN et
al., 2002; STINNER & HOUSE, 1990). O efeito da vegetação deve ser analisado de duas
maneiras, em função da variação espacial e temporal. O tipo, a riqueza de espécies
vegetais e seu manejo têm efeito sobre a macrofauna do solo (ALTIERI, 1999), porque
determina os recursos disponíveis e afetam a interação entre os herbívoros, seus
predadores e os detritívoros (MOORE et al., 2004; SIEMANN, 1998). A continuidade
espacial de um grande número de plantas de uma mesma espécie faz com que os
herbívoros encontrem os recursos concentrados e haja uma mínima exposição a fatores
adversos. Pelo contrário, os inimigos naturais colonizam em forma lenta e são menos
abundantes porque os ambientes simplificados não proporcionam fontes alternativas
adequadas de alimentação, refúgio e reprodução (ROOT, 1973). Em sistemas de cultivos
anuais intensivos há uma redução na complexidade e estabilidade da comunidade biológica
do solo (CURRY, 1987). A fauna original desaparece, as comunidades são menos
abundantes e diversas, as populações de predadores diminuem e aumenta a possibilidade
de desenvolver populações importantes de pragas. Isto tem sido reportado para uma grande
variedade de cultivo, como arroz, milho e soja (LEE, 1985). O pastoreio é uma prática que
afeta a macrofauna do solo. Os efeitos são causados por meio do corte da vegetação, do
pisoteio e pela presença de fezes (MORRIS, 2000). De acordo com a altura de corte da
vegetação se modificam o refúgio disponível, a disponibilidade de alimentos e as condições
microclimáticas de temperatura e umidade. Em geral um incremento na intensidade de
pastoreio é acompanhado por uma diminuição da diversidade da fauna que habita o solo,
como consequência da simplificação da vegetação e da redução de massa verde e resíduos
(CURRY, 1987; MORRIS, 2000). Com aumento de carga animal, os saprófagos passam a
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ser mais abundantes, provavelmente devido ao aumento na quantidade de excrementos
(DECAENS et al., 2001). Zerbino & Moron (2003) avaliando diferentes sistemas de cultivo e
rotação, verificaram que a composição da comunidade da macrofauna do solo foi diferente,
que nos sistemas de rotação lavoura-pecuária onde se registraram os maiores valores de
espécies e abundância populacional. Quando o sistema de rotação lavoura-pecuária se
encontrava na fase agrícola, a abundância total se reduz, tendendo a valores próximos as
áreas de agricultura contínua com fertilizantes. É importante considerar que nem todos os
artrópodos são pragas, pelo contrário, são em sua maioria benéficos, atuando como agentes
de controle biológico natural ou decompositores (MOORE et al., 1988). Os sistemas de
cultivo e o tipo de cobertura usada na entressafra são de grande importância na
manutenção do equilíbrio da teia alimentar das comunidades de artrópodos do solo e podem
ser usados como um instrumento para manter o equilíbrio entre a praga e seus inimigos
naturais (STINNER & HOUSE, 1990). O tipo de cobertura de inverno afeta a população de
inimigos naturais por servir de alimento para muitos organismos que auxiliam a manter a
população de predadores (ROBERTSON et al., 1994). Caixeta et al. (2005) pesquisou os
efeitos de diferentes manejos do solo e de tipos de cobertura plantadas no inverno, sobre a
população de artrópodos em solo sob cultivo com feijoeiro orgânico. Os tratamentos
testados pouco interferiram na riqueza da fauna artrópoda do solo, não sendo observado
efeito do tipo de cobertura na atividade de predadores (aranhas e carabideos) e de
coleópteros pragas. Realizando pesquisa com artrópodos nas culturas da soja e milho
cultivados após aveia submetida a diferentes níveis de pastejo e adubação nitrogenada,
Silveira (2007), concluiu que tanto a presença de animais pastejando na área durante o
inverno quanto à adubação nitrogenada não influenciou as populações de artrópodos pragas
ou predadores na cultura subsequente. Na agricultura a diversidade na população de
insetos está correlacionada com fatores como as práticas culturais e de manejo do solo, a
heterogeneidade do ambiente e a riqueza de espécies de plantas. O aumento de insetos
herbívoros favorece o aumento e diversidade de insetos predadores e parasitoides
(HADDAD et al., 2001). Integrar culturas apropriadas de cobertura com a conservação da
palhada tem inúmeros benefícios: combate a erosão do solo, aumenta níveis de matéria
orgânica, melhora drenagem do solo, melhora a retenção de nutrientes e redução de plantas
daninhas, e que resultam como abrigo para estabilização de inimigos naturais e na
restauração do controle natural de pragas das culturas (LEWIS et al., 1997). Outras medidas
preventivas incluem rotação de culturas, evitar monocultura em larga escala, permitir áreas
de escape sem plantio e áreas marginais como refúgio para os inimigos naturais, as quais
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contribuirão, com certeza, para prevenir ressurgência de pragas. Descreve Gassen (2001)
que no plantio direto têm-se condições propícias para o equilíbrio, pois a palha e o não
preparo do solo ocasionarão maior diversidade de insetos benéficos e outros organismos,
agentes naturais de controle. A ausência de revolvimento do solo e a presença da palhada,
por outro lado, propiciam o aparecimento de insetos de ciclo longo, como corós e tamanduá
da soja, além da presença de insetos provenientes da cultura anterior. Frequentemente, os
danos serão maiores nas fases iniciais das culturas e em culturas com população pequena
de plantas (FERNANDES, 2000).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de nitrogênio na cultura anterior, no caso a aveia não é motivo suficiente para
modificar a ocorrência e flutuação populacional de insetos pragas, predadores e saprófagos,
apesar de favorecer maior desenvolvimento de massa seca na aveia e a produção de milho.
Analisando a situação da integração lavoura-pecuária, a mesma pode ser considerada
benéfica, pois o pastejo favorece a população de predadores e reduz a população de
insetos pragas.
Embora os trabalhos apresentados não demonstrem efetivamente os benefícios ou não do
sistema de integração lavoura-pecuária sobre a população de artrópodes, não se descarta a
influência deste sistema na melhoria das condições de cultivo. Novos estudos contemplando
o acompanhamento por um período mais longo poderão corroborar as tendências de que
diferentes níveis de pastejo e quantidade de palhada, com o contínuo acúmulo de matéria
orgânica nas camadas superficiais do solo em diferentes estágios de decomposição,
promovam a conservação e aumento da fertilidade do solo ao longo dos anos, provocando
também alterações na população de artrópodes, beneficiando o equilíbrio natural das
populações de inimigos naturais e a consequente redução da população de insetos
indesejados.
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