UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL REJEITOS DE ROCHAS FOSFÁTICAS NO DESENVOLVIMENTO E NO TEOR DE NUTRIENTES EM Brachiaria brizantha GURUPI-TO JULHO DE 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL REJEITOS DE ROCHAS FOSFÁTICAS NO DESENVOLVIMENTO E NO TEOR DE NUTRIENTES EM Brachiaria brizantha Luíz Paulo Figueredo Benício Dissertação apresentada à Universidade Federal do Tocantins – UFT, Campus universitário de Gurupi, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. GURUPI-TO JULHO DE 2012 Trabalho realizado junto ao programa de Mestrado em Produção Vegetal, Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi, sob orientação do Profº Dr. Saulo de Oliveira Lima. . Banca examinadora: _________________________________ Dr. Saulo de Oliveira Lima Universidade Federal do Tocantins (Orientador) ________________________________ Dr. Leonardo Santos Collier Universidade Federal de Goiás (Avaliador) ___________________________________ Dr. Aurélio Vaz de Melo Universidade Federal do Tocantins (Avaliador) _________________________________ Drª. Joedna Silva PNPD - CAPES (Avaliadora) ii À DEUS, por todas as conquistas que Ele me proporcionou; Ofereço À minha querida mãe Elizabeth Figueredo, ao meu irmão Paulo Henrique Zanotelli e à minha avó Cecília Marengão, que sempre me apoiaram e me proporcionaram grandes exemplos de vida. Dedico iii AGRADECIMENTOS O que Deus faz por nós, esta além do que podemos ver, sendo assim a cada suspiro que dou agradeço a Ele... o Dono de todas as coisas! À minha mãe Elizabeth “Beth” que sempre batalhou para me dar o melhor, sempre me incentivou a lutar e buscar meus objetivos, e também me ensinou a nunca desistir dos meus sonhos e batalhar por eles. Ao meu tio Valcimar Figueiredo que sempre esteve ao meu lado ao longo destes anos me incentivando e aconselhando. Ao meu irmão Paulo Henrique, que mesmo distante, sempre me apoiou. À minha avó Cecília, e minhas tias Maria e Olinda, que nunca deixaram de me ajudar e apoiar quando precisei. À minha namorada Daniella Lima que sempre esteve comigo nas horas boas e ruins, me apoiando e compreendendo os momentos de ausência. Aos meus amigos de república Humberto Frizzera e Júnior Fernandes, onde partilhamos momentos de dificuldades, mas sempre superamos com humildade, alegria e bom humor, com estes dois companheiros passei bons momentos. Ao meu orientador Saulo de Oliveira Lima, mais que um orientador um amigo, que sempre esteve disponível para me ajudar ao máximo. Aos colegas de turma Vinicius Oliveira, Ariádila Gonçalves, André Henrique, e aos professores Aloísio Chagas, Flávio Afférri que sempre estiveram prontos para ajudar. E, aos Técnicos do Labsolo Marco Aurélio, Mª Aparecida Sugai, Damiana Silva e Tulio Deusdará, grandes companheiros que me auxiliaram no desenvolvimento deste trabalho, e que sem a ajuda deles dificilmente teria conseguido concluir. iv ÍNDICE Pág. LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS INTRODUÇÃO ............................................................................................................... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... vi viii 01 02 CAPÍTULO 1: Doses de rejeito de rocha fosfática no desenvolvimento do capim Piatã na ausência e presença de calagem. ..................................................................... 03 RESUMO ......................................................................................................................... ABSTRACT ..................................................................................................................... INTRODUÇÃO ............................................................................................................... MATEIRAL E MÉTODOS .......................................................................................... RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... CONCLUSÕES ............................................................................................................... REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 04 05 06 07 09 20 21 CAPÍTULO 2: Efeito do rejeito de rocha fosfática em componentes nutricionais de capim Piatã. ................................................................................................................ 25 RESUMO ......................................................................................................................... ABSTRACT ..................................................................................................................... INTRODUÇÃO ............................................................................................................... MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... CONCLUSÕES ............................................................................................................... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 26 27 28 29 31 40 40 CAPÍTULO 3: Eficiência agronômica de fontes de fósforo no estabelecimento de capim Marandu. .............................................................................................................. 44 RESUMO ......................................................................................................................... ABSTRACT ..................................................................................................................... INTRODUÇÃO ............................................................................................................... MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... CONCLUSÕES ............................................................................................................... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 45 46 47 49 51 64 64 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 69 v LISTA DE FIGURAS Pág. Capítulo1 Figura 1 - Temperatura e Umidade Relativa do ar de Março de 2011 a Março de 2012 08 Figura 2 a – Número de perfilhos de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 10 Figura 2 b – Número de perfilhos de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 10 Figura 3- Representação gráfica e equações de regressão do número de perfilhos com e sem calagem de capim Piatã em função dos dias ........................................................... 12 Figura 4a – Altura de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 ....................... 13 Figura 4b – Altura de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 ....................... 13 Figura 5- Representação gráfica e equações de regressão da altura com e sem calagem de capim Piatã em função dos dias ................................................................................... 14 Figura 6a – Massa seca de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 ................. 15 Figura 6b – Massa seca de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 ................. 15 Figura 7- Representação gráfica e equações de regressão da massa seca com e sem calagem de capim Piatã em função dos dias ..................................................................... 17 Figura 8a – Relação folha/colmo de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 18 Figura 8b – Relação folha/colmo de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 18 Figura 9- Representação gráfica e equações de regressão da massa seca com e sem calagem de capim Piatã em função dos dias ..................................................................... 20 Capítulo 2 Figura 1 a – Teor de P na parte aérea de capim piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 ........................................................................................................................... 31 Figura 1 b – Teor de P na parte aérea de capim piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi TO, 2012 ........................................................................................................................... 31 vi Continuação Lista de Figuras Pág. Figura 2- Representação gráfica e equações de regressão do teor de P na parte aérea de capim Piatã com e sem calagem em função dos dias ....................................................... 33 Figura 3 a – Teor de K na parte aérea de capim piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 ........................................................................................................................... 34 Figura 3 b – Teor de K na parte aérea de capim piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 ........................................................................................................................... Figura 4- Representação gráfica e equações de regressão do teor de K na parte aérea de capim Piatã com e sem calagem em função dos dias ................................................... Figura 5 a – Teor de PB na parte aérea de capim piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 ........................................................................................................................... Figura 5 b – Teor de K na parte aérea de capim piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 ........................................................................................................................... Figura 6 - Representação gráfica e equações de regressão do teor de PB na parte aérea de capim Piatã com e sem calagem em função dos dias ................................................... 34 36 37 37 39 Capítulo 3 Figura 1 - Temperatura e Umidade Relativa do ar de Outubro de 2011 a Março de 2012 em Gurupi-TO .......................................................................................................... 50 vii LISTA DE TABELAS Pág. Capítulo 1 Tabela 1- Análise Química e Textural do solo utilizado no experimento ........................ 07 Tabela 2 - – Equações de regressão e coeficientes de determinação do número de perfilhos de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 ......................................................................... 10 Tabela 3 - Equações de regressão e coeficientes de determinação da altura de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 .............................................................................................................. 13 Tabela 4 Equações de regressão e coeficientes de determinação da massa seca de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 ......................................................................................... 16 Tabela 5 – Equações de regressão e coeficientes de determinação da relação folha/colmo de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 ......................................................................... 18 Capítulo 2 Tabela 1 - Análise Química e Textural do solo utilizado no experimento ....................... 29 Tabela 2 – Equações de regressão e coeficientes de determinação do teor de P na parte aérea de capim piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 ......................................................................... 31 Tabela 3 – Equações de regressão e coeficientes de determinação do teor de K na parte aérea de capim piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 ......................................................................... 35 Tabela 4 – Equações de regressão e coeficientes de determinação do teor de PB na parte aérea de capim piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 ......................................................................... Capítulo 3 38 Tabela 1 - Altura em (cm) de capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes .. 51 Tabela 2 - Número de perfilhos em capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes ................................................................................................................................. 53 viii Continuação Lista de Tabelas Pág. Tabela 3 - Massa seca em g/vaso capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes ................................................................................................................................. 54 Tabela 4 - Teor de P (g kg-¹) na parte aérea de capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes ................................................................................................................ 56 Tabela 5 - Teor de K (g kg-¹) na parte aérea de capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes ................................................................................................................ 59 Tabela 6 - Teor de PB (%) na parte aérea de capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes .................................................................................................................... 60 Tabela 7 – Indicie de Eficiência Agronômica (IEA%) dos adubos fosfatados Superfosfato Simples (SFS), Termofosfato de Yorin (TFY), Fosagro (FPA) e Rejeito de Rocha Fosfática (RRF) ................................................................................................. 62 ix INTRODUÇÃO As forrageiras constituem frequentemente a principal fonte de nutrientes para os bovinos e, às vezes, é o único alimento oferecido. De todos os nutrientes necessários as exigências nutricionais para mantença, crescimento e produção dos bovinos, a energia constitui a principal contribuição das gramíneas forrageiras. No período de 1995 a 2006, o rebanho brasileiro subiu de 153,1 para 171,6 milhões de cabeças, e neste mesmo período a área coberta por pastagens decresceu saindo de 177,7 para 162,9 milhões de hectares (IBGE, 2006). A má formação das pastagens é um dos grandes problemas da pecuária brasileira. Cerca de 90% das áreas de pastagens cultivadas no País, compostas em sua maioria por gramíneas do gênero Brachiaria, ainda são formadas de maneira incorreta, acarretando baixa produtividade e prejuízo para o produtor (Kichel et al., 2004). Esta má formação juntamente com a falta de manejo, faz com que se inicie um processo de degradação da pastagem, dando início a uma sucessão secundária onde ocorre o surgimento de espécies herbáceas, arbustivas lenhosas que são gradativamente adicionadas ao sistema, ocasionando a redução da produtividade e às vezes o abandono da área (Guariguata & Ostertag, 2001), isso vem a explicar essa diminuição na área das pastagens brasileiras. No Brasil a instalação de pastagens em sua maioria, ainda ocorre de forma primitiva, através da conversão de florestas primárias em pastagens cultivadas, essa instalação se dá através da derrubada das árvores, posteriormente ocorre sua queima, daí ocorre a semeadura da forrageira. Os nutrientes que sustentam a pastagem são única e exclusivamente oriundos dos resíduos das florestas primárias. E com o passar dos anos ocorre o esgotamento dos mesmos, não havendo reposição por parte dos produtores, iniciando-se assim um processo de degradação da pastagem. A redução da fertilidade do solo, em razão de nutrientes perdidos no processo produtivo, na constituição do corpo dos animais, na erosão, na lixiviação e volatilização, na fixação em argila e matéria orgânica e nos acúmulos de malhadores estão entre as principais causas da degradação das pastagens no Brasil (Peron & Evangelista, 2004). Considerando que o fósforo desempenha importante papel no desenvolvimento radicular e no perfilhamento das gramíneas, a sua deficiência passa a limitar a capacidade produtiva das pastagens. Um dos maiores problemas no estabelecimento e na manutenção de pastagens nos LATOSSOLOS brasileiros reside nos níveis extremamente baixos 1 de fósforo disponível. Além da grande deficiência desse elemento em nossos solos, acrescente a alta capacidade de adsorção do fósforo em consequência da acidez e altos teores de óxidos de ferro e de alumínio (Macedo, 2004). Nessa situação, a adubação fosfatada é fundamental, independente do sistema de exploração, seja extensivo ou intensivo, para que esse elemento não seja limitante na resposta da planta forrageira. O requerimento de grandes quantidades de fosfatos na correção da fertilidade da maioria dos solos brasileiros, e a ausência de reservas abundantes de rochas fosfatadas de boa qualidade no País, associados ao elevado custo dos fertilizantes, justificam estudos para otimizar a eficiência no uso de adubos fosfatados. A grande variação na solubilidade dos fosfatos, seja ele natural, ou industrializado, a interação do fertilizante com os componentes do solo, a forma de utilização, e as características da planta cultivada, são fatores que reforçam ainda mais a necessidade de estudos voltados para adubação fosfatada. A produção de fertilizantes fosfatados gera uma grande quantidade de resíduos que contém quantidades consideráveis de P, porém estes resíduos não são aproveitados, o que gera uma grande preocupação ambiental devido ao volume de rejeitos, e a má utilização dos recursos naturais. Alguns estudos vem sendo desenvolvidos no sentido de buscar formas de utilização destes rejeitos como fonte de nutrientes para agropecuária. Diante dos fatos expostos, este trabalho traz como proposta, a utilização de diferentes fontes de P, para o estabelecimento de pastagens com capim Brachiaria brizantha, e avaliar qual fonte é mais eficiente para produção de forragem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GUARIGUATA, M.R. & OSTERTAG, R. Neotropical secondary forest succession: changes in structural and functional characteristics. Forest Ecology and Management n.148, p.185206. 