UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA CRESCIMENTO VEGETATIVO, PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO QUÍMICOBROMATOLÓGICA DA PALMA FORRAGEIRA CONSORCIADA COM CAJÁ (Spondias spp). MÁRCIO JOSÉ ALVES PEIXOTO Engenheiro Agrônomo FORTALEZA - CE FEVEREIRO – 2009 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA CRESCIMENTO VEGETATIVO, PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO QUÍMICOBROMATOLÓGICA DA PALMA FORRAGEIRA CONSORCIADA COM CAJÁ (Spondias spp). MÁRCIO JOSÉ ALVES PEIXOTO FORTALEZA - CE FEVERREIRO – 2009 MÁRCIO JOSÉ ALVES PEIXOTO CRESCIMENTO VEGETATIVO, PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO QUÍMICOBROMATOLÓGICA DA PALMA FORRAGEIRA CONSORCIADA COM CAJÁ (Spondias spp). Tese apresentada ao Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia, da Universidade Federal do Ceará, do qual participam a Universidade Federal Rural de Pernambuco e Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Zootecnia. Área de Concentração: Produção Animal Orientação Profª. Drª. Maria Socorro de Souza Carneiro FORTALEZA - CE FEVEREIRO – 2009 P431c Peixoto, Márcio José Alves Crescimento vegetativo, produção e composição químicobromatológica da palma forrageira consorciada com cajá (Spondias spp.) / Márcio José Alves Peixoto, 2009. 77 f. ; il. Color. Enc. Orientador: Prof. Dra. Maria Socorro de Souza Carneiro Área de concentração: Produção Animal Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Zootecnia, Fortaleza, 2009. 1. Sombreamento. 2. Plantio – manejo. 3. Plantas – produtividade. 4. Bromatologia. I. Carneiro, Maria Socorro de Souza (orient.) II. Universidade Federal do Ceará – Programa de PósGraduação em Zootecnia III. Título. CDD 636.08 MÁRCIO JOSÉ ALVES PEIXOTO CRESCIMENTO VEGETATIVO, PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO QUÍMICOBROMATOLÓGICA DA PALMA FORRAGEIRA CONSORCIADA COM CAJÁ (Spondias spp). Tese defendida e aprovada pela Comissão Examinadora em 26 de fevereiro de 2009 Comissão Examinadora: ________________________________________ Prof. Dr. José Valmir Feitosa Universidade Federal do Ceará Curso de Agronomia - Campus Cariri Conselheiro ________________________________________ Prof. Dr. Divan Soares da Silva Universidade Federal da Paraíba Departamento de Zootecnia/CCA Conselheiro ________________________________________ Prof. Dr. Albericio Pereira de Andrade Instituto Nacional do Semi-Árido – INSA Conselheiro ________________________________________ Profª. Drª. Elzânia Sales Pereira Universidade Federal do Ceará Departamento de Zootecnia/CCA Conselheiro ________________________________________ Profª. Drª. Maria Socorro de Souza Carneiro Universidade Federal do Ceará Departamento de Zootecnia/CCA Orientadora BIOGRAFIA DO AUTOR MÁRCIO JOSÉ ALVES PEIXOTO, filho de Irani Pereira Alves e Mariano Peixoto Alves (in memoriam), nasceu em Quixelô – CE em 12 de Outubro de 1975. Em Março de 1993 ingressou no Curso de Técnico em Agropecuária pela Escola Agrotécnica Federal de Iguatu – CE, no qual concluiu em Dezembro de 1995. Em Agosto de 1996 ingressou no curso de Agronomia pela Escola Superior de Agricultura de Mossoró - ESAM / RN e em Agosto de 1997 transferiu-se para Universidade Federal do Ceará. De Março a Agosto de 1998 foi bolsista do Programa Integrado de Ensino/Pesquisa aos Níveis de Graduação/Pós-Graduação - PROIN, Setembro de 1998 a Novembro de 1999 bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (PIBIC) na Universidade Federal do Ceará e Dezembro de 1999 a julho de 2001 Estagiário do Centro Nacional de Pesquisas de Agroindústria Tropical - CNPAT. Em Julho de 2001 concluiu o curso de Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Ceará. Dentre os meses de agosto de 2001 a Março de 2002 trabalhou no Centro Nacional de Pesquisas de Agroindústria Tropical – CNPAT na área de Proteção de Plantas. Em Março de 2002 ingressou no Programa de Pós-graduação em Zootecnia, nível de mestrado na Universidade Federal do Ceará concluindo em julho de 2004. Em Março de 2005 ingressou no Programa de doutorado integrado em Zootecnia pela Universidade Federal do Ceará e concluindo em fevereiro de 2009. A DEUS, pelo dom da vida e por conceder-me força, coragem e determinação para concretizar esse ideal. Aos Meus Pais, Mariano Peixoto Alves (in memoriam) e Irani Pereira Alves que sempre acreditaram na minha capacidade, incentivando-me, apoiando-me e acima de tudo pelo amor dedicado, respeito ensinado e simplicidade demonstrada. Eu os Amo. Aos meus irmãos, Miguel Iran Alves Peixoto, Rose Anne Alves Peixoto, Mariano Peixoto Filho e Rosirene Alves Peixoto e minha Tia Irene Pereira Alves, pelo apoio e presença constante em todas as páginas de minha história. Aos meus sobrinhos Michael Ítalo, Camilli Peixoto Rodrigues, Thales Lucena Peixoto e Gabriel Peixoto Rodrigues, pelo carinho. Ao meu avô, José Chiquinha, pelo o exemplo de vida. A minha esposa, Ludmilla Beliche Alves Costa Peixoto, pela força, paciência e amor. Com Carinho DEDICO AGRADECIMENTOS Agradeço a Universidade Federal do Ceará, através do Curso de Pós-Graduação em Zootecnia, pela possibilidade da realização da presente tese. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES e a Fundação Cearense de Amparo a Pesquisa – FUNCAP pelo apoio financeiro. A minha orientadora Maria Socorro de Souza Carneiro pela orientação, ensinamentos, sugestões e transmissão de experiências profissionais e de vida no decorrer de todo o curso. Mais uma vez, meros agradecimentos seriam insuficientes para exprimir sua grandiosa contribuição na obtenção desse título. À Profª. Elzania Sales Pereira, pelas valiosas sugestões ao trabalho. Ao Prof. Albericio Pereira de Andrade, pelos conhecimentos transmitidos. Ao Prof. Divan Soares da Silva, pela presteza na melhoria deste trabalho. Ao Prof. José Valmir Feitosa, pela paciência, disponibilidade e esclarecimentos prestados, além pelo auxílio nas análises estatísticas. Ao Professor Pedro Zione, pelo apoio incondicional e sincera amizade. Aos técnicos da Fazenda Experimental Lavoura seca da Universidade Federal do Ceará - UFC pelas indispensáveis participações na condução do experimento e coletas de campo. A Roseane, Helena, Iana, Júnior Nery, Marcos Góes, Luiz Neto, Adriana, Gilson, Francilene e Rildson pela colaboração e apoio na realização das análises laboratoriais. A secretária da Coordenação de Pós-Graduação Francisca pela cooperação e apoio administrativo dispensados durante o curso. Aos Professores do Departamento de Zootecnia da UFC, pelos ensinamentos prestados. Aos Colegas e Amigos do Curso de Pós-Graduação em Zootecnia da UFC, Socorro, Avelar, Rossana, Patrícia, Antonio Cutrim, Luciano, Roberto, Jaime, Everton, Davi, Silvana e Augusto Júnior que compartilharam essa difícil e gratificante caminhada. Aos Amigos de Faculdade, Maria do Socorro, João Avelar, Marcos Góes e Luiz Neto pelo estímulo, pelas sinceras palavras de apoio, pela amizade e incentivo durante os momentos críticos. Aos Amigos de trabalho, Eduardo Mello Barroso, Marcelo Viana, Allisandro Soares, Arthuro Aragão e João Paulo compreensão e companheirismo. A amizade é um tesouro especial que nem o tempo e nem à distância transformam. Dedico as amigas Eva Mônica e Cristiane Pamplona. A todos que direta ou indiretamente contribuíram para essa conquista, meu muito obrigado. Súplica Cearense Oh! Deus, perdoe este pobre coitado Que de joelhos rezou um bocado Pedindo pra chuva cair sem parar Oh! Deus, será que o senhor se zangou E só por isso o sol arretirou Fazendo cair toda a chuva que há Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho Pedir pra chover, mas chover de mansinho Pra ver se nascia uma planta no chão Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe, Eu acho que a culpa foi Desse pobre que nem sabe fazer oração Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água E ter-lhe pedido cheinho de mágoa Pro sol inclemente se arretirar Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno Desculpe eu pedir para acabar com o inferno Que sempre queimou o meu Ceará. Gordurinha & Nelinho SUMÁRIO Lista de Tabelas........................................................................................ xii Lista de Figuras........................................................................................ xiv Resumo Geral .......................................................................................... xv Abstract .................................................................................................... xvii CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................. 1 CAPÍTULO 1 - Referencial Teórico........................................................... 3 1. A cultura da Palma Forrageira.............................................................. 4 1.1 Sistema Radicular............................................................................ 4 1.1.1 Utilização da palma na conservação do solo............................. 5 1.2 Cladódios......................................................................................... 6 1.3 Aréolas............................................................................................. 6 1.4 Estômatos........................................................................................ 8 1.5 Bioquímica da fotossíntese na palma forrageira.............................. 8 1.6 Uso de água e produtividade........................................................... 10 1.7 Importância econômica da palma forrageira................................... 11 2. Literatura Citada................................................................................... 