Presença de AT/GC na cromatina de células de Triatoma infestans e

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56º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010
Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Presença de AT/GC na cromatina de células de
Triatoma infestans e Panstrongylus megistus
(Hemiptera, Reduviidae): estudo com microscopia de
fluorescência
Alvarenga, EM1; Mondin, M2; Rodrigues, VLCC3; Mello, MLS1
Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Departamento de Genética, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo (USP), Piracicaba, SP, Brasil
(3)
Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN), Mogi Guaçu, SP, Brasil
[email protected]
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Palavras-chave: Heterocromatina, Triatoma infestans, Panstrongylus megistus, DAPI, Cromomicina A3, Microscopia de fluorescência.
Introdução: Em hemípteros reduviídeos o DNA é especialmente rico em bases AT. Em núcleos de T. infestans e P.
megistus essa riqueza, demonstrável por ensaios citoquímicos clássicos, ocorre nos seus corpos heterocromáticos
(cromocentros). Nas áreas heterocromáticas de núcleos de T. infestans não foi constatada, por ensaios com
enzimas de restrição, presença significativa de citosinas metiladas ou não-metiladas, porém suspeita-se que estas
possam ocorrer em algumas áreas eucromáticas. A presença de AT e GC poderia ser determinada pela utilização
de corantes fluorescentes, como o 4’,6-diamidino-2-fenilindol (DAPI), com afinidade por AT, e a cromomicina A3
(CMA), com afinidade por GC. Objetivos: Esclarecer a presença e a localização de bases AT/GC no DNA de áreas
heterocromáticas e eucromáticas de núcleos de T. infestans e P. megistus com fluoróforos que possam discriminálas ao nível microscópico. Métodos: Túbulos de Malpighi de T. infestans e P. megistus foram fixados em etanol–ácido
acético (3:1, v/v), levemente esmagados e corados com CMA (0,5 mg/mL), DAPI (2 µg/mL) e associações destes a
bloqueadores de ligações inespecíficas, como os antibióticos distamicina e actinomicina D, respectivamente. Os
preparados foram analisados em microscópio de fluorescência com sistema de captura de imagens Zeiss Kontron
KS400-3. Resultados: A análise de imagens permitiu-nos inferir que em T. infestans a afinidade por DAPI, salientando
presença de AT, mostrou-se distribuída uniformemente na eucromatina, mas com concentração elevada nos
cromocentros. A CMA apresentou afinidade fraca e uniforme na eucromatina, concentrando-se geralmente como
um anel na periferia dos corpos heterocromáticos. Quanto a P. megistus, seu cromocentro mostrou-se intensamente
corado pelo DAPI, denotando riqueza em AT; quanto à resposta ao tratamento com CMA, foi possível perceber apenas
uma distribuição homogênea na eucromatina, ocorrendo imagem negativa no corpo heterocromático. A afinidade
por DAPI foi, pois, maior do que aquela por CMA, sendo muito intensa nos cromocentros de ambas as espécies. A
associação de DAPI com actinomicina D favoreceu um aumento do contraste entre eucromatina e heterocromatina
e a associação de CMA à distamicina diminuiu o contraste em fluorescência. Conclusões: O padrão reverso de
coloração observado entre CMA e DAPI, em especial após avaliação da contribuição de fluorescência inespecífica,
garante maior exatidão nas análises, comprovando o alto teor de bases AT na heterocromatina de T. infestans e de
P. megistus. Essa elevada resposta positiva ao DAPI nos corpos heterocromáticos de ambas as espécies também
está em concordância com uma suposta baixa densidade e atividade gênicas aí observadas. A presença de uma
afinidade mais forte à CMA na periferia dos corpos heterocromáticos de T. infestans pode estar associada à presença
na mesma das NORs, identificadas especificamente por este corante em núcleos de outras espécies de insetos.
A grande atividade de transcrição observada nessas NORs poderia, portanto, refletir riqueza em conteúdo GC.
Apoio financeiro: CNPq, FAPESP e Faepex
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