2001. IBGE. Censo Agropecuário 2006 - Resultados preliminares. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, p.1-141. KICHEL, A. N.; MIRANDA, C. H. B.; ZIMMER, A. H. Degradação de pastagens e produção de bovinos de corte com a integração agricultura x pecuária. In: I Simpósio de Produção de Gado de corte. Viçosa, p 201-234. 2004. PERON, A. J.; EVANGELISTA, A. R.; Degradação de pastagens em regiões de cerrado. Ciência e agrotecnologia, v. 28, n. 3, p. 655-661, 2004. 2 CAPÍTULO 1 DOSES DE REJEITO DE ROCHA FOSFÁTICA NO DESENVOLVIMENTO DO CAPIM PIATÃ NA AUSÊNCIA E PRESENÇA DE CALAGEM 3 RESUMO Um dos grandes problemas no estabelecimento e manutenção de pastagens nos solos de Cerrado são os níveis extremamente baixos de fósforo disponível. Além da deficiência do elemento a alta capacidade de retenção de P em função da acidez. Isso faz com que a adubação fosfatada seja fundamental para que este elemento não seja um fator limitante, independente do sistema, seja ele intensivo ou extensivo. A elevada demanda de fertilizantes fosfatados, aliado aos elevados preços de mercado, justifica o estudo de novas fontes de P que sejam baratas e apresentem eficiência. Os rejeitos de rochas utilizadas para fabricação de adubos fosfatados podem ser uma boa alternativa, pois os mesmos apresentam quantidades consideráveis de P. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de doses rejeito de rocha fosfática como fonte de P em características morfológicas e produção de Brachiaria brizantha cv. Piatã. O trabalho foi desenvolvido em casa de vegetação na Universidade Federal do Tocantins campus de Gurupi. Foi utilizado o delineamento inteiramente ao acaso no esquema fatorial 5x2 com quatro repetições, cinco doses na presença e na ausência de calagem. As características analisadas foram altura, massa verde, massa seca, número de perfilhos e relação folha/colmo. Foram realizados seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura. As plantas obtiveram respostas positivas à aplicação do rejeito de rocha fosfática como fonte de P, este promoveu incrementos significativos na altura, perfilhamento, produção de massa verde e seca e relação folha/colmo, quando comparado à testemunha, podendo ser uma alternativa para adubação fosfatada. Palavras-chave: Adubação fosfatada, Brachiaria brizantha, estabelecimento de pastagens, forrageira, perfilhamento. 4 Levels of phosphate rock tailings in the development of grass Piatã in the absence and presence of lime ABSTRACT A major problem in establishing and maintaining pastures in Cerrado soils are extremely low levels of available phosphorus. In addition to the failure element to high retention capacity P as a function of acidity. This makes the phosphorus is essential for this element is not a limiting factor, regardless of the system, whether intensive or extensive. The high demand for phosphate fertilizers, coupled with high market prices, the study justifies new sources of P which are inexpensive and provide efficiency. The waste rock used for the manufacture of phosphate fertilizers can be a good alternative, as they have considerable amounts of P. This study aimed to evaluate the effect of doses of phosphate rock tailings as a source of P in the morphological characteristics and production of Brachiaria brizantha cv. Piata. The study was conducted in a greenhouse at the University of Tocantins Gurupi campus. We used a completely randomized design in a 5x2 factorial arrangement with four replications, five doses in the presence and absence of liming. The characteristics analyzed were: height, fresh mass, dry mass, number of tillers and grating leaf / stem. There were six sections at 75, 115, 155, 195, 235 and 275 days after sowing. The plants had positive responses to the application of phosphate rock tailings as a source of P, this significant increments in time, tiller number, shoot weight and dry weight and leaf / stem ratio, when compared to control and may be an alternative to phosphorus fertilization. Keywords: Phosphorus fertilization, Brachiaria brizantha, pasture establishment, forage, tillering. 5 INTRODUÇÃO Nas regiões de Cerrado predominam solos com boas características físicas e baixa fertilidade natural. As pastagens cultivadas em sua grande maioria são do gênero Brachiaria, devido a sua boa adaptação as características climáticas. A exploração intensiva juntamente com pouca ou nenhuma adubação no estabelecimento faz com que as forrageiras tenham pouca persistência. Um dos maiores problemas no estabelecimento e na manutenção de pastagens nos LATOSSOLOS brasileiros reside nos níveis extremamente baixos de fósforo disponível. Além da grande deficiência desse elemento em nossos solos, acrescente a alta capacidade de adsorção do fósforo em consequência da acidez e altos teores de óxidos de ferro e de alumínio (Guedes et al., 2009). Nessa situação, a adubação fosfatada é fundamental, independente do sistema de exploração, seja extensivo ou intensivo, para que esse elemento não seja limitante na resposta da planta forrageira. Segundo Novais & Smyth (1999) os níveis críticos no solo e na planta diminuem com a idade da mesma, sendo as variações mais acentuadas em plantas perenes como as forrageiras. Por estes motivos é essencial estabelecer os níveis críticos de fósforo para cada estádio de crescimento da planta. Esse conhecimento é imprescindível ao manejo da adubação, seja no plantio ou na manutenção, com vistas em suprir a demanda das plantas ao longo do seu ciclo e favorecer a sustentabilidade da produção. O requerimento de grandes quantidades de fosfatos na correção da fertilidade dos solos brasileiros, e a ausência de reservas abundantes de rochas fosfatadas de boa qualidade no País, associados ao elevado custo dos fertilizantes, justificam estudos para aperfeiçoar a eficiência no uso de adubos fosfatados (Resende et al., 2006). A produção de fertilizantes fosfatados gera grandes quantidades de rejeito (pó de rocha) com quantidades consideráveis de P, a utilização destes rejeitos na agropecuária pode ser uma das soluções para este problema (Oba, 2004). A utilização de pós de rochas como produto alternativo na fertilização de solos tem sido relatada há várias décadas, com o intuito de reduzir o custo de produção das culturas pelo uso de adubos minerais (Madeley, 1999). Os pós de rocha apresentam como características a composição multielementar e a capacidade de solubilização lenta, que são apropriadas para a utilização em sistemas de produção alternativos, principalmente em solos tropicais degradados (Van Straaten, 2006), com respostas positivas em culturas anuais, cultivos florestais e pastagens (Leonardos et al., 1987). 6 Ribeiro et al. (2009) utilizando resíduos de rochas ornamentais em café, notou que a utilização de resíduos de rochas promoveu aumento na produção de matéria seca (MS) e dos teores de Ca e Mg no solo e na planta. Em trabalho realizado por Silverol & Machado Filho (2007) estudando a utilização de pó de granito para a fertilização de solos, observaram que nos tratamentos que tinham quantidades significativas de pó de rocha, as plantas de milho desenvolveram adequadamente em comparação com a testemunha. Embora esse resultado seja inferior ao tratamento químico, altamente solúvel, evidencia a importância a longo prazo na melhoria da fertilidade de solos que apresentam sinais de degradação, especialmente das pastagens. Diante disto objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito de rejeito de rocha fosfática como fonte de P em características morfológicas e produção de Brachiaria brizantha cv. Piatã na presença e ausência de calagem. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em casa de vegetação localizada na Estação Experimental da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, com a forrageira Brachiaria brizantha cultivar BRS Piatã, de 22 de março de 2011 a 02 de janeiro de 2012. O experimento foi conduzido em vasos de polietileno com capacidade de 21,2 L, os vasos foram preenchidos com terra coletada a 150 cm de profundidade em um LATOSSOLO VERMELHO AMARELO, cujas características químicas e textural encontram-se na (Tabela 1). Tabela 1 - Análise Química e Textural do solo utilizado no experimento Ca Mg Al H+Al CTC(T)¹ CTC(t)² SB ³ ----------------------------------------- cmol dm-³ -------------------------------------- V4 % P K ------ mg dm-³ ----- 0,16 0,045 1,76 2,68 0,96 0,92 34,18 0,3 38,48 0,66 -------- pH ------ Mat. Org ----------------------- Textura g kg-¹ -------------------------------CaCl H 2O g dm-³ 5,82 6,71 5,5 Areia Argila Silte 470,08 330,94 198,98 4 ¹CTC total; ²CTC efetiva; ³Soma de bases; Saturação de bases Foram testadas diferentes doses de fósforo (P) no desenvolvimento da forrageira. As doses de P utilizadas foram obtidas conforme as recomendações (Vilela et al., 2007) adaptado, a partir dos resultados obtidos na análise de solo. As doses corresponderam 0; 112,5; 225; 7 337,5 e 450 mg dm-³ de P2O5 respectivamente. Como fonte de P para as plantas foi utilizado rejeito de rocha fosfática, contendo 8% de P2O5 total, 11,3% de CaO e 4,68% de Fe2O3, oriundo da região de Luís Eduardo Magalhães - BA. Os vasos foram distribuídos segundo o delineamento inteiramente casualisado (DIC) no esquema fatorial 5x2 com quatro repetições totalizando 40 vasos. O primeiro fator do delineamento foi às doses de P, e o segundo fator foi a ausência e a presença de calagem. O cálculo de calagem foi realizado de acordo com a análise de solo, através do método da saturação por bases descrito por (CFSEMG, 1999), visando elevar a saturação para 50%, assim obteve-se a dose de calagem correspondente a 1 tonelada por hectare, considerando 96% de PRNT. A semeadura foi realizada no dia 22 de março de 2011, quando foram colocadas 15 sementes por vaso e após a germinação foram realizados desbastes deixando cinco plantas por vaso. O nitrogênio e o potássio foram fornecidos em cobertura, totalizando 150 mg dm-³ de N e K, recomendação esta adaptada de Vilela et al., (2007), sendo esta dose parcelada em seis aplicações de 25 mg dm-³. A primeira cobertura foi realizada aos 20 dias quando as plantas começaram a apresentar sintomas de deficiência e as demais coberturas foram feitas cinco dias após cada corte até o quinto corte utilizando como fontes sulfato de amônio e cloreto de potássio. A irrigação foi realizada adotando-se um turno de rega de dois dias, onde se aplicou 1650 ml de água em cada vaso, quantidade suficiente para deixar o solo saturado. Os dados de umidade relativa do ar e temperatura no período em que o experimento foi conduzido 26 24 Meses Temperatura ºC MARÇO FEVEREIRO JANEIRO DEZEMBRO NOVEMBRO OUTUBRO SETEMBRO AGOSTO JULHO JUNHO MAIO 20 ABRIL 22 MARÇO Temperatura ºC 28 100 80 60 40 20 0 UR (%) encontram-se na Figura 1. UR(%) Figura 1 - Temperatura e Umidade Relativa do ar de Março de 2011 a Março de 2012. 8 Foram realizadas seis avaliações (cortes), onde a primeira ocorreu quando as plantas apresentaram biomassa suficiente. Após cada corte eram esperados 40 dias para rebrota da planta para ser realizado um novo corte. Os cortes ocorreram aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura (DAS) e as características analisadas foram: massa seca do capim (MSC) em g/vaso, altura das plantas (AP) em centímetros, número de perfilhos/vaso (PERF) e relação folha/colmo (F/C). Para determinação do PERF, foram contados os perfilhos vivos em cada vaso. A altura foi determinada medindo as plantas com uma fita métrica do coleto até o ápice das folhas. As plantas foram cortadas a uma altura de 20 cm, sendo após o corte separados folhas e colmos para pesagem, obtendo a relação F/C pelo peso das folhas dividido pelo peso dos colmos. Após a determinação da relação F/C as plantas foram acondicionadas em sacos de papel e colocadas em estufa com circulação de ar a 55 ºC por 96 horas e após a secagem as plantas foram pesadas para determinação da MSC. Os dados obtidos foram submetidos à análise de regressão, sendo utilizado o teste t para verificação dos coeficientes angulares (β). O software utilizado para análise estatística foi o SISVAR 5.3 (Ferreira, 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO Nos três primeiros cortes realizados aos 75, 115 e 155 dias após a semeadura (DAS), e no quinto corte aos 235 DAS o número de perfilhos (PERF) do capim Piatã em função da dose de rejeito de rocha apresentou comportamento linear positivo tanto para os tratamentos com calagem, quanto para os que não receberam calagem, sendo observada significância (p<0,01) quanto ao β e ao coeficiente de determinação r² da regressão (Figura 2a, Figura 2b e Tabela 2). No quarto corte realizado aos 195 DAS, o PERF teve comportamento quadrático, para os tratamentos com e sem calagem (Tabela 2), tendo significância (p<0,01) para os coeficientes β da equação, e também para os coeficientes de determinação R². Nos tratamentos com calagem a melhor dose foi estimada em 402,23 mg dm -3 de P2O5, correspondendo a produção de 38 perfilhos. Nos tratamentos sem calagem a maior produção também foi de 38 perfilhos, produção esta encontrada na dose 376 mg dm -3 de P2O5 No sexto corte aos 275 DAS o comportamento do perfilhamento em função das doses de rejeito de rocha foi quadrático, sendo significativo quanto aos β e quanto ao coeficiente R². Nos 9 tratamentos com calagem, a maior produção 31 perfilhos, foi estimada na dose de 404 mg dm³ de P2O5. Onde não houve calagem a maior produção foi de 29 perfilhos com 335,68 mg dm -³ 50 55 45 50 40 45 35 1º Corte 30 2º Corte 25 3º Corte 20 4º Corte 15 5º Corte 10 6º Corte 5 0 Número de Perfilhos Número de Perfilhos de P2O5. 