13 CAPITULO 2 - Caracterização morfométrica da Opuntia fícus-indica (L.) Mill submetida ao sombreamento, posições no plantio e adubação orgânica................................................................................................... 17 Resumo..................................................................................................... 18 Abstract………………………………………………………………………… 19 1 Introdução........................................................................................... 20 2 Material e Métodos............................................................................... 22 3 Resultados e Discussão...................................................................... 29 4 Conclusão........................................................................................... 35 5 Referências Bibliográficas................................................................... 36 CAPITULO 3 - Influência do sombreamento, adubação orgânica e posições de plantio na produtividade e composição da palma forrageira................................................................................................... 39 Resumo..................................................................................................... 40 Abstract……………………………………………………………………….... 41 1 Introdução…………………………………………………………………. 42 2 Material e Métodos.............................................................................. 44 3 Resultados e Discussão....................................................................... 47 4 Conclusão........................................................................................... 54 5 Referências Bibliográficas................................................................... 55 xii LISTA DE TABELAS CAPÍTULO 2 Tabela 1. Análise química e física do solo utilizado para o plantio da palma forrageira, em Quixadá, Ceará...................................... 25 Tabela 2. Comprimento médio (cm) dos cladódios de palma forrageira, no primeiro corte, em função da interação dos tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado.................................... 29 Tabela 3. Largura média (cm) dos cladódios de palma forrageira, no primeiro corte, em função da interação sol/sombra e adubado/não adubado............................................................ 30 Tabela 4. Espessura média (cm) dos cladódios de palma forrageira, no primeiro corte, em função da interação sol/sombra e adubado/não adubado............................................................ 31 Tabela 5. Espessura média (cm) dos cladódios de palma forrageira, no segundo corte, em função da interação dos tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado.................................... 32 Tabela 6. Número de brotação média por planta de palma forrageira, no primeiro corte do tratamento adubado vs. não adubado... 33 Tabela 7. Número de brotação média por planta de palma forrageira, no segundo corte no tratamento adubado/não adubado........ 34 CAPÍTULO 3 Tabela 1. Produção média de matéria verde (t/ha) de palma forrageira no primeiro corte entre a interação dos tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado.................................... 47 Tabela 2. Produção média de matéria seca (t/ha) de palma forrageira, no primeiro corte nos tratamentos sol/sombra, leste/oeste norte/sul e adubado/não adubado......................................... 49 xiii Tabela 3. Produção média de matéria verde (t/ha) de palma forrageira, no segundo corte no tratamento adubado/não adubado........ 49 Tabela 4. Teor médio de fibra detergente ácido na matéria seca da palma forrageira, na interação dos tratamentos sol/sombra vs. leste/oeste norte/sul.......................................................... 50 Tabela 5. Teor médio de resíduo mineral na matéria seca da palma forrageira, na interação nos tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado............................................................ 51 Tabela 6.Teor médio de carboidratos totais da palma forrageira, na interação sol/sombra adubado/não adubado......................... 52 Tabela 7 Teor médio de proteína bruta (PB), estrato etéreo (EE), matéria orgânica (MO), resíduo mineral (RM), carboidratos totais (CT), fibra detergente ácido (FDA) e lignina (LIG) na matéria seca da palma forrageira, nos tratamentos sol/sombra, leste/oeste norte/sul e adubado/não adubado.... 53 xiv LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO 2 Figura 1. Dados climáticos da estação experimental Lavoura Seca em Quixadá, CE, nos anos de 2004 e 2005................................. 23 Figura 2. Dados climáticos da estação experimental Lavoura Seca em Quixadá, CE, nos anos de 2006 e 2007................................. 24 Figura 3. Spondias ssp. utilizada no sombreamento da palma forrageira................................................................................. 