Artigo de Revisão Análise da Qualidade de Vida em Pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) Alzira Pereira da Silva1, Giulliano Gardenghi2 Resumo Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é uma doença que pode ser prevenida e tratada com alguns efeitos extrapulmonares significantes que podem contribuir para a gravidade individualmente. Devido ao seu estágio inicial de acometimento, a redução da capacidade funcional foi atribuída, por muitas décadas, às alterações da mecânica respiratória e aos distúrbios da troca gasosa pulmonar, determinando a dispnéia como o principal sintoma limitante do exercício. Além da dispnéia, a DPOC apresenta outros sintomas como: tosse, sibilância, produção de secreção e infecções respiratórias de repetição, consequências sistêmicas, tais como descondicionamento, fraqueza muscular, perda de peso e desnutrição são frequentemente observada. Objetivo: O objetivo desse estudo foi realizar um levantamento de literatura a fim de fazer uma análise da qualidade de vida nos pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Métodos: Revisão bibliográfica de estudos publicados entre os anos de 2004 e 2014. Conclusão: Diante das revisões bibliográficas apresentadas, se faz necessário o aprofundamento dos estudos sobre o tema aqui estudado, para encontrar novos achados e sugestões de tratamentos que beneficie o fortalecimento muscular e a qualidade de vida dos portadores desta patologia. Descritores: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC); Treinamento Força; Qualidade de Vida. Abstract Introduction: Obstructive Chronic Lung Disease is a preventable and treatable disease with some significant extrapulmonary effects that may contribute to the severity individually. Due to the early stage of involvement, reduced functional capacity was assigned for many decades to changes in respiratory function and pulmonary gas exchange disorders, determining dyspnea as the main symptom-limited exercise. However, in the mid- 90s, a group of authors noted that the fatigue of the lower limbs (LL) alone exceeded the sensation of dyspnea in 43% of COPD patients submitted to maximal exercise test, The consensus of the World Health Organization - Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Objective: The objective of this study was to perform a literature review to assess the quality of life in patients with COPD in relation to muscular strength training. Method: Literature review of studies published between the years 2004-2014. Conclusion: Given the literature reviews presented, it is necessary to deepen the studies on the subject on the screen to find new findings and treatment suggestions that benefits the muscular strengthening and improving the quality of life of patients with this pathology. Keywords: Chronic obstructive pulmonary disease (COPD); strength training; quality of life. __________________________________________________________________ 1. Graduada em Fisioterapia, Especialista em Fisioterapia Cardiopulmonar em Terapia Intensiva, pelo Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada, chancelado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiânia/GO – Brasil. 2. Graduado em Fisioterapia, Doutor em Ciências, Área de Concentração: Cardiologia, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo - Brasil. Introdução A Doença Obstrutiva Crônica (DPOC) é definida como uma doença crônica e progressiva, cujo componente pulmonar caracteriza-se pela obstrução do fluxo aéreo não totalmente reversível, associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas nocivas e gases tóxicos. (01) A DPOC é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo resultando em um impacto econômico e social, substancial e crescente. No Brasil, a DPOC encontra-se na quinta posição entre as causas de morte, com uma prevalência estimada em 12% na população acima de 40 anos. (02) Uma das alterações mais importantes é o distúrbio ventilatório, caracterizado pela limitação crônica do fluxo aéreo que tem como sintoma a dispneia. Essa resulta na diminuição do condicionamento devido à inatividade, e tem como consequência a disfunção muscular periférica e consequente diminuição da tolerância ao esforço, levando a alteração na qualidade de vida. (03) Além da dispnéia, a DPOC apresenta outros sintomas como: tosse, sibilância, produção de secreção e infecções respiratórias de repetição, consequências sistêmicas: tais como descondicionamento, fraqueza muscular, perda de peso e desnutrição são