nº 5 / novembro / 2014 Ebola é doença de notificação compulsória A Organização Mundial de Saúde tem chamado a atenção para a persistência de um surto de ebola em países da região ocidental da África. O ebola é uma doença de notificação compulsória imediata na simples suspeita de indivíduos procedentes, nos últimos 21 dias, de países com transmissão atual da doença (Libéria, Guiné e Serra Leoa), que apresentem febre de início súbito, podendo ser acompanhada de sinais de hemorragia, como diarreia sanguinolenta, gengivorragia, enterorragia, hemorragias internas, sinais purpúricos e hematúria. Embora existam casos na Nigéria, todos são secundários a um caso proveniente da Libéria. No contexto atual, a Nigéria não é considerada como possível origem de casos que venham para o Brasil. A notificação deve ser realizada pelo serviço que prestar o primeiro atendimento ao paciente, sem transferência para qualquer outro serviço de saúde. A Central de Informação de Vigilância e Saúde (CIEVES) deve ser imediatamente acionada e os comunicantes domiciliares deverão ser orientados a ficar afastados de suas atividades até o parecer da Vigilância Epidemiológica Municipal. A Vigilância Epidemiológica faz algumas recomendações quanto fluxo de organização interna de serviço a ser divulgada para a equipe: Como encontrar um caso suspeito? Perguntar, no primeiro contato com paciente febril, sobre histórico de viagem nos últimos 21 dias para países onde há transmissão atual de ebola. Se sim, conduzir o caso imediatamente para isolamento no mesmo local de atendimento, sem transferência a outro serviço de saúde, e acionar a CIEVES, que entrará em contato com o Grupo de Resgate no Atendimento de Urgência (GRAU). CIEVES Vigilância Epidemiológica 0800 555 466 3955-9622 Vacina antirrábica Mesmo após o término da Campanha de Vacinação Antirrábica, ainda há doses de vacinas disponíveis na Unidade de Controle de Zoonoses (UCZ). Atendimento na rua Bom Jesus, 1.100 - Cidade Salvador, de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h e das 13h às 15h30. Vacinação contra polio segue até 28 de novembro Até 28 de novembro, incluindo o sábado 22 de novembro, haverá a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite para crianças de 6 meses a 4 anos e 12 meses de idade. Também será realizada a Campanha contra o Sarampo, com o objetivo de resgatar menores de cinco anos ainda não vacinados e as que já tomaram a vacina. A campanha ocorrerá em todas as unidades de saúde, das 8h às 17h (exceto nas UMSFs Jardim Emília e Parque Imperial). POLIO Febre chikungunya: conheça o ciclo de transmissão da doença Febre Chikungunya é uma doença parecida com a dengue, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae. Seu modo de transmissão é pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado e, menos comumente, pelo mosquito Aedes albopictus. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. Porém, a grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local. A febre chikungunya teve seu vírus isolado pela primeira vez em 1950, na Tanzânia. Ela recebeu esse nome pois chikungunya significa “aqueles que se dobram” no dialeto Makonde da Tanzânia, termo usado para designar aqueles que sofriam com o mal. A doença, apesar de pouco letal, é muito limitante. O paciente tem dificuldade de movimentos e locomoção por causa das articulações inflamadas e doloridas, daí o andar curvado. A febre chikugunya não é transmitida de pessoa para pessoa. O contágio se dá pelo mosquito que, após um período de sete dias contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus CHIKV durante toda a sua vida, transmitindo a doença para uma população que não possui anticorpos contra ele. Por isso, o objetivo é estar atento para bloquear a transmissão tão logo apareçam os primeiros casos. O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformamse em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias. Uma vez que o indivíduo é picado, leva cerca de 2 a 12 dias para a febre chikungunya se manifestar, sendo mais comum entre cinco a seis dias.Não existe vacina contra febre chikungunya. A prevenção consiste em adotar medidas simples no próprio domicílio e arredores que ajudem a combater a proliferação do mosquito transmissor da doença. Febre maculosa: o que é como evitá-la A febre maculosa é uma infecção aguda causada por uma bactéria, a Rickettsia rickettsii. O homem é infectado através da picada do carrapato, que eventualmente carrega esta bactéria nas suas glândulas salivares. Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os mais jovens e de menor tamanho são vetores mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra. No Brasil, há casos de febre maculosa nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Pernambuco, mas não é impossível que a doença ocorra em outros lugares. Quando a bactéria cai na circulação, causa vasculite, isto é, lesa a camada interna dos vasos (endotélio). Os primeiros sintomas aparecem entre 2 a 14 dias depois da picada. Na imensa maioria dos casos, sete dias depois. A doença começa abruptamente com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, inapetência, desânimo. Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas, as máculas, que crescem e tornam-se salientes, constituindo as maculopápulas. Essas lesões podem apresentar o componente petequial (petéquia é uma pintinha hemorrágica parecida com uma picada de pulga) e, às vezes, ocorrem pequenas hemorragias subcutâneas no local das maculopápulas petequiais. A erupção cutânea é generalizada e manifesta-se também na palma das mãos e na planta dos pés, o que em geral não acontece nas outras doenças exantemáticas (sarampo, rubéola, dengue hemorrágica, por exemplo). Recomendações • Evite o contato com carrapatos. Se, por acaso, estiver numa área em que eles possam existir, tome as seguintes precauções: - Examine seu corpo cuidadosamente a cada três horas pelo menos, porque o carrapato-estrela transmite a bactéria responsável pela febre maculosa só depois de pelo menos quatro horas grudado na pele; - Use roupas claras, que facilitam enxergar melhor os carrapatos; - Coloque a barra das calças dentro das meias e calce botas de cano mais alto nas áreas que possam estar infestadas por carrapatos; - Tenha cuidado ao retirar o carrapato que estiver grudado em sua pele; - Não se esqueça de que os sintomas iniciais da febre maculosa são semelhantes aos de outras infecções e requerem assistência médica imediata; - Esteja atento ao aparecimento dos sintomas comuns a vários tipos de infecção e procure um médico para diagnóstico diferencial.