40 1º Corte 35 30 2º Corte 25 3º Corte 20 4º Corte 15 5º Corte 10 6º Corte 5 0 0 75 150 225 300 375 450 Dose de P (mg dm -³) Figura 2 a – Número de perfilhos de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 0 75 150 225 300 375 450 Dose de P (mg dm-³_ Figura 2 b – Número de perfilhos de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 Tabela 2 – Equações de regressão e coeficientes de determinação do número de perfilhos de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 Dias 75 115 155 195 235 275 **; * e Com calagem Sem calagem Equação Coeficiente Equação Coeficiente Ŷ= 12,95 + 0,053x r²= 0,66** Ŷ= 10,80 + 0,072x r²= 0,70** Ŷ= 12,25 + 0,072x r²= 0,77** Ŷ= 10,55 + 0,084x r²= 0,89** Ŷ= 10,20 + 0,068x r²= 0,88** Ŷ= 9,95 + 0,063x r²= 0,80** Ŷ= 9,26 + 0,144x - 0,000179x² R²= 0,93** Ŷ= 5,94 + 0,173x - 0,00023x² R²= 0,93** Ŷ= 8,85 + 0,058x r²= 0,85** Ŷ= 12,10 + 0,045x r²= 0,64** Ŷ= 5,08 + 0,127x - 0,000157x² R²= 0,92** Ŷ= 5,35 + 0,143x - 0,00021x² R²=0,99** ns – significativo a 1%; significativo a 5%; e não significativo a 5% de probabilidade, pelo teste t, respectivamente Apesar da baixa solubilidade da fonte de P utilizada ela conseguiu suprir as necessidades da planta para que esta formasse perfilhos, diferente das testemunhas que não perfilharam. A importância do fósforo para o perfilhamento é descrita por Werner (1986), que relatou que o fósforo aumenta o perfilhamento do capim proporcionando o maior fechamento da pastagem, evitando áreas de solo descoberto que pode resultar em erosão ou invasão por 10 plantas daninhas. Oliveira et al. (2012) em trabalhos com diferentes fontes de P no estabelecimento de capim Piatã, observaram que 30 dias após a emergência a utilização de farinha de osso como fonte de P equiparou-se ao superfosfato simples mesmo sendo uma fonte de baixa solubilidade. Os mesmos autores ainda relatam que aos 60 dias após a emergência o fosfato natural de Arad também se equiparou ao superfosfato simples, evidenciando a importância do fósforo no perfilhamento das gramíneas. Werner & Hagg (1972), avaliando o efeito de diversos nutrientes no desenvolvimento do capim Colonião (Panicum maximum cv. Colonião), em um solo de baixa fertilidade, verificaram que sem a aplicação de fósforo, independente de qualquer outro nutriente, a planta não perfilhou, resultando em uma produção de forragem muito baixa. Passos et al. (1997) avaliando o efeito de fontes de fósforo (termofosfato magnesiano e superfosfato triplo), em vasos, na presença ou ausência de gessagem e/ou calagem na produção de massa seca e perfilhamento (avaliados no primeiro e último crescimento), em duas gramíneas (Brachiaria brizantha cv. Marandu e Andropogon gayanus cv. Planaltina), verificaram que nos tratamentos sem a aplicação de fósforo as plantas de Brachiaria e Andropogon não perfilharam no primeiro crescimento, e as fontes de fósforo não diferiram entre si no número de perfilhos por vaso na Brachiaria. Porém, no último crescimento o superfosfato triplo foi significativamente superior ao termofosfato magnesiano, na presença ou ausência de calagem. Estes resultados assim como os obtidos neste trabalho mostram a importância do fósforo para o perfilhamento das pastagens, uma vez que a resposta a adubação fosfatada é crescente, e a sua ausência limita o perfilhamento. O PERF do capim Piatã em função dos dias apresentou comportamento quadrático tanto para os tratamentos com calagem, quanto para os que não receberam calagem, onde foi observada significância (p<0,01) quanto aos β e coeficientes R² (Figura 3). Para os tratamentos com calagem o pico máximo de perfilhamento ocorreu aos 177 dias, enquanto para os tratamentos sem calagem o pico ocorreu aos 158 dias. A realização ou não de calagem não influenciou no perfilhamento, uma vez que as equações apresentaram β bem próximos. Isto também pode ser observado na Figura 3, onde as curvas são bem semelhantes. 11 Número de Perfilhos 32 30 28 26 24 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Sem Calagem y = -0,001x2 + 0,3171x + 2,8601 R² = 0,84** Com Calagem y = -0,0009x2 + 0,3197x + 2,1547 R² = 0,90** 0 40 80 120 160 200 240 280 Dias Com Calagem Sem Calagem ** significativo (p<0,01) para o teste t Figura 3- Representação gráfica e equações de regressão do número de perfilhos com e sem calagem de capim Piatã em função dos dias Da Cruz et al. (1994) afirmam que o efeito da calagem em forrageiras é contraditório, e a literatura registra resultados positivos, negativos e também ausência de resposta à aplicação de calcário. A falta de resposta ao efeito pode ter sido ocasionado por dois fatores, a adaptabilidade da espécie se desenvolver em solos com certo grau de acidez conforme descrevem Guedes et al. (2009), ou pelo fato do rejeito de rocha possuir quantidade considerável de CaO que pode ter reduzido a acidez do solo melhorando as condições para o desenvolvimento da forrageira. A altura das plantas de capim Piatã (AP) nos cortes realizados aos 75, 115 e 195 DAS apresentaram comportamento quadrático em função das doses de rejeito de rocha aplicadas, sendo observada a significância (p<0,01) quanto aos β, e coeficientes de determinação R², tanto para os tratamentos com calagem, quanto para os que não receberam calagem (Figura 4a, Figura 4b e Tabela 3). Aos 75 DAS os tratamentos com calagem tiveram a altura máxima estimada em 106,06 cm obtidas com a dose de 306,62 mg dm -³, os tratamentos sem calagem tiveram altura máxima de 108,52cm na dose de 311,87 mg dm-³. Aos 115 DAS as alturas máximas estimadas foram de 102,31 e 109,58 cm nas doses de 338,33 e 350 mg dm-³ para os tratamentos com e sem calagem respectivamente. Aos 195 DAS os tratamentos sem calagem teve a maior altura 90,29 cm na dose de 306,25 mg dm-³, os tratamentos com calagem tiveram maior altura de 90,09 cm na dose de 309,61 mg dm-³. 12 Altura (cm) 2º Corte 3º Corte 4º Corte 1º Corte 5º Corte 6º Corte 0 75 150 225 300 375 450 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2º Corte 3º Corte 4º Corte 5º Corte 6º Corte 0 Dose de P (mg dm-³) Figura 4a – Altura de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 1º Corte Altura (cm) 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 75 150 225 300 375 450 Dose de P (mg dm-³) Figura 4b – Altura de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 Tabela 3 – Equações de regressão e coeficientes de determinação da altura de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 Dias 75 115 155 195 235 275 **; * e Com calagem Sem calagem Equação Coeficiente Equação Coeficiente Ŷ= 28,03 + 0,509x – 0,00083x² R²= 0,87** Ŷ= 30,71 + 0,499x – 0,00080x² R²= 0,83** Ŷ= 33,63 + 0,406x – 0,00060x² R²= 0,86** Ŷ= 42,21 + 0,385x – 0,00055x² R²= 0,86** Ŷ= 38,40 + 0,14x r²= 0,81** Ŷ= 53,35 + 0,098x r²= 0,57** Ŷ= 40,25 + 0,322x – 0,00052x² R²= 0,96** Ŷ= 52,78 + 0,245x – 0,0004x² R²= 0,95** Ŷ= 59,35 + 0,110x r²= 78** Ŷ= 66,45 + 0,078x r²= 0,77** Ŷ= 59,25 + 0,101x r²= 0,90** Ŷ= 70,06 + 0,153x – 0,00028x² R²=0,94** ns – significativo a 1%; significativo a 5%; e não significativo a 5% de probabilidade, pelo teste t, respectivamente Nos cortes realizados aos 155 e 235 DAS a AP comportou-se de forma linear com significância (p<0,01) para os tratamentos com e sem calagem (Figura 4a, Figura 4b e Tabela 3). Aos 275 DAS a AP apresentou comportamento linear nos tratamentos com calagem. Os tratamentos sem calagem o comportamento foi quadrático com significância (p<0,001) quanto aos β e coeficiente de determinação (Figura 4a, Figura 4b e Tabela 3), a altura máxima estimada foi de 90,96 cm na dose de 273,21 mg dm-³. Os resultados encontrados no presente trabalho confirmam o efeito positivo do fósforo para a altura de forrageiras conforme descrito por (Benett et al., 2009). Benício et al. (2011) testando diferentes fontes de P em cultivares de Panicum maximum, não encontraram diferença entre as fontes na altura das plantas, e relatam a baixa eficiência do P sobre esta 13 variável, diferindo dos resultados no presente trabalho. Segundo Cecato et al. (2008) em gramíneas o P tem maior influência no perfilhamento do que no alongamento foliar destas plantas. O fósforo desempenha um papel importante nas características morfológicas e produção do capim como visto no presente trabalho. Ao longo dos seis cortes realizados, pode ser observado que a altura obteve respostas positivas a aplicação do fósforo. Esse resultado reafirma a importância da adubação fosfatada na produção agrícola em solos de cerrado, o que se evidencia na revisão de Drudi & Braga (1990) para produção de forrageiras tropicais. A altura do capim Piatã em função dos dias apresentou comportamento quadrático tanto para o tratamento com calagem quanto para o tratamento sem calagem (Figura 5). O tratamento sem calagem foi ligeiramente melhor que o tratamento com calagem ao longo dos 275 DAS em que o experimento foi conduzido, sendo a maior altura para este tratamento Altura (cm) estimada aos 186 dias enquanto com calagem a maior média de altura foi aos 194 dias. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Com Calagem y = -0,002x2 + 0,7786x + 10,042 R² = 0,81** Sem Calagem y = -0,0023x2 + 0,8574x + 10,109 R² = 0,82** 0 40 80 120 160 Dias Com Calagem 200 240 280 Sem Calagem ** significativo (p<0,01) para o teste t Figura 5- Representação gráfica e equações de regressão da altura com e sem calagem de capim Piatã em função dos dias Nascimento et al. (2002) verificaram que a calagem não apresentou efeito significativo na produção do capim Tanzânia, todavia as fontes de menor solubilidade apresentaram melhores resultados nos tratamentos que receberam 2,64 t ha-¹ de calcário. Corrêa et al. (1997), testando o efeito de doses de fósforo sobre a produção de Tanzânia, verificaram 14 respostas, independentemente da fonte. Já Oliveira et al. (2009) obtiveram resultados em que a Brachiaria brizantha apresentou maiores alturas com a aplicação de calagem, os autores atribuem estes resultados à importância que o cálcio tem para o desenvolvimento das plantas. A quantidade considerável de cálcio que o rejeito de rocha contém pode ter contribuído para o bom desenvolvimento do capim Piatã mesmo sem a utilização da calagem. Muitas gramíneas são responsivas ao aumento de saturação de bases do solo através da utilização corretivos que contenham cálcio (Fortes et al., 2008). A massa seca (MSC) do capim Piatã para os tratamentos com calagem apresentou comportamento linear positivo nos cortes realizados aos 75, 115, 155, 195 e 275 DAS em função do aumento da dose de rejeito de rocha fosfática, sendo observada significância (p<0,01) quanto ao β e o coeficiente de determinação. Já no corte feito aos 235 DAS o comportamento foi quadrático (Figura 6a, Figura 6b e Tabela 4). Nos 235 DAS a MSC com calagem obteve produção máxima de 13,15 g/vaso, produção esta estimada na dose de 313,49 50 50 45 45 40 35 1º Corte 30 2º Corte 25 3º Corte 20 4º Corte 15 10 5º Corte 5 6º Corte 0 Massa Seca (g/vaso) Massa Seca (g/vaso) mg dm-³ de P2O5. 40 35 1º Corte 30 2º Corte 25 3º Corte 20 15 4º Corte 10 5º Corte 5 6º Corte 0 0 75 150 225 300 375 450 Dose de P (mg dm-³) Figura 6a – Massa seca de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 0 75 150 225 300 375 450 Dose de P (mg dm-³) Figura 6b – Massa seca de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 Nos tratamentos sem calagem, a MSC teve comportamento quadrático (p<0,01) nos cortes realizados aos 75, 195 e 235 DAS (Figura 6a, Figura 6b e Tabela 4), tendo produção máxima estimada nas doses de 326,66; 406,66 e 350 mg dm -³ respectivamente. Nos cortes realizados aos 115, 155 e 275 DAS o comportamento foi linear positivo com significância (p<0,01). Se compararmos os β dos tratamentos com e sem calagem, nota-se que os tratamentos sem calagem possuem maiores β, isso indica que onde não houve calagem o capim Piatã tendeu a produzir mais. Quanto as doses de rejeito, as respostas nos mostram a 15 importância do fornecimento de P para produção de massa seca, uma vez que na maioria dos cortes realizados a resposta foi linear. Tabela 4 – Equações de regressão e coeficientes de determinação da massa seca de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 Dias 75 115 155 195 235 275 **; * e Com calagem Sem calagem Equação Coeficiente Equação Coeficiente Ŷ= 0,89+0,020x r²= 0,77** Ŷ= -0,85 + 0,098x – 0,00015x² R²= 0,81** Ŷ= 5,44 + 0,088x r²= 0,87** Ŷ= 9,02 + 0,073x r²= 0,75** Ŷ= 2,58 + 0,053x r²= 0,92** Ŷ= 2,91 + 0,052x r²= 0,96** Ŷ= 5,75 + 0,055x r²= 0,85** Ŷ= 1,92 + 0,122x – 0,00015x² R²= 0,96** Ŷ= 0,77 + 0,079x – 0,000126x² R²= 0,86** Ŷ= 0,44x + 0,07x – 0,00010x² R²= 0,75** Ŷ= 2,54 + 0,033x r²= 0,86** Ŷ= 5,69 + 0,024x r²= 0,77** ns – significativo a 1%; significativo a 5%; e não significativo a 5% de probabilidade, pelo teste t, respectivamente O fato de a forrageira ter respondido à aplicação de fósforo deve-se a dois fatores a baixa concentração inicial do elemento no solo, e a importância deste para o desenvolvimento e capacidade de produção das plantas. Na produção de forrageiras, o P é um elemento que merece destaque, devido ao importante papel que exerce sobre as plantas, pois auxilia no desenvolvimento radicular, perfilhamento, e aumento de produção (Lobato et al., 1994; Cecato et al., 2004; Rossi et al., 1997). O fornecimento de P independente da fonte utilizada é fundamental para produção de massa seca de pastagens conforme demonstrado pela produção de MSC que foi maior onde foi aplicado o rejeito de rocha, em relação aos tratamentos não receberam adubação. Esses resultados corroboram com os encontrados por Lima et al.(2007), que encontraram maior produção de massa seca de capim Marandu utilizando diferentes doses e fontes de P. Franco (2003) encontrou respostas quadráticas e significativas com capim Tifton 85 à adubação fosfatada em dois períodos de crescimento, aplicando fosfato de Arad como fonte de P. Foloni et al. (2008) testando fosfato de rocha como fonte de P para diferentes plantas de cobertura também observaram o ajuste quadrático para braquiária, onde sua maior produtividade foi de 29,9 g/vaso utilizando 300 kg ha-¹ de P2O5, valores estes bem inferiores ao observado no presente trabalho. A maior produção de massa seca nas maiores doses está relacionada ao maior perfilhamento que também ocorreu nas doses mais altas. O comportamento do perfilhamento é semelhante ao observado na produção de massa seca, demonstrando que há relação entre as 16 características (Stocco et al., 2010). Segundo Matthew et al. (2000), o perfilhamento é um importante mecanismo de ajuste e otimização do índice de área foliar do dossel, que atua na recuperação da planta após desfolhação e interfere na produção de massa seca (Loo et al., 1992). Nesse sentido, qualquer fator que estimule a produção de perfilhos aumenta o crescimento do pasto (Hirata & Pakiding, 2003). Em função dos dias, tanto o tratamento com calagem quanto o sem calagem tiveram comportamento quadrático, com significância para os β, e para os coeficientes de determinação R² (Figura 7). O tratamento sem calagem apresentou uma maior produção de MSC ao longo dos dias do que o tratamento com calagem, tendo o pico máximo de produção estimado aos 165 DAS. Já no tratamento onde houve a correção de solo o pico de produção de MSC ocorreu aos 157 DAS. Onde não houve calagem ocorreu maior produtividade de massa seca, provavelmente devido ao fato da maior acidez do solo proporcionar uma melhor solubilização da fonte de baixa solubilidade utilizada. Segundo Novais & Smyth (1999) fontes de P com baixa solubilidade apresentam melhores resultados em solos com uma maior Massa Seca (g/vaso) acidez. RAJAN (1996) também realiza esta afirmativa. 28 26 24 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Sem Calagem y = -0,0007x² + 0,2319x + 0,1373 R² = 0,66* Com Calagem y = -0,0007x² + 0,2298x - 0,9032 R² = 0,59* 0 40 80 120 160 200 240 Dias Com Calagem Sem Calagem 280 * significativo (p<0,05) para o teste t Figura 7- Representação gráfica e equações de regressão da massa seca com e sem calagem de capim Piatã em função dos dias A relação folha/colmo (F/C) no primeiro corte aos 75 DAS e no último aos 275 DAS nos tratamentos com calagem teve comportamento linear positivo, sendo significativo quanto 17 ao β (p<0,01) e (p<0,05) respectivamente (Figura 8a e Tabela 5), mostrando que com o aumento da disponibilidade de P para as plantas ocorre um aumento da produção de folhas, melhorando a palatabilidade e o valor nutritivo da forrageira. 