frequentemente observadas. (04) As principais lesões encontradas nos pulmões devido a DPOC são: perda do recuo elástico, hiperinsuflação e diminuição da troca gasosa, causando inúmeras alterações sistêmicas que se juntam a essa fisiopatologia, levando baixa incomplacência ao exercício físico, insuficiência da musculatura periférica, prejuízo nutricional, perda da massa muscular decorrente do baixo fluxo sanguíneo e uma acidose pelo uso do ácido láctico logo no início da atividade física principalmente pelo uso extensivo dos (MMSS) durante as atividades de vida diária (AVDs) descompensando e tendo que ficar por diversas vezes hospitalizado. (02) Diagnóstico O diagnóstico é realizado pela espirometria que determina os quatro níveis classificatórios de gravidade da DPOC, de acordo com a relação VEF1/CVF < 70%. Sendo que o diagnóstico de DPOC é confirmado na presença de fatores de riscos, como: exposição à fumaça e ao tabaco, à poeira e produtos químicos ocupacionais, poluição ambiental, exposição ocupacional a gases ou partículas tóxicas, ou na presença de aspectos clínicos compatíveis, como dispnéia, tosse crônica e produção de muco. (03) Os critérios clínicos são suficientes para estabelecer o diagnóstico da DPOC, porém, se possível, recomenda-se a confirmação da espirometria. Pacientes acima de 40 anos e que são tabagistas ou ex-tabagistas deveriam realizar espirometria após o teste de rastreamento na anamnese. Para tanto, utilizam-se as cinco perguntas abaixo. Caso três delas sejam positivas, considera-se rastreamento positivo. • Você tem tosse pela manhã? • Você tem catarro pela manhã? • Você se cansa mais do que uma pessoa da sua idade? • Você tem chiado no peito à noite ou ao praticar exercício? • Você tem mais de 40 anos? No quadro a seguir é possível observar os Diagnósticos diferenciais da DPOC, adaptado da GOLD. Quadro 01 - Diagnósticos diferenciais da DPOC, adaptado da GOLD(05). DPOC Asma Insuficiência cardíaca Congestiva Bronquiectasia Tuberculose - Início após os 40 anos - Sintomas lentamente progressivos - História de longa e/ou intensa exposição ao tabaco - Dispneia durante exercícios - Limitação ao fluxo aéreo praticamente irreversível - Início precoce (geralmente infância) - Sintomas variam dia a dia - Principalmente à noite ou início da manhã - História de rinite alérgica e/ou eczema atópico - História familiar de asma - Melhora da exacerbação com broncodilatadores - Estertores crepitantes nas bases - Dispnéia paroxística noturna, ortopneia - Edema de membros inferiores, ingurgitamento jugular, hepatomegalia - Raio X do tórax geralmente revela aumento da área cardíaca - Espirometria geralmente revela redução de volume, sem obstrução - Pode haver expectoração diária - Geralmente associada a infecções bacterianas repetidas, eventualmente com laivos de sangue - Crepitações grosseiras à ausculta pulmonar - Raio X e tomografia de tórax revelam dilatação brônquica e/ou espessamento parede brônquica - Início em qualquer idade. Em crianças, frequentemente forma miliar - Raio X do tórax pode mostrar infiltrados pulmonares, cavitações, linfonodos - Confirmação microbiológica (BAAR) - Local com alta prevalência de tuberculose e HIV Para o cálculo do tabagismo, é importante saber o período de tabagismo e a média de cigarros fumados ao dia, seguindo a fórmula: Total de anos.maço = (nº médio de cigarros fumados ao dia ÷ 20) * nº de anos de tabagismo. Quadro 02- Principais indicadores para diagnóstico da DPOC, segundo a GOLD(05). Progressiva (piora ao longo do tempo) Geralmente piora com exercícios Dispneia Tosse crônica Expectoração crônica História de exposição crônica a Fatores de risco Persistente (presente todos os dias) Descrita pelos pacientes como “esforço aumentado para respirar”, “fraqueza” Pode ser intermitente e pode ser não produtiva Qualquer padrão Tabagismo Poeiras ocupacionais Fumaça intradomiciliar (fogão a lenha, carvão, combustível) 1. Considerar DPOC paciente que apresenta um ou mais indicadores e idade > 40 anos. 2. Espirometria é recomendável para estabelecer o diagnóstico da DPOC. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e realizado o teste da Caminhada de Seis Minutos (TC6) conforme as normas estabelecidas pelo American Thoracic Society, onde foram submetidos a caminhar a máxima distância suportável por seis minutos em um corredor de superfície plana com 30m de comprimento. (08) O teste tem como objetivo avaliar funcionalmente os portadores da DPOC. O exame é limitado por tempo, em uma velocidade escolhida pelo próprio paciente, podendo ser desenvolvido a qualquer hora do dia e ser interrompido em caso de fadiga extrema ou sintomas limitantes. (09) Fisiopatologia A principal causa para o surgimento da DPOC é o tabagismo, onde se apresenta uma obstrução lenta e progressiva das vias aéreas, sendo irreversível e independente de outra causa específica. Os pacientes portadores da DPOC podem apresentar três doenças associadas ao tabagismo, como: bronquite crônica, obstrução das vias aéreas e enfisema. É manifestado como sintomas a falta de ar, produção excessiva do muco e tosse. Não se tem uma causa particular para a bronquite crônica, ocorrendo com uma excessiva produção de muco, tosse produtiva crônica. (17) O fator que provoca a bronquite crônica é semelhante à irritação crônica desencadeada por substancias inaladas, sendo elas: fumaça do cigarro, poeiras de grãos, algodão. (18) O enfisema é definido inicialmente com a dilatação dos espaços aéreos distais às vias de condução, que são bronquíolos respiratórios e alvéolos, sendo secundária a destruição das paredes desses espaços, onde ocorre a troca gasosa. (17) As características da DPOC são a limitação do fluxo aéreo, tendo como sintoma mais frequente a dispneia (desconforto respiratório). Essa limitação ocorre devido à combinação da diminuição do recuo elástico pulmonar e a elevação da resistência das vias aéreas. Os pacientes que apresentam um quadro mais avançado têm como sintoma a diminuição do desempenho nos exercícios físicos, consequentemente das atividades de vida diária e a perda progressiva dos músculos periféricos. (03) A hiperinsuflação dinâmica é considerada um mecanismo ventilatório pulmonar que pode cooperar para o prejuízo ou a incapacidade ao realizar exercícios físicos. (03) Durante a prática de exercícios físicos, com o acréscimo da demanda ventilatória, torna-se inevitável o aumento progressivo do aprisionamento aéreo já que os portadores dessa patologia têm esses valores elevados. (03) Sintomatologia A sintomatologia da doença é decorrente dos seguintes fatores: falta de ar, tosse crônica, expectoração regular, bronquites freqüentes no inverno, sibilância. (03) Mensuração Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a qualidade de vida (QV) é “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura, do sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. (07) Os instrumentos para mensurar a QV podem ser genéricos ou específicos. Os genéricos abordam o perfil de saúde (ou não), engloba todos os aspectos importantes relacionados à saúde, e refletem o impacto de uma doença sobre o paciente. Podem ser usados para estudar aspectos da população em geral ou de grupos específicos, como portadores de doenças crônicas. (07) Reabilitação Respiratória Diferentes programas de reabilitação pulmonar têm sido propostos nos últimos anos. Observa-se que a fisioterapia tem um papel importante no acompanhamento de pacientes com DPOC, e para isso conta com várias estratégias para reduzir o trabalho ventilatório, melhorar a ventilação e diminuir a sensação de dispnéia. (08) Todos os pacientes com DPOC deveriam ser encorajados a manter atividade física regular e um estilo de vida saudável. Aqueles pacientes que têm dificuldade em manter uma atividade física por limitação na falta de ar, apesar da otimização do tratamento medicamentoso, deveriam participar de um programa supervisionado de reabilitação. Reabilitação pulmonar de paciente com DPOC compreende a realização de exercícios, apoio psicossocial, abordagem nutricional, educação sobre a doença e oxigenoterapia quando necessário. (05) A oxigenoterapia domiciliar prolongada e contínua é um dos tratamentos mais indicados para se evitar a hipoxemia crônica, principalmente em pacientes que apresentam dependentes, em grau de moderado a graves, para a realização das atividades de vida diária (AVDs). (06) A Ventilação Mecânica Não Invasiva (VNI) faz referência à pressão positiva ofertada para o sistema respiratório através de interfaces nasais, faciais ou totais. Sendo seu objetivo: reduzir o trabalho respiratório, melhorar a troca gasosa, evitar a necessidade de intubação. A VNI é recomendada nos casos de exacerbação da DPOC, asma, edema agudo de pulmão cardiogênico, insuficiência respiratória hipoxêmica, pacientes terminais quando a causa da Insuficiência Respiratória Pulmonar Aguda (IrpA) for potencialmente resolvida, entre outras situações. É importante ressaltar que se deve orientar o paciente, familiares e a equipe multiprofissional