ZOONOSES - UMA CALAMIDADE FUTURA OU UMA REALIDADE PRESENTE? De algo em torno de 1500 doenças infecto-contagiosas catalogadas pela Organização Mundial de Saúde, 200 são Zoonoses ( enfermidades transmissíveis dos animais aos homens). O comportamento epizootiológico e epidemiológico de determinadas enfermidades recém-emergentes, como as causadas pelo vírus Ébola, pelo Morbillivírus eqüino australiano, pelas Hantaviroses e pelos “Prions”, tem gerado algum alarme, em Saúde Pública Mundial. No entanto, o inconstante nível de seriedade de atuação da Vigilância Sanitária, diferenciado nos diversos níveis de contingência, nacionais, estaduais e municipais, é que gera o fator determinante do aparecimento das epidemias ou epizootias. Num cenário mundial onde se discute globalização de atividades meramente voltadas para os aspectos comerciais de um capitalismo devorador e elitista, cabe-nos perscrutar os anseios estertorosos de uma Saúde Pública, enferma e anêmica, no Terceiro Mundo. Políticas nacionais de saúde e de defesa agropecuária, luxuriantes e extravagantes em essência, criadas em laboratório, desvinculadas das ações de estruturação básica voltadas à saúde coletiva, não passam de premissas tecnocratas e diretrizes filosóficas, totalmente divergentes dos contextos reais periféricos de “Áfricas”, “Índias” e “Brasis” de sêcas e mangues, cartões postais da miséria mundial. Criam-se parcerias (G-7, “Mercodisso, Mercodaquilo”) de objetivos surrealistas, tendo como únicos beneficiários poderosos comerciantes, detentores de estruturas maximizadas em “Mercos” da vida capitalista. Neste contexto enigmático, falta Saúde (saúde animal e saúde humana) e começa a exceder Zoonose (antropozoonose e zooantroponose). E onde estão os profissionais de saúde que prometeram sempre obedecer, no exercício de sua nobre profissão, aos postulados da ciência, da honra e da caridade? Certamente, perdidos em sonhos e ideais de práticas mercantis, desprovidas do princípio básico do amor ao próximo, que deveria estar embutido no seu mister profissional. Muitos dentro da área de Saúde Pública, criam slogans e levantam teóricas bandeiras socialistas. Ser Socialista, não é apregoar Marxismo, Comunismo e outros “ismos”, e sim seguir a simplicidade do que está escrito na referência bíblica de João 13.34-35. Precisamos dar mais atenção à Saúde Pública Mundial e estudar e avaliar quotidianamente o avançar destas Zoonoses, que parecem ameaçar a evolução dos recursos humanos “internéticos” com maior velocidade e melhor estratégia. José Brites Neto Médico Veterinário CRMV-SP nº 11996