8 4,5 7 4 3,5 6 5 2º Corte 4 3º Corte 3 4º Corte 2 Relação F/C Relação F/C 1º Corte 3 1º Corte 2,5 2º Corte 2 3º Corte 1,5 4º Corte 1 5º Corte 0,5 6º Corte 5º Corte 1 0 0 0 75 150 225 300 375 450 Doses de P (mg dm-³) Figura 8a – Relação folha/colmo de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 0 75 150 225 300 375 450 Doses de P (mg dm-³) Figura 8b – Relação folha/colmo de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 Tabela 5 – Equações de regressão e coeficientes de determinação da relação folha/colmo de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 Dias 75 115 155 195 235 275 **; * e Com calagem Sem calagem Equação Coeficiente Equação Coeficiente Ŷ= 0,80 + 0,0063x r²= 0,67** Ŷ= 0,16 + 0,016x – 0,000027x² R²= 0,92** Ŷ= 0,36 + 0,016x – 0,000030x² R²= 0,70* Ŷ= 1,78 r² = 0,29ns Ŷ= 0,86 + 0,026x – 0,000055x² R²= 0,48** Ŷ= 2,69 r²= 0,99ns ns Ŷ= 3,04 r²= 0,91 Ŷ= 2,69 r²= 0,81ns ns Ŷ= 2,94 r²= 0,53 Ŷ= 3,88 r²= 0,67ns Ŷ= 6,03 – 0,011x r²= 0,84* Ŷ= 2,36 r²= 0,65ns ns – significativo a 1%; significativo a 5%; e não significativo a 5% de probabilidade, pelo teste t, respectivamente Nos tratamentos sem calagem a relação F/C aos 75 DAS respondeu de forma quadrática em função do aumento das doses de rejeito de rocha fosfática (Figura 8b e Tabela 5) apresentando significância quanto aos coeficientes β e de determinação, a maior relação foi estimada na dose de 296,29 mg dm-³ de P2O5. Aos 115, 155, 195 235 e 275 DAS os tratamentos sem calagem não responderam significativamente ao aumento das doses de rejeito 18 de rocha (Tabela 5). Os tratamentos com calagem aos 115 e 155 DAS melhor se adequaram ao modelo quadrático tendo significância (p<0,01 e p<0,05) para os respectivos dias (Tabela 5). Aos 195 e 235 DAS o aumento das doses não apresentou efeitos significativos sobre a relação F/C. Segundo Bonelli et al. (2011) a relação folha/colmo pode ser utilizada como um indicador do valor nutritivo da planta, plantas com maior relação apresentam maior valor nutritivo. Em todos os tratamentos exceto a testemunha, a relação F/C foi superior a relação crítica de 1,0 citada por (Bonelli et al., 2011). As porções verdes da planta são as mais nutritivas da dieta e consumidas preferencialmente pelos animais (Wilson & T’mannetje, 1978). Segundo esses autores, alta relação folha/colmo representa forragem com elevados teores de proteína, digestibilidade e consumo, além de conferir à gramínea melhor adaptação ao pastejo ou tolerância ao corte. Em condições de pastejo, o consumo é influenciado pela disponibilidade de forragem e pela estrutura da vegetação como a relação folha/colmo. A relação F/C em função dos dias apresentou comportamento quadrático tanto para o tratamento com calagem quanto para o sem calagem (Figura 9). O tratamento com calagem tendeu a apresentar uma maior relação F/C que o tratamento sem calagem, que apesar de apresentar maiores β teve uma constante negativa, reduzindo assim a tendência de crescimento da curva. No tratamento com calagem a maior relação foi estimada aos 262 dias, mostrando que o capim Piatã tendeu a ter um acréscimo na produção de folhas até este período. Esses dados nos mostram que a partir do dia 262 a forragem tende a perder sua qualidade nutricional devido a uma maior produção de colmos. O tratamento sem calagem apresentou valores mais baixos de F/C, tendo o ponto máximo estimado aos 216 dias. Com o aumento da idade a forrageira reduz seu valor nutricional, isso é descrito por Queiroz Filho et al. (2000), que encontro comportamento linear negativo para relação F/C em capim elefante em função do aumento da idade da planta. Costa (1990), em estudo com os capins Colonião e Tobiatã, observou redução da relação folha/colmo em função do crescimento e da presença de adubação nitrogenada. Os mesmos autores observaram que a partir dos 28 dias até o 42º dia ocorreu uma diminuição cada vez maior na relação folha/colmo, nos diferentes estratos das plantas, determinado pelo processo de alongamento dos colmos. 19 Com Calagem y = -0,00004x2 + 0,0215x + 0,1858 R² = 0,90** 4,5 4 Relação F/C 3,5 3 2,5 Sem Calagem y = -0,00006x2 + 0,0264x - 0,0679 R² = 0,84** 2 1,5 1 0,5 0 -0,5 0 40 80 120 160 200 240 280 Dias Com Calagem Sem Calagem ** significativo (p<0,01) para o teste t Figura 9- Representação gráfica e equações de regressão da massa seca com e sem calagem de capim Piatã em função dos dias Segundo Carvalho (1997), a fração colmo pode constituir uma limitação física à ingestão de matéria seca, pois, dos componentes da forragem, a fração folha é a que apresenta melhor qualidade e, de acordo com Forbes & Hodgson (1985) apud: Machado & Valle (2011), pode representar mais de 80% da dieta dos bovinos. Todavia, os colmos são de grande valor para a cobertura do solo nos sistemas de integração lavoura-pecuária, já que resíduos vegetais, com alta relação C/N e elevado teor de lignina, apresentam menores taxas de decomposição (Sainju et al., 2007). CONCLUSÕES 1. As plantas apresentam respostas positivas à aplicação do rejeito de rocha fosfática como fonte de P podendo ser uma alternativa para adubação fosfatada. O rejeito apresenta resultados satisfatórios, porém abaixo do esperado, dessa forma este pode ser uma alternativa para utilizar junto de uma fonte solúvel a fim de complementar o fornecimento de P, onde a fonte solúvel supriria a demanda inicial da forrageira, e o rejeito seria uma reserva para o suprimento a longo prazo. 2. Nas condições em que o trabalho foi desenvolvido a calagem não é viável, uma vez que a mesma não difere dos tratamentos sem calagem. 3. As plantas respondem melhor nos primeiros cortes, com o aumento da idade da 20 planta as mesmas tem sua produção, altura e perfilhamento reduzidas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENETT, C. G. S.; SILVA, K. S.; YAMASHITA, O. M.; FILHO, M. C. M. T.; GARCIA, M. P.; NAKAYAMA, F. T.; BUZETTI, S. Produção de Brachiaria brizantha sob doses crescentes de fósforo. Omnia Exatas, v.2, n.1, p.17-25, 2009. BENÍCIO, L. P. F.; OLIVEIRA, V. A.; SILVA, L. L.; ROSANOVA, C.; LIMA, S. O. Produção de Panicum maximum consorciado com sorgo sob diferentes fontes de fósforo. Tecnologia & Ciência Agropecuária, v.5, n.2, p.55-60, 2011. BONELLI, E. A.; BOMFIM-SILVA.; E. M.; CABRAL.; C. E. A. CAMPOS, J. J.; SCARAMUZZA, W. L. M. P.; POLIZEL, A. C. Compactação do solo: Efeitos nas características produtivas e morfológicas dos capins Piatã e Mombaça. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.15, n.3, p.264-269, 2011. CARVALHO, P.C. de F. 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As variáveis analisadas foram PB, teores de P e K nos tecidos da forrageira. Foram realizados seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura. As doses de P testadas influenciam os teores de K, P e PB na parte aérea da forrageira. Os teores de P e K aumentam com a aplicação de P utilizando o rejeito como fonte. Os teores de PB tendem a diminuir com o aumento da dose de P, devido ao rápido desenvolvimento e a diluição de P nos tecidos da planta. O efeito da calagem foi bastante variável tanto em função do tempo quanto em função das doses de P aplicadas, dessa maneira não foi possível chegar a uma conclusão sobre sua interação com a fonte de P utilizada. Os níveis de P e K se mantiveram semelhantes ao longo dos 275 dias, apresentando uma pequena redução com aumento da idade da planta. Ao longo do tempo os teores de proteína bruta diminuíram. Palavras-chave: Proteína bruta, diagnose nutricional, pastagem, fósforo, potássio. 26 EFFECT OF WASTE OF PHOSPHATE ROCK IN NUTRITIONAL COMPONENTS OF PIATÃ GRASS ABSTRACT In Brazil, native or cultivated pastures are responsible for providing nutrients for the development of animals in this way so that there is a rational, one needs some alternatives to optimize the supply of plant nutrients in adequate quantity and proportion. In this context the present work aimed to evaluate the effects of the tailing of phosphate rock on the crude protein (CP), P and K in the tissues of grass Piatã over 275 days after implantation. The study was conducted in a greenhouse at the University of Tocantins Gurupi campus. We used a completely randomized design in a 5x2 factorial arrangement with three replications of five doses in the presence and absence of liming. The variables analyzed were PB, P and K levels in the tissues of the grass. There were six sections at 75, 115, 155, 195, 235 and 275 days after sowing. The P doses tested influence the levels of K, P and CP in the shoots of grass. The levels of P and K increased with P application using the waste as a source. The protein levels tended to decrease with increasing dose of P due to the rapid development and dilution of P in the plant tissues. The effect of lime was quite variable as a function of time as a function of P rates applied in this way was not possible to reach a conclusion about its interaction with the P source used. The amount of P and K remained similar over the 275 days, with a slight decrease with increasing age of the plant. Over time the crude protein decreased. Keywords: Crude Protein, nutritional diagnosis, grazing, phosphorus, potassium. 27 INTRODUÇÃO A pecuária brasileira baseia-se na criação de animais em pastagens nativas e cultivadas, que são responsáveis pelo fornecimento dos nutrientes necessários para o desenvolvimento dos animais. De uma maneira geral os baixos teores de fósforo (P) encontrados nos solos brasileiros, afetam o desenvolvimento e produção dessas forrageiras, afetando também a dieta dos animais. As pastagens de gramíneas tropicais corretamente estabelecidas e adequadamente manejadas e adubadas constituem fonte de alimento para bovinos que podem ser produzidas economicamente e em grande quantidade, pois os sistemas intensivos de produção de bovinos demandam muita tecnologia e insumos para torna-los mais eficientes, competitivos e lucrativos (Primavesi et al., 2006) A exploração racional de pastagens requer algumas medidas, principalmente no que se diz respeito ao fornecimento de nutrientes em quantidade e proporção adequadas às plantas. Entre os nutrientes o P desempenha um papel vital na fisiologia celular e bioquímica, às vezes sendo fator limitante ao crescimento (Hanrahan et al., 2005). O suprimento de nutrientes constitui-se em importante fator na nutrição de plantas, tendo em vista que a disponibilidade desses exerce grande influência na qualidade da pastagem, que, por sua vez, reflete na produção e na recuperação da forrageira (Bonfim-DaSilva & Monteiro, 2006). Para um manejo adequado da adubação, principalmente em sistema intensivo de produção, torna-se importante conhecer a necessidade das plantas forrageiras. O crescimento adequado do pasto, em sistemas intensivos de produção, é dependente de concentrações adequadas de nutrientes do solo e, consequentemente, da planta. A utilização de fontes de P de baixa solubilidade apresentam acréscimos na produtividade de forrageiras (Moreira & Malavolta, 2001). No entanto no que diz respeito ao efeito dessas fontes no estado nutricional das pastagens, há poucos relatos na literatura. Segundo Moreira et al. (2010) a utilização de fosfato natural de rocha aumentou significativamente os níveis de P na massa seca de capim Massai, todavia não apresentou efeitos sobre os teores de N e K. Oliveira et al. (2012) testando diferentes fontes de P em capim Piatã, e Mombaça, observaram que o fosfato natural de Arad apresentou aumento do teor de P nos tecidos de ambas forrageiras, porém não obteve efeito sobre os teores de K, ainda relatam que fontes mais solúveis como superfosfato simples são mais eficiente na extração de P por parte da forrageira. 28 Os resultados de pesquisas e as indicações técnicas para o uso dos fosfatos naturais reativos, na substituição das fontes solúveis, ainda suscitam dúvidas quanto ao melhor manejo. Porém, existe consenso de que os fosfatos mais solúveis proporcionam maior resposta em curtos períodos, enquanto os fosfatos naturais têm menor eficiência inicial. Com o tempo, as diferenças de eficiência entre fontes tendem a diminuir (Horowitz & Meurer, 2003). É possível que para solos com elevada capacidade de fixação de P, algumas fontes com menor solubilidade em água possam, ao longo do tempo, se tornarem alternativas viáveis sob o ponto de vista agronômico e econômico, em comparação às fontes de elevada solubilidade em água (Braga, 2006). Neste contexto com esse trabalho objetivou-se avaliar os efeitos do rejeito de rocha fosfática sobre os teores de proteína bruta, P e K nos tecidos de capim Piatã ao longo de 275 dias após sua implantação, na presença e ausência de calagem. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em casa de vegetação localizada na Estação Experimental da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, com a forrageira Brachiaria brizantha cultivar BRS Piatã, de 22 de março de 2011 a 02 de janeiro de 2012. O experimento foi conduzido em vasos de polietileno com capacidade de 21,2 L, os vasos foram preenchidos com terra coletada a 150 cm de profundidade em um LATOSSOLO VERMELHO AMARELO, cujas características químicas e textural encontram-se na (Tabela 1). Tabela 1 - Análise Química e Textural do solo utilizado no experimento Ca Mg Al H+Al CTC(T)¹ CTC(t)² SB ³ ----------------------------------------- cmol dm-³ -------------------------------------- V4 % P K ------ mg dm-³ ----- 0,16 0,045 1,76 2,68 0,96 0,92 34,18 0,3 38,48 0,66 -------- pH ------ Mat. Org ----------------------- Textura g kg-¹ -------------------------------CaCl H2O g dm-³ 5,82 6,71 5,5 Areia Argila Silte 470,08 330,94 198,98 4 ¹CTC total; ²CTC efetiva; ³Soma de bases; Saturação de bases Foram testadas diferentes doses de fósforo (P) no desenvolvimento da forrageira. As doses de P utilizadas foram obtidas conforme as recomendações (Vilela et al., 2007) adaptado. A partir dos resultados obtidos na análise de solo. As doses corresponderam 0; 112,5; 225; 29 337,5 e 450 mg dm-³ de P2O5 respectivamente. Como fonte de P para as plantas foi utilizado rejeito de rocha fosfática, contendo 8% de P2O5 total, 11,3% de CaO e 4,68% de Fe2O3, oriundo da região de Luís Eduardo Magalhães - BA. Os vasos foram distribuídos segundo o delineamento inteiramente casualisado (DIC) no esquema fatorial 5x2 com quatro repetições totalizando 40 vasos. O primeiro fator do delineamento foi às doses de P, e o segundo fator foi a ausência e a presença de calagem. O cálculo de calagem foi realizado de acordo com a análise de solo, através do método da saturação por bases descrito por (CFSEMG, 1999), visando elevar a saturação para 50%, assim obteve-se a dose de calagem correspondente a 1 tonelada por hectare. A semeadura foi realizada no dia 22 de março de 2011, foram colocadas 15 sementes por vaso, após a germinação foram realizados desbastes deixando cinco plantas por vaso. O nitrogênio e o potássio foram fornecidos em cobertura, totalizando 150 mg dm-³ de N e K, recomendação esta adaptada de (Vilela et al., 2007), a cobertura foi feita em seis parcelas de 25 mg dm-³. A primeira cobertura foi realizada aos 20 dias quando as plantas começaram a apresentar sintomas de deficiência, as demais coberturas foram feitas cinco dias após cada corte, até o quinto corte, as fontes utilizadas foram sulfato de amônio e cloreto de potássio. A irrigação foi realizada adotando-se um turno de rega de dois dias, onde se aplicou 1650 ml de água em cada vaso, quantidade suficiente para deixar o solo saturado. Foram realizadas seis avaliações (cortes), onde a primeira ocorreu quando as plantas apresentaram biomassa suficiente. Após cada corte eram esperados 40 dias para rebrota da planta para ser realizado um novo corte. Os cortes ocorreram aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura (DAS), foram avaliados: os teores de fósforo (P) e potássio (K) em (g kg-¹), e os teores de proteína bruta (PB) em (%). A parte aérea do capim Piatã foi cortada a 20 cm de altura, o material verde foi acondicionado em sacos de papel e colocado para secagem em estufa de ventilação forçada a 55 °C durante o período de 96 horas. Após seco o material foi triturado em moinho tipo Wiley com peneiras de 0,5mm. A partir das amostras trituradas procedeu-se a análise para obtenção dos teores de P, K e PB contidos na parte aérea do capim Piatã. As amostras depois de trituradas foram submetidas a digestão sulfúrica segundo adaptação de Tedesco et al. (1995). A determinação de N foi feita pela destilação de Kjeldhal, os valores de N total foram multiplicados pelo fator 6,25 para obtenção da percentagem de PB. O P foi determinado pelo método de espectrofotometria com azul de molibdênio. Os teores de K foram determinados através do fotômetro de chama. 30 Os dados obtidos foram submetidos à análise de regressão, sendo utilizado o teste t para verificação dos betas (β). O software utilizado para análise estatística foi o SISVAR 5.3 (Ferreira, 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas Figuras 1a, 1b e na Tabela 2 encontram-se os resultados da análise de regressão referente ao teor de P na parte aérea de capim Piatã. 