Redação do Enem Como fazer a redação... 1. Leia o tema da redação com muita atenção, sem preocupar em começar a escrever. 2. Identifique a pergunta contida no tema. Esse é o passo mais importante da prova 3. Planeje: após ter compreendido o tema, comece a planejar o seu texto. 4. Faça um esquema: pense e anote frases curtas ou palavras-chaves para a sua análise. 5. Capriche na letra. 6. Evite rasuras. Estrutura do texto dissertativo-argumentativo Como todo texto é escrito de alguém para alguém com uma determinada intenção, há, de acordo com Jandira Pilar (2006), além dos aspectos estruturais e linguísticos como, por exemplo, de coerência e coesão, três passos fundamentais que devem ser seguidos para a realização de uma redação satisfatória. São eles 1) Reconhecimento do tema e de sua delimitação: permite focalizar não só a questão que deve ser discutida, mas também o ângulo de abordagem. É interessante escolher palavras- chave da tarefa de redação. 2) Posicionamento, ou seja, o “lugar” que o autor ocupa na discussão proposta: pode ser identificado por elementos lingüísticos que indiciam a tese. Esses elementos, chamados também de “marcas de autoria”, concretizam a avaliação que o autor faz da tese, demonstrando a sua atitude em relação a ela. 3) A organização do texto: elementos estruturais, introdução, desenvolvimento e conclusão, os quais também deverão apresentar termos de estratégias argumentativas que serão utilizadas para comprovação da tese (fatos, comparações, dados estatísticos, exemplificações, testemunhos de autoridades, contra-argumentações, entre outros. Sendo assim, a estrutura básica de um texto dissertativo-argumentativo constituiu-se das seguintes partes: Introdução: Um bom início de texto faz o leitor ter vontade de continuar a lê-lo. E nesse começo que, em linhas gerais, se define o que será dito e, em certa medida, também o caminho que será trilhado para isso. Constitui o parágrafo inicial do texto e deve ter, em média, 5 linhas. É composta por uma sinopse do assunto a ser tratado no texto. Não se pode, entretanto, começar as explicações antes do tempo. Todas as idéias devem ser apresentadas de forma sintética, pois é no desenvolvimento que serão detalhadas. A dica é: utilize o parágrafo de introdução para apresentar o assunto, posicionarse contra ou a favor do assunto e apresentar (somente apresentar, ou seja, citar) dois ou três argumentos, os quais serão retomados no decorrer do texto. Sendo assim, a introdução deverá ter os seguintes aspectos: apresentação do tema, tese do autor e argumentos (expostos de forma geral) para a sustentação da tese. Desenvolvimento: Esta segunda parte de uma redação, também chamada de argumentação, representa o corpo do texto. Aqui serão desenvolvidas as ideias propostas na introdução. É o momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução. Pode estar dividido em 2 ou 3 parágrafos e corresponde a umas 20 linhas, aproximadamente. A dica é: em cada parágrafo, retome um a um os argumentos expostos na introdução. Utilize um parágrafo para cada argumento. Explane sobre eles, costurando seu texto. Estabeleça uma relação de causa e consequência entre os argumentos apresentados. Conclusão: Representa o fecho do texto e vai gerar a impressão final do avaliador. Deve conter, assim como a introdução, em torno de 5 linhas. Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possíveis soluções para o problema apresentado. A dica é: reafirme sua posição e apresente uma solução ao problema. CUIDADO PARA NÃO FERIR OS DIREITOS HUMANOS!!!!! Tenha cuidado para não expor opiniões contrárias aos Direitos Humanos. Veja alguns exemplos: - Racismo; - Atribuir a violência aos que não tiveram escolaridade (nem sempre é assim, ou seja, analfabeto ou analfabeto funcional NÃO é sinômino de bandido e etc...). Argumentação: “Um argumento não é necessariamente uma prova de verdade. Trata-se, acima de tudo, de um recurso de natureza linguística destinado a levar o interlocutor a aceitar pontos de vista daquele que fala” (PLATÃO E FIORIN, 2003, p. 279). Principais figuras de linguagem Metáfora: emprego de uma palavra ou expressão com um sentido diferente do usual a partir de uma comparação subentendida