3.2 Antibióticos: história e classes.

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Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
Componente curricular: Microbiologia
Aula 4
Culturas, isolamento e controle dos microorganismos.
Princípios gerais. O controle de microorganismos por agentes
químicos, desinfetantes e antibióticos. Imunizações e vacinas.

Trabalho em grupo:

1. Escolher um antibiótico e descrever a suas características,
modo e espectro de ação.

• I. Culturas, isolamento e controle dos microorganismos.
•1. Princípios gerais.
• Quais os tipos de de microorganismos estão presentes num
dados ambiente?
• Por exemplo: há presença de Escherichia coli na água potável?
• Ou ainda: como separar bactérias patogênicas daquelas
saprófitas que vivem no hospedeiro humano?
• Para isto há necessidade de métodos de isolamento e
caracterização especiais.
•
• I. Culturas, isolamento e controle dos microorganismos.
•1. Culturas puras.
• O primeiro passo é reduzir as populações de microorganismos
em meio de cultura, buscando uma cultura pura.
• Para isto, há um grande número de receitas, ou fórmulas de
preparo de meios de cultura que visam o isolamento.
• Um grande avanço no isolamento de bactérias e fungos
principalmente, foi a disponibilização comercial de uma gelatina
especial chamada de ágar (ou ágar-ágar). É esta gelatina que,
geralmente enriquecida com outros ingredientes, permite o
crescimento bacteriano na superfície de placas de Petry , tubos
ou garrafas (inclinados). Mas o que é o ágar?
• É uma substância gelatinosa derivada de algas marinhas
macroscópicas, por exemplo da espécie Gelidium amansii.
• I. Culturas, isolamento e controle dos microorganismos.
•1. Culturas puras.
• A gelatina em questão é um polissacarídio de galactose. Usado
de forma isolada, é de fato um meio pobre. A incorporação de
vários nutrientes ao ágar é rotineira portanto nas várias receitas
de meios de isolamento.
• Por exemplo o ágar nutriente (comercial), conterá ágar,
peptona, cloreto de sódio e extrato de cerveja.
• Entre as variações de meios de cultura com ágar, estão as
adições de bile, sangue, maltose, etc., para a bacteriologia
básica.
• Ainda é muito importante o ágar Saboraud, onde adiciona-se
dextrose, para a micologia básica, usado por exemplo para o
isolamento de Candida albicans e a maioria dos fungos cutâneos
causadores das tinhas (ou dermatofitoses).
•1. Culturas puras.
• Placas com ágar para isolamento de microorganismos.
• I. Culturas, isolamento e controle dos microorganismos.
•1. Culturas puras.
• Uma aspecto fundamental na preparação de meios de cultura
em microbiologia é que estejam estéreis no momento de
semeadura do material.
• Para isto é usado o princípio do aquecimento da água sob
pressão. Isto é atingido com o autoclave.
• Um autoclave é um recipiente pressurizado destinado a
aquecer a água acima do ponto de ebulição, 100°C sob pressão
normal. Foi inventado por Charles Chamberland em 1879.
• O aparelho permite a saída do ar seco, pobre no aspecto
esterilizante e o preenchimento da câmara onde está o meio de
cultura com vapor super-aquecido.
• I. Culturas, isolamento e controle dos microorganismos.
•1. Culturas puras.
• Dois esquemas são normalmente utilizados. Após a saída do ar,
sob pressão de 10 libras por polegada quadrada, são atingidos
115°C, a serem mantidos por 15 minutos, geralmente. Uma
pressão de 15 lpq atingirá 121°C.
• É muito importante que o autoclave somente seja aberto com
pressão zero, ou os meios entrarão em fervura e podem danificar,
ou quebrar a vidraria.
•
• I. Culturas, isolamento e controle dos microorganismos.
• I. Culturas, isolamento e
controle dos microorganismos.
• 2. Semeadura no meio de cultura.
• 2. Semeadura no meio de cultura.
• 2. Semeadura no meio de cultura.
• Três técnicas são comuns para a semeadura, ou inoculação
• O mais comum em placas é o uso de alça de platina que leva o
inóculo à superfície do meio com ágar. O objetivo é esgotar o
inóculo na superfície, de forma que células isoladas produzirão
colônias separadas que podem ser observadas e trabalhadas.
• A vantagem da alça de platina é que pode ser esterilizada sem
dificuldade na chama, com o uso do bico de Busen.
• As outras técnicas são a semeadura em superfície com alça de
vidro e a pour-plate, onde o inóculo é misturado ao meio, quando
este esfria a 45°C.
• A partir de colônias isoladas as amostras podem ser transferidas
para meios identificadores.
• As placas iniciais podem ser armazenadas a 4°C por algum
tempo.
•
• 2. Semeadura no meio de cultura.
• 2. Semeadura no meio de cultura.
• Culturas
isoladas
são
geralmente
conservadas
por
congelamento profundo, a -196°C no nitrogênio líquido, ou
liofilizdas. Ver esquema da liofilização a seguir.
• 2. Semeadura no meio de cultura.
• 3. Controle de microorganismos por agentes biológicos e
químicos.
•3.1 Antibióticos, desinfetantes, antissépticos.
• Denomina-se de antibióticos os agentes destinados a controlar
ou eliminar os microorganismos (ou germicidas) que estão
presentes em situação de infecção no hospedeiro.
• Desinfetantes são agentes germicidas destinados a atuar no
ambiente externo.
• Antissépticos são agentes germicidas que devem atuar na pele
do hospedeiro.
• 3. Controle de microorganismos por agentes biológicos e
químicos. 3.2 Antibióticos: história e classes.
• O termo antibiótico, de origem grega (anti-condições de vida) foi
cunhado por Selman Waksman em 1942 para descrever as
substâncias produzidas pelos microorganismos que fossem
antagonistas de outros microrganismos, especialmente os
patógenos. É sinônimo de antimicrobiano.
• O termo originalmente excluía os quimioterápicos (químicos
sintéticos), como as sulfonamidas. Atualmente o termo tem uma
compreensão mais ampla e envolve qualquer agente controlador
que age sobre microorganismos, principalmente bactérias. Neste
sentido é quase um sinônimo de bactericida. É usado também
para indicar agentes contra fungos e protozoários, embora para
estes últimos se utilizem termos
como antimicóticos e
protozoocidas.
• Por convenção, no caso dos vírus prefere-se a denominação
antivirais.
• 3. Controle de microorganismos por agentes biológicos e
químicos.
•3.2 Antibióticos: história e classes.
• A maioria dos antibióticos é derivada de compostos produzidos
por fungos como o Penicilium (penicilinas) ou bactérias como
Streptomyces. (estreptomicinas). As chamadas novas gerações
de antibióicos são modificações sintéticas sucessivas das
fórmulas naturais. Isto é necessário em função da resistência aos
antibióticos.
• Porque as bactérias ficam resistentes?
• Os antibióticos destinados a controlar bactérias são geralmente
categorizados em restritos e de amplo espectro. Os primeiros têm
a sua função restrita a determinados grupos de bactérias,
frequentemente das categorias Gram-negativas e Gram-positivas,
que é uma classificação advinda da resposta a corantes. Os
antibióticos de amplo espectro agem sobre vários grupos.
• 3. Controle de microorganismos por agentes biológicos e
químicos.
•3.2 Antibióticos: história e classes.
• Os antibióticos podem ainda ser separados em bactericidas (a
maioria) e bacteriostáticos, conforme eliminem ou estabilizem o
crescimento bacteriano, sendo que neste caso a função
eliminadora é do sistema imune do hospedeiro. Quanto ao efeito
terapêutico ambos têm a mesma função.
• As vias de administração dos antibióticos podem ser: oral,
intravenosa ou tópica, neste caso cutânea, em colírios, etc.
• Quais os efeitos colaterais dos antibióticos?
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• Primeiros quimioterápicos e antibióticos.
• A quinina é conhecida desde o século XVII para tratamento da
malária. Era extraída da casca da cinchona no Peru antigo (ver
figura).
•
•
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• O mercúrio era usado desde 1495 para o tratamento da sífilis.
O problema deste e outros quimioterápicos era a toxicidade para
o hospedeiro da infecção.
• Somente no início do século XX a quimioterapia avançou junto
a tradição microbiana da época.
• Paul Ehrlich descobriu o tratamento da sífilis com pouco risco
para o paciente, com a substituição do arsênico puro até então
usado, por uma mistura com compostos orgânicos. A toxicidade
ficava muito reduzida. Denominou o composto de Ehrlich 606 e
depois de salvarsan, para a sífilis e outros espiroquetas (Nobel de
1908).
•
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• Nos 30 e início dos anos 40 Domagk e depois Trefouel
descobriram primeiro que um derivado de corante, o Prontosil
controlava estreptococcias de camundongos. Depois ficou
estabelecido que era um derivado, a sulfonamida que agia contra
as bactérias. As sulfonamidas passaram a ser os primeiros
antibióticos usados em larga escala.
• A ação das sulfonamidas consiste em esgotar as enzimas
bacterianas envolvidas na síntese de THFA, co-enzima essencial
na síntese de aminoácidos e timidina, componente do DNA. Este
esgotamento decorre na composição das sulfonamidas em que
há um similar do PABA, precursor da THFA.
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• Por outro lado o conhecimento de alguns microorganismos
inibiam outros era antigo. Somente em 1929 no entanto,
Alexander Fleming comprovou a ação de um composto produzido
por um fungo do gênero Penicillium, (P. notatum). Vsobre culturas
de Staphylococcus aureus, a penicilina.
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• Na década de 30, no Reino Unido, os antibióticos começaram a
ser produzidos, seguindo a descoberta de Fleming. Chain e
Florey purificaram a penicilina que passou a ser usada em larga
escala especialmente durante a 2ª Guerra. No período ainda,
Dubos isolou a gramicidina, usada em feridas e úlceras (para
Gram-positivos) e Waksman descobriu a estreptomicina,
produzida pela bactéria Streptomyces griseus.
•
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• 3.1 Tipos de antibióticos baseados na estrutura química.
• 3.1.1 Beta-lactâmicos.
• Incluem as penicilinas, monobactâmicos, cefalosporinas e
carapenens. Contém um núcleo básico, o anel B-lactâmico,
composto de 3 átomos de carbono e 1 de nitrogênio (ver na
referência).
• As penicilinas e os derivados serão comentados.
• As penicilinas próximas das naturais são a penicilina G e V. A
penicilina G é a benzilpenicilina. É administrada por via
parenteral. Seus usos incluíam endocardite, gonorréia,
pneumonia, sífilis, etc.
• A penicilina V é a fenoximetilpenicilina, a ser administrada por
via oral, originalmente para afecções da boca, garganta e dentes.
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• 3.1.1 Beta-lactâmicos.
• As amoxilina e ampicilina foram desenvolvidas depois como
penicilinas orais e são ainda muito usadas.
• O advento de resistência às penicilinas deriva da produção de
penicilinase pelas bactérias. Inibidores da penicilinase como o
ácido clavulânico são geralmente componentes das atuais
penicilinas. As penicilinas semi-sintéticas como a feneticilina e
meticilina são usadas também em caso de resistência.
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• 3.1.1 Beta-lactâmicos.
• Mais recentemente um outro grupo de beta-lactâmicos, as
cefalosporinas, em várias gerações, foram desenvolvidas. Estas
têm largo espectro e derivam de compostos produzidos pelo
fungo marinho Acremonium.
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• 3.1.2 Macrolídeos
• Categoria da eritromicina, derivada do Streptomyces erythreus.
São semelhantes às penicilinas mas com largo espectro. A
eritromicina é a 1° opção da terapêutica específica da
coqueluche, difteria, legioneloses e infecções por micoplasma.
Excelente eficácia nas infecções genitais e pélvicas (uretrites,
colpites, anexites, prostatites) por clamidias e ureaplasma. A
eritromicina é indicada nas infecções em que se utiliza a
penicilina. É o ATB de escolha em pacientes com
hipersensibilidade à penicilina. Empregada com bons resultados
nas infecções estreptocócicas da faringe, pele e PN
pneumocócicas e estreptocócicas.
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• 3.1.2 Macrolídeos
• Têm sido indicada na sífilis sem envolvimento neurológico;
porém, na sífilis da gestante, não oferece segurança no
tratamento da infecção fetal. Utilizada como droga alternativa
(alérgicos e penicilina) para profilaxia da MR – febre reumática e
endocardite em pacientes que vão se submeter a procedimentos
dentais.
• Outros macrolídeos recentes são a azitromicina e claritromicina.
• 3.1.3 Aminoglicosídeos
• Categoria da estreptomicina, usada para Gram-negativos e
para tuberculose. Atualmente a TB é tratada com isoniazida, um
quimioterápico, combinada com rifampicina, antibiótico também
produzido por Streptomyces.
• Outro aminoglicosídeo é a neomicina, usada em preparações
tópicas.
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• 3.1.4 Tetraciclinas
• Divididas em tetraciclina, clortetraciclina, oxitetraciclina,
doxiciclina e minociclina, que as divide em tetraciclinas de curta e
longa duração. São produzidas também por bactérias do gênero
Streptomyces. São antibióticos de amplo-espectro, usados para
brucelose, infecções urinárias, micoplasmas riquétsias, clamídias
e complementares na malária.
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
•3.1.5 Outros: cloranfenicol, quinolonas.
• O cloranfenicol é produzido por Streptomyces venezuelae ou é
sintetizado, por ser simples. Tem largo espectro, mas causa
reações adversas como a anemia aplástica. É usado por exemplo
contra a febre tifóide.
• 3.1.6 Quinolonas.
• São quimioterápicos inibidores do DNA em bactérias Gramnegativas (primeira geração), ou têm amplo espectro (segunda e
terceira geração). A inibição do DNA bacteriano resulta da inibição
da DNA girase, uma enzima necessária para a conformação ou
enrolamento correto do filamento. Um derivado das quinolonas
muito conhecido é a ciprofloxacina.
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
• 3.2 Mecanismos de ação.
• O mecanismo de ação dos quimioterápicos e antibióticos
naturais, embora complexo, geralmente situa-se nas categorias:
• Inibição da síntese da parede celular bacteriana;
• Lesão da membrana celular bacteriana ou fúngica;
• Inibição da síntese dos ácidos nucléicos, formação do DNA ou
outras síntese protéicas.
• 3.3 Exercício:
• Escolher um grupo de antibióticos e descrever os produtos e
modo de ação.
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
+
+
• 3.2 Antibióticos: história e classes.
Cloranfenicol
Polipeptídeos
Colistina
(Polimixina E)
Bacitracina
Vancomicina
Viomicina
Rifamicina
Antimicóticos
Polienos
Nistatina
Anfotericina B
Griseofulvina
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