quanto ao processo, materiais a serem usados, quais benefícios, programação da terapêutica e importância da sua cooperação. (19) Material e Métodos O estudo foi baseado em uma revisão bibliográfica realizada através de consulta em bancos de dados. A busca foi realizada do período de Abril a Junho de 2014. A revisão da literatura foi feita em trabalhos escritos em português e inglês, encontrados nas bases de dados do Pubmed, Gold e da revista do jornal Brasileiro de Pneumologia, Revisão bibliográfica de estudos publicados entre os anos de 2004 a 2014. Palavras-chaves utilizadas: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC); Qualidade de vida. • Critérios de inclusão: artigos publicados em português ou inglês no período de 2004 a 2 014, ensaios clínicos aleatórios utilizando as palavras chaves. Discussão e Resultados Segundo o estudo de Marcelo Velloso et al. o objetivo de usar a VNI durante a prática de exercício consiste em reduzir a dispnéia pela redução da sobrecarga imposta aos músculos respiratórios como consequência da história da doença (HD), permitindo ao paciente alcançar maior intensidade e tempo no exercício. A diminuição da sobrecarga dos músculos respiratórios durante o exercício reduz a competição do fluxo sanguíneo entre essa musculatura e a musculatura periférica, contribuindo para um maior aporte sanguíneo para os músculos. Nesse estudo com pacientes portadores da DPOC realizaram um protocolo com quatro atividades de vida diária (AVD); envolvendo-se os membros superiores (MMSS) (varrer o chão, apagar um quadro, elevar potes de pesos distintos e trocar lâmpadas), foi observado um aumento da relação VE sobre a ventilação voluntária máxima, justificando a intensa dispnéia relatada por esses pacientes, embora a HD não tenha sido avaliada. Nossos resultados mostraram que a adição da VNI não foi capaz de reduzir de maneira significativa a dispnéia durante uma simulação de atividade de vida diária (AVD), o que pode ser devido à utilização de pressões (IPAP e EPAP) aquém da necessidade dos pacientes. (10) Segundo Malaguti C et al, o elevado gasto energético das vias aéreas superiores nas atividades de vida diária sugere um alto custo devido ao aumento da demanda ventilatória. Além disso, a baixa ingestão proteico-calórica, causada pelos sintomas de dispneia, fadiga e saciedade precoce, faz com que ocorra um desequilíbrio entre a demanda e o consumo energético desses pacientes, contribuindo para o aumento do dispêndio energético diário dos mesmos. A redução do índice de massa corpórea de pacientes com DPOC correlaciona-se com um pobre desempenho contrátil muscular, sugerindo que aspectos nutricionais possuem um papel determinante na função muscular desses pacientes. (11) Embora os dados clínicos e o tratamento sejam fundamentais para aumentar a sobrevida do paciente com DPOC, conhecer a qualidade de vida (QV) e as variáveis que a influenciam pode subsidiar as intervenções dos profissionais de saúde o mais precocemente possível, a fim de preservar a saúde e promover o bem estar. (06) Entretanto, em meados da década de 90, um grupo de autores observou que a fadiga de membros inferiores (MMII) isoladamente superou a sensação de dispnéia em 43% dos pacientes com DPOC submetidos ao teste de exercício máximo, segundo o consenso da Organização Mundial de Saúde-Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). (05) No estudo de Rodrigues et al, cujo tema era Influência da função pulmonar e da força muscular na capacidade funcional de portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica, os resultados indicaram a importância da força muscular dos MMII em testes de esforço submáximo. Entre as variáveis estudadas, apenas a força muscular do quadríceps femoral pôde predizer a distância percorrida, foi à única variável que mostrou estatisticamente significativa. (12) Para Trevisan et al, no estudo sobre influência do treinamento da musculatura respiratória e de membros inferiores no desempenho funcional de indivíduos com DPOC, houve evidências de que o treinamento de força muscular foi favorável à melhora na qualidade de vida relacionada à saúde, e apresentaram melhora, principalmente nos domínios dor, vitalidade e limitação por aspectos emocionais. Todos os pacientes referiram maior facilidade na realização das atividades de vida diária, maior resistência durante caminhadas, menor sensação de cansaço e melhora na força dos membros inferiores. (13) Para Silva e Dourado, numa revisão de literatura, descreveu que