25 Figura 4. Mensuração da palma forrageira (A - comprimento, B largura e C – espessura)........................................................ 26 Figura 05 – Cladódios de palma forrageira marcados por ordem na planta...................................................................................... 27 CAPÍTULO 3 Figura 1. Corte realizado no terço inferior da raquete secundária da palma forrageira...................................................................... 45 Figura 2. Coleta e pesagem dos cladódios de palma forrageira para as análises químico-bromatológica............................................. 45 xv RESUMO GERAL No Nordeste brasileiro a eficiência da produção animal foi incrementada ao combinar pastagens nativas e forrageiras adaptadas em conseqüência da baixa produtividade das forrageiras nativas, principalmente na época de estiagem. Tendo em vista a importância da palma forrageira como um dos mais importantes recursos forrageiro, pela sua elevada produtividade e qualidade para os ruminantes. No entanto, essa pesquisa teve o objetivo de avaliar o crescimento vegetativo, produção e composição químico-bromatológica da palma forrageira consorciada com cajá (Spondias spp) no semi-árido cearense. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental Lavoura Seca, em Quixadá, CE no período de 2003 a 2007, com o plantio realizado em novembro de 2003 em solo classificado como Luvissolo de textura Franco Arenosa. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com arranjo fatorial 2 x 2 x 2 com 4 repetições, com os seguintes tratamentos: T1 – Plantio Sol Não Adubado Leste/Oeste; T2 – Plantio Sol Adubado Leste/Oeste; T3 – Plantio Sol Não Adubado Norte/Sul; T4 – Plantio Sol Adubado Norte/Sul; T5 – Plantio Sombra Não Adubado Leste/Oeste; T6 – Plantio Sombra Adubado Leste/Oeste; T7 – Plantio Sombra Não Adubado Norte/Sul; T8 – Plantio Sombra Adubado Norte/Sul. Nos tratamentos com adubação foi colocado 1 kg/cova de esterco bovino curtido, correspondendo a 20 t/ha. A planta utilizada para o sombreamento foi a cajá (Spondias ssp.), espaçadas de 7 x 7 m e copa com 1,5 m de altura. Para realizar as medidas morfométricas comprimento, largura e espessura utilizou uma régua graduada de 50 cm e um paquímetro, respectivamente. Durante a coleta de cada planta os cladódios foram numerados por ordem, sendo os cladódios primários aqueles originários do cladódio base, os secundários aqueles originários de primeira ordem e assim sucessivamente e pesados. Em seguida foi retirada uma amostra composta para determinar os teores de Fibra em Detergente Ácido, Lignina, Extrato Etéreo, Proteína Bruta, Resíduo Mineral. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância para verificar a significância dos fatores (sol e sombra, leste/oeste e norte/sul, adubado e não adubado e a interação entre os fatores) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foi verificado efeito significativo (P<0,05) para interação sol/sombra e adubado/não adubado para as xvi variáveis comprimento, largura, espessura dos cladódios, produtividade da palma forrageira, resíduo mineral e carboidratos totais. Já para a Fibra em Detergente Ácido foi verificado efeito significativo (P<0,05) para a interação sol/sombra e leste/oeste norte/sul. Conclui-se que nas condições edafoclimáticas em que foi conduzido o experimento, a adubação orgânica e o plantio no sol induzem a um melhor desempenho da palma forrageira (Opuntia fícus-indica (L.) Mill). Palavras-chave: Sombreamento, posição de plantio, produtividade. xvii ABSTRACT In the Brazilian Northeast the efficiency of the animal production was increased when combining native pastures and grass adapted in consequence of the low productivity of the native grass, mainly at that time of drought. The importance of the forager palm as one of the most important grass, for your high productivity and quality for the ruminant. However, this research had the objective to evaluate the vegetative growth, production and composition chemistrybromatologic of the joined forager palm with caja (Spondias spp) in the semi-arid person from the state of Ceará. The experiment was led in the Experimental Farm, in Quixadá, CE in the period from 2003 to 2007, with the planting accomplished in November of 2003 in soil classified like texture Luvissolo Sandy Franco. The experimental desig was randomly blocks with factorial by 2x2x2 with 4 repetitions, with the following treatments: T1 - Plant Sun Not Fertilized east/weast; T2 - Planting Fertilized Sun east/weast; T3 - Plant Sun Not Fertilized Noth/South; T4 - Planting Fertilized Sun North/South; T5 - Plant Shadow Not Fertilized east/weast; T6 - Plant Shandow Fertilized east/weast; T7 - Plant Shandow Not Fertilized North/South; T8 - Plant Shandow Fertilized North/South. In the treatments with manuring 1 kg/cov of tanned bovine manure was placed, corresponding to 20 