Mais de 75% dos proprietários não levam seu animal de estimação ao veterinário preventivamente Siga exemplos e confira as dicas para melhorar a relação entre o seu pet e o vet Muitos donos de cães e gatos se preocupam em manter a aparência de seu animal de estimação impecável e, na maioria das vezes, esquecem de que levar o animal periodicamente ao médico veterinário é de extrema importância. É o que mostra o levantamento realizado pelo Radar Pet, encomendado pela Comac (Comissão de Animais de Companhia) que faz parte do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan). O resultado da pesquisa revelou que, para muitos proprietários, a atuação desses profissionais se restringe apenas a tratamentos de doenças, embora seu papel seja muito mais amplo, refletindo, inclusive, na saúde dos proprietários e na qualidade da relação entre ambos. Dos donos de animais de companhia, 24% têm o hábito de levar seus bichos de estimação a consultas periódicas e, descontando os proprietários que levam seus pets para tratamentos prolongados, este número cai para 11%. A pesquisa foi realizada com representantes das classes A,B e C. De acordo com o médico veterinário e presidente da Comac, Luiz Luccas, essa mudança de postura resolveria casos de doença como a cinomose, uma das mais importantes enfermidades que acomete os cães e está longe de ser erradicada no país, uma vez que vacina-se hoje apenas 20% da população canina nacional. O mesmo acontece na hora de orientar procedimentos como vermifugação, utilização de antiparasitários e acompanhamento da certeira de vacinação do animal. Apesar de 74% dos entrevistados afirmarem aplicar antiparasitário e 73% vermifugarem os animais, o médico veterinário deve acompanhar questões relacionadas à dosagem, frequência e procedimentos corretos para administração e, consequentemente, melhor resultados dos tratamentos. Luccas acredita que para fazer a maioria dos donos de cães e gatos reconhecerem a importância das consultas periódicas ao veterinário, há a necessidade de ressaltar, além dos aspectos relacionados à saúde do animal, a importância da relação pet-proprietário. “Os veterinários precisam reconhecer seu papel na relação entre proprietários e seus animais de estimação, valorizando o papel que os animais de companhia estão ocupando na vida das pessoas”, afirma Luccas. É preciso que se tenha uma conscientização de que a companhia do cão e do gato pode trazer benefícios e bem estar ao ser humano. Dessa forma, Luccas acredita que os veterinários devem ter um papel atuante como formadores de opinião, desmistificando questões ligadas a riscos a saúde humana, em detrimento a aspectos positivos para seu desenvolvimento proporcionado por esta relação, bom como os benefícios dos animais principalmente para as pessoas da terceira idade. “Além de ser uma ótima companhia, os idosos são motivados a sair de casa para passear com seu cão, o que aumenta sua disposição, evita a depressão e melhora seu estado imunológico como um todo”, relata. Dez mandamentos para ir ao veterinário Dicas para facilitar a vida do seu animal de estimação na difícil hora (para ele!) de visitar o doutor I. Esteja presente Nada de preguiça! O proprietário do cão tem que ir às consultas. Só assim você pode conferir de pertinho o resultado dos exames e compreender como medicar seu bicho. No caso de internação, é importante consultar o veterinário para saber se o cachorro pode receber visitas. “Dependendo da doença, não é recomendável”, diz o Dr. Mário Marcondes dos Santos, diretor clínico do Hospital Veterinário Sena Madureira. “Mas há casos em que a presença é importante para o emocional do animal.”II. Não tema o veterinário O diálogo é fundamental para melhorar a qualidade da consulta, mas muitos donos de animais ficam acanhados ao conversar com um veterinário. “O jaleco branco é uma questão de higiene, não de autoridade”, diz o Dr. Santos. Procure um profissional de confiança para sentir-se confortável. Mas nem tanto: lembre-se de desligar o celular antes da consulta. Quem conversa ao telefone não consegue prestar atenção nas instruções e informações fornecidas pelo médico. III. Tire todas as suas dúvidas. Mesmo! Não entendeu alguma coisa? Pergunte! O dono de um cão não deve ter nenhuma dúvida a respeito de seu animal, seja sobre uma doença ou o resultado de um exame. E, se a dúvida bater depois da consulta, não hesite em pegar o telefone para conversar com o veterinário. Muitas vezes, o tratamento do seu bicho pode ficar comprometido se você não entender direito a dosagem da medicação ou uma dieta específica. IV. Forneça o máximo de informações Seu cachorro não fala. Por isso, você deve observar atentamente qualquer mudança de comportamento nele para notificar o veterinário. “Podemos descobrir várias coisas no exame clínico, mas a maneira que o animal age nos ajuda a identificar patologias logo no início”, afirma a Dra. Daionety Aparecida Pereira, diretora da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa). Quanto mais pistas para um diagnóstico, melhor. O proprietário também deve trazer a medicação atual, informação de dietas e o histórico de exames do seu animal. V. Avise se o animal é agressivo O comportamento do animal em uma clínica é imprevisível, em razão do instinto de proteção, do medo ou de lembranças de experiências ruins. Até um cão manso pode morder nessa situação. Se ele tiver temperamento agressivo, certamentente a equipe precisa ser avisada antes. “Veterinário não é adestrador nem domador de fera. O proprietário deve ter o controle”, diz a Dra. Daionety. Ela afirma já ter visto um cão morder o próprio dono antes de uma consulta. O problema pode ser solucionado por meio de sedação ou de equipamentos de proteção. VI. Confesse tudo! Seu cachorro come a pizza que sobrou? Bem, uma consulta não tem espaço para constrangimento. Você tem que admitir se dá comida da mesa ou compartilha alguma receita médica com seu pet. “Já fiz exames hormonais e receitei dieta para um poodle obeso. Mas ele só emagreceu depois que a dona faleceu. Foi quando descobri que a proprietária comprava caixas de chocolate para o cachorro”, conta a diretora da Anclivepa. VII. Exponha qualquer limitação financeira O dinheiro pode ser um fator essencial para uma decisão médica, principalmente no caso de internação e cirurgias. O dono do cachorro precisa discutir suas limitações financeiras com o veterinário para evitar surpresas desagradáveis. Assim, ambos podem encontrar uma solução viável. “Muitas pessoas têm poder aquisitivo alto, mas não querem gastar; outras são pobres e dão um jeito de arrumar dinheiro para um tratamento”, afirma a Dra. Daionety Aparecida Pereira. VIII. Trate bem o veterinário Ele está ali para ajudar. Portanto, confiança, respeito e educação devem ser as bases do relacionamento entre você e o veterinário durante um tratamento. As chances de sucesso aumentam quando a comunicação é harmoniosa. Isso melhora o entendimento de uma doença e seus sintomas e da freqüência dos medicamentos que o bichinho deve tomar. IX. Tenha um plano O dono e o veterinário devem bolar uma linha de ação para o acompanhamento médico de um animal. Vocês podem programar a periodicidade dos exames e vacinas, facilitando a agenda sem deixar de lado a necessidade do bicho. Em geral, um cachorro idoso precisa de mais atenção do que um cão com 2 anos de idade. X. Não esqueça a coleira Não dê chance ao azar: o cachorro deve usar a guia numa clínica veterinária. A coleira reduz a chance de ele ter contato com outros animais doentes e evita muitos problemas. “A guia é imprescindível em lugares fechados, com animais que estão assustados e sentindo dor”, diz a veterinária. “Um cachorro já escapou da minha clínica e foi atropelado do outro lado da rua por negligência do dono.”