Roteiro cervical

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MFT- 0377- Métodos de Avaliação Clínica e Funcional
Profa. Responsável : Sílvia Maria Amado João ([email protected])
Fisioterapeuta de Nível Superior: Ft Ms Adriana de Sousa
Período : III- Semestre / 2º ano - 2014
Local: Sala de Aula / Laboratório de Fisioterapia – BLOCO DIDÁTICO
ROTEIRO EXAME CERVICAL
A Coluna cervical possui três funções principais:
1) suporte e estabilidade à cabeça;
2) as superfícies articulares permitem mobilidade à cabeça;
3) abriga e conduz a medula espinhal e a artéria vertebral.
A coluna cervical é dividida em segmento superior que compreende C 1C2, e inferior C3 a
C7. D ponto de vista funcional essa divisão distingui os movimentos da cabeça e do pescoço.
1. INSPEÇÃO
A região da coluna cervical deve estar desnuda; ou seja pacientes com cabelo cumprido
devem prende-lo. A inspeção da coluna cervical deve ser realizada na postura relaxada
habitual nas vistas anterior, posterior e lateral. O exame das articulações adjacentes é
importante. O exame das articulações periféricas inclui as articulações da cintura escapular,
cotovelo, punho e mão.

Muscular/óssea: comparar bilateralmente a coluna cervical, linha média da cabeça;
possíveis inclinações.

Edema, coloração, cicatriz, alteração vasomotora, sudomotoras.
 Alinhamento horizontal da cabeça - É traçada uma linha do meato acústico externo direito
até o esquerdo e uma linha na horizontal (perpendicular ao fio de prumo). A inclinação da
cabeça foi analisada. O alinhamento ideal é o paralelismo entre as duas retas. Caso isto não
ocorra, haverá um cruzamento entre elas com a formação de um vértice e então será calculado
o ângulo do alinhamento horizontal da cabeça. O ângulo positivo é anti-horário e significa que a
cabeça está inclinada para o lado direito.
 ACC7 D/E - Anteriorização da cabeça direita ou esquerda em relação ao processo
espinhoso da sétima cervical (C7). Para esta mensuração é traçada uma diagonal do meato
acústico externo direito até o processo espinhoso de C7 e uma horizontal passando por C7
(perpendicular ao fio de prumo). É calculado o ângulo formado entre as duas retas. Esta
medida indica o quanto à cabeça está anteriorizada em relação à C7. O alinhamento ideal seria
obter um ângulo de 90°, assim quanto maior o ângulo obtido, menor será a anteriorização da
cabeça.
2. PALPAÇÃO
Durante a palpação avaliar e registrar possíveis relatos de dor e sintomas que o paciente
possa sentir durante a avaliação. Postura do paciente para a palpação: decúbito dorsal. O
fisioterapeuta deve-se posicionar atrás do paciente.
2.1. Óssea:

Occipital: protuberância occipital externa,

Processo mastoideo,

Processo espinhoso das vértebras cervicais região aproximada da superfícies
articulares.
2.2. Palpação dos tecidos moles:
Cuidados a serem tomados: liberação da área em questão, retirada de cordões, acessórios; as
pressões devem ser adaptadas ao volume muscular palpado e a morfologia da mão do terapeuta

M. esternocleidomastoideo: deve ser palpado com o paciente com a cabeça voltada
para o lado oposto que se quer examinar. Pode ser palpado de sua origem até sua
inserção.

M. Trapézio: o m. pode ser palpado desde a sua origem (protuberância occipital externa
até T12) até a sua inserção com a clavícula, acrômio e espinha da escápula.

Ligamento nucal superior: esse lig. nasce na protuberância occipital externa e
estende-se até o processo espinhoso C7. A área de sua projeção pode ser palpada. Ele
se liga através de fibras aos processos espinhosos de todas as vértebras cervicais.

Fossa supraclavicular: a fossa situa-se superiormente à clavícula e lateralmente à
incisura supra-esternal.
3. MOBILIDADE ARTICULAR (BILATERAL)

Mobilização Ativa: observar limite de movimento, dor, espasmo, rigidez ou bloqueio.
Realizar, flexão, extensão, rotação direita e esquerda, inclinação lateral direita e
esquerda; movimentos combinados para avaliar a funcionalidade da articulação.

Mobilização Passiva: deve ser realizado se houver dificuldade de executar os testes
ativos

Goniometria: a ADM em DD é normalmente maior do que com o paciente sentado, isto
ocorre devido há um relaxamento da musculatura. Fazer flexão, extensão e inclinação
da coluna cervical
4. ENCURTAMENTO MUSCULAR

Flexão lateral:

Levantador da escápula: o indivíduo fica sentado com a art. do ombro abduzido, para
que a escápula fique na posição rodada para cima. A cabeça e o pescoço ficam na
posição anatômica. O examinador flexiona lateralmente a cabeça para o lado oposto do
ombro abduzido, mantendo a rotação para cima da escápula. O m. levantador da
escápula pode mostrar limitações no comprimento durante a rotação do pescoço com as
escápulas rodadas para cima.