2,200 2,400 2,000 2,200 1,800 2,000 1,600 1,600 1,200 2º Corte 1,000 3º Corte 0,800 4º Corte 0,600 5º Corte 0,800 0,400 6º Corte 0,600 P (g kg-¹) P (g kg-¹) 1,800 1º Corte 1,400 1,400 1º Corte 1,200 2º Corte 1,000 3º Corte 0,200 0,400 0,000 0,200 0 75 150 225 300 375 450 Doses de P (mg dm-³) Figura 1 a – Teor de P na parte aérea de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 4º Corte 5º Corte 6º Corte 0,000 0 75 150 225 300 375 Doses de P (mg dm-³) 450 Figura 1 b – Teor de P na parte aérea de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 Tabela 2 – Equações de regressão e coeficientes de determinação do teor de P na parte aérea de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 Com calagem Sem calagem Dias Equação Coeficiente Equação 75 Ŷ= 0,69 + 0,0028x r²= 0,54** Ŷ= 0,31 + 0,010x – 0,000019x² 115 Ŷ= -0,36 + 0,009x – 0,000013x² R²= 0,82** Ŷ= 0,46 + 0,0092x – 0,000014x² 155 Ŷ= 1,34 + 0,0009x – 0,000003x³ R²= 0,54** Ŷ= 1,15 + 0,0014x – 0,000002x² 195 Ŷ= 1,69 + 0,00063x r²= 0,77** Ŷ= 1,74 - 0,0017x + 0,000004x² 235 Ŷ=1,62 r²= 0,46ns Ŷ= 1,51 275 Ŷ= 1,41 r²= 0,29ns Ŷ= 1,00 + 0,0010x **; * e ns – significativo a 1%; significativo a 5%; e não significativo a 5% de probabilidade, Coeficiente R²= 0,80** R²= 0,59** R²= 0,43* R²= 0,80** r²= 0,20ns r²= 0,65** pelo teste t, respectivamente 31 Para os tratamentos com calagem aos 75 e aos 195 DAS os teores de P na parte aérea do capim Piatã apresentaram comportamento linear em função das doses de rejeito aplicadas, obtendo significância (p<0,01) quanto ao β e ao coeficiente de determinação. Aos 115 e aos 155 DAS os teores foliares de P nos tratamentos com calagem comportaram-se de forma quadrática em função das doses de rejeito de rochas, com significância (p<0,01) quanto aos β. Aos 115 DAS estimou-se o maior teor foliar de P na dose de 346,15 mg dm-³ correspondente a 1,52 g kg-¹ de P nos tecidos. Já aos 155 DAS o maior teor foi de 1,40 g kg-¹ estimado na dose de 151,66 mg dm-³ de P2O5. Aos 235 e 275 DAS os tratamentos com calagem não apresentaram resultados significativos. Nos tratamentos sem calagem os teores de P na parte aérea do capim Piatã apresentaram comportamento quadrático aos 75, 115, 155 e 195 DAS, com significância (p<0,01) aos 75, 115 e 195 DAS e (p<0,05) aos 155 DAS para seus respectivos β. Aos 235 DAS ao aumento das doses de rejeito não apresentou efeito significativo. E no último corte aos 275 a resposta ao aumento das doses de rejeito foi linear com significância (p<0,01) quanto ao β. Como pode ser observado, o aumento das doses tiveram influência sobre os teores de P nos tecidos da planta independente do uso ou não da calagem. Rossi & Monteiro (1999) observaram respostas lineares nos estádios iniciais de Brachiaria decumbens, atingindo concentrações de 6,8 g kg-¹ de P, valores quatro vezes maiores do que os encontrados no presente trabalho. No segundo corte aos 115 DAS os tratamentos sem calagem tenderam a apresentar maiores teores foliares de P, Talvez pelo fato da fonte de P utilizada ser de baixa solubilidade, a acidez do solo proporcionou uma maior liberação de P e consequentemente uma maior absorção por parte da planta. Segundo Novais & Smyth (1999) fontes de P com baixa solubilidade podem sofrer melhor solubilização de P em solos com maior acidez, melhorando o aproveitamento deste por parte da planta. No terceiro corte aos 155 DAS os tratamentos com a correção do solo necessitou de uma menor quantidade de P para atingir a concentração máxima deste elemento em sua parte aérea. O aumento da disponibilidade de P no solo se relaciona positivamente com o aumento do pH, principalmente nas camadas superficiais. Esse efeito se deve à maior solubilização de P ligado a Fe e Al, com a elevação do pH, o que proporciona maior aproveitamento do P pela cultura (Caires & Fonseca, 2000), isso pode explicar o fato de os tratamentos com calagem atingirem os níveis máximos de P com apenas a metade da dose que os tratamentos sem calagem necessitou para atingir o ponto máximo. A partir do quarto corte independente do uso da calagem as plantas tendem a 32 apresentar comportamentos semelhantes nos teores foliares de P. Segundo Novais & Smith (1999), independentemente da competição entre as plantas e o solo pelo P aplicado, com o avanço do tempo, as primeiras tendem a ajustar-se à quantidade de P disponível a elas. Em função dos dias o teor foliar de P tanto no tratamento com calagem quanto no sem calagem comportaram-se de forma quadrática, tendo significância (p<0,01) para os β e P (g kg-¹) coeficientes de determinação R² (Figura 2). 2 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Sem Calagem y = -0,00005x2 + 0,0168x + 0,0845 R² = 0,91** Com Calagem y = -0,00004x2 + 0,0156x + 0,0739 R² = 0,89** 0 40 80 120 160 Dias Com Calagem 200 240 280 Sem Calagem ** significativo (p<0,01) para o teste t Figura 2- Representação gráfica e equações de regressão do teor de P na parte aérea de capim Piatã com e sem calagem em função dos dias No tratamento sem calagem o teor de P tendeu a apresentar acréscimos até os 168 dias onde atingiu seu pico máximo, depois os teores descaíram com o aumento da idade da forrageira. Para os tratamentos com calagem o máximo de P na parte aérea foi estimado aos 195 dias. A fonte de P utilizada por possuir baixa solubilidade talvez tenha mantido os mesmos níveis fósforo no solo ao longo dos dias, dessa maneira mesmo como avanço do tempo, as plantas mantiveram os níveis de internos P semelhantes independente da calagem, ocorrendo redução destes níveis somente em função da idade da planta. A idade da planta e a disponibilidade do fósforo no solo são os fatores que mais influenciam os teores desse nutriente nas plantas (Santos et al., 2002). Essa manutenção nos níveis internos de P na planta é importante do ponto de vista da nutrição animal, pois bovinos sob pastejo tendem a selecionar plantas ou partes de plantas com maiores concentrações de P e de outros nutrientes 33 (Jones & Betteridge, 1994). Essa preferência pode estar relacionada, entre outros fatores, com a composição da planta (Russelle, 1997). Após o primeiro corte aos 75 DAS até o final da condução do experimento, os teores de fósforo na planta mantiveram-se dentro da faixa adequada que é de 0,8 a 3,0 g kg-¹ para B. brizantha (Boaretto et al., 1999). Os teores foliares de K aos 75, 115, 155 e 195 DAS apresentaram comportamento quadrático em função do aumento das doses de rejeito de rocha para os tratamentos com e sem calagem, com significância (p<0,01) para os β e coeficientes de determinação R² (Figura 3a, Figura 3b e Tabela 3). Nos tratamentos com calagem para os cortes realizados aos 75, 115, 155 e 195 DAS os maiores teores foliares de K foram estimados nas respectivas doses de 312,5; 262,5; 250 e 337,34 mg dm-³ de P2O5, correspondendo a 33,43; 40,51; 62,78 e 29,01g 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 65 60 55 50 1º Corte 45 2º Corte 40 3º Corte 4º Corte 0 K (g kg-¹) K (g kg-¹) kg-¹ respectivamente. 35 1º Corte 30 2º Corte 25 5º Corte 20 6º Corte 15 75 150 225 300 375 450 Doses de P (mg dm-³) 3º Corte 4º Corte 10 5º Corte 5 6º Corte 0 0 75 150 225 300 375 450 Doses de P (mg dm-³) Figura 3 a – Teor de K na parte aérea de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 Figura 3 b – Teor de K na parte aérea de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 Nos tratamentos sem calagem os maiores teores foliares de K estimados foram de 37,38; 36,73; 61,01 e 20,55 g kg-¹ nas respectivas doses de 271,42; 350; 343,75 e 290,32 mg dm-³ de P2O5, para 75, 115, 155 e 195 DAS respectivamente. Aos 235 e 275 DAS os tratamentos com calagem não apresentaram significância (Figura 3a e Tabela 3). Aos 235 DAS os tratamentos sem calagem não tiveram respostas significativas ao aumento das doses de rocha fosfática. Aos 275 DAS os teores de K no capim Piatã os tratamentos sem calagem 34 teve reposta quadrática (Figura 3b e Tabela 3) ao aumento das doses de rocha, onde o maior teor foi de 23,58 g kg-¹ estimado na dose de 300 mg dm-³. Tabela 3 – Equações de regressão e coeficientes de determinação do teor de K na parte aérea de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 Dias 75 115 155 195 235 275 **; * e Com calagem Sem calagem Equação Coeficiente Equação Coeficiente Ŷ= 10,0 + 0,15x – 0,000024x² R²= 0,88** Ŷ= 12,26 + 0,19x – 0,00035x² R²= 0,83** Ŷ= 12,95 + 0,21x – 0,00040x² R²= 0,90** Ŷ= 12,97 + 0,14x – 0,00020x² R²= 0,79** Ŷ= 31,33 + 0,25x – 0,00050x² R²= 0,94** Ŷ= 42,11 + 0,11x – 0,00016x² R²= 0,93** Ŷ= 19,57 + 0,056x – 0,000083x² R²= 0,83** Ŷ= 21,5 + 0,036x – 0,000062x² R²= 0,89** Ŷ= 28,27 r²= 0,66ns Ŷ= 2,57 r²= 0,52ns ns Ŷ= 24,88 r²= 0,05 Ŷ= 20,52 + 0,027x – 0,000056x² R²= 0,70* ns – significativo a 1%; significativo a 5%; e não significativo a 5% de probabilidade, pelo teste t, respectivamente Como foi observado o fornecimento de P utilizando rejeito de rocha como fonte, afetou significativamente os teores de K na parte aérea do capim Piatã. Os teores de K encontrados nas plantas foram semelhantes aos reportados por Costa et al. (2011) em Brachiaria humidicola, e Costa et al. (2007) em diversos genótipos de Brachiaria. Uma planta bem nutrida tende a absorver com maior eficiência nutrientes, desde que estes estejam disponíveis em quantidades satisfatórias para as plantas (Thélier-Houché et al., 1999). Os mesmos autores ainda relatam que a composição do tecido vegetal de uma planta apresenta um certo equilíbrio entre os teores de N, K e P, e a manutenção deste equilíbrio é que irá caracterizar o crescimento da planta (Salette & Thélier-Houché 1991). Alguns pesquisadores registraram pouco efeito do P adicionado sobre a quantidade acumulada de K na planta (Costa et al., 1999; Filizzola & Baumgartner, 1984), enquanto outros têm relatado sua redução (CIAT, 1982) como consequência do efeito de diluição com o aumento da produção de forragem. Nos tratamentos sem calagem foi observado que os teores foliares de K não obtiveram respostas significativas em função dos dias (Figura 4) nem para o β e nem para o coeficiente de determinação. Para os tratamentos com calagem os teores foliares de K tiveram comportamento quadrático (p<0,05) em função dos dias quanto aos β e coeficiente de determinação R². Nos tratamentos com calagem, o teor máximo de 38,18 g kg-¹ de K, foi estimado aos 170 dias. A provável causa dos tratamentos com calagem terem apresentado maiores teores foliares de K, é que o aumento da saturação de bases no solo pode ter 35 melhorado a absorção de nutrientes pelas plantas de capim Piatã. Andreotti et al. (2000) observaram incrementos no teor de K nas folhas de milho quando se elevou a saturação de bases do solo de 40 para 70%. 55 Sem Calagem y = 26,77 R² = 0,33ns 50 45 Com Calagem y = -0,0013x2 + 0,4425x + 0,5297 R² = 0,77* K (g kg-¹) 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 40 80 120 160 200 Dias Com Calagem 240 280 Sem Calagem *; ns: significativo (p<0,05) e não significativo para o teste t Figura 4- Representação gráfica e equações de regressão do teor de K na parte aérea de capim Piatã com e sem calagem em função dos dias O fornecimento de P pode ter causado um aumento na biomassa nos primeiros cortes, fazendo com que a planta tivesse um maior acumulo de K neste período, assim a diminuição dos níveis de P no solo com o passar dos dias culminou num menor desenvolvimento da planta, e consequentemente no menor acúmulo de K. Santos Júnior (2005) verificou que os teores de N, P e K nas plantas de capim Tanzânia decresceram de forma linear em função do tempo. Em períodos extensos de avaliação como no presente trabalho, houve um acúmulo maior de material morto e de colmos + bainhas, com estes materiais participando em maiores concentrações na determinação dos nutrientes afetando de forma negativa os teores (Santos Júnior, 2005). Elementos como fósforo e potássio são bastante móveis quanto há redistribuição (Marschner, 1995 apud: Santos Júnior, 2005), deslocando-se de partes mais velhas e senescentes para folhas mais novas, ocasionado uma maior diluição desses elementos nos tecidos. Segundo Boaretto et al. (1999) os teores adequados de K para B. brizantha estão entre 12 e 30 g kg-¹. Alguns tratamentos apresentaram teores superiores a esta faixa, porém não foi 36 detectado nem um problema no desenvolvimento das forrageiras. Esses teores elevados evidenciam a absorção de luxo do elemento, ocasionado pela aplicação de 50 kg ha-¹ de K2O após cada corte. Ribeiro et al. (1999) também encontraram teores elevados de K em capimelefante, e atribuíram esses teores a aplicação de K após cada corte. No primeiro corte realizado aos 75 DAS o teor de PB no capim Piatã variou de forma quadrática em função do aumento da dose de rejeito tanto para os tratamentos com calagem quanto para os tratamentos sem calagem, com significância (p<0,01) quanto aos β (Figura 5a, Figura 5b e Tabela 4). Para os tratamentos com calagem o teor máximo de PB foi de 23,64% estimado na dose de 326,85 mg dm-³. Nos tratamentos sem calagem a o teor máximo foi estimado na dose de 242,85 mg dm-³ correspondendo a 25,63% de PB. 30 30 27 27 24 24 21 1º Corte 1º Corte 18 2º Corte 15 9 6 18 2º Corte 15 3º Corte 4º Corte 12 4º Corte 5º Corte 9 5º Corte 6º Corte 6 6º Corte 3º Corte 12 PB (%) PB (%) 21 3 3 0 0 75 150 225 300 375 450 Doses de P (mg dm-³) 0 0 75 150 225 300 375 450 Doses de P (mg dm-³) Figura 5 a – Teor de PB na parte aérea de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática com calagem, em Gurupi – TO, 2012 Figura 5 b – Teor de K na parte aérea de capim Piatã em seis cortes, em função de doses P aplicadas em forma de rejeito de rocha fosfática sem calagem, em Gurupi – TO, 2012 Nos tratamentos com calagem aos 115, 155 e 235 DAS o teor de PB do capim Piatã teve comportamento linear negativo em função das doses de rejeito com significância (p<0,01) aos 115 e 155 DAS e (p<0,05) aos 235 DAS, para os β e coeficiente de determinação r² (Figura 5a e Tabela 4). Aos 195 e aos 275 DAS o teor de PB nos tratamentos com calagem teve comportamento quadrático inverso (Figura 5a e Tabela 4), tendo redução do teor de PB com o aumento da dose de rejeito até determinado ponto. Aos 195 DAS o menor teor de PB 37 foi estimado na dose de 322,58 mg dm-³, correspondendo a 9,56% de PB. Já aos 275 DAS o menor teor estimado foi de 11,15% na dose de 313,72 mg dm-³. Tabela 4 – Equações de regressão e coeficientes de determinação do teor de PB na parte aérea de capim Piatã, em função de doses de P aplicadas sob a forma de rejeito de rocha fosfática com e sem calagem, em seis cortes aos 75, 115, 155, 195, 235 e 275 dias após a semeadura, Gurupi-TO, 2012 Dias 75 115 155 195 235 275 **; * e Com calagem Sem calagem Equação Coeficiente Equação Coeficiente Ŷ= 18,09 + 0,034x – 0,000052x² R²= 0,37** Ŷ= 17,38 + 0,068x – 0,00014x² R²= 0,81** Ŷ= 17,47 – 0,0048x r²= 0,92** Ŷ= 19,79 – 0,034x + 0,000063x² R²= 0,84** Ŷ= 16, 41 – 0,0014x r²= 0,70** Ŷ= 13,36 – 0,020x r²= 0,50** Ŷ= 19,24 – 0,06x + 0,000093x² R²= 0,88** Ŷ= 15,33 – 0,028x + 0,000048x² R²= 0,95** Ŷ= 12,88 – 0,0084x r²= 0,63* Ŷ= 11,04 – 0,0020x r²= 0,62** Ŷ= 16,17 – 0,032x + 0,000051x² R²= 0,86* Ŷ= 11,88 r²= 0,34ns ns – significativo a 1%; significativo a 5%; e não significativo a 5% de probabilidade, pelo teste t, respectivamente Nos tratamentos sem calagem aos 155 e 235 DAS a PB no capim Piatã teve comportamento linear inverso, ou seja, o teor de PB reduziu em função do aumento das doses de rejeito, apresentando significância (p<0,01). Aos 275 DAS o teor de PB não se adequou a nenhum modelo matemático (Figura 5b e Tabela 4). Aos 115 e 195 DAS nos tratamentos sem calagem o comportamento da PB no capim Piatã foi quadrático inverso com significância (p<0,01) (Figura 5b e Tabela 4). Aos 115 DAS o menor teor de PB foi de 15,20% encontrado na dose de 269,84 mg dm-³. Já aos 195 o menor ponto da curva foi estimado na dose de 291,66 mg dm-³, correspondendo a 11,24% de PB na parte aérea do capim Piatã. A interação de N com P tem sido observada em diversos testes de fertilização em pastagens, segundo (Bono et al., 1997; Berardo, 1998; Duarte & Díaz Zorita, 2003) a maior disponibilidade de N favorece gramíneas e maior disponibilidade de P limita o desenvolvimento das gramineas, assim a diminuição dos níveis de N afetam diretamente o teor de PB nas plantas. Com aplicação de doses mais elevadas de P os níveis de PB tenderam a decair, a provável causa para estes resultados é que o aumento da adubação fosfatada acelerou o crescimento e maturação da forrageira. Estes resultados corroboram com os obtidos por Oliveira et al. (2000), onde houve diminuição nos teores de proteína bruta com o incremento de fósforo. De acordo com Euclides (1995), a adubação fosfatada aumenta a produtividade, mas tem pouco efeito sobre o valor nutritivo da planta. A aplicação de P na presença de N reduziu significativamente os teores de PB em B. decumbens (Bomfim et al., 2003). O mesmo comportamento foi observado neste trabalho, pois no intervalo de cada corte 38 foi fornecido 25 mg dm-³ de N em cobertura, a aplicação de P causou redução de PB, como relatado pelos autores acima citados. OLIVEIRA et al. (2004) trabalhando com capim-de-raiz, verificaram efeito quadrático inverso das doses de P sobre os níveis de PB da planta assim como no presente trabalho. Esta resposta ocorre provavelmente devido ao fornecimento de P proporcionar um maior acúmulo de biomassa aérea, dessa maneira o N absorvido é diluído nos tecidos (Faquin et al., 1997) afetando diretamente a os teores de PB na forrageira. Em função dos dias os teores de PB no capim Piatã tanto para os tratamentos com calagem, quanto para os sem calagem, apresentaram comportamento linear negativo com PB (%) significância (p<0,05) quanto ao β (Figura 6). 