Geografia Aspectos Físicos e Geográficos - CE Professor Luciano Teixeira www.acasadoconcurseiro.com.br Geografia ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS - CE Clima: O clima do Ceará é predominantemente semiárido, com pluviosidades que, em trechos da região dos Inhamuns, podem ser menores que 500 mm, mas também podem se aproximar de 1 000 mm em outras áreas caracterizadas pelo clima semiárido brando, a exemplo da área semiárida do Cariri e nas cidades relativamente próximas à faixa litorânea. A temperatura média é alta, com pequena amplitude anual de aproximadamente 5 °C, girando entre meados de 20 °C no topo das serras a até 28 °C nos sertões mais quentes. No interior, a amplitude térmica diária pode ser relativamente grande devido à menor umidade. Em todo o estado, os dias mais frios ocorrem geralmente em junho e julho e os mais quentes, entre outubro e fevereiro. 89 Nas áreas serranas, onde impera o clima tropical semiúmido e, em altitudes mais elevadas, úmido, as temperaturas são mais baixas, com média de 20 °C a 25 °C, com mínimas anuais muitas vezes alcançando entre 12 °C e 16 °C. Surgem aí vegetações de cerradão e floresta tropical, e as pluviosidades são mais altas, superando os 1 000 mm. Essas áreas contêm mananciais que banham os sopés dessas regiões, tornando-os propícios à atividade agrícola. É nas serras e próximo a elas, assim como nas planícies aluviais, que se concentra a maior parte da população do interior cearense, com densidades superiores a 100 hab./km², por exemplo, em boa parte do Cariri cearense. No litoral, o clima tropical subúmido possui pluviosidades normalmente entre 1 000 mm e 1 500 mm. As temperaturas são bastante elevadas, com médias de 26 °C a 28 ºC, mas a amplitude térmica é bastante pequena. No geral, as temperaturas variam, durante o dia, de mínimas de 23 °C-24 °C até máximas de 30 ºC-31 °C. É raro as temperaturas ultrapassarem os 35 °C na região litorânea, ao contrário do que ocorre no Sertão cearense. www.acasadoconcurseiro.com.br 3 Vegetação O estado está no domínio da caatinga, com período chuvoso restrito a cerca de quatro meses do ano e alta biodiversidade adaptada. 84 O estado é, ainda, o único a estar completamente inserido na sub-região do sertão. A sazonalidadecaracterística desse bioma se reflete em uma fauna e flora integradas às condições semiáridas. Consequentemente, há grande número de espécies endêmicas, sobretudo nos brejos e serras, isolados pela caatinga, e refúgios da flora e fauna de matas tropicais úmidas. Na Serra de Baturité, por exemplo, 10% das espécies de aves são endêmicas. Osoldadinho-do-araripe foi descoberto em 1996 na Chapada do Araripe e só é encontrado nessa região. Dentre as aves, são ainda característicos o uirapuru-laranja e a jandaia. Destacam-se, na flora cearense, a carnaúba, considerada um dos símbolos do estado e também importante fonte econômica, e a zephyranthessylvestris, flor original do habitat cearense. Caatinga: vegetação típica do sertão tem como principais espécies o pereiro, a aroeira, as leguminosas e ascactáceas. É uma formação de vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), mas é rica ecologicamente. Ocorre em todos os estados nordestinos exceto o Maranhão, e no norte de Minas Gerais na Região Sudeste. 4 www.acasadoconcurseiro.com.br Geografia – Aspectos Físicos e Geográficos - CE – Prof. Luciano Teixiera Com uma população de 28 milhões de pessoas, a Caatinga é a região semi-árida mais populosa do mundo. No bioma, o único exclusivamente brasileiro, o grande desafio é promover o desenvolvimento da região com a proteção do meio ambiente. E é para chamar a atenção para a importância do bioma para o Brasil que no dia 28 de abril é comemorado o Dia Nacional da Caatinga. O bioma Caatinga tem uma área de 850 mil km², o que equivale a 11% do território nacional. Além de estar presente nos nove estados nordestinos, a Caatinga também é encontrada no norte do Estado de Minas Gerais. Os dados do desmatamento do Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite mostram que o bioma ainda possui 55% de vegetação remanescente (dados do período entre 2002 e 2008). A região da Caatinga tem dependência do recurso florestal para o desenvolvimento. “É preciso combinar ações que proporcionem o desenvolvimento da região, o bem-estar social e a proteção da fauna e da flora. É importante que se avancem as alternativas sociais e econômicas de inclusão e geração de renda para aqueles que vivem, dependem de recursos da Caatinga”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Na região onde está o maior número de propriedades rurais do Brasil, a participação social é fundamental para o desenvolvimento da região. “É importante que a população tenha o interesse de preservar a caatinga, e de criar mecanismos inovadores de conservação da biodiversidade que permitam, além da proteção da natureza, a geração de renda para as comunidades que vivem nessas localidades” Vegetações Litorâneas e Matas Ciliares: na categoria de vegetação litorânea podemos incluir os mangues, um riquíssimo ecossistema, local de moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios elagoas. Também podemos incluir as restingas e as dunas. As matas ciliares ou matas de galeria são comuns em regiões de cerrados, mas também podem ser vistas na Zona da Mata. São pequenas florestas que acompanham as margens dos rios, onde existe maior concentração de materiais orgânicos no solo, e funcionam como uma proteção para os rios e mares. www.acasadoconcurseiro.com.br 5 Desmatamento: Uso Sustentável: Um dos problemas da Caatinga é o desmatamento causado pelo uso da madeira para energia. Um terço da energia da região é à lenha. De acordo com o diretor de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, é possível atender à demanda de lenha da indústria com a realização de manejo florestal sustentável. É preciso uma área de 2,5 milhões de hectares para atender a demanda de lenha, utilizando 170 mil hectares por ano, explicou. Para realizar o manejo, a área é dividida em 15. A cada ano, é retirada a madeira de uma parte. Depois essa área é reflorestada e é usada a madeira de outra divisão. Estudo da Rede de Manejo Florestal da Caatinga, que tem a participação da Embrapa, universidades e ONGs, mostraram que em área de manejo florestal sustentável foram registradas a mesma biodiversidade que em áreas preservadas. A sociedade precisa entender que é possível desenvolver com o manejo sustentável, explicou Campello. O uso sustentável dos recursos naturais apresenta grandes perspectivas no semi-árido brasileiro. A Caatinga dispõe de modelos já testados e com bons resultados para o manejo agrosilvopastoril, a integração do uso sustentável de produtos madeireiros e não-madeireiros e o manejo da vegetação para pecuária e agricultura. A valorização dos produtos da sociobiodiversidade e a criação de mecanismos de financiamento de atividades sustentáveis, 6 www.acasadoconcurseiro.com.br Geografia – Aspectos Físicos e Geográficos - CE – Prof. Luciano Teixiera aliados à tecnologia sustentável e aos conhecimentos tradicionais são outras possibilidades para modificar o perfil de uso da Caatinga. A conservação da Caatinga também está intimamente associada ao combate da desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas. No Brasil, 95% das áreas suscetíveis à desertificação estão na Caatinga. Por isso, combater o desmatamento e ampliar atividades sustentáveis são focos de ações para conter a desertificação e proteger a caatinga. A proteção da Caatinga é trabalhada no Ministério do Meio Ambiente com as estratégias de proteção, na Secretaria de Biodiversidade e Florestas, e com as alternativas de uso sustentável, na Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável. http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u701579.shtml www.acasadoconcurseiro.com.br 7