Simpson et al. randomizaram 32 pacientes com DPOC em grupo de treinamento de força e controle não exercitado (quanto ao treinamento de moderada à alta intensidade), onde houve aumento da força muscular entre 16% e 44% e do tempo de endurance entre 8,6 e 15min, e melhora da qualidade de vida, apenas para os pacientes submetidos ao treinamento. (15) Kunikoshita et al avaliou os efeitos em 25 pacientes com DPOC moderada-grave, divididos aleatoriamente em 3 grupos, sendo o primeiro (G1) submetido ao treinamento físico (TF) em esteira, o segundo grupo (G2) submetido a treinamento muscular respiratório (TMR) e o terceiro grupo (G3) associava os dois treinos, todos em 3 sessões semanais por 6 semanas consecutivas. Os resultados sugeriram que o TF associado ao TMR foi a melhor alternativa terapêutica do estudo, pois além de proporcionar uma evidente melhora da tolerância ao esforço e na qualidade de vida dos pacientes, promoveu um efeito adicional nas adaptações fisiológicas ao exercício, com uma maior eficácia. (15) O tratamento deve incluir avaliações repetidas do progresso em termos de sintomas, força muscular, desempenho ao exercício, atividade física na vida diária e autocuidado (incluindo a eficácia da higiene brônquica) para monitorização do progresso do tratamento. (05) Silva et al. Observaram que o fortalecimento muscular em pacientes portadores de DPOC deve ser utilizado não apenas nos músculos da deambulação e dos membros superiores (MMSS), como também a musculatura do tronco, e que mostraram ser determinantes para a capacidade funcional, devido sua grande participação na respiração da musculatura acessória. Com isso certificaram que após treinamento de força de alta intensidade de pressão das pernas e que exige ação dos músculos abdominais, observaram relação significativa entre a força muscular e do VEF1. Músculos como latíssimo do dorso, peitoral maiores e abdominais, desenvolvem papel importante na expiração acessória e na manutenção da geometria e comprimento diafragmáticos. Relatos assim podem explicar a influência positiva do fortalecimento desses músculos como na capacidade funcional de exercício e na função pulmonar. Inúmeras variedades de equipamentos para treinamento têm sido utilizadas em programas de reabilitação, aparelhos de musculação, os pesos livres e os elásticos são os mais utilizados. Exercício de alta intensidade tenha maiores adaptações fisiológicas e os exercícios de baixa intensidade são benéficos e utilizados, sobretudo para pacientes mais comprometidos. O consenso atual de reabilitação pulmonar recomenda o mínimo de 20 sessões (3x/semana) para promover adaptações fisiológicas semanalmente sendo duas sessões supervisionadas e uma terceira domiciliar.Treinamento destinado aos membros superiores e inferiores, o treinamento associado pode maximizar os benefícios, o treinamento de força é recomendado principalmente para pacientes com disfunção muscular esquelética importante. O local para a realização da reabilitação pulmonar deve ser bem iluminado e com piso antiderrapante. Os pacientes devem ser orientados a usar sapatos adequados, Barras paralelas para apoio e supervisão profissional individualizada. Visto que os portadores da DPOC são mais suscetíveis à osteoporose e fraturas ósseas. (13) Conclusão Concluiu-se em vários estudos que a DPOC possui, além do comprometimento pulmonar, manifestações sistêmicas que desencadeiam intolerância ao exercício e debilidade muscular, além de provável alteração nutricional. Baseado nos resultados desse estudo, a avaliação fisioterapêutica deve contemplar os diferentes aspectos relacionados com a DPOC e, assim, contribuir na elaboração de um programa de reabilitação pulmonar personalizado, enfocando a debilidade evidenciada e dando especial atenção e orientação aos pacientes com quadro de desnutrição. Diante das revisões bibliográficas apresentadas verificou-se que através do treinamento de força muscular houve melhora da Qualidade de Vida do paciente com DPOC, porém se faz necessário o apronfudamento dos estudos sobre o tema abordado para encontrar novos resultados e sugestões de tratamento que beneficie o fortalecimento muscular e melhora da qualidade de vida dos portadores desta patologia. Referências 1. Miranda EF, Malaguti C, Corso SD. Periférica muscular disfunção na DPOC: mais baixos membros contra superiores membros. J Bras Pneumol. 2011; 37 (3):380-8. 02. Ike D, Jamami M, Marino DM, Ruas G, Pessoa BV, Di Lorenzo VAP. 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