24 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Sem Calagem y = -0,046x + 22,666 r² = 0,7047* Com Calagem y = -0,0473x + 22,78 r² = 0,7753* 75 115 155 195 235 275 Dias Com Calagem Sem Calagem *: significativo (p<0,05) para o teste t Figura 6 - Representação gráfica e equações de regressão do teor de PB na parte aérea de capim Piatã com e sem calagem em função dos dias O aumento da idade do capim Piatã ocasionou a redução no teor de PB, provavelmente pelo acúmulo de material morto nas bainhas que pode ter sido coletado e participado da determinação do teor de PB. Já o fator calagem não apresentou resultados ao longo dos dias, indicando que a correção do solo não afeta a PB na planta estudada, e isto pode ser observado se compararmos os coeficientes angulares dos tratamentos com e sem calagem, pois ambos são bem semelhantes. O teor de proteína bruta diminui com o aumento da idade da planta. Forrageiras tropicais, com 30 dias de idade adubadas com fontes de nitrogênio, apresentam em torno de 14% a 16% de proteina bruta, em amostras obtidas de parte da planta que o 39 animal seleciona em condições de pastejo (Deresz et al., 2003). O decréscimo do teor de PB com o avanço na idade está de acordo com o obtido por Lacerda et al. (2009) para capim Andropogon dos 35 aos 77 dias, sob condições de monocultivo em área não adubada. Com o avanço da idade ocorre uma diluição do N nos tecidos da forrageira, isso contribui para a redução dos níveis de proteína. A calagem proporciona um maior desenvolvimento para o capim e uma maior demanda de N, todavia o N fornecido não foi capaz de suprir a demanda da planta afetando diretamente os teores de PB, desta forma a aplicação ou não do calcário não influenciou nos teores de PB. Estes mesmos resultados foram relatados por Oliveira et al. (2000). A presença ou ausência de calagem não teve influencia na absorção de N. CONCLUSÕES 1. As doses de P testadas influenciam os teores de K, P e PB na parte aérea da forrageira. 2. Os teores de P e K aumentam com a aplicação de P utilizando o rejeito como fonte. Os teores de PB diminuem com o aumento da dose de P. 3. Nas condições em que o trabalho foi desenvolvido a calagem não é viável, pois não difere dos tratamentos sem calagem. 4. Os níveis de P, K e PB após certo tempo diminuem devido a realocação destes nutrientes dos tecidos mais velhos para os mais novos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDREOTTI, M. SOUZA, E. C. A.; CRUSCIOL, C. A. C.; RODRIGUES, J . 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Foi utilizado o delineamento inteiramente ao acaso no esquema fatorial 4x3+1 com quatro repetições. O primeiro fator foi quatro fontes de P superfosfato simples, termofosfato de Yoorin, fosfato natural parcialmente acidulado e rejeito de rocha fosfática. O segundo fator foi três doses 112,5; 225 e 337,5 mg dm-³ de P2O5, e uma testemunha. As características analisadas foram altura, massa seca, número de perfilhos. Também foi avaliado o teor de proteína bruta (PB), P, e K nos tecidos da forrageira, e a eficiência agronômica das fontes. Foram realizados três cortes aos 70, 110, 150 dias após a semeadura. A aplicação de P independente da fonte promoveu o aumento do tamanho perfilhamento e produção da forrageira. Dentre as fontes testadas o superfosfato simples foi a que obteve melhor desempenho. Para as doses testadas a de 337,5 mg dm-³ foi a que promoveu melhores resultados. O teor de PB foi maior quando se utilizou o rejeito de rocha. Quanto a eficiência agronômica o superfosfato simples foi a melhor fonte nos três cortes realizados, sendo bem superior as demais fontes. Palavras-chave: Proteína bruta, rejeito de rocha fosfática, Yoorin, pastagens. 45 AGRONOMIC EFFICIENCY OF SOURCES OF PHOSPHORUS IN THE ESTABLISHMENT OF GRASS MARANDU ABSTRACT A major problem in establishing and maintaining pastures in Cerrado soils are extremely low levels of available phosphorus and total. In addition to the failure element to high retention capacity P as a function of acidity. This makes the phosphorus is essential for this element is not a limiting factor, regardless of the system, whether intensive or extensive. The high demand for phosphate fertilizers, coupled with high market prices, the study justifies new sources of P which are inexpensive and provide efficiency. This study aimed to compare P sources and production, and the agronomic efficiency of pastures with Brachiaria brizantha cv. Marandu. The study was conducted in a greenhouse at the University of Tocantins Gurupi campus. We used a completely randomized design in factorial arrangement 4x3 +1 with four replications. The first factor was four P sources superphosphate thermophosphate Yoorin, partially acidulated phosphate rock and phosphate rock tailings. The second factor was three doses of 112,5; 225 and 337,5 mg dm-³ P2O5, and a witness. The characteres analyzed were: height, dry weight, number of tillers. We also assessed the content of crude protein (CP), P and K in the tissues of the grass, and agronomic efficiency of the sources. Were harvested three times at 70, 110, 150 days after sowing. P application regardless of the source promoted tillering increase in the size and production of fodder. Among the sources tested as single superphosphate was the one that performed better. For the tested doses of 337,5 mg dm-³ was the one that promoted the best results. The CP was higher when using the waste rock. As for the agronomic efficiency superphosphate was the best source in the three harvest periods, far superior to other sources. Keywords: Crude protein, phosphate rock tailings, Yoorin, pastures. 46 INTRODUÇÃO A implantação de pastagens constitui o maior tipo de uso da terra na região da Amazônia brasileira (Rebello & Homma, 2005), as quais sofrem constantes mudanças em função do manejo empregado pelo homem. Nessas regiões a maior parte das pastagens é estabelecida em áreas de matas e florestas, onde as mesmas são derrubadas e queimadas. Após a queima dos resíduos da floresta as forrageiras apresentam níveis de produtividade elevados como descrito por Serrão & Homma (1993). Estes níveis produtivos se mantêm satisfatórios de três a cinco anos, após este período são reduzidos de forma paulatina ano após ano (Townsend et al., 2010). Esta diminuição no rendimento é ocasionada pela incapacidade da gramínea forrageira sustentar bons rendimentos em baixos níveis de fertilidade, onde o fósforo (P) torna-se o elemento mais limitante. Enquanto o nitrogênio (N) é considerado um elemento chave para manutenção de pastagens, o P tem maior importância no estabelecimento, pois nessa situação específica a planta necessita de grande disponibilidade deste elemento no solo (Malavolta et al., 1974). O P é o nutriente mais limitante no estabelecimento de pastagens no Cerrado, em virtude dos baixos teores e da alta capacidade de fixação dos solos. O P também é importante na formação do sistema radicular, uma vez que sua absorção é limitada pela baixa mobilidade no solo e pelo reduzido sistema radicular inicial das plantas; níveis críticos de P no solo diminuem exponencialmente com o avanço da idade das plantas (Santos et al., 2002). Segundo Novais & Smyth (1999) os níveis críticos no solo e na planta diminuem com a idade da mesma, sendo as variações mais acentuadas em plantas perenes como as forrageiras. Por estes motivos é essencial estabelecer os níveis críticos de fósforo para cada estádios de crescimento da planta. Esse conhecimento tanto é imprescindível ao manejo da adubação, seja no plantio ou na manutenção, com vistas em suprir, dessa forma, a demanda das plantas ao longo do seu ciclo e favorecer a sustentabilidade da produção. O requerimento de grandes quantidades de fosfatos na correção da fertilidade dos solos brasileiros, e a ausência de reservas abundantes de rochas fosfatadas de boa qualidade no País, associados ao elevado custo dos fertilizantes, justificam estudos para aperfeiçoar a eficiência no uso de adubos fosfatados (Resende et al., 2006). O P é, entre os macronutrientes primários, o que apresenta maior opção de fontes no mercado, as quais podem variar quanto à reatividade. Os fosfatos de alta reatividade correspondem a mais de 90 % do P2O5 utilizado na agricultura brasileira. Apresentam alta 47 eficiência agronômica em curto prazo e elevado custo por unidade. Há forte competição entre o solo e planta pelo P desses fosfatos (Novais et al., 2007). Devido a este elevado custo, o emprego de fontes de P com baixa solubilidade são crescentes. Estas fontes elevam a quantidade de P disponível no solo e liberam o nutriente de forma mais lenta, minimizando o processo de fixação (Novais & Smyth, 1999; Prochnow et al., 2003; Resende et al., 2006; Lana et al., 2007 Foloni et al., 2008;). A Utilização de fontes fosfatadas de liberação gradual pode trazer a diminuição do custo de produção e menores impactos ambientais, (Valderrama et al., 2009). O uso da rochagem na fertilização de solos é uma técnica recente que vem apresentando bons resultados. Os resíduos de rochas fosfáticas utilizadas na fabricação de adubos fosfatados contêm quantidades de P consideráveis, e estes podem vir a ser utilizados como fontes naturais de P, no entanto necessitam de maiores estudos sobre sua viabilidade. Segundo Guedes et al. (2009), os fosfatos menos reativos, em geral, apresentam menor eficiência que os fosfatos solúveis em curto prazo; porém, a longo prazo, seu efeito residual é geralmente maior. Ono et al, (2009), cultivando milho em sucessão a soja, observaram que o fosfato natural de Arad se equiparou ao superfosfato triplo na produção de grão e massa seca, devido ao seu efeito residual, mostrando que a longo prazo as fontes menos solúveis são eficientes. Benício et al. (2011) testando diferentes fontes de P no estabelecimento de pastagens de P. maximum consorciadas com sorgo, verificaram que ao final do primeiro ano de implantação os tratamentos que receberam a fonte menos solúvel foram superiores, os autores atribuíram os resultados ao maior efeito residual da fonte. Em trabalho realizado por Silverol & Machado Filho (2007) estudando a utilização de pó de granito para a fertilização de solos, observaram que os tratamentos que tinham quantidades significativas de pó de rocha, as plantas de milho desenvolveram adequadamente em comparação com a testemunha. Embora esse resultado seja inferior ao tratamento químico, altamente solúvel, evidencia a importância, em longo prazo, na melhoria da fertilidade de solos que apresentam sinais de degradação, especialmente das pastagens. Diante dos fatos expostos o presente trabalho objetivou comparar fontes de P (superfosfato simples, termofosfato de yorin, rejeito de rocha fosfática e fosagro) quanto a produção, e quanto a eficiência agronômica em pastagens com Brachiaria brizantha cv. Marandu. 48 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em casa de vegetação na Universidade Federal do Tocantins (UFT) campus de Gurupi, foi conduzido sob delineamento experimental inteiramente casualizado, com 12 tratamentos e uma testemunha, com quatro repetições arranjados em esquema fatorial 4x3+1, envolvendo quatro fontes de P, superfosfato simples (SFS) 18% de P2O5; 25% de CaO; 12% de S. Termofosfato de Yoorin (TFY) 18% P2O5 e 18% Ca. Fosfato natural parcialmente acidulado (FPA) 20% P2O5 e 16% Ca. Rejeito de rocha fosfática (RRF) 8% P2O5; 11,3% CaO e 4,68% de Fe. Três níveis de fósforo 112,5; 225 e 337,5 mg dm-³ de P2O5, e mais uma testemunha sem adição de P. O solo utilizado foi retirado do subsolo de um LATOSSOLO VERMELHO AMARELO, e apresentou as seguintes características químicas e físicas: pH (CaCl2): 5,92; P: 0,3 mg dm-³ ; K: 38,48 mg dm-³ ; Ca: 0,66 cmolc dm-³; Mg: 0,16 cmolc dm-³; H+Al: 1,76 cmolc dm-³; Al: 0,045 cmolc dm-³; CTC: 2,68 cmolc dm-³; saturação por bases: 34,18%; matéria orgânica: 5,50 mg dm-³ ; areia: 37,05%; silte: 19,05% e argila: 43,9%. A unidade experimental foi constituída de vasos de polietileno com capacidade de 5,6 litros. Os vasos foram preenchidos com o solo acima descrito. A semeadura foi realizada no dia 19 de outubro de 2011, no ato da semeadura foi realizado a correção do solo com a aplicação da dose referente a 1 t ha-¹ de calcário em cada vaso, onde o calcário foi misturado ao solo visando uma maior homogeneização. O adubo fosfatado também foi colocado no ato da semeadura, sendo distribuído em uma camada entre 5 e 10 cm de profundidade. Para o plantio foram distribuídas 15 sementes por vaso, após a germinação foram realizados desbastes periodicamente até permanecerem cinco plantas por vaso. O nitrogênio e o potássio foram fornecidos em cobertura periodicamente, totalizando 75 mg dm-³ de N e K, os 75 mg dm-³ foram aplicados em três parcelas de 25 mg dm-³ , onde a primeira aplicação foi realizada quando as plantas apresentaram sintomas de deficiência, e as outras duas parcelas após o primeiro e segundo corte respectivamente, as fontes utilizadas foram sulfato de amônio e cloreto de potássio. A irrigação foi realizada adotando-se um turno de rega de dois dias, onde eram aplicados 1150 ml de água em cada vaso, quantidade necessária para saturar o solo. Os dados de umidade relativa do ar e temperatura no período em que o experimento foi conduzido encontram-se na Figura 1. 49 88 86 84 82 80 78 76 74 72 70 68 26 24 22 Meses Temperatura ºC UR (%) Temperatura ºC 28 UR(%) Figura 1 - Temperatura e Umidade Relativa do ar de Outubro de 2011 a Março de 2012 em Gurupi-TO Foram realizadas três avaliações (cortes), sendo estas aos 70, 110 e 150 dias após a semeadura (DAS), as características analisadas foram massa seca do capim em (g/vaso), altura das plantas em centímetros, número de perfilhos/vaso (PERF), teores foliares de P, K em g kg-¹, teor de proteína bruta (PB%). Para comparar os três fertilizantes quanto à produção de matéria seca, foi calculado o índice de eficiência agronômica (IEA). Para determinação do PERF, foram contados os perfilhos vivos em cada vaso. A altura foi determinada medindo as plantas com uma fita métrica do coleto até o ápice das folhas. Para a determinação da massa seca as plantas foram cortadas a uma altura de 20 cm, e acondicionadas em sacos de papel e colocadas em estufa com circulação de ar a 55 ºC por 96 horas. Após seco o material foi triturado em moinho tipo Wiley com peneiras de 0,5mm. A partir das amostras trituradas procedeu-se a análise para obtenção dos teores de P, K e proteína bruta (PB) contida na parte aérea da forrageira. As amostras trituradas foram submetidas a digestão sulfúrica adaptado de Tedesco et al. (1995). A determinação de N foi feita pela destilação de Keijdhal. A partir dos valores de N determinou-se o teor de PB, multiplicando os valores de N total pelo fator 6,25 obtendo-se o valor em percentagem de PB. O P foi determinado pelo método de espectrofotometria com azul de molibdênio. O teor de K foi determinado através do fotômetro de chama. O IEA foi calculado de acordo com a fórmula abaixo, usando-se como adubo referencia o SFS conforme descrito em (Gava et al., 1997). 