assinatura fitolitica do solo e as mudanças ambientais no

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VIII Semana Acadêmica e VIII Expedição Geográfica:
Ensino, práticas e formação em Geografia
04 a 06 de setembro de 2013
ASSINATURA FITOLITICA DO SOLO E AS MUDANÇAS AMBIENTAIS NO
SUDOESTE DO PARANÁ: CASO DA SUPERFÍCIE INCOMPLETAMENTE
APLAINADA V - CLEVELÂNDIA
FELIPE, Paula L. L. Mestrado PPG em Geografia - UNIOESTE – Francisco Beltrão
[email protected]
CALEGARI, Marcia Regina. Colegiado de Geografia – UNIOESTE – MCR
[email protected]
INTRODUÇÃO
A paisagem resulta de um arranjo de processos antigos, dados pela ação
geológica, geomorfológica, pedológica, biogeográfica, climatológica e hidrográfica.
Para Souza et al. (2005) frentes frias promoveram mudanças no clima global e
remodelaram as paisagens. Essas instabilidades climáticas no Terciário e Quaternário
comandaram a distribuição da vegetação. Estudos com microfósseis, datação C-14,
análises isotópicas, palinológicas e fitolíticas em solos e sedimentos tem sido usados
para investigação das instabilidades no passado e para reconstrução paleoambiental.
No Sudoeste do Paraná, constata-se carência de estudos referentes às condições
climáticas ao longo da evolução das paisagens. Resultados do Grupo de Pesquisa
Gênese e Evolução de Superfícies Geomórficas e Formações Superficiais, mostraram
que os setores de topo na região Sudoeste do estado se ordenam em escadaria de Leste
para Oeste e correspondem aos remanescentes de oito superfícies incompletamente
aplainadas (PAISANI et al., 2008a). Para investigar essas superfícies, objetiva-se, por
meio da análise de fitólitos, a reconstrução das condições ambientais da Superfície V.
Fitólitos são corpos de sílica amorfa (SiO2.nH20), produzidos por plantas e
após a morte de suas produtoras, ou parte delas, podem ser incorporados ao
solo/sedimentos, permanecendo ali por longo tempo (PIPERNO, 1988). Para análise
fitolítica consistente é necessário comparar conjuntos de fitólitos encontrados no solo
com coleções de referências de fitólitos extraídos de plantas atuais. Para isso o grupo já
desenvolveu três coleções de referência: Floresta Ombrófila Mista com Araucária,
Campos (RAITZ,2012) e Floresta Ombrófila Densa (FELIPE, 2012; CECCHET, 2012).
OBJETIVOS
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Visando contribuir para entendimento da influência paleoclimática na
configuração das paisagens do Sudoeste do Paraná, somada às vantagens do uso de
fitólitos como marcador ecológico, objetiva-se o estudo das assembléias fitolíticas dos
solos, associado a dados isotópicos, para fins de reconstrução paleoambiental da
Superfície Geomórfica V. Especificamente, pretende-se extrair e analisar o conjunto de
fitólitos preservado no solo e determinar a assinatura fitolítica da vegetação atual e
pretérita; comparar o cenário paleovegetacional obtido para essa superfície com a
paisagem atual e identificar possíveis mudanças na vegetação e suas possíveis causas;
METODOLOGIA
O estudo será realizado em perfil de solo representativo da Superficie V – 1ª
Superfícies Interplanálticas de Clevelândia, Honório Serpa, Mangueirinha, Candói e
Guarapuava (PAISANI, et al., 2008a), preferencialmente em
áreas de topo sob
vegetação nativa. Será feita a descrição e coleta de solo por horizonte, para fins de
classificação e caracterização e também coletas para análises isotópica e fitolítica.
Procedimentos para análise fitolítica: extração de fitólitos conforme o método 2
apresentado por Calegari et al. (2013); identificação e contagem de fitólitos conforme a
International Code for Phytolhit Nomenclature (MADELLA et al 2005); obtenção de
microfotografias dos morfotipos de fitólitos; Comparação com coleções de referências
de fitólitos; preparação do material para análise isotópica δ13C da matéria orgânica do
solo e preparação das amostras para datação C-14. Por fim, será realizada análise
estatística dos dados (descritiva e multivariada) para estabelecer semelhanças entre
amostras quanto às propriedades morfológicas dos solos e as assembléias fitolíticas.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
CALEGARI, M. R.; MADELLA, M.; VIDAL, P.; OTERO, X.L.; MACIAS, F.; OSTERRIETH
M. et al. Opal phytolith extraction in oxisols. Quaternary International. 2013 p. 56-62.
CECCHET, F. A. Conjunto de fitólitos dos estratos inferiores da Floresta Ombrófila Densa
(Linhares – ES): subsídios para reconstrução paleoambiental. Monografia – Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, 2012.
FELIPE, P. L. L. Coleção de referência de fitólitos de eudicotiledoneae da Floresta
Ombrófila Densa: subsídios para estudos paleoambientais em regiões tropicais. Monografia –
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2012.
MADELLA, M.; ALEXANDRE, A.; BALL T.; International Code for Phytolith Nomenclature
1.0. Annals of botany, 96. 2005 p. 253-260.
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PAISANI, J. C.; et al. Superfícies aplainadas em zona morfoclimática subtropical úmida no
planalto basáltico da bacia do Paraná (SW Paraná / NW Santa Catarina): primeira aproximação.
Geociências (São Paulo. Online), v. 27, 2008, p. 541-553.
PIPERNO, D. R. Phytolith analysis. An archaeological and geological perspective. Academic
Press, San Diego, 1988.
RAITZ, E. Coleção de referência de silicofitólitos da flora do Sudoeste do Paraná:
subsídios para estudos paleoambientais. Francisco Beltrão, 2012. Dissertação (Mestrado em
Geografia). Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.
SOUZA, C. R.G. et al.Quaternário do Brasil. Ribeirão Preto-SP: Ed. Holos 2005.
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