t / ha. The plant used for the shandow it was the caja (Spondias ssp.), spaced of 7 x 7 m and cup with 1.5 m of height. To accomplish the measures morphometric length, width and thickness used a ruler of 50 cm and a caliper, respectively. During the collection of each plant the cladodes were numbered by order, being the primary cladodes those original of the cladode base, the secondary ones those original of first order and so forth and heavy. Soon after a composed sample was removed to determine the tenors of Fiber in Acid Detergent, Lignina, Ethereal Extract, Crude Protein, ash. For the appraised parameters a variance analysis was accomplished to verify the significant of the factors (sun and shade, east/weast and north/south, fertilized and not fertilized and the interaction among the factors) and the averages compared by the test of Tukey to 5% of probability. Significant effect was verified (P<0.05) for interaction sun/shade and fertilized/not fertilized for the xviii variable length, width, thickness of the cladodes, productivity of the forager palm, ash and total carbohydrates. Already for the Fiber in Acid Detergent verified significant effect (P<0.05) for the interaction sun/shandow and east/weast, north/south. Conclude that in the edafoclimatic conditions where the experiment was lead, the organic fertilization and the plantation in the sun they induce to one better performance of the forager palm (Opuntia fícus-indica (L.) Mill). Key-words: Shade, position of plantation, productivity. 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS O principal problema climático da região Nordeste não é propriamente o volume médio de precipitação anual, mas, sobretudo a irregularidade do regime de chuvas. Desse modo, o desempenho da pecuária na região semi-árida brasileira tem sido limitado pela baixa disponibilidade de forragens, principalmente nos períodos de prolongadas estiagens, além de manejo inadequado dos animais, má utilização dos recursos forrageiros existentes na região, pouco aproveitamento do excedente de forragens nos períodos das chuvas, na forma de feno e silagem, e os altos custos das rações (WANDERLEY et al., 2002). As cactáceas, plantas que possuem o metabolismo ácido das crassuláceas (CAM) e suas células fotossintetizantes, têm a capacidade de fixar CO2 no escuro para a realização da fotossíntese, cujos estômatos permanecem fechados durante o dia e ficam abertos durante a noite, retardando desta maneira a perda de água. Esta característica fisiológica é vantajosa para estas plantas que habitam ambientes onde as condições de alta intensidade luminosa e de estresse hídrico, como zonas áridas e semi-áridas (TAIZ; ZEIGER, 2004). Dentre as plantas CAM, destaca-se a palma (Opuntia ficus-indica), pois além dos atributos fisiológicos citados, ela também apresenta elevada produtividade e qualidade alimentícia para ruminantes, e tem despontado como um dos mais importantes recursos forrageiros para alimentação dos animais durante o longo período de seca do ano. Ademais, constitui-se como um dos principais alimentos utilizados nas bacias leiteiras do nordeste (CARVALHO FILHO, 1999). Todavia, a palma forrageira apresenta baixo conteúdo de matéria seca, quando comparada à maioria das forrageiras. Este aspecto compromete o atendimento das necessidades nutricionais dos animais que recebem exclusivamente palma e, provavelmente, a elevada umidade limita o consumo pelo controle físico, por meio do enchimento do rúmen. Portanto, vale ressaltar que a elevada umidade observada na palma forrageira, independente da cultivar, é uma característica importante, tratando-se de região semi-árida, pois atende grande parte da necessidade de água dos animais, principalmente no período seco do ano (SANTOS et al., 2001). 2 A palma forrageira, apesar de ser pobre em proteína bruta, contém em média 90% de água, é rica em mucilagem, resíduo mineral e elevado coeficiente de digestibilidade da matéria seca. Segundo Santos et al. (1997), a melhor época para o plantio da palma forrageira é no terço final do período seco, pois quando se iniciar o período chuvoso os campos já estarão implantados, evitando-se o apodrecimento das raquetes que, quando plantadas na estação chuvosa, devido ao alto teor de água e em contato com o solo úmido, apodrecem, diminuído muito a pega devido à contaminação por fungos e bactérias. A posição da raquete no plantio deve ser inclinada ou vertical dentro da cova, com a parte cortada da articulação voltada para o solo, plantada na posição da largura do artículo, obedecendo à curva de nível do solo. Alem disso, para o desenvolvimento ideal e uma produção expressiva da palma forrageira é preciso observar os aspectos climáticos (temperatura e umidade relativa do ar) e altitude, além do espaçamento e tratos culturais. A presente pesquisa teve como objetivo avaliar o crescimento vegetativo, produção e composição químico-bromatológica da palma forrageira consorciada com cajá (Spondias spp) no semi-árido cearense. 