entre dois elementos. Ex.: Um bando de garças brancas cortava o céu azul de setembro. Metonímia: substituição de uma palavra por outra, quando embtre ambas existe uma semelhança de sentidos. Ex.: Sentiu o aço cortando-lhe a carne da perna. [aço= faca, que é feita de aço] Antítese: emprego de palavras (ou expressões) de sentidos opostos. Ex.: “ O amor é um poço onde se despejam/Lixo e brilhantes.” Hipérbole: exagero intencional para impressionar o ouvinte ou leitor. Ex.: Nossa! Você está demorando um século para fazer a lição. Eufemismo: suavização do sentido de ideias desagradáveis, chocantes ou constrangedoras. Ex.: Ih, paizão, acho que este ano não terei sucesso na escola. Ironia: figura em que o sentido geral do enunciado possibilita perceber a intenção do falante de criticarm censurar ou ridicularizar akguém ou alguma coisa. Ex.: Meu amigo é um gênio; faz três anos que ele cursa a mesma série escolar. Elipse: figura que consiste na omissão, na não colocação de uma palavra (ou expressão) que o contexto permite ao leitor/ouvinte identificar com certa facilidade. Ex.: Ontem, assisti pela TV, ao jogo de vôlei. (elipse: ‘eu’). Pleonasmo: redundãncia; repetição para intensificar uma palavra ou expressão. Ex.: Sonhar mais um sonho impossível. Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre O discurso é direto quando são as personagens que falam. O narrador, interrompendo a narrativa, põe-nas em cena e cede-lhes a palavra. Exemplo: "- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu à porta do jardim, em Santa Teresa. - Depois do almoço, que acabou às duas horas, estive arranjando uns papéis. Mas não é tão tarde assim, continuou Rubião, vendo o relógio; são quatro horas e meia. - Sempre é tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar de censura." (Machado de Assis, Quincas Borba, cap. XXXIV) No discurso indireto não há diálogo, o narrador não põe as personagens a falar diretamente, mas faz-se o intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram. Exemplo: "A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo." Para você ver como fica fácil vou passar o exemplo acima para o discurso direto: - Desejo muito conhecer Carlota - disse-me Glória, a certo ponto da conversação. Por que não a trouxe consigo? Discurso Indireto Livre Finalmente, há um caso misto de reprodução das falas dos personagens em que se fundem palavras do narrador e palavras dos personagens; trata-se do discurso direto livre. Observe a seguinte passagem do romance ‘As meninas’, de Lygia Fagundes Telles. "Aperto o copo na mão. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve sobe tão leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na menininha de capuz vermelho. Então ela sacode de novo. 'Assim tenho neve o ano inteiro'. Mas por que neve o ano inteiro? Onde é que tem neve aqui? Acha lindo a neve. Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes." Aspectos Coesivos: Exemplos de expressões articuladoras do texto Para adicionar Para opor Para explicar não só .... mas também mas, porém, pois, porque, por, bem como todavia, contudo, porquanto, não só.... como também entretanto, uma vez que... não só... mas ainda no entanto, visto que não somente senão já que, em virtude de Exemplos de expressões para introduzir a voz do autor, no caso de argumento de autoridade Segundo o autor, Para Souza (2005), Em seu texto, o autor/Souza (2005). O autor Souza (2005) sustenta que... Sobre o papel do Estado em setores estratégicos da economia, Souza (2005) afirma que... Para ele, Pereira (2005) Segundo Souza (2000, p. 21), Souza (2005) sustenta/diz /pergunta /concorda /reafirma /estabelece /questiona /conclui /lembra ... Conforme o autor afirma, De acordo com Souza (2005)... Conforme Souza (2005), Já na visão de Pereira Para o autor, Pereira (2000, p. 21) afirma, acredita, discute, analisa, questiona, pergunta, admite, responde, indaga, argumenta, defende, reafirma, conclui, alerta, levanta, chega à conclusão de que, propõe, divide, classifica, considera, etc. Sua posição em relação a Segundo ele, Seu ponto de vista sobre... Para dar continuidade Para incluir Para concluir Além disso, além de Também Dessa modo Consequentemente Outrossim, com