FEBRE AMARELA O que é? A Febre amarela é uma enfermidade infecciosa febril aguda, de curta duração (no máximo 10 dias), não contagiosa e de gravidade variável. É uma Arbovirose causada por um Flavivírus e transmitida por vetores. Trata-se de uma doença de notificação compulsória. Como se contrai a doença? A transmissão da doença ocorre através da picada de insetos hematófagos da família Culicidae. Existem dois ciclos epidemiológicos distintos: o silvestre, que envolve a participação de primatas não humanos como hospedeiros amplificadores, transmitido por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e o urbano, cuja transmissão acontece pela picada de mosquitos do gênero Aedes. Felizmente, o ciclo urbano da Febre Amarela no Brasil está erradicado. Quais os sintomas? Inicialmente, pode ocorrer dor de cabeça, febre alta, mialgia, calafrios, náuseas, vômitos e icterícia (pele e mucosas ficam amareladas). Nos casos de maior gravidade há hemorragias, complicações hepáticas e renais, delírios e convulsões, que geralmente levam ao óbito. Como se prevenir? Vacinação: existe vacina contra a Febre Amarela e esta já pode ser aplicada em crianças a partir dos 6 meses de idade. O reforço deve ser realizado a cada 10 anos. A vacina é gratuita e encontra-se disponível nas Unidades de Saúde nas áreas endêmicas e nos serviços de portos, aeroportos e fronteiras em todos os Estados. Figura 1. Vacina para Febre Amarela. Fonte: Ministério da Saúde. Eliminação de criadouros: é de suma importância evitar o acúmulo de água parada, limpa ou suja, pois garrafas, pneus, recipientes plásticos, “pratinhos” de plantas, dentre outros, tornam-se potenciais criadouros do mosquito transmissor da Febre Amarela. Por meio dessas ações simples, evita-se também a propagação do vírus da Dengue, visto que o vetor (Aedes aegypti) é comum para as duas doenças. Notificação de primatas doentes ou mortos: caso seja encontrado algum macaco doente ou morto deve-se notificar imediatamente a Unidade de Vigilância de Zoonoses do município (UVZ) ou a Gerência de Zoonoses do Estado. É importante ressaltar que os primatas não humanos são apenas sentinelas, isto é, indicam se o vírus amarílico está circulando na região. A transmissão da Febre Amarela só ocorre pela picada do mosquito transmissor. Figura 2. Monitoramento de bugios. Os primatas são sinalizadores da circulação do vírus da Febre Amarela. Fonte: Secretaria de Saúde de Santa Catarina. Onde buscar ajuda? Não existe tratamento específico para Febre Amarela. O suporte terapêutico é apenas sintomático e requer cuidados na assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Caso apresente alguns desses sintomas, após ter estado em regiões de transmissão da doença, procure a Unidade de Saúde mais próxima da sua residência. Os casos graves devem ser encaminhados para as Unidades de Terapia Intensiva. Quando encontrar algum primata morto na região, a população deve comunicar imediatamente ao Centro de Controle de Zoonoses do município. Vale salientar que os macacos não transmitem a Febre Amarela, mas são importantes sinalizadores da circulação do vírus causador da doença. Dúvidas? Entre em contato com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de sua cidade. Só com a participação consciente de todos, será possível evitar a reurbanização da Febre Amarela. REFERÊNCIAS BRASIL. Boletim Eletrônico Epidemiológico. Situação Epidemiológica das Zoonoses de Interesse para a Saúde Pública. Ano 10. N. 2. Brasília, DF. 2010. _______. Doenças e Vetores. FIOCRUZ. Disponível em http://portal.fiocruz.br/ptbr/content/doen%C3%A7as-e-vetores. Acesso em 03 jun. 2013 _______. Portal da Saúde. Vigilância em Saúde. Vigilância de A a Z. Disponível em http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index.cfm?portal=pagina.visualizarTexto&c odConteudo=4539&codModuloArea=783&chamada=vigilancia-de-a-a-z. Acesso em 30 maio. 2013. CENTERS FOR DISEASE CONTROL & PREVENTION. Parasites & Health. Disponível em http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Para_Health.htm. Acesso em 01 jun. 2013. CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DE FLORIANÓPOLIS. Zoonoses, Doenças Transmitidas por Vetores e Agravos à Saúde. Material técnico elaborado pelos profissionais que atuam no Centro de Controle de Zoonoses de Florianópolis. 2012. DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE SANTA CATARINA. Gerência de Zoonoses. Disponível em http://www.dive.sc.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=414&Itemid =194. Acesso em 15 jun. 2013. PREFEITURA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO. UJV Medicina Veterinária. Rio de Janeiro. Disponível em: http://www0.rio.rj.gov.br/ijv/zoonoses.shtm. Acesso em: 10 jun. 2013. VASCONCELLOS, S. A. Zoonoses e Saúde Pública: Riscos Causados por Animais Exóticos. Biológico. São Paulo, v.63, n.1/2, p.63-65. 2001.