3 CAPITULO 1 Referencial teórico 4 1 A cultura da Palma Forrageira A palma forrageira Opuntia ficus-indica (L) Mill., pertence a família Cactaceae e está presente em todos os continentes com diversas finalidades, entre elas na alimentação animal e humana. Também é utilizada como energia, na medicina e como cosmético (HOFFMANN, 1995). Essa forrageira se caracteriza geralmente pela presença de aréolas com pelos e espinhos, caule suculento com casca verde e falta de folhas copadas. A palma apresenta baixo índice de área de cladódio (IAC), o que pode limitar o crescimento e favorecer a incidência de plantas daninhas. Este baixo IAC pode ser parcialmente atenuado por uma maior densidade de plantas ou por colheitas menos freqüentes, com a conservação de maior número de cladódios (FARIAS et al., 2000). Uma das principais características da palma é que seu processo fotossintético se realiza pelos cladódios e devido à forma plana destes a captação da luz depende principalmente da orientação que tenham durante o plantio (VILLEGAS MONTER; BARRIENTOS PÉREZ, 1981). Provavelmente a maior radiação solar recebida leva a um incremento de matéria seca, o que indica que a luminosidade pode limitar a produção da palma (BECERRA RODRIGUEZ, 1975). 1.1 Sistema Radicular A Opuntia ficus-indica se caracteriza por um sistema de raízes superficiais e carnosas, com distribuição horizontal, além de desenvolverem raízes laterais carnosas a partir da raiz principal e dessa maneira, absorvem água em níveis baixos. Esta distribuição das raízes pode depender do tipo de solo e do manejo da plantação. Todavia, em todos os tipos de solo, a massa de raízes absorventes se encontra nos primeiros centímetros, com uma profundidade máxima de 30 cm e uma dispersão de 4 a 8 m. As plantas fertilizadas periodicamente com esterco desenvolvem raízes suculentas não ramificadas, e, em outros casos, apresentam mais raízes laterais e logo desenvolvem uma camada superficial de casca solta (HILLS, 2001). Em contraste com o sistema vegetativo, as raízes das cactáceas receberam pouca atenção. É verdade que elas diferem de outras plantas pelo fato 5 de desenvolverem características xeromórficas que lhes permitem sobreviver períodos prolongados de seca. Para evitar a perda de água em solo seco, as raízes finas se cobrem com uma camada relativamente impermeável à água ou, então, as raízes caem, formando uma camada de cicatrização. As raízes podem contribuir para suportar a seca de três maneiras: 1) restringindo a superfície da raiz e reduzindo sua permeabilidade à água, 2) absorvendo rapidamente a pequena quantidade de água fornecida por chuvas leves através de "raízes de chuva" ou através da redução da superfície da raiz de onde flui a água, e 3) reduzindo a transpiração devido ao alto potencial negativo da raiz. Com base no exposto, esses economizadores de água resistentes à seca podem ter uma resistência hidráulica alta (PASSIOURA, 1988), o que, por sua vez, reduz o fluxo da água para a parte aérea. 1.1.1 Utilização da palma na conservação do solo As práticas conservacionistas devem ser eficientes no controle da erosão, ter aceitação técnica, social e cultural da comunidade e relação custo/benefício compensadora. Entre as práticas de controle da erosão, o estabelecimento de adequada cobertura de plantas não só é a medida de conservação mais barata e efetiva, como a que conduz a uma melhor exploração dos recursos solo e água (FAO, 1996). A palma tem grande potencial para ser utilizada com o objetivo de conter a erosão dos solos no semi-árido nordestino, por vários motivos: 1) tem crescimento relativamente rápido sob as condições de solo e clima da região; 2) devido ao formato achatado dos seus cladódios, é capaz de formar barreiras de retenção de água e solo, quando plantada de forma adensada em curvas de nível; e 3) é cultivada na maior parte da região semi-árida e tem grande valor como forragem (GALINDO et al., 2005). Considerando que os solos do semi-árido são, em geral, deficientes em N e P, e que a reposição através de adubação é pouco praticada pelos agricultores, é importante controlar a retirada de nutrientes pela erosão para manutenção dos níveis de fertilidade (SAMPAIO; SALCEDO, 1997). É possível que a associação das faixas de palma adensada com terraços de infiltração, plantando-se a palma sobre o camalhão para aumentar sua estabilidade e proporcionando uma infiltração mais 6 segura da enxurrada, exerça um controle mais eficiente da erosão, sem perda da qualidade do solo. 1.2 Cladódios As cactáceas se caracterizam geralmente pela presença de aréolas com pêlos e espinhos, um caule suculento com casca verde e falta de folhas copadas. Os órgãos tipo caule, conhecidos como cladódios, são