efeito, Inclusive Portanto Então Por outro lado, ainda Igualmente Por isso Em vista disso; Diante disso Acentuação Gráfica Regras gerais de acentuação gráfica: Recebem acento gráfico: Monossílabas tônicas terminadas em a(s): lá; e(s): pés; o(s): pós. Oxítonas terminadas em a(s): Paraná; e(s):igarapés; o(s): robô; em/ens: vintém, vinténs. Paraxítonas terminadas em l: frágil; i(s): oásis; n: hífen; u(s):bônus; r: pôster; x: fênix; os: fórceps; ão(s): orfãos; um/uns: fórum; ditongo(+s): fósseis. Proparoxítonas: todas são acentuadas: náufrago; tônico; âncora. Orientações ortográficas: Emprego de mal e mau Mal – é, geralmente, o antônimo de bem. Ex.: Ele não fez isso por mal. Mau – atribui característica; é o antônimo de bom. Ex.: O time vive mau momento. Empregos de por que, por quê, porque, porquê Por que –tem dois usos: 1º) quando se subentende a palavra ‘razão’. Ex.: Não sei por que mudei de ideia. 2º) quando equivale a ‘pelo qual’. Ex.: A rua por que passo é muito movimentado. Por quê− usado só no final de frase. Ex.: Mudei de ideia não seo por quê. Porque – equivale a ‘pois’ ou ‘como’. Ex.: Faltei à reunião porque estava doente. Porquê –equivale a ‘motivo’. Ex.: Todos sabiam o porquê de sua alegria. Emprego de outras expressões: De encontro− expressão que indica direção contrária; oposição entre duas ideias, fatos, etc. Ex.: Sempre que conversamos, suas opiniões vão de encontro às minhas, por isso, acabamos discutindo. Ao encontro− exprime ideia de associação, de somatória, de acréscimo. Ex.: Suas sugestões são ótimas, elas vêm ao encontro do que pretendemos. Há cerca de – indica tempo aproximando já transcorrido. Ex.: A estiagem castiga a região há cerca de três meses. A cerca de – significa “aproximadamente”. Ex.: A cachoeira fica a cerca de seis quilômetros da cidade. Acerca de – significa “a respeito de”, “sobre”. Ex.: Ainda não conversamos acerca da nova data da reunião. A fim de – exprime ideia de objetivo/finalidade ou de disposiçaõ para fazer algo. Ex.: Ontem, eles se reuniram a fim de ir para a praia no feriado? Afim de – palavra que significa “ que tem afinidade”. Ex.: Naquela época, nós tínhamos alguns interesses afins. Uso do onde e aonde: O pronome ‘onde’ sempre se refere a um lugar anteriormente expresso. E o pronome ‘aonde’ só se usa com verbos em movimento. Aonde vais? Não sei aonde você quer chegar. Colocação Pronominal Partícula ‘se’: Dicas: os pronomes relativos e as palavras de sentido negativo atraem o ‘se’ para antes do verbo. Início de frase, ou após vírgula, a partícula ‘se’ é utilizada depois do verbo. Exemplo: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas. Não se esqueça de mim. Quando eu avisar, silenciem-se todos. Crase: É impossível haver crase: Antes de palavra masculina: “Ele está no Rio a serviço”; Antes de artigo indefinido: “Chegamos a uma boa conclusão”; Antes de verbo: “Fomos obrigados a trabalhar”; Antes de expressão de tratamento: “Trouxe uma mensagem a Vossa Majestade”; 5. Antes de pronomes pessoais, indefinidos e demonstrativos: “Nada revelarei a ela, a qualquer pessoa ou a esta pessoa”; 6. Quando o “a” está no singular, e a palavra seguinte está no plural: “Referimo-nos a moças bonitas. 7. Quando, antes do “a”, existir preposição: “Compareceram perante a Justiça”. 1. 2. 3. 4. 1. Sujeito Composto 1.1 Sujeito Anteposto 1.1.1 Regra Geral: Com elementos coordenados, todos de 3ª pessoa = verbo plural. Exemplo: Telefone, passagem e luz custarão mais caro. Elementos coordenados de 3ª pessoa Verbo no plural 1.1.2 Formado de palavras sinônimas Verbo no plural ou concordando com o núcleo mais próximo. Exemplo: Descaso e desprezo marcou / marcaram sua administração. Palavras sinônimas Verbo no singular ou plural 1.1.3 Formado de palavras em gradação ou enumeração Verbo no plural ou concordando com o núcleo mais próximo. Exemplo: Um mês, um ano, uma década de ditadura não o povo. calou / calaram Verbo concordando com o núcleo mais próximo ou no plural Palavras em gradação ou enumeração 1.1.4 Formado por pessoas gramaticais diferentes. { { { { eu + tu + ele } verbo na 1ª p. p. eu + tu } verbo na 1ª p. p. eu + ele } verbo na 1ª p. p. tu + ele } verbo na 2ª ou 3ª p. p. Exemplos: Eu, tu e ele voltaremos logo Tu e ele Sujeito composto de verbo na 1ª p.p. Sujeito composto de voltareis/voltarão logo verbo na 2ª ou 3ª p.p. pessoas diferentes, com a presença da 1ª p. pessoas diferentes sem a presença da 1ª p. 1.1.5 Seguido de "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um" Aposto Resumidor = verbo no singular. Exemplo: Desvios, fraudes, roubos, tudo acontecia naquele país. Núcleo resumido por "tudo" verbo no singular. 