Campanha combate a febre maculosa

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MINAS GERAIS SÁBADO, 10 DE MARÇO DE 2007 - 4
Saúde
Campanha combate a febre maculosa
Cartazes e folderes informam sobre a doença aos médicos e à população
Com o questionamento,
“Você conhece esta doença?”, a
Secretaria de Estado da Saúde
de Minas Gerais (SES) elaborou e produziu um milhão de
folderes e 20 mil cartazes com
orientações sobre febre maculosa. O objetivo do material é
esclarecer a população sobre a
prevenção e sintomas da doença, além de dar informações sobre o carrapato que a transmite.
De caráter endêmico, há registros de vários casos de febre
maculosa ao longo do ano no Estado, principalmente nas regiões
dos vales do Rio Doce, Jequitinhonha, Mucuri e do Aço, Zona
da Mata e Região Metropolitana
de Belo Horizonte. No entanto, a
técnica da Coordenação de Zoonoses, Talita Chamone, esclarece
que o período de maior incidência
é o segundo semestre do ano.
“Com o tempo seco, ocorre maior incidência de larvas e
ninfas do carrapato. Nesses
dois estágios de desenvolvimento do artrópode, a picada é
menos percebida pelos seres
ARQUIVO
O carrapato contaminado transmite a doença ao homem através da picada
humanos, em comparação à
forma adulta”, explica.
Transmissão
O carrapato contaminado
transmite ao homem, através da
picada, a bactéria Rickettsia rickettsii. Para haver a contaminação, o carrapato tem de ficar de
quatro a seis horas fixado à pele
do homem. Daí a importância
das pessoas que vivem em áreas
propícias à proliferação do artrópode ou têm contatos com
animais hospedeiros realizarem
a inspeção diária do corpo para
checar a presença do carrapato e
retirá-los do corpo o mais rápido possível. Além disso, é im-
portante manter hábitos de higiene, como tomar banho diariamente e usar roupas limpas.
Outra medida é evitar entrar
em áreas sabidamente infestadas
por carrapatos. Mas, ao ser preciso percorrer matas, a pessoa deve
usar roupas claras para facilitar a
visualização do artrópode e blusas
de manga comprida.
Secretaria de Saúde alerta
para os primeiros sintomas
A ocorrência da febre maculosa em Minas Gerais, encontra-se sob a mesma freqüência nos últimos anos, já
que não tem ocorrido aumento
ou redução demasiada. A SES
esclarece que uma pessoa que
apresente os sintomas deve
procurar, imediatamente, o
serviço médico, principalmente se tiver apresentado
contato com animais ou estado em situações propícias ao
contato com carrapatos, como
passeios a matas e pescarias.
“Não se deve aguardar o
resultado dos exames para tomar os devidos cuidados. Assim que for constatado pelo
profissional de saúde que o
paciente está com sintomas
da doença, ainda mais se forem levantadas suspeitas de
que a pessoa tenha tido contato com o carrapato, o tratamento já deve ser iniciado”,
enfatizou o coordenador de
Zoonoses, Francisco Lemos.
Exames
Na primeira visita do paciente à unidade de saúde, é feita a coleta do sangue e o soro é
encaminhado ao laboratório de
referência no Estado, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), onde
são disponibilizados exames
pelo SUS. Duas semanas após o
primeiro contato, também é recomendável que a pessoa retorne ao local onde foi atendido
para nova coleta de sangue, já
que ela pode demorar a apresentar os anticorpos detectados por
meio do teste.
A SES trabalha em cima dos
protocolos de doenças hemorrágicas (dengue, febre amarela,
hepatite, leptospirose, febre maculosa e hantavirose), que
abrangem, de uma forma única,
doenças desta natureza.
Este ano, o primeiro caso
de febre maculosa no Estado
foi confirmado no último dia
5, em adolescente do município de Juiz de Fora, que foi a
óbito no dia 21 de fevereiro.
No ano passado, foram confirmados 18 casos da doença,
com a ocorrência de oito óbitos, nos municípios de Juiz de
Fora, Frei Gaspar, Teófilo
Otoni e Caeté. Dados de febre
maculosa, em Minas Gerais,
de 2004 a 2006
Febre maculosa
A febre maculosa é uma
doença febril aguda, de gravidade variável e é transmitida
por carrapatos infectados, da
espécie Amblyomma cajennense, também chamados de
“carrapato estrela”, “carrapato
de cavalo” ou “rodoleiro”. As
larvas são conhecidas por
“carrapatinhos” ou “micuins”
e as ninfas (estágio intermediário entre larva e carrapato
adulto) por “vermelhinhos”.
O período de incubação no
homem, após receber a picada
infectante, leva de dois a 14
dias (em média, sete dias),
para apresentar os primeiros
sintomas. A doença tem começo súbito com febre de moderada a alta, que dura geralmente de duas a três semanas, e é
acompanhada de cefaléia, calafrios e congestão das conjuntivas. No terceiro ou quarto
dia, pode se apresentar exantema (manchas vermelhas) nas
extremidades. Não se transmite diretamente a febre maculosa de uma pessoa para outra. O
carrapato permanece infectante por toda sua vida, que dura,
aproximadamente, 18 meses.
A doença pode também ficar assintomática ou com sintomas leves. Alguns casos evoluem gravemente, ocorrendo
necrose nas áreas com sangramentos, em decorrência de inflamação dos vasos sanguíneos
generalizada. Alguns problemas como torpor e agitação
psicomotora são freqüentes.
Outros sintomas comuns são
tosse e queda de pressão.
Hospital da
Fhemig empossa
equipe de prevenção
a acidente
Os novos membros do Núcleo
de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Nupat), gestão 2007/2009,
do Hospital Maria Amélia Lins
(HMAL), da Rede Fhemig, já tomaram posse. Durante cerimônia,
a equipe, formada por 20 pessoas,
assinou a ata de posse e recebeu do
diretor da unidade, Eliazor Campos Caixeta, um broche de identificação como membro do núcleo.
Caixeta destacou a mobilização
dos funcionários em eventos como
esse e ressaltou a importância do
Nupat dentro do hospital.
Na seqüência, o diretor, que é
pneumologista, proferiu uma palestra sobre tabagismo para as cerca de
70 pessoas que lotaram o auditório
do hospital. O médico revelou dados
preocupantes sobre o vício, que, segundo ele, há alguns anos já é considerado doença mundial. Segundo
Caixeta, um terço da população do
planeta fuma. O resultado é um número assustador de mortes por ano
em decorrência de complicações de
saúde provocadas pelo cigarro (4,2
milhões de pessoas/ano). A média
diária de vítimas fatais do vício é de
cerca de 10 mil fumantes. No Brasil
seria em torno de 200 mortes diárias
provocadas pelo tabaco.
Números
Durante a apresentação, Caixeta
destacou alguns pontos, como os inúmeros males provocados pelo cigarro, seus componentes que prejudicam a saúde e também ajudam na dependência, a importância em alertar
os fumantes e as dificuldades enfrentadas por quem tenta se livrar do vício. Segundo ele, a genética é um dos
fatores que contribui para isso, além
das substâncias utilizadas na fabricação. Caixeta alertou ainda sobre o
mito de que fumar cigarro de palha,
considerado “natural” por alguns é,
na verdade, o oposto do que se imagina. O pneumologista explica que
um cigarro de palha equivale a quatro
ou cinco industrializados.
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