Escalenos anterior, médio e posterior/ Esternocleidomastoideo/ Trapézio (rotadores) /
Esplênio cabeça / pescoço: O indivíduo fica sentado com a cintura escapular na posição
anatômica. O examinador flexiona a cabeça bilateralmente para um dos lados enquanto
a cintura escapular é estabilizada no lado oposto. O tronco deve permanecer ereto; a
cintura escapular não deve ficar elevada em nenhum dos lados durante o movimento; é
difícil
isolar
seletivamente
um
único
músculo
do
pescoço;
entretanto
o
esternocleidomastoideo e as porções superiores do trapézio podem ser avaliados como
rotadores do pescoço.
4.1 FLEXIBILIDADE

Índice de Stibor: mede a mobilidade da coluna vertebral (torácica e lombar).

Técnica: com o paciente em posição ereta com os calcanhares juntos marca-se uma
linha dermográfica entre as duas espinhas ilíacas póstero-superiores e o processo
espinhoso de C7. Fixa-se a extremidade inferior da fita e pede-se ao paciente que
flexione o tronco. |Em um indivíduo normal essa distância aumenta em 10 cm. Quando a
lombar é acometida como na espondilite anquilosante, esse aumento é muito pequeno e
quando a coluna dorsal é acometida, essa distância é mais curta ainda.
4.2 TESTE MUSCULAR MANUAL (TMM)

Esternocleidomastoideo:

Com gravidade: o indivíduo fica em DD; com gravidade minimizada: o indivíduo fica em
DL com a cabeça apoiada sobre uma superfície que permita a movimentação; o
movimento é de flexão do pescoço no plano sagital. O terapeuta deve exercer uma
resistência na região frontal, tentando colocá-lo em extensão.
5. TESTE CLÍNICO ESPECÍFICO

Teste de depressão do ombro:

o fisioterapeuta flexiona a cabeça do paciente para um lado, enquanto aplica uma
pressão para baixo sobre o ombro oposto.

Se a dor aumentar indica uma irritação ou compressão das raízes nervosas. Esse teste
também pode ser utilizado para avaliar lesões do plexo braquial.

Teste de abdução do ombro:

com o paciente sentado ou deitado, o fisioterapeuta eleva passivamente ou o paciente
eleva ativamente o braço em abdução.

Uma diminuição do sintoma de dor ou alívio indica um problema de compressão
extradural cervical, como por exemplo um disco herniado ou compressão de raiz nervosa
na áreas de C4-C5 ou C5-C6.

Teste de tração (distração):

a tração alivia a dor causada por estreitamento do forame neural (compressão nervosa),
por ser capaz de ampliar o forame.

O fisioterapeuta coloca a mão sobre o queixo do paciente, enquanto a outra mão será
colocada no occipital; em seguida o fisioterapeuta traciona a cabeça removendo o peso
que ele exerce sobre o pescoço.

O teste é positivo quando a dor é aliviada ou diminuída.

Teste de Adson:

esse teste serve para determinar a permeabilidade da artéria, que pode estar
comprimida por costela cervical ou por contratura dos músculos escalenos anterior
médio, que podem comprimi-la quando a artéria passa por esse músculo ou durante o
trajeto do vaso em direção ao membro superior.

O pulso radial do paciente é palpado; o fisioterapeuta abduz, estende e roda
externamente o braço do paciente. Em seguida o paciente prende a respiração e roda a
cabeça em direção ao braço que esta sendo examinado.

No caso de compressão da artéria, o pulso radial diminuirá de amplitude, podendo não
ser percebido.

Teste do desfiladeiro torácico (teste de roos):

o paciente deve estar em bipedestação, abdução e rotação externa de MMSS a 90 e
flexão de cotovelos a 90 de modo que o cotovelo fica ligeiramente atrás do plano frontal.
O paciente deve abrir e fechar a mão por 3 min. Se o paciente for incapaz de manter os
braços na posição inicial por 3 min ou sofrer dor isquêmica, peso ou fraqueza profunda
do braço ou entorpecimento e formigamento na mão durante os 3 min

o teste é positivo para Síndrome do desfiladeiro torácico no lado afetado.

Pequena fadiga e desconforto são considerados testes negativos.
Referências
João, SMA. Métodos de Avaliação Clínica e Funcional em Fisioterapia. Ed.Guanabara
Koogan, 2006.
Palmer & Epler. Fundamentos das Técnicas de Avaliação Musculoesquelética, 2ª ed.
ed.Guanabara koogan,2000.
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