1.2 Sujeito proposto 1.2.1 Regra geral Verbo no plural ou concordando com o núcleo mais próximo. Exemplo: Apertaram-lhe a garganta Verbo no plural a apreensão e o pânico. Sujeito composto proposto Apertou-lhe a garganta Verbo no singular concordando com o núcleo mais próximo a apreensão e o pânico. Sujeito composto proposto 1.2.2 Quando a ação for reflexiva = verbo no plural. Exemplo: Deram-se as mãos Verbo no plural ação reflexiva virtude e formosura. (Bocage) Sujeito composto proposto 2. "Alguns", "quantos", "muitos", "quais" + "de nós", "de vós" = verbo concorda com "nós" e "vós" ou vai para a 3ª p. p. Exemplos: Alguns de nós Lemos o livro. verbo concordando com o pronome "nós" Alguns de nós Leram o livro. verbo vai para a 3ª pessoa do plural. 3. "Algum", "qual" + "de nós", "de vós" = verbo concorda com "algum" e "qual". Exemplo: Algum de nós Leu o livro. verbo concordando com "algum" 4. "A maioria de", "a maior parte de", "grande número de" + "nome no plural" = verbo no singular ou no plural. Exemplo: A maior parte dos presentes se retirou / se retiraram. nome no plural verbo no singular ou no plural 5. "Mais de", "menos de", "cerca de", "obra de" + numeral = verbo concordando com o numeral. Exemplos: Mais de um aluno se retirou. Mais de dois alunos se retiraram. 6. "Mais de" repetido ou indicando reciprocidade = verbo no plural. Exemplos: Mais de um aluno, mais de um professor estavam presentes. Mais de um aluno se abraçaram. 7. Verbos impessoais 7.1 Verbos que indicam fenômenos da natureza (= chover, nevar, ventar, amanhecer, etc.) = verbo no singular. Exemplo: Choveu muito ontem. 7.2 Verbo haver (= existir) = verbo no singular. Exemplo: Havia muitas cadeiras vazias na sala. 7.3 Verbos que fazem referência a tempo (haver, fazer, ir, estar, ser) = verbo no singular. Exemplos: Há cinco meses que não aparece Faz cinco meses que não aparece É tarde. Faz muito calor. Fará invernos rigorosos. Observação: Nas locuções verbais, os verbos impessoais acima referidos transmitem sua impessoalidade ao verbo anterior, chamado de auxiliar. Exemplos: Vai fazer cinco anos que... Pode haver outras alternativas. 8. Verbos "dar", "soar" e "bater" + horas = verbo concorda com as horas (=sujeito). Exemplos: Deu uma hora. verbo singular sujeito singular Bateram duas horas. verbo plural sujeito plural Observação: Numa locução verbal, o verbo auxiliar concorda com as horas. Exemplo: Iam dar duas horas. locução verbal sujeito plural 9. Verbos "existir", "acontecer", "faltar", "sobrar", etc. (empregados normalmente com sujeito posposto) = verbo concorda com o sujeito posposto. Exemplo: Existem Faltam Sobram razões suficientes. razões. razões. verbo concorda com o sujeito sujeito posposto Observação: Numa locução verbal, com verbos dessa natureza, o verbo auxiliar concorda com o sujeito posposto. Exemplos: Devem existir razões. Podem faltar razões. Devem sobrar razões. 9.1 "É muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de", etc + preço, peso, quantidade = verbo no singular Exemplos: Duas horas é muito. Dois é bom, três é demais. 9.2 Na indicação de datas = existem três possibilidades de construção: Hoje são 14 de abril. Hoje é dia 14 de abril. Hoje é 14 de abril. (em que o verbo concorda com a idéia implícita de dia) 9.3 Na indicação de horas = verbo concorda com o predicativo (= horas). Exemplos: Que horas são? É uma hora. São duas horas. São três horas. 9.4 A locução "é que" = invariável. Exemplos: Eu (é que) estudo. Tu (é que) estudas. Ele (é que) estuda. ECO, U. Como se faz uma tese. 14 ed. São Paulo: Perspectiva, 1996. FICAGNA, A. et al. Manual de técnicas de pesquisa. Passo Fundo: Faplan; Méritos: 2007. PUCRS, Manual. Disponível em: http://www.pucrs.br/manualred/verbal.php. Acesso em: 10 de mai. de 2014.