50 Quando pertinente os dados obtidos foram submetidos a analise variância, e as médias comparada pelo teste SNK (P<0,05), e o teste Dunnett para verificar se houve diferença entre os tratamentos e testemunha. Para as análises foi utilizado o software Assistat. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 encontram-se os resultados referentes a altura do capim nos três cortes. Para altura das plantas, no primeiro corte verificou-se que não houve interação entre fontes e doses de P aplicadas, também não houve efeito significativo das doses, toda via todas as doses diferiram da testemunha. A fonte que proporcionou a maior altura para as plantas foi o SFS, independente da dose aplicada, seguida do TFY. Tabela 1 - Altura em (cm) de capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes 1º Corte - 70 Dias Dose de P mg dm-³ Fonte de P Médias 112,5 225 337,5 37,75 cA 41,25 bA 42,75 bA FPA 40,58 c 34,25 cA 41,50 bA 43,00 bA RRF 39,58 c 69,25 aA 62,25 aA 59,25 aA SFS 63,58 a 54,25 bA 51,25 bA 43,75 bA TFY 49,75 b Médias 48,87 A 49,06 A 47,18 A 15 Testemunha 14,89 C.V(%) 2º Corte - 110 Dias 49,75 bA 52,00 cA 56,50 bA FPA 52,75 c 40,25 cB* 49,75 cA 54,50 bA RRF 48,16 c 67,00 aA 72,00 aA 73,75 aA SFS 70,91 a 61,00 aA 62,75 bA 58,25 bA TFY 60,66 b Médias 54,50 B 59,12 A 60,75 A 36,5 Testemunha 10,26 C.V(%) 3º Corte - 150 Dias 52,00 bA 45,5 cB 52,50 aA FPA 49,91 b 40,00 cB* 48,50 cA 41,75 bB RRF 43,41 c 55,50 abB 63,50 aA 55,25 aB SFS 58,08 a 59,25 aA 56,25 bA 53,25 aA TFY 56,25 a Médias 51,68 A 53,37 A 50,68 A 32,75 Testemunha 8,3 C.V(%) 51 Continuação Tabela 1 FPA: Fosfato natural parcialmente acidulado; RRF: rejeito de rocha fosfática; SFS: superfosfato simples; TFY: termofosfato de Yoorin. Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha, e minúscula na coluna não diferem entre si no teste SNK a 5%. * Não diferem da testemunha pelo teste Dunnett a 5% de probabilidade. No segundo corte, o SFS novamente foi a fonte que proporcionou maiores alturas, independente da dose de P aplicada. O RRF na dose de 112,5 mg dm-³ proporcionou a menor altura entre os tratamentos testados 40,25 cm, não diferindo da testemunha que obteve 36,50 cm. Para o SFS, TFY e FPA as doses testadas não obtiveram diferenças significativas. No terceiro corte o tratamento que apresentou maior altura foi o SFS na dose de 225 mg dm-³ 63,5 cm. Mais uma vez a fonte SFS apresentou maior média de altura, exceto na dose de 112,5 mg dm-³ , onde o TFY foi superior. Assim como nos dois primeiros cortes, o RRF apresentou menores médias de alturas, e na dose de 112,5 mg dm -³ , não diferiu da testemunha, ao passo que os demais tratamentos diferiram. Mesmo na maior dose testada, o RFR foi a única fonte que diferiu do SFS que apresentou melhores resultados. O fato de o SFS proporcionar maiores médias de altura as plantas já era esperado, devido a sua maior solubilidade em relação às outras fontes testadas. Também se esperava que o RRF apresentasse as menores médias em função de sua baixa solubilidade, porém havia perspectivas que ao longo dos dias esta fonte se equiparasse as demais, o que não foi verificado para altura das plantas. Benício et al. (2011) trabalhando com diferentes fontes de P em P. maximum não verificaram diferenças entre as fontes e altura das plantas. De acordo com Cecato et al. (2008) em gramíneas o P tem maior influência no perfilhamento do que no alongamento foliar destas plantas. Esta afirmação dos autores em evidencia é a provável reposta para as diferentes doses não terem obtido diferenças significativas sobre a altura neste trabalho. Os resultados referentes ao número de perfilhos para os três cortes realizados encontram-se na Tabela 2. Não houve interação entre fontes e doses nos três cortes realizados. Nos três cortes, independente da dose aplicada, a fonte que proporcionou um maior perfilhamento foi o SFS seguido pelo TFY e FPA. O RRF foi a fonte que apresentou piores respostas, no primeiro corte na dose de 337,5 mg dm-³ , não diferiu da testemunha, e no terceiro corte em todas as doses o numero de perfilhos não diferiu da testemunha. Quanto as doses testadas, de uma maneira geral, a maior dose 337,5 mg dm-³ foi a que apresentou maiores médias de perfilhamento. 52 Tabela 2 - Número de perfilhos em capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes. 1º Corte - 70 Dias Dose de P mg dm-³ Fonte de P Médias 112,5 225 337,5 14 cA 15 bcA 19 bA FPA 16 b 11 cA 12 cA 10 cA * RRF 11c 28 aA 26 aA 28 aA SFS 27 a 19 bA 18 bA 17 bA TFY 18 b Médias 18 A 18 A 19 A 5 Testemunha 16,4 C.V(%) 2º Corte - 110 Dias 19 bB 18 bB 25 bA FPA 21 b 14 cA 15 bA 15 cA RRF 15 c 29 aB 33 aB 39 aA SFS 34 a 19 bA 17 bA 21 bA TFY 19 b Médias 20 B 21B 25 A 7 Testemunha 13,63 C.V(%) 3º Corte - 150 Dias 18 cB 22 bcB 30 bA FPA 23 c 16 cA* 16cA* 16 cA* RRF 16 d 33 aB 40 aA 43 aA SFS 39 a 26 bA 26 bA 30 bA TFY 28 b Médias 23 B 26 B 30 A 9,75 Testemunha 15,5 C.V(%) FPA: Fosfato natural parcialmente acidulado; RRF: rejeito de rocha fosfática; SFS: superfosfato simples; TFY: termofosfato de Yoorin. Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha, e minúscula na coluna não diferem entre si no teste SNK a 5%. * Não diferem da testemunha pelo teste Dunnett a 5% de probabilidade. O baixo teor de P no RRF, juntamente com sua baixa solubilidade fez com que as plantas se desenvolvessem e perfilhassem menos, ao passo que o SFS ser uma fonte bastante solúvel contribuiu para maior desenvolvimento das plantas. Resultados semelhantes foram observados por Cecato et al. (2008). Estes autores trabalhando com diferentes fontes de P em capim Mombaça, verificaram que os tratamentos que receberam SFS apresentou maior densidade populacional de perfilhos seguido pelo TFY, e ambos foram melhores que o fosfato natural, os autores atribuíram estes resultados a solubilidade das fontes, e o papel importante que o P exerce sobre o perfilhamento de gramíneas. Pereira (1997), avaliando a influência da adubação fosfatada e nitrogenada sobre a produção do capim-Marandu, relatou que o adubo fosfatado (SFS) teve maior efeito sobre o número de perfilhos em relação ao adubo nitrogenado, evidenciando a importância do fósforo no perfilhamento. 53 O RRF não apresentou boa eficiência, pois, o perfilhamento obtido com esta fonte não diferiu da testemunha em alguns casos. Porém, é possível que com o passar do tempo sua eficiência aumente, já que o fertilizante apresenta menor solubilidade, disponibilizando P de forma gradual no solo, o que é importante para o caso de pastagens. Isso corrobora com os resultados de Oliveira et al. (1984), Vasconcellos et al. (1986) e Lima et al. (2007), que descrevem que a resposta inicial na implantação de pastagens é maior ao se utilizar fontes de P solúveis. As doses maiores proporcionaram maiores incrementos no perfilhamento devido ao maior fornecimento de P. A utilização de doses crescentes de P aumentam de forma linear as concentrações no solo, melhorando a utilização deste por parte das forrageiras (Mesquita et al., 2010). Os resultados referentes a produção de massa seca encontram-se na Tabela 3. No primeiro corte não houve interação significativa entre fontes e doses de P sobre a massa seca do capim. Para as diferentes fontes apenas o SFS diferiu da testemunha. Quanto às doses, houve diferenças apenas quando se aplicou o SFS, onde a dose que proporcionou maiores médias foi a de 337,5 mg dm-³ . Tabela 3 - Massa seca em g/vaso capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes Fonte de P FPA RRF SFS TFY Médias Testemunha C.V(%) FPA RRF SFS TFY Médias Testemunha C.V(%) FPA RRF SFS 1º Corte - 70 Dias Dose de P mg dm-³ 112,5 225 0,98 cA * 0,94 bA* 0,76 cA* 0,47 bA* 9,94 aB 8,69 aB 3,04 bcA* 1,87 bA* 3,68 AB 2,99 B 0,2 40,01 2º Corte - 110 Dias 6,66 bB 5,07 bcB* 1,63 cA* 1,45 cA* 21,59 aB 24,09 aAB 8,38 bAB 6,36 bB 9,56 B 9,24 B 0,4 27,47 3º Corte - 150 Dias 4,03 cB 3,53 cB* 1,63 dA* 1,67 cA* 7,11 bC 11,07 aB 337,5 1,75 bA* 0,53 bA* 12,94 aA 2,82 bA* 4,51 A Médias 1,22 c 0,59 c 10,52 a 2,58 b 12,05bA 2,45 cA* 26,72 aA 11,79 bA 13,25 A 7,92 b 1,84 c 24,13 a 8,84 b 6,92 bA 1,90 cA* 14,40 aA 4,82 c 1,73 d 10,86 a 54 TFY Médias Testemunha C.V(%) Continuação Tabela 3 9,95 aA 8,57 bAB 5,68 B 6,21 B 0,6 27,12 6,48 bB 7,43 A 8,33 b FPA: Fosfato natural parcialmente acidulado; RRF: rejeito de rocha fosfática; SFS: superfosfato simples; TFY: termofosfato de Yoorin. Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha, e minúscula na coluna não diferem entre si no teste SNK a 5%. * Não diferem da testemunha pelo teste Dunnett a 5% de probabilidade. No segundo corte também não houve interação entre fonte e dose de P para produção de massa seca. O SFS foi a fonte de P que proporcionou maiores produções de massa seca, 21,59; 24,09 e 26,72 g/vaso para 112,5; 225 e 337,5 mg dm-³ de P2O5 respectivamente. O SFS produziu cerca de três vezes mais que o TFY que foi a segunda melhor fonte, porém esta não diferiu estatisticamente do FPA. O RRF produziu 1,63; 1,45 e 2,45 g/vaso de massa seca para 112,5; 225 e 337,5 mg dm-³ de P2O5 respectivamente, não diferindo da testemunha que produziu 0,4 g/vaso. Para as doses testadas a de 337,5 mg dm-³ foi a que proporcionou maiores valores de massa seca em todas as fontes. No terceiro corte houve interação (P<0,01) entre doses e fontes de P. O tratamento que apresentou maiores valores de massa seca foi o SFS na dose de 337,5 mg dm-³ . O aumento das doses quando se aplicou TFY, os valores de massa seca foram reduzidos. Mais uma vez o RRF foi a pior fonte entre as testadas, em todas as doses não diferiu da testemunha. O FPA foi superior que o RRF apenas nas doses de 112,5 e 337,5 mg dm-³ , e na dose de 225 mg dm-³ não diferiu da testemunha. Mesmo aos 150 dias após o plantio da forrageira, as fontes TFY, RRF e FPA não se equipararam ao SFS, mostrando que estágio inicial, as forragens se desenvolvem melhor em fontes de P mais solúveis. Isso corrobora os resultados de Soares & Macedo (1988), Oliveira et al. (1984) e Vasconcellos et al. (1986), que afirmam ser superior a resposta inicial na implantação de pastagens, para as fontes solúveis. Lima et al. (2007) relata que fontes menos solúveis, com o tempo tendem a equiparar-se as fontes mais solúveis, isto não foi verificado no período em que o presente trabalho foi conduzido, talvez fosse necessário um maior período para que isso ocorresse. Macedo (1985), comparando a efetividade de três fontes e seis níveis de P2O5, em presença e ausência de calcário, na produção de matéria seca da parte aérea, de uma gramínea (Festuca) consorciada com duas leguminosas (Trevo-Vermelho e Cornichão), em quatro tipos de solo da região de Bagé, RS, concluiu: a) o superfosfato triplo foi o mais efetivo no rendimento de matéria seca em um dos solos; nos demais, as fontes de 55 fósforo eqüivaleram-se quanto a esse rendimento de matéria seca; b) no total dos quatro anos, não houve diferença entre os fosfatos naturais e o solúvel quanto ao rendimento de matéria seca. Nos três cortes a maior produção foi obtida com a aplicação de SFS seguido pelo TFY, esses resultados são semelhantes aos obtidos por Nascimento et al. (2002) em P. maximum. A maior produção de massa seca proporcionada pela aplicação de SFS está relacionado com o maior perfilhamento ocasionado por esta fonte, pois o perfilho é uma unidade importante na produção de forrageiras. Perfilhos mais leves proporcionam redução na produção de massa seca devido à queda na taxa de alongamento foliar, produzindo lâminas foliares menores, normalmente, plantas que apresentam maior densidade de perfílhos, são mais leves, o que pode influenciar consideravelmente a produção de massa do relvado (Cecato et al 2008). . Os teores de P encontrados na parte aérea do capim Marandu seguem na Tabela 4. No primeiro corte aos 70 dias após a semeadura, a fonte que proporcionou maiores teores de P na parte aérea da forrageira foi o SFS, seguido do FPA. Na dose de 112,5 mg dm -³ de P2O5, o SFS não diferiu do FPA, porém nas doses de 225 e 337,5 mg dm-³ diferiu de todas as fontes. O RRF foi a pior fonte, sendo que esta na dose de 337,5 mg dm-³ , não diferiu da testemunha. Entre as doses testadas, a de 337,5 mg dm-³ foi superior nas fontes SFS e TFY, no RRF a melhor dose foi a de 112,5 mg dm-³, no FPA, não houve diferenças entre as doses. Tabela 4 - Teor de P (g kg-¹) na parte aérea de capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes Fonte de P FPA RRF SFS TFY Médias Testemunha C.V(%) FPA RRF SFS TFY Médias 112,5 2,67 aA 1,70 bA 2,71 aC 1,92 bC 2,25 C 1,28 6,58 1,12 aA* 0,97 bB 1,14 aB* 0,94 bB 1,04 B 1º Corte - 70 Dias Dose de P (mg dm-³) 225 2,81 bA 0,90 dB 3,91 aB 2,28 cB 2,47 B 337,5 2,85 bA 0,96 dB* 4,47 aA 2,53 cA 2,70 A 2º Corte - 110 Dias 0,92 cB 1,21 aA* 1,32 aA* 1,10 bA * 1,14 A 0,69 dC 1,12 bA* 1,27 aA* 0,92 cB 1,00 B Médias 2,77 b 1,19 d 3,70 a 2,24 c 0,91 d 1,10 b 1,24 a 0,99 c 56 Continuação Tabela 4 Testemunha C.V(%) FPA RRF SFS TFY Médias Testemunha C.V(%) 1,24 7,42 3º Corte - 150 Dias 1,39 aA 1,40 aA 1,07 bcA* 1,16 bA 0,91 cC* 1,21 abB 1,14 bA 1,30 abA 1,13 B 1,27 A 0,85 9,57 1,23 abA 1,16 bA 1,38 aA 1,34 abA 1,28 A 1,34 a 1,13 c 1,17 bc 1,26 ab FPA: Fosfato natural parcialmente acidulado; RRF: rejeito de rocha fosfática; SFS: superfosfato simples; TFY: termofosfato de Yoorin. Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha, e minúscula na coluna não diferem entre si no teste SNK a 5%. * Não diferem da testemunha pelo teste Dunnett a 5% de probabilidade. A maior absorção ocorreu com a aplicação de SFS devido a elevada liberação de P por esta fonte. Costa et al. (2008), estudando fontes de P, superfosfato triplo, fosfato de Arad, fosfato natural de Araxá e, uma mistura superfosfato triplo + fosfato de Arad na relação (1:1), em Brachiaria brizantha, relataram que o teor de P na forrageira foi influenciado, significativamente, pelas fontes de P de maior solubilidade. Resultados semelhantes também foram relatados por Oliveira et al. (2012), onde o SFS apresentou maior teor de P foliar, do que o fosfato natural de Arad e a testemunha. De maneira geral, sabe-se que o P é o elemento mineral que mais onera o custo dos suplementos minerais para bovinos, sendo que, quanto maior o teor deste elemento na matéria seca das forrageiras, menor será o consumo pelos bovinos via suplementação mineral. Sendo assim, é de suma importância a maior capacidade de assimilação e concentração de P na parte aérea pela planta forrageira. Os teores de P encontrados na parte aérea da forrageira está dentro da faixa adequada para B. brizantha, exceto para o SFS nas doses de 225 e 337,5 mg dm-³ . Segundo Boaretto et al. (1999) estes teores estão entre 0,8 e 3,0 g kg-¹ de P. No segundo corte as fontes de P proporcionaram maiores teores foliares de P na seguinte ordem SFS>RRF>TFY>FPA. O RRF e SFS na dose de 225 mg dm -³ de fósforo, proporcionou maiores teores foliares de P, não diferindo da dose de 337,5 mg dm-³ . Para o TFY e FPA a dose de 337,5 mg dm-³ foi a que apresentou menores teores foliares de P. O FPA nas doses de 225 e 337,5 mg dm-³ , o RRF na dose de 112,5, e o TFY nas doses de 112,5 e 337,5 mg dm -³ foram inferiores a testemunha. 