suculentos e sua forma é tipicamente oblonga a espatulada-oblonga, com 30 a 40 cm de comprimento e algumas vezes maiores (70 a 80 cm) e com 18 a 25 cm de largura. Em um corte transversal, anatomicamente o cladódio é uma elipse formada por: pele, casca, um anel de tecido vascular feito de feixes colaterais separados por tecido parenquimatoso, e de uma medula que é o principal tecido suculento. A pele consiste de uma camada de células epidérmicas e de 6 a 7 camadas de células hipodérmicas com paredes primárias grossas que se parecem com um tecido laminar de colênquima. As células epidérmicas são planas, finas e têm a forma como pedras de pavimento. Tanto a epiderme quanto a hipoderme dão uma integridade muito efetiva; as células grossas da hipoderme são muito fortes e atuam como a primeira linha de defesa contra fungos, bactérias e danos provocados por organismos pequenos (HILLS, 2001). Segundo o mesmo autor, a pele se mantém intacta por um longo período de tempo e, eventualmente, é substituída por casca (periderme), esta última é formada por células epidermais, seja como parte do processo natural de envelhecimento, seja como tecido mais profundo de casca quando o dano provoca o rompimento da pela. Quando a casca se forma das paredes celulares grossas da epiderme, ela se quebra. 1.3 Aréolas As gemas axilares nas cactáceas são representadas como aréolas ovaladas 2 mm abaixo da superfície da pele. Sob condições ambientais adequadas aparecerão novos cladódios, flores e raízes a partir do tecido meristemático das aréolas. Em O. ficus-indica as aréolas se encontram distribuídas numa forma helicoidal e desenvolvem espinhos, em vez de folhas como a maioria das plantas (HILLS, 2001). 7 Quando o cladódio é jovem, a aréola se forma na base de podárias que seguram uma estrutura verde subulada de vida curta que logo seca e cai, essa estrutura efêmera corresponde à folha. As podárias são salientes no primeiro estágio de desenvolvimento do cladódio e se perdem à medida que o caule se torna adulto. As aréolas iniciam sua formação na base do meristema apical curto e logo desenvolvem os espinhos em diferentes quantidades a partir do meristema basal, freqüentemente um ou dois espinhos longos centrais e outros espinhos laterais mais curtos (MAUSETH, 1984). Os espinhos longos centrais crescem durante mais tempo que os outros, e são mais grossos porque são produzidos por primórdios mais robustos e têm células alongadas com paredes celulares lignificadas. À medida que os espinhos crescem, também aparecem os gloquídios. A presença de espinhos é a característica especial das aréolas, sua morfologia tem um significado taxonômico potencial sendo possível distinguir dois tipos: espinhos e pêlos espinhosos (gloquídios). Os gloquídios e os espinhos são mais bem considerados como equivalentes morfológicos de folhas e as diferenças entre eles são quantitativas; ambos os tipos derivam de uma túnica e corpus como o primórdio foliar (ROBINSON, 1974). A quantidade e a duração dos espinhos e dos gloquídios em O. ficusindica depende do tipo. Geralmente, os espinhos estão presentes no primeiro estágio de crescimento do cladódio e a maioria cai à medida que aumenta a temperatura, permanecendo ocasionalmente na base do cladódio por um período prolongado (HILLS, 2001). Segundo Robinson (1974), é muito fácil distinguir a subfamília Opuntioideae em razão da superfície áspera dos gloquídios e dos espinhos. Na O. ficus-indica os espinhos têm superfície áspera e os gloquídios superfície macia e os espinhos encontram-se dispostos em cachos de 7 a 12 nas cavidades das aréolas. Os gloquídios estão agrupados em 4 a 6 cachos densos, dos quais é possível distinguir dois ou três mais compridos, com uma estrutura parecida à dos espinhos. São duros, esclarificados e pontiagudos, sua superfície é coberta de escamas barbadas, o que permite uma aderência à pele do corpo e não possam ser removidos facilmente. Enquanto se encontram em crescimento, os gloquídios aderem à aréola, mas logo desenvolvem felógeno na região cortical ao redor da base de cada cacho. Como resultado disso, na O. ficus-indica são decíduos e se separam com facilidade quando são tocados ou voam com o vento. 8 Poderia parecer que os espinhos e os tricomas têm muitas funções. A idéia mais popular é que os espinhos defendem a planta para que não seja consumida por animais e ajudam a prevenir perdas de água, todavia, a função mais importante continua sendo sua habilidade para condensar água do ar (LEVITT, 1980). Além do mais, os espinhos servem para reduzir a temperatura do caule durante o dia e sua presença também diminui a captação de luz pelo cladódio (NOBEL, 1986). 