SUCESSO NO RELACIONAMENTO

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
SUCESSO NO RELACIONAMENTO
Aluno:
EaD - Educação a Distância Portal Educação
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
SUCESSO NO RELACIONAMENTO
CEIRA
E FINANCEIRA
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
1 DO NAMORO AO CASAMENTO: A FORMAÇÃO VÍNCULO DO CASAL
1.2 A IMPORTÂNCIA DO SEXO E O RELACIONAMENTO AMOROSO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1 DO NAMORO AO CASAMENTO: A FORMAÇÃO VÍNCULO DO CASAL
Todos nós temos objetivos de vida, e a maioria das pessoas incluem nestes
objetivos o sonho de se casar e construir uma família. Encontrar o homem e a
mulher ideal é algo mágico, mas esperar por esse momento, às vezes, se torna
cansativo e maçante. Se você está se sentindo desmotivado e triste por ainda não
ter encontrado seu amor, deixe a tristeza de lado e venha conhecer este mundo
cheio de encantos e mistérios que envolvem as relações amorosas. Antes de
entendermos o que é preciso saber para se obter sucesso no relacionamento
amoroso precisamos conhecer como se dá a formação do vínculo do casal que inicia
com a paquera, depois o namoro até o casamento.
FONTE: Disponível em: <http://www.thinkstockphotos.com>. Acesso em: 11 jan. 2011.
O início de uma relação amorosa geralmente é de extrema importância e
pode ser decisivo para o futuro do relacionamento. Conforme o relacionamento vai
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se desenvolvendo nesta fase inicial o casal vai se conhecendo e criando imagens,
sensações e expectativas entre si.
É nesta fase inicial que se
pode sentir e perceber o
futuro da relação.
O casal para Puget (1993) possui elementos que permitem defini-los como
uma unidade ou estrutura e é considerada a origem da família, sob o ponto de vista
convencional.
Segundo Ricotta (2002), é importante ressaltar que quando falamos em
vínculo estamos nos atendo ao que existe entre duas pessoas, ou seja, o que liga
uma a outra, e não a forma de cada um ser. O que ocorre entre duas pessoas
desencadeia sensações, efeitos e modificações em cada uma delas das mais
superficiais até as mais profundas, pois, é isso que irá fazer com que nos unamos ou
nos separemos dos outros. As pessoas envolvidas num vínculo amoroso não sabem
que existem fatores implícitos, que não são aparentemente encontrados, ou seja,
não são concretos, visíveis e constatados. Todos os seres humanos vivem sob
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influências sociais, emocionais e biológicas, e também somos resultados do que
vivemos antes. Essa noção de continuidade é que vai nos ajudar a entender o
processo de vinculação entre duas pessoas.
Para Amélio (2001) a capacidade para nos sentirmos atraídos por uma
pessoa é de extrema importância para o sucesso do início de um relacionamento
amoroso. A atração amorosa tem dois efeitos principais:
1.
É um dos principais critérios para escolher o parceiro ideal, pois ela nos
ajuda a distinguir aquelas pessoas que apenas nos agradam como amigos daquelas
pessoas que nos atraem amorosamente;
2.
Funciona como uma fonte de energia para as ações amorosas.
Quando nos sentimos atraídos por alguém esta atração faz com que nos
comportemos de maneira a agradar, conquistar e iniciar um namoro com este
alguém.
Segundo Yorio (1996) um elemento muito importante que ocorre na fase do
namoro e que leva as pessoas a se apaixonarem é a idealização do outro, pois a
paixão possibilita a emergência de aspectos que estão no inconsciente, abrindo
assim, um caminho para este se expressar, ou seja, dentro de cada um de nós
existe a imagem do homem ou mulher que ao ser encontrado preencheria todos os
anseios.
Segundo Niven (2003, p. 48) “pode parecer ridículo, mas contos de fadas
são importantes. Nossos primeiros conceitos sobre relacionamentos, amor,
casamento e felicidade são poderosamente influenciados pelas histórias que lemos
e os filmes que assistimos”. Temos a expectativa de certa quantidade de
encantamento no amor e na vida. O segredo é compartilhar a mágica da vida diária,
a mágica de compartilhar, de dar e receber nos pequenos gestos e atitudes.
Ricotta (2002) coloca que a formação e o desenvolvimento do vínculo se dão
durante o período de namoro, que chama de pré-conjugal, a partir daí a paixão e a
atração ganham destaque juntamente com o ato de escolher um parceiro. Para que
um relacionamento proguida é preciso que se tenha claro o motivo da aproximação
e real interesse um pelo outro, pois são muitos os casos em que pessoas se sentem
atraídas por alguém dando todo um significado amoroso para esse interesse
querendo direcioná-lo para um vínculo mais sólido, enquanto o outro não
corresponde a essas expectativas, pois tem diferentes interesses. Nesse período de
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enamoramento às vezes há uma mistura com o outro, acha-se que o outro deve
saber tudo o que acontece, fazer de tudo por nós e o mais importante amar-nos
acima de tudo.
FONTE: Disponível em: <http://www.thinkstockphotos.com>. Acesso em: 11 jan. 2011.
Esta paixão inicial do romance é colocada pela autora como um sentimento
que dirigimos a nós mesmos, aos nossos impulsos, expectativas e fantasias, sendo
na verdade o amor que sentimos por nós mesmos e não o amor que se sente por
uma pessoa que aceita e valoriza o outro tal como ele é não o transformando em
uma pessoa idealizada. Fica claro então que à medida que um relacionamento se
baseia em satisfazer os próprios desejos, o componente do amor está ausente.
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O amor verdadeiro só poderá existir quando
uma pessoa passar a reconhecer o outro por aquilo que
ele realmente é e quando por livres escolhas optamos
por ele. Ser capaz de um verdadeiro amor significa
amadurecer, ter atitudes reais com o outro.
Segundo Fisher (2008) uma das primeiras coisas que acontecem quando
nos apaixonamos é que vivemos uma mudança drástica na consciência: seu objeto
de amor assume um significado especial. O ser amado torna-se singular, único e
sumamente importante. Antes que o relacionamento se desenvolva para o amor
romântico, você pode se sentir atraído por várias pessoas diferentes, mas por fim
você concentrará sua paixão em apenas uma pessoa. Isso acontece, pois o ser
humano não é capaz de se apaixonar ao mesmo tempo por duas pessoas.
Outro fator presente nos apaixonados que a autora nos coloca é a tendência
a superdimensionar e exagerar os aspectos do ser adorado. Se pressionados
podemos até relacionar algumas coisas que não gostamos no nosso amor, mas
essas coisas são deixadas de lado e nos convencemos de que esses defeitos são
únicos e encantadores
Depois deste período de intensa paixão a “névoa” vai passando e os
integrantes do casal passam a querer ficar um pouco mais só, querendo poder
respirar sem que o outro esteja presente, procurando um pouco de privacidade, para
que se possa tomar a frente da própria vida. Este processo não é doloroso, mas vem
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acompanhado por uma estranheza por não entender o porquê de tais mudanças de
não querer a todo o momento a presença da pessoa amada como antes. De acordo
com Ricotta (2002, p.48), “a relação passa a ocupar um novo lugar, não menor, nem
menos importante, um novo lugar. Há segurança o bastante para a possibilidade de
existirem duas pessoas individualmente”. Assim o casal irá passar por mais uma
etapa: reconhecerem-se, conhecerem-se novamente. O relacionamento torna-se
mais sólido e o casal passará a ter contato com os defeitos um do outro. O tempo do
vínculo que se inicia com o enamoramento não se pode prever, pois depende de
como será essa passagem, de como ela será feita e das revisões necessárias nos
aspectos fortificantes da união, para que o casal possa dar nova vida ao que parece
ter se apagado.
É nesse momento que o casal precisa estar focado e fazer um esforço
conjunto para manter a relação, pois se não houver a motivação acompanhados de
interesse e vontade das duas partes, dificilmente a relação se desenvolverá de
maneira sólida e duradoura.
Costa (2000) afirma que para os cônjuges terem um bom relacionamento,
marido e mulher não precisam ser semelhantes, pois a individualidade é muito
importante contribuindo favoravelmente, para o enriquecimento da vida do casal.
Para Ricotta (2002) quando duas pessoas se unem, vão adquirir em suas
identidades uma parte do outro. Essa parte comum é que vai dar o significado à
identidade do casal, construindo uma base necessária para a fertilização e
manutenção do vínculo. Puget (1993, p.18) define o casal como “uma estrutura
vincular entre duas pessoas de sexos diferentes, isto é, uma relação intersubjetiva
estável entre um ego e outro ego, onde tem cabimento o mundo intrassubjetivo de
cada um, e onde o vínculo, por sua vez, ocupa uma área diferenciada da estrutura
objetal”. A definição pretende dar uma ideia de uma relação estável.
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FONTE: Portal Educação.
A estrutura vincular complexa do casal, mesmo sendo considerada como
fechada possui uma zona dotada de uma capacidade virtual de abertura para o
sociocultural, para dar lugar ao desdobramento do vínculo com os filhos, passando
assim a ser uma estrutura familiar. Puget (1993) afirma que a estrutura vincular do
casal possui três termos, ou seja, os dois polos, os dois egos e um conector, que
terá a função de ligar ambos. As denominações que compõem o vínculo
correspondem a duas ordens de objetos, são as referentes a lugares e aqueles que
ocupam tais lugares, ou seja, o lugar de esposa e de esposo em um vínculo
matrimonial.
Na estrutura matrimonial para Puget (1993), distinguiram-se dois tipos de
representações: do espaço macrocontexto social e do complexo de Édipo, que estão
orientados de acordo com a linha do desejo. A representação social dá aos sujeitos
uma estipulação quanto à relação familiar e matrimonial, sobre o qual recebem seu
registro na instrução das leis de parentesco e na continuidade histórica. Essa
representação é de uma estrutura virtual, e sua realização é realizada à medida que
os egos ocupem essa determinada posição. A representação do complexo de Édipo
diz respeito à identificação com o casal parental, cada ego terá de cumprir o modelo
parental de constituição de casal.
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Essas representações expostas permitem entender algumas das variações
que ocorrem no casal matrimonial. Quando a relação é harmônica, é sinal de que os
modelos socioculturais e os modelos identificatórios infantis combinam. Para ela
existe um tipo de conector que é necessário para explicar por que duas pessoas
conseguem manter uma relação estável de casal e entender aquilo que os uni,
assim também o que ocorre quando a relação fracassa. O termo conector pode
crescer ser funcional ou disfuncional. Os vínculos funcionam por pares de termos, o
que de acordo com Levis-Strauss (1966, apud PUGET, 1993 p.20) “Se organizaram
relações de intercâmbio: de palavras e de significado, de bens e de produtos”.
Puget (1993) dá ênfase aos pactos e contratos inconscientes estabelecidos
para formação do vínculo. Os acordos inconscientes são os resultados das
combinações entre aqueles fatores compartilháveis, partindo do espaço mental de
cada um dos indivíduos, e resultam na tendência a unificar seus funcionamentos
mentais e vinculares. Os pactos inconscientes apesar de poderem reforçar os
acordos, tendem a especificar elementos distintos que vem do espaço mental
incompartilhável de cada ego. Compartilhar o que não é compartilhável faz com que
os egos realizem concessões, para que possam pactuar realizar o desejo do outro,
colocando-se em posição favorável. Assim o desejo não é compartilhado, pois se
trata de desejos diferentes realizados com a ajuda do outro, para sustentar a
complementaridade de tipo sucessividade.
Levando em conta todos esses aspectos envolvidos na formação do vínculo
do casal, podemos dizer que este é uma estrutura complexa, pois depende tanto dos
fatores internos e inconscientes de cada um quanto dos externos para que o vínculo
seja estabelecido e para que o casal consiga manter uma união estável.
1.2 A IMPORTÂNCIA DO SEXO E O RELACIONAMENTO AMOROSO
Quando se fala em vínculo do casal, é importante ressaltar a questão do
sexo, o significado que ele tem para o casal em todos os aspectos incluindo o
namoro e casamento, e como irá influenciar na formação e consolidação do vínculo
do casal.
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FONTE: Disponível em: <http://www.thinkstockphotos.com>. Acesso em: 11 jan. 2011.
Este foi um assunto polêmico que sofreu grandes transformações históricas.
Costa (2000, p. 33) afirma que, “em muitas culturas primitivas, enquanto a relação
sexual era estimulada, as iniciativas no sentido de estabelecer ligações afetivas
estáveis eram desencorajadoras.” Já em outras comunidades, o relacionamento
sexual era extremamente proibido quando jovens encontravam-se apaixonados.
Foucaut (1985, apud GOMES, 1998 p.32) enfatiza que o marido somente se
aproximava da esposa com maneiras respeitosas e comedidas, isso sendo sinal de
amor a ela. E a mulher respondia com pudor e delicadeza, também como sinal de
amor.
Com o surgimento do Cristianismo, Costa (2000), relata que houve uma
revolta contra o prazer, sobretudo, o prazer sexual, estabelecendo uma divisão entre
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o sexo e o amor, atribuindo a origem do primeiro a Deus e do segundo ao diabo. A
Igreja estabeleceu normas em que o sexo deveria ser restrito somente ao
casamento, e para fins reprodutivos. Prosseguindo na história chega-se à Idade
Média, na França. Nessa época houve uma reação à repressão da sexualidade,
desenvolvendo a doutrina do amor cortesão que Costa (2000, p. 33) coloca como:
“O arrebatamento e a
paixão nas relações entre
homem e mulher, porém
fora do casamento.”
Chegando à era do Renascimento o poder da Igreja diminuiu, mas o
Protestantismo passou a exercer forte influência, mantendo assim uma aversão
sobre o sexo. O Iluminismo de acordo com Costa (2000) veio para enfrentar o
antissexismo Renascentista, influenciando assim em várias mudanças tanto sociais
quanto políticas no século XVIII, e colocando ao lado do direito de cada um ao
prazer, opondo-se ao moralismo religioso.
O Romantismo surgiu entre os séculos XVIII e XIX, que de acordo com a
autora passaram a prevalecer os sentimentos e imaginação, consagrando a
espontaneidade. Com a revolução industrial e o desenvolvimento do capitalismo, os
direitos individuais, incluindo o das mulheres, e um novo modelo de relacionamento
homem/mulher foram estabelecidos. A partir daí um relacionamento conjugal não
baseado no amor sexual e direito igual entre homens e mulheres tornou-se
inaceitável. Com todas essas transformações Costa (2000), afirma que a felicidade
passou a ser atingida aqui na terra, pois com a diminuição do poder do Estado e da
Igreja, no século XX, o amor se juntou ao sexo no casamento.
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De acordo com Osório (2002), a nova moral sexual, livre dos tabús e
preconceitos pregados pela religião, aponta para a possibilidade de superação dos
conflitos que agridem a natureza humana por desconsiderá-la em sua essência
instintiva dando permissão para que a sexualidade se vislumbre, sendo assim a via
satisfatória e criativa para chegar à fonte de felicidade: a relação amorosa íntima
com outro ser humano. O resgate da vocação do encontro sexual, para a obtenção
de prazer, livre de culpas e consequências não desejadas, e para a veiculação dos
afetos e a consolidação de vínculos amorosos é a tarefa principal desse novo
paradigma moral que se forma na revolução dos costumes sexuais. Além disso, a
sexualidade tem um valor intrínseco e quando livremente exercida, tem grande
influência na melhora da qualidade de vida. Com base neste contexto histórico, fica
nítida a grande união entre sexo e amor representando um amadurecimento da
relação homem/mulher.
FONTE: Disponível em: <http://www.thinkstockphotos.com>. Acesso em: 11 jan. 2011.
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Segundo Freud (s.d.apud COSTA, 2000 p.34), “a força do amor encontra-se
representada pela libido, à energia que brota das pulsões sexuais por meio das
zonas erógenas do corpo, incluindo a pele, firmando uma relação definitiva entre
amor e sexualidade”. O amor se manifesta sob duas formas: o narcisista e o objetal.
O amor narcisista é quando o indivíduo volta-se para si mesmo, não existindo assim
um objeto de amor. O amor objetal caracteriza-se por uma forma madura de amar,
pois há um reconhecimento do outro. Para que um vínculo se estabeleça, ocorrerá
uma evolução do amor narcisista para o amor objetal, assim uma parte do amor
narcisista deve permanecer para que o indivíduo desenvolva o que chamamos de
amor próprio e então fazer um acordo dessas duas formas de relacionamento, onde
irá predominar outra, configurando assim os laços de amor.
Parece que a base dos futuros relacionamentos está na infância desde os
primeiros contatos afetivos com a mãe até o momento em que a criança visualiza a
maneira como os pais se relacionam, chegando ao topo com as experiências da
adolescência. Todas essas vivências ficam no inconsciente do indivíduo, interferindo
futuramente na vida sexual, constituindo a sustentação da vida conjugal. Para Costa
(2000, p. 35), “quando o desejo sexual inclui a escolha de uma determinada pessoa,
a excitação sexual transforma-se em desejo erótico, base do amor sexual maduro
que, além do prazer implica uma comunhão de disposições e expectativas nos
planos emocionais e afetivos”. Outro aspecto importante que integra o amor sexual
maduro é a identificação com o parceiro e também a idealização do corpo do outro
que corresponde ao aspecto estético do amor. A ternura aparece da junção dos
aspectos amorosos e agressivos da personalidade e também com a tolerância à
ambivalência, caracterizando assim todas as relações humanas.
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FONTE: Disponível em: <http://www.thinkstockphotos.com>. Acesso em: 11 jan. 2011.
Costa (2000) acrescenta ainda que a paixão é um fator importante que
permanece nas relações, que mantém a intensidade da excitação sexual pela vida
toda, o que contribui para a satisfação total do relacionamento que passa a se
renovar a cada dia. Quando o casal atinge a satisfação total na relação, o prazer que
o ato sexual proporciona ocupa um lugar importante no desejo do casal, usando a
criatividade para integrar seus impulsos amorosos e agressivos proporcionando a
entrega total de ambos, isso ajuda a manter o relacionamento, à medida que as
outras áreas tornam-se menos conflitantes. Portanto, uma vida sexual prazerosa e
excitante sustenta a relação não deixando que as exigências impostas pelo meio o
monopolizem.
Esse processo não é espontâneo, pois no início do relacionamento, o casal
precisa ter a consciência de que o amor pode acabar e para que isto não aconteça,
é preciso dedicar-se a ele com sensibilidade, delicadeza e espírito criativo para
proporcionar um estado constante de mudança, não bastando somente esses
aspectos, mas também é preciso empenho e persistência para que sempre que errar
tentar outra vez. Sendo essa uma atividade conjunta, receber e dar prazer por
vontade própria, sem a necessidade de pedir ou conceder. Assim, o casal precisa
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preservar sua vida amorosa das interferências do meio, admitindo-lhe um lugar
próprio no tempo e no espaço, para que juntos possam guardar segredos destes
momentos de intensa intimidade, pois essa experiência erótica compartilhada faz
com que as fantasias e a excitação aumentem ajudando cada um a ver a si mesmo
de uma forma diferente.
Ricotta (2002) aborda uma questão interessante sobre o sexo e os
relacionamentos, enfatizando que um aspecto marcante observado na busca de um
amor romântico é aquele vivido por meio do sexo sem valor sentimental algum. Se
de um lado as pessoas buscam um amor idealizado, que está em sua mente, por
outro buscam como medida de amar tão somente a atração sexual. No entanto,
tanto de uma maneira como de outra sentem que está faltando algo. Ao
extremamente romântico uma boa dose de realidade para que este amor não seja
tão frágil, e ao puramente sexual o sentimento amoroso.
De acordo com Yorio (1996) a sexualidade é o meio mais concreto por meio
do qual o casal realiza sua união. Para Gottlieb (1993, p.28):
À medida que o casamento amadurece, nossa sexualidade amadurece
também. À medida que nos tornamos mais conscientes de nossas próprias
necessidades e nos sentimos mais à vontade com o que nos agrada,
também conseguimos conhecer melhor nosso parceiro, sentindo-nos mais à
vontade para entender aquilo que lhe agrada sexualmente. E ao nos
apaixonarmos pelo ser humano, nosso amor se torna mais espiritual. Amar
a pessoa torna-se mais importante que o amor por seu corpo.
Para Costa (2000) o sexo é uma experiência reparadora e os segredos e
fantasias sexuais compartilhadas favorecem a intimidade e estabelecem a desejada
cumplicidade do casal. O prazer proporcionado pelo sexo deve representar a fonte
da qual origina a força que estabelece o laço afetivo e garante sua qualidade, pois, o
sexo além de ser fundamental para manter a estabilidade do vínculo amoroso
também reforça nossas capacidades para superar e enfrentar as mudanças que a
vida traz.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMÉLIO, Ailton. O Mapa do Amor: tudo o que você queria saber sobre o amor e
ninguém sabia responder. São Paulo: Gente, 2001.
COSTA, Gley, P. A Cena Conjugal. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
FISHER, Helen, E. Porque Amamos. Rio de Janeiro: Record, 2008.
GOMES. Cristina, I. O sintoma da Criança e a Dinâmica do casal. São Paulo:
Escuta, 1998.
OSÓRIO, Luís Carlos.; VALLE, M. E. Terapia de Família: Novas Tendências. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
PUGET, Janine.; BERENSTEIN, I. Psicanálise do Casal. Porto Alegre: Artes
Médicas: 1993.
RICOTTA, Luiza. O Vínculo Amoroso: A Trajetória da Vida Afetiva. São Paulo:
Agora, 2002.
YORIO, Vanda. D. Amor Conjugal e Terapia de Casal: Uma Abordagem
Arquétipica. São Paulo: Summus, 1996.
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