57 Em relação ao primeiro corte o RRF deixou de ser a pior fonte para os níveis foliares de P, e passou a ser a segunda melhor fonte. Isso provavelmente ocorreu devido a liberação gradual de P, e ao desenvolvimento da forrageira, no primeiro provavelmente o tempo limitou a liberação de P para o solo, consequentemente limitando a absorção por parte da planta. Já na segunda avaliação a quantidade de P liberada pela fonte foi maior, assim houve uma maior absorção do elemento pela planta, esta quantidade absorvida somada ao P já estocado nos tecidos, fez com que na segunda avaliação as quantidades fossem bem superiores a primeira. A idade da planta e a disponibilidade do fósforo no solo são os fatores que mais influenciam os teores desse nutriente nas plantas (Santos et al., 2002). No terceiro corte, o FPA foi a melhor fonte quanto ao teor de P nas plantas superando o SFS e o RRF, o TFY se equiparou ao FPA porém não diferiu do SFS. O RRF apesar de proporcionar teores mais elevados que nos cortes anteriores, foi a pior fonte. A dose que proporcionou melhores resultados foi a de 337,5 mg dm-³ , diferindo apenas da de 112,5 mg dm-³ . O RRF e o SFS na dose de 112,5 mg dm-³ , apresentaram 1,07 e 0,91 g kg-¹ de P nos tecidos, não diferindo da testemunha, que apresentou 0,85 g kg-¹. Segundo os fabricantes do FPA esta fonte possui propriedades que fazem com que inicialmente sejam liberadas pequenas quantias de P para o desenvolvimento inicial da planta, e posteriormente continua liberando o P de forma gradual, assim como o TFY, isso pode ter contribuído para que esta fonte apresentasse maiores teores foliares de P. Ao contrário dessas duas fontes o SFS é altamente solúvel, assim as quantidades de P que são liberadas inicialmente são elevadas, e posteriormente são reduzidas. Apesar de ser a fonte que apresentou maior produtividade de massa seca no terceiro corte, os teores de P absorvidos foram bem inferiores aos iniciais, essa maior produção de massa seca pode estar relacionada com a redistribuição de P estocado nos tecidos nos estádios iniciais das plantas. Segundo (Marschner, 1995 apud: Santos Júnior, 2005), elementos como fósforo e potássio são bastante móveis quanto a redistribuição deslocando-se de partes mais velhas e senescentes para folhas mais novas, ocasionado uma maior diluição desses elementos nos tecidos. Maciel et al. (2007) testando diferentes fontes de P em B. brizantha, verificaram que ao longo de quatro cortes a fonte mais solúvel (super triplo) foi a que proporcionou maiores teores foliares de P, diferente dos resultados obtidos no presente trabalho. Já Dias et al. (2007), verificaram que diferentes fontes de P não afetaram a composição química de capim Mombaça. O Fato do RRF não apresentar resultados satisfatórios mesmo após um período de implantação, pode estar relacionado com as características do solo, Novais & Smyth (1999) explicam que a dissolução 58 do fosfato natural deverá ser mais intensa em solos com maior CTC e, particularmente, com maiores teores de matéria orgânica, o que não é observado no solo utilizado. Na tabela 5 estão os teores foliares de K na parte aérea da forragem nos três cortes realizados. No primeiro corte, entre as doses testadas, a que proporcionou maiores quantidades de K nos tecidos foi a de 225 mg dm-³ diferindo de 112,5 mg dm-³ . Entre as fontes, os tratamentos que receberam o TFY foram os que apresentaram maiores quantidades de K 25,97 g kg-¹, diferindo apenas do SFS que foi a fonte que proporcionou a menor absorção de K 18,03 g kg-¹. A testemunha apresentou médias superiores ao SFS, mostrando que o fornecimento de P em grandes quantidades afeta a absorção de K de forma negativa. Santos Júnior (2005) relata este fenômeno, e atribui a diluição do elemento em tratamentos que produzem maior quantidade de massa seca, assim como neste trabalho. Tabela 5 - Teor de K (g kg-¹) na parte aérea de capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes Fonte de P FPA RRF SFS TFY Médias Testemunha C.V(%) FPA RRF SFS TFY Médias Testemunha C.V(%) FPA RRF SFS TFY Médias Testemunha C.V(%) 112,5 17,44 bC* 28,00 aA 13,68 bB* 27,64 aA 21,69 B 19,76 14,54 30,39 aA 16,35 cB* 20,98 bA* 23,72 bA* 22,86 A 18,39 14,2 37,23 aA 20,22 cA* 30,37 bA 30,99 bA 29,70 A 13,41 14,51 1° Corte – 70 Dias Dose de P mg dm-³ 225 24,60 abB* 24,42 abA* 21,20 bA* 28,53 aA 24,68 A 337,5 34,08 aA 15,83 cB* 19,23 bcA* 21,73 bB* 22,72 AB 2° Corte - 110 dias 26,47 abA 22,12 bA* 17,45 cA* 27,84 aA 23,47 A 19,60 bB* 24,50 aA* 15,68 bA* 25,29 aA 21,27 A 25,48 a 20,99 b 18,04 c 25,62 a 3º Corte - 150 Dias 30,58 aB 20,91 bA* 22,26 bB 34,32 aA 27,02 AB 22,67 bC 19,54 bA* 23,51 bB 37,23 aA 25,74 B 30,16 b 20,22 d 25,38 c 34,18 a Médias 25, 37 a 22,75 a 18,03 b 25,97 a 59 Continuação Tabela 5 FPA: Fosfato natural parcialmente acidulado; RRF: rejeito de rocha fosfática; SFS: superfosfato simples; TFY: termofosfato de Yoorin. Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha, e minúscula na coluna não diferem entre si no teste SNK a 5%. * Não diferem da testemunha pelo teste Dunnett a 5% de probabilidade. No segundo corte o SFS também teve resultados inferiores quanto a absorção de K, não diferindo da testemunha em nenhuma das doses. Entre as doses estudadas não houve diferença entre elas. Alguns pesquisadores registraram pouco efeito do P adicionado sobre a quantidade acumulada de K na planta (Costa et al., 1999; Filizzola & Baumgartner, 1984), enquanto outros têm relatado sua redução (CIAT, 1982) como consequência do efeito de diluição com o aumento da produção de forragem. No terceiro corte os teores de K variaram entre 19,54 e 37,23 g kg-¹ entre as fontes e doses testadas. Werner et al. (1996) sugeriram que o teor adequado de K para brotações mais lâminas de folhas recém expandidas no capim-Marandu encontra-se na faixa de 15 a 30 g kg1. Os valores acima desta faixa evidenciam um consumo de luxo do nutriente, o que pode ser atribuído a aplicação de cloreto de potássio após cada corte. Ribeiro et al. (1999) também encontraram teores elevados de K em capim-elefante, e atribuíram esses teores a aplicação de K após cada corte. Os valores de PB obtidos nos três cortes encontram-se na Tabela 6. Nela podemos observar que para as doses testadas, apenas no terceiro corte houve diferenças entre elas, onde a maior dose 337,5 mg dm-³ apresentou média de 12,07% a menor entre as três doses. Entre as fontes, o RRF foi o que proporcionou maiores teores de PB 15,28; 24,05 e 16,32 % para primeiro, segundo e terceiro corte respectivamente. O SFS foi a fonte que proporcionou menores teores de PB em todos os cortes. A testemunha apresentou teores elevados de PB. Tabela 6 - Teor de PB (%) na parte aérea de capim Marandu sob doses e fontes de P, em três cortes Fonte de P FPA RRF SFS TFY Médias Testemunha 112,5 11,98 bA* 19,99 aA 11,82 bB* 10,75 bA* 13,63 A 14,68 1º Corte - 70 Dias Doses de P mg dm-³ 225 15,34 aA* 13,06 aB* 14,97 aA* 12,70 aA* 14,02 A 337,5 13,32 aA* 12,79 aB* 11,17 aB* 12,10 aA* 12,34 A Médias 13,55 b 15,28 a 12,65 b 11,85 b 60 Continuação Tabela 6 C.V(%) FPA RRF SFS TFY Médias Testemunha C.V(%) FPA RRF SFS TFY Médias Testemunha C.V(%) 14,88 9,92 bA 28,90 aA* 10,47 bA 8,27 bB 14,39 A 28,11 25,17 18,59 aA 17,41 aA 13,39 bA 13,27 bA 15,66 A 22,68 10,92 2º Corte - 110 Dias 10,00 cA 21,85 aB* 7,52 cA 16,26 bA 13,91 A 7,67 bA 21,42 aB* 9,33 bA 12,56 bAB 12,74 A 9,20 c 24,05 a 9,11 c 12,36 bc 3º Corte - 150 Dias 16,34 bA 18,94 aA 10,60 dB 13,20 cA 14,77 A 10,60 aB 12,60 aB 11,46 aAB 13,63 aA 12,07 B 15,18 a 16,32 a 11,81 c 13,37 b FPA: Fosfato natural parcialmente acidulado; RRF: rejeito de rocha fosfática; SFS: superfosfato simples; TFY: termofosfato de Yoorin. Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha, e minúscula na coluna não diferem entre si no teste SNK a 5%. * Não diferem da testemunha pelo teste Dunnett a 5% de probabilidade. Relacionando esses valores com os de produção de massa seca, podemos chegar às respostas para os resultados encontrados. Os tratamentos que proporcionou maior produtividade tiveram menores teores de PB, isso devido a diluição do N nos tecidos da planta. Ou seja a quantidade de N aplicada é a mesma para todos os tratamentos e os tratamentos mais produtivos tem maior quantidade de matéria seca para distribuir o N diluindo este. O fato da testemunha apresentar elevados teores de PB também pode ser explicado por esta diluição. Teores elevados de P proporcionam um desenvolvimento rápido da planta, a medida que a absorção de N não acompanha o ritmo de desenvolvimento da forrageira, afetando diretamente a síntese de proteínas (Oliveira et al., 2000). A aplicação de P na presença de N reduziu significativamente os teores de PB em B. decumbens (Bomfim et al, 2003). O mesmo comportamento foi observa neste trabalho, pois no intervalo de cada corte foi fornecido N em cobertura, a aplicação de P causou redução de PB, como relatado pelos autores acima citados. Para a eficiência agronômica, o SFS foi o que apresentou maior indicie nos três cortes, 96,66; 106,7 e 100,96 % para primeiro, segundo e terceiro corte respectivamente. O TFY foi a fonte que obteve maior IEA depois do SFS, diferindo das demais fontes no primeiro e terceiro 61 corte, no segundo corte não diferiu do FPA. O RRF assim como para as outras características estudadas neste trabalho, foi a pior fonte, com IEA abaixo de 10% nos dois primeiros cortes e 10,86% no terceiro corte (Tabela 7). Tabela 7 – Indicie de Eficiência Agronômica (IEA%) dos adubos fosfatados Superfosfato Simples (SFS), Termofosfato de Yorin (TFY), Fosagro (FPA) e Rejeito de Rocha Fosfática (RRF) 1º Corte - 70 Dias Fonte de P SFS TFY FPA RRF MÉDIAS Dose de P mg dm ³ 105,46 aA 30,91 aB 9,90 aC 6,09 aC 112,5 38,09 a 72,24 bA 13,91 bB 5,41 aB 3,92 aB 225 23,87 b 109,30 aA 30,39 aB 17,46 aC 1,47 aD 337,5 39,65 a MÉDIAS 95,66 A 25,07 B 10,92 C 3,83 C 22,42 C.V.(%) 2º Corte - 110 Dias 95,89 bA 35,78 aB 20,64 bC 5,70 aD 112,5 39,50 b 109,28 abA 21,09 bB 16,39 bBC 3,31 aC 225 37,52 b 114,92 aA 39,94 aB 53,09 aB 9,26 aC 337,5 54,29 a MÉDIAS 106,70 A 32,27 B 30,04 B 6,08 C 18,47 C.V.(%) 3º Corte - 150 Dias 56,43 cB 100,49 aA 39,11 abC 11,56 aD 112,5 51,90 b 99,15 bA 84,73 bA 31,51 bB 12,44 aC 225 56,96 ab 147,30 aA 47,14 cB 50,29 aB 8,41 aC 337,5 63,28 a MÉDIAS 100,96 A 77,45 B 40,30 C 10,80 D 15,49 C.V.(%) Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha, e minúscula na coluna não diferem entre si no teste SNK a 5%. Dentre as doses testadas a dose de 337,5 mg dm-³ foi a que apresentou maior IEA nos três cortes (Tabela 7). No primeiro corte a dose de 112,5 mg dm-³ equiparou-se a maior dose, tendo 1,56% a menos de eficiência, já a dose de 225 mg dm-³ foi a pior entre as três doses. No segundo corte as doses de 112,5 e 225 mg dm-³ não diferiram entre si. No terceiro corte a dose de 225 mg dm-³ equiparou-se a melhor dose, porém não diferiu da menor dose (Tabela 7). As fontes de menor solubilidade aumentaram sua eficiência ao longo dos dias, o TFY e o RRF aumentaram sua eficiência em torno de três vezes do primeiro para o terceiro corte, o FPA aumentou a eficiência por volta de quatro vezes. Apesar de aumentarem bastante sua eficiência, não chegaram a se equiparar com a fonte de referencia o SFS. O RRF mesmo 62 aumentando em três vezes sua eficiência, não obteve respostas satisfatórias, proporcionando baixas taxas de eficiência e produção. Já o TFY mostrou-se uma excelente fonte para períodos mais longos, após 150 dias teve uma eficiência acima dos 75%. O TFY no terceiro corte, na dose de 112,5 mg dm-³ superou o SFS tendo 44,06% de IEA a mais que a fonte de referencia. Na dose de 225 mg dm-³ equiparou-se ao SFS. Guedes et al. (2009) encontraram 71, 109 e 114 % de IEA em fosfato natural de Arad, no cultivo de B. brizantha, valores bem superiores aos encontrados nas fontes de menor solubilidade testadas neste trabalho. Segundo Vitti & Malavolta (1985) a aplicação de S juntamente com fontes de P tem ações benéficas incrementando a produtividade das culturas. Richart et al. (2006) testando fontes de P com a e sem aplicação de enxofre (S), verificaram que quando se aplicou S a eficiência agronômica do Fosfato Natural aumentou. Isso pode explicar a grande superioridade do SFS sobre as demais fontes, pois além de ser mais solúvel esta fonte possui uma quantidade considerável de S. Na maioria dos trabalhos encontrados na literatura, relatam que fontes menos solúveis de P tendem a equipar-se ou superar a eficiência agronômica dos fosfatos mais solúveis com o passar do tempo, o que não ocorre no presente trabalho, onde apenas o TFY apresentou potencial para isto, superando o SFS aos 150 dias após a semeadura, apenas na dose mais baixa. Existe grande variabilidade dos fosfatos naturais em relação à solubilidade e aos teores de fósforo. Essa variabilidade é decorrente de características intrínsecas às rochas, como o grau de substituição isomórfica de fosfatos por carbonatos e da granulometria dos fosfatos (Horowitz & Meurer, 2003). Experimento em solo de cerrado mostrou que o fosfato reativo da Carolina do Norte moído (85% das partículas menores do que 0,074 mm), teve eficiência equivalente ao ST no primeiro plantio de soja (Peruzzo et al., 1997), indicando que a utilização de fosfatos reativos (importados) parece ser uma alternativa promissora para o fornecimento de P para as culturas, por apresentarem maior solubilidade em relação aos nacionais. A maior solubilidade dos fosfatos reativos é explicada por serem derivados de rochas de origem sedimentar, apresentando elevado grau de substituição de fosfatos por carbonatos e consequentemente menor cristalização (Kaminski & Peruzzo, 1997). A aplicação de P independente da fonte empregada foi importante para a forrageira, pois o elemento promoveu incrementos na altura, densidade de perfilhos, e consequentemente na produção de massa seca, mostrando que este elemento é imprescindível para o estabelecimento de pastagens. A ausência do P nos estádios iniciais da pastagem culmina em uma baixa capacidade produtiva, levando esta pastagem a um estado de degradação 63 rapidamente. A adubação fosfatada é fundamental, independente do sistema de exploração, seja extensivo ou intensivo, para que esse elemento não seja limitante na resposta da planta forrageira, principalmente quando são aplicados níveis elevados de nitrogênio (Ieiri et al., 2009). CONCLUSÕES 1. Independente da fonte utilizada, a aplicação promove aumento na produção e perfilhamento do capim Marandu. 2. Dentre as fontes testadas o superfosfato simples é o que promove melhores resultados. O rejeito de rocha promove acréscimos em relação a testemunha, porém mostra-se bem inferior do que as fontes comerciais testadas. 3. Dentre as doses testadas a de 337,5 mg dm-³ proporciona maior produção, e melhora os níveis nutricionais da pastagem. 4. Os teores de proteína bruta da forragem são mais elevados quando utiliza o rejeito de rocha. 5. Quanto a eficiência agronômica o superfosfato simples é a melhor fonte nos três cortes, seguidas pelo Yoorin que apresenta um aumento na sua eficiência com o passar dos dias. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENÍCIO, L. P. F.; OLIVEIRA, V. A.; SILVA, L. L.; ROSANOVA, C.; LIMA, S. O. Produção de Panicum maximum consorciado com sorgo sob diferentes fontes de fósforo. Tecnologia & Ciência Agropecuária, v.5, n.2, p.55-60, 2011. BOARETTO, A.E.; CHITOLINA, J.C.; RAIJ, B.van; SILVA, F.C. da; TEDESCO, M.J.; CARMO, C.A.F. de S. do. Amostragem, acondicionamento e preparação das amostras de plantas para análise química. In: Silva, F.C. da. (Org). Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999. p.49-74. BOMFIM, E. R. P.; PINTO, J. C.; SALVADOR, N. MORAIS, A. R.; ANDRADE, I. F.; ALMEIDA, O. C. 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O rejeito de rocha fosfática pode ser uma dessas tecnologias, uma vez que apresenta resultados positivos em relação a não adubação. Como no Brasil as pastagens quase nunca são adubadas a aplicação do rejeito de rocha fosfática para o fornecimento de P é interessante, já que é uma fonte barata que apresenta resultados. Assim com a adoção de tecnologias, mesmo aquelas que proporcionem melhorias mínimas no sistema, pode expandir a visão do produtor, e futuramente leva-lo a utilizar tecnologias mais eficientes como por exemplo a utilização de fontes de P mais solúveis que tragam respostas maiores e mais rápidas como é o caso do superfosfato simples ou até mesmo do termofosfato de Yoorin. Como mostrado ao decorrer do trabalho o P tem uma grande importância no desenvolvimento das plantas forrageiras, independente da fonte empregada. O rejeito de rocha fosfática mostrou-se capaz de suprir o P requerido, elevar a produtividade das gramíneas forrageiras estudadas, e melhorar seus níveis nutricionais, o que na prática pode refletir em um maior ganho para o produtor. No entanto esta fonte necessita de outros estudos a cerca de seus efeitos para uma melhor recomendação 69