1.4 Estômatos Os estômatos estão distribuídos uniformemente sobre ambos os lados da superfície de todo um caule, estão dispersos aleatoriamente e não são muito numerosos. A O. ficus-indica tem geralmente de 15 a 35 estômatos por mm2, em contraste com os 45 por mm2 em Ferocactus acantoidnes (MAUSETH, 1984). As células guarda não diferem das de outras plantas florescentes e estão submersas 40μm, de tal maneira que o poro é invisível a partir da superfície do caule. Um canal subestomático saliente através do tecido esclerenquimatoso da hipoderme forma uma passagem para o intercâmbio de gases entre a atmosfera e o tecido fotossintético abaixo da hipoderme e a câmara endoestomática se encontra na camada de clorênquima. O par de células guarda está rodeado por 3 a 4 fileiras de células subsidiárias e cada linha é formada por várias células com a última chegando à superfície das células epidermais. A superfície epicuticular ilumina essas células e é assim que se podem ver os estômatos com pouca ampliação. Dentro das células epidermais e na hipoderme há um agregado de cristal de cálcio e oxalato muito notável (HILLS, 2001). 1.5 Bioquímica da fotossíntese na palma forrageira A fotossíntese é o processo de captura da energia luminosa do sol e sua conversão em energia química. O processo de captura é complexo, envolvendo vários compostos, dos quais o mais conhecido é a clorofila. Ao final da captura, são produzidos compostos ricos em energia e com uma tendência a transferir esta energia para a síntese de cadeias de carbono. Os compostos principais são o 9 NADPH (nicotinamida adenina dinucleotide fosfato) e o ATP (adenosina trifosfato). Esta é a fase luminosa da fotossíntese e que se dá durante o dia (TAIZ; ZEIGER, 2004). Na palma e outras plantas que possuem o sistema CAM de fotossíntese, a fase da síntese de cadeias é dividida em duas partes. Há uma parte durante a noite, quando o CO2 do ar é absorvido e vai se ligar a uma cadeia de três carbonos, formando compostos de quatro carbonos, e há outra parte, que se dá durante o dia, quando os compostos de quatro carbonos perdem o CO2 dentro dos tecidos, e o CO2 é novamente usado para formar uma outra cadeia de carbonos. Esta outra cadeia é aquela que existe em todas as plantas e que costuma ser representada pela formação de glicose (OHC-CHOH-CHOH-CHOH-CHOH-CH2OH), um composto com cadeia de seis carbonos (C6H12O6). As reações desta parte comum a todas as plantas são chamadas de ciclo de Calvin (SAMPAIO, 2005). As plantas CAM possuem uma etapa de fixação de CO2, durante a noite, que funciona com uma série de reações prévias à fixação comum a todas as plantas e que se dá durante o dia. O passo inicial desta série de reações é a fixação noturna do CO2 do ar a uma cadeia de três carbonos, o fosfoenolpiruvato, formando ácido de quatro carbonos, principalmente malato (ácido málico). Estes ácidos vão sendo estocados, ao longo da noite, em estruturas internas das células do clorênquima, chamadas de vacúolos. No dia seguinte, os ácidos perdem o CO2 (descarboxilados), que é usado no processo de fixação pelo ciclo de Calvin e o fosfoenolpiruvato volta a ser regenerado. Como o CO2 é concentrado no local do início do ciclo de Calvin, as perdas por fotorrespiração são reduzidas. Esta maior eficiência fotossintética das plantas CAM é uma vantagem que a palma tem no seu crescimento em regiões secas. Todas estas modificações evolutivas no processo bioquímico têm como principal vantagem à possibilidade de separar, no tempo, o processo de fotossíntese, com a captura da energia do sol durante o dia e a fixação do CO2 durante a noite (TAIZ; ZEIGER, 2004). Este sistema de fotossíntese da palma tem uma característica prática interessante. Há uma variação na acidez da palma ao longo do dia e da noite. Em condições normais de fixação de CO2, no início da madrugada, as raquetes estão carregadas de ácidos. Ao longo do dia, a acidez vai diminuindo, chegando ao seu mínimo no final da tarde. Assim, o momento de colheita da palma pode ser escolhido de forma que a forragem tenha maior ou menor acidez. A variação da acidez 10 também pode ser usada, medindo-se o pH interno da palma, para verificar a intensidade do processo de fotossíntese (SAMPAIO, 2005). 1.6 Uso de água e produtividade O processo evolutivo da fotossíntese das plantas CAM tem como resultado uma maior eficiência no uso da água que as plantas C3, no qual pode ser medido como a relação entre a massa de água transpirada e a massa de CO2 fixada, em medidas de curto prazo. Em prazos mais longos, pode ser medida como a relação entre a massa de água usada e a massa vegetal formada. As medidas de longo prazo são menos variáveis e mais interessantes do ponto de vista prático. Em geral, a relação para as plantas CAM oscila entre 100 e 200:1, ou seja, são usados de 100 a 200 kg de água para cada kg de matéria seca formada, mas há registros de 50:1 (BOYER, 1996). Nas plantas C3, esta relação fica em torno de 1000:1 e nas plantas C4 de 500:1. Naturalmente, estas relações são valores médios e as eficiências no uso da água podem ