PEÇA PARA TEATRO A VIAGEM DE NOEL E DOIS MIL E DEZESSEIS Por Sandra Fayad Vem chegando em seu trenó o velho Noel. Atrás dele desponta Dois Mil e Dezesseis. Na mídia um grande esforço: "Vamos dar as boas vindas, senhora!" "Vamos dar as boas vindas, seu moço!" Poucos ouvem, poucos olham, ninguém pára. Poucas fotos com crianças: "Vamos embora!" Papai Noel emagreceu, seu saco esvaziou. No Brasil vestiu short e camiseta, Para inovar puxou os olhos, escureceu. Ficou fashion no Canadá, Mas tem que evitar o "thoub". É "persona non grata" na França e no Tio Sam. Um pouco desacreditado, lá vai ele Cumprir sua missão. Parcial! Dois Mil e Dezesseis, que é sensitivo, Sente que bons ventos não lhe sopram. Mal estar generalizado, júbilo volitivo, Arrasta-se mais do que caminha. No Brasil, carrega a pesada inflação, Desgovernança, espúrias alianças, Descrença e lágrimas por todo o rincão. No quintal americano: muito trabalho, dívidas sociais. No Primeiro Mundo é a velha disputa pelo poderio, O pânico dos estabilizados, que perderam a paz. E vem pensando Dois Mil e Dezesseis: "No Oriente - pra quê que foram se meter lá?" Cutucaram o formigueiro no Afeganistão Em busca do ouro negro barato, Não imaginaram o quão caro ia sair. 2016 inspirou, expirou vagarosamente, Tirou o chapéu suado e roto, Ajoelhou-se, ergueu os olhos para o céu E rezou: Deus Pai Todo Poderoso Tende piedade de mim! Converte-me em ano esperançoso! ... Agora confiante... Ergue-se, vai adiante. Seis passos atrás do velho Noel. (figurino e cenário livres) Respeite os direitos autorias: Lei 9.610, de 19/02/1998