ambulatório de patologias endócrinas na

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AMBULATÓRIO DE PATOLOGIAS ENDÓCRINAS NA INFÂNCIA E NA
ADOLESCÊNCIA
Carolina Moraes Guerra1; Sávio Diego do Nascimento Cavalcante1; Ana Carolina
Contente Braga de Souza2; João Soares Felício3; Karem Mileo Felício2
1
Ensino Médio Completo, 2Mestrado, 3Doutorado
Universidade Federal do Pará (UFPA)
[email protected]
Introdução: A deficiência do hormônio do crescimento, puberdade precoce, síndrome
de Turner, diabetes mellitus tipo 1 são enfermidades endócrinas que acometem crianças
e adolescentes e estão intimamente relacionadas ao desenvolvimento físico, psicossocial
e puberal.1 As patologias endócrinas nos grupos etários em questão, vêm demonstrado
elevada frequência nos últimos tempos, principalmente, em virtude do melhor nível das
condutas diagnósticas. A eficácia do tratamento nesses casos deve-se principalmente ao
diagnóstico precoce e a uma abordagem terapêutica adequada, levando-se em
consideração aspectos sociais e econômicos. O diagnóstico preciso depende não só de
exames laboratoriais, mas também da observação clínica via anamnese e exame físico
detalhados.2 Desse modo, este projeto visou diagnosticar precocemente endocrinopatias
que comprometem o desenvolvimento físico-puberal e psicossocial de crianças e
adolescentes a fim de realizar estudos da prevalência dessas doenças na população
infanto-juvenil. Além disso, pretende-se facilitar o acesso do paciente ao cuidado
médico especializado e aos demais profissionais envolvidos no projeto, contribuindo
assim para o processo de ensino-aprendizagem dos graduandos e residentes no exercício
da relação médico paciente. Objetivos: Diagnosticar precocemente patologias
endócrinas que comprometem o desenvolvimento físico-puberal e psicossocial de
crianças e adolescentes. Facilitar o acesso do paciente ao médico e aos profissionais
envolvidos no projeto. Tornar o projeto um modelo de extensão, ensino e pesquisa.
Métodos: Os pacientes incluídos no Programa: Ambulatório de Patologias Endócrinas
na Infância e Adolescência, da Universidade Federal do Pará, serão submetidos à
triagem social, na qual inicialmente, será realizada entrevista com a finalidade de
diagnosticar a situação econômica e social da clientela. Nesta intervenção, serão
utilizadas técnicas de entrevista, de relacionamento cliente/assistente social e de
observação. Em prosseguimento, os pacientes serão encaminhados para triagem médica
e posterior atendimento médico-endocrinologista, o qual os submeterá a anamnese
clínica e exame físico. Após, serão solicitados exames complementares de diagnóstico
para que seja traçada a conduta terapêutica. Posteriormente, o médico encaminhará os
pacientes para o atendimento da enfermagem, onde serão inscritos no programa,
submetidos a exames antropométricos e dosagens de exames laboratoriais. Em seguida,
os pacientes serão agendados para retorno e encaminhados para sala de marcação de
exames complementares e fabricação da carteira de inscrição no programa. Dando
continuidade ao fluxo de atendimento, caso o médico julgue necessário, os pacientes
serão encaminhados ao serviço de psicologia, onde será realizado o acompanhamento
psicossocial, uma vez que a patologia pode promover impacto emocional ao indivíduo.
Paralelamente às atividades assistenciais da equipe, serão realizadas atividades teóricopráticas, com discentes e residentes, supervisionadas pelo médico ou por outros
responsáveis pelo programa. Reuniões quinzenais serão realizadas com a equipe,
orientadas pelo coordenador do programa, nas quais serão planejadas e discutidas
atividades objetivando agregar novos conhecimentos. Resultados e Discussão: De
março a julho do ano de 2016 no Ambulatório de Patologias Endócrinas na Infância e
Adolescência, da Universidade Federal do Pará, os pacientes até então atendidos (500)
Anais do V Congresso de Educação em Saúde da Amazônia (COESA), Universidade Federal do Pará – 8 a 11 de
novembro de 2016. ISSN 2359-084X.
foram submetidos à triagem social com a finalidade de avaliar a situação econômica e
social destes. Em prosseguimento, os pacientes foram encaminhados para triagem
médica e posterior atendimento com a equipe de endocrinologia, por estes, foram
solicitados exames complementares para confirmar o diagnóstico e assim iniciar a
conduta terapêutica. Além disso, houve a participação da enfermagem para a realização
de exames antropométricos e laboratoriais; e da psicologia para o acompanhamento
psicossocial, indispensável principalmente na adolescência. Nesse contexto, foram
capacitados os alunos da graduação em Medicina da Universidade Federal do Pará (5º e
6º ano), 6 residentes de Endocrinologia e Metabologia do Hospital Universitário João de
Barros Barreto (HUJBB) e 13 residentes de outras Clínicas deste mesmo Hospital,
através dos atendimentos realizados e em reuniões científicas com a participação de
todos os profissionais atuantes no projeto. Nas referidas reuniões, houve o
estabelecimento da diretriz do serviço, atualização teórica e discussões de artigos
científicos, visando a expansão dos conhecimentos clínicos e científicos de cada
profissional presente, trazendo maior qualidade e credibilidade aos atendimentos.
Dentre as endocrinopatias mais frequentes, cerca de 200 pacientes dos que foram
analisados e discutidos pela equipe médica estão em tratamento para CID E 30.1
(Puberdade Precoce) e CID E 23.0 (Deficiência do Hormônio do Crescimento),
presentes não necessariamente em conjunto no mesmo paciente. Dessa forma, foi
iniciado um trabalho científico, o qual está aguardando o parecer do Centro de Ética em
Pesquisa (CEP) do HUJBB para iniciar a coleta de dados, de título “ Análise
retrospectiva acerca da etiologia, tratamento e evolução dos pacientes com Puberdade
Precoce central (PPC) atendidos no HUJBB nos últimos 10 anos” . A PPC é uma
condição rara, com incidência estimada de 1:5.000 a 1:10.000, mais frequente no sexo
feminino, em uma proporção de 3-23 meninas: 1 menino3. A partir deste trabalho
científico será possível realizar diagnósticos precoces desta patologia e de patologias
associadas que tanto comprometem o desenvolvimento físico-puberal e psicossocial de
crianças e adolescentes, enriquecendo os estudos de prevalência dessas doenças na
população infanto-juvenil. Além de tornar o projeto uma referência para a extensão,
ensino e pesquisa. Conclusão: A facilitação do acesso dos pacientes pediátricos com
endocrinopatias ao cuidado especializado em saúde foi alcançado numa esfera de
atendimento multidisciplinar, com geração de discussão e início de uma produção
cientifica acadêmica acerca dos temas e casos apresentados por cada paciente. Os
pacientes tiveram acesso a conduta terapêutica adequada incluindo desde a prescrição
do medicamento apropriado até as devidas orientações gerais relacionadas a
endocrinopatia apresentada pelo paciente bem como fornecimento de informações
acerca dos cuidados necessários para o sucesso da terapêutica. Com o diagnóstico
precoce e iniciação de terapia adequada, o atendimento do serviço contribuiu para a
melhora na qualidade de vida da população usuária, diminuindo a frequência de
desfechos desfavoráveis com complicações graves. O atendimento desses pacientes,
contribuiu para gerar discussões de casos clínicos e estimulou o estudo direcionado para
cada quadro apresentado tendo uma visão global do paciente e do contexto no qual o
mesmo estava inserido. E ainda, trouxe aproximação dos discentes à pratica médica,
podendo aplicar o conhecimento teórico-prático desenvolvido durante o projeto,
produzindo futuros profissionais mais qualificados para o atendimento eficiente e
humanizado destes pacientes.
Referências:
1. Vilar L. Endocrinologia Clínica. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
Anais do V Congresso de Educação em Saúde da Amazônia (COESA), Universidade Federal do Pará – 8 a 11 de
novembro de 2016. ISSN 2359-084X.
2. Zeferino AMB, Barros FAA, Bettiol H, Barbieri MA. Acompanhamento do
crescimento. J Pediatr. 2003; 79(supl.1):23-32.
3. Carel JC, Léger J. Precocious puberty. N. Engl. J. Med. 2008; 358: 2366– 2377.
Anais do V Congresso de Educação em Saúde da Amazônia (COESA), Universidade Federal do Pará – 8 a 11 de
novembro de 2016. ISSN 2359-084X.
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