Caatinga ganha mais 300 mil hectares protegidos por unidade de

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Caatinga ganha mais 300 mil hectares protegidos por unidade de
conservação
Frente ao avançado processo de desmatamento na caatinga – chega a 45%,
segundo monitoramento por satélite divulgado em 2010 – o Ministério do Meio
Ambiente (MMA) busca concretizar a agenda de criação de unidades de
conservação na região e desenvolver alternativas para o uso sustentável de
sua biodiversidade. Um dos resultados concretos desse esforço é a ampliação,
em 300 mil hectares, do Parque Nacional das Confusões, no Piauí, que passa
a ter 823.435,7 mil hectares, conforme decreto presidencial assinado em 30 de
dezembro.
Esse trabalho é desenvolvido por meio de parceria entre a Secretaria de
Biodiversidade e Florestas do Ministério do MMA, o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e a ONG The Nature Conservancy
(TNC). Ele é realizado a partir da definição, em 2008, de uma agenda de
criação de 20 unidades de conservação na caatinga, um dos biomas menos
protegidos do País.
Em 2009, foi criado o Monumento Natural do Rio São Francisco, com 27 mil
hectares, englobando os estados de Alagoas, Bahia e Sergipe. No momento,
está em avançado processo de criação o mosaico de unidades de conservação
do Boqueirão da Onça, na Bahia. Considerando também a ampliação do
Parque Nacional das Confusões, essas três medidas vão aumentar, de 7,76%
para 9%, a área da caatinga protegida por unidades de conservação.
Benefícios- As unidades de conservação são um investimento muito barato
em relação aos benefícios socioambientais e econômicos que elas trazem ao
País. O estudo “Alternativas para a manutenção das unidades de conservação
da caatinga”, contratado pelo Núcleo do Bioma Caatinga, da Secretaria de
Biodiversidade do MMA, calcula que para a implementação e manutenção
inicial de todas as unidades de conservação do bioma – as federais, estaduais
e municipais – seriam necessários menos de R$ 300 milhões de reais. Um
custo menor, segundo ainda o estudo, do que uma obra média de
infraestrutura.
O incremento das unidades de conservação na caatinga está diretamente
vinculado à manutenção e aumento da capacidade produtiva da região. Ao
mesmo tempo em que protegem recursos e serviços fundamentais para a
economia e a qualidade de vida da população (água, solo, polinizadores,
plantas com potencial de uso nas indústrias farmacêutica, alimentícia e
química, dentre outras), as unidades de conservação podem promover
diretamente as economias local e regional, por meio do ecoturismo e pesquisa
e difusão de boas práticas de uso de espécies nativas com potencial
socioeconômico (principalmente nas unidades de uso sustentável), dentre
outras
atividades
econômicas.
A criação de unidades é também um excelente meio de frear o processo de
desertificação acelerado da região. O custo de recuperação de áreas
submetidas a este processo é bem maior do que o custo da manutenção de
unidades de conservação. Além disso, o avanço da desertificação certamente
irá comprometer a economia regional, pela degradação dos recursos hídricos e
do solo. Se nenhuma providência for tomada, as áreas em desertificação
tendem a ficar mais críticas e se expandir, devido à ação antrópica e de
intempéries
como
chuva
e
vento.
Gestão- Ao mesmo tempo em que amplia a área ocupada por unidades de
conservação na caatinga, o MMA tem se esforçado, em parceria com o
ICMBIO, em melhorar as condições de gestão destas unidades, para que elas
cumpram efetivamente o seu papel.
Isso se reflete em ações de melhorias na infraestrutura, capacitação,
integração com a comunidade e melhoria na captação e aplicação de recursos
de diversas fontes, incluindo a compensação ambiental. Um exemplo é o
Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco. Com 60 mil hectares, é uma
das unidades de conservação coordenadas pelo ICMBIO. Entre os ganhos, o
fortalecimento do turismo sustentável – os guias turísticos são capacitados e
trabalham na unidade – e a integração com a comunidade.
Há importantes investimentos também nas reservas particulares do patrimônio
natural (RPPN), como, por exemplo, a unidade de Serra das Almas, com 6,2
mil hectares e situada no Ceará. Com 11 anos de existência, ela é coordenada
pela Associação Caatinga e, por meio de planos de manejo, abriga ações de
geração de renda com uma produção totalmente sustentável, com o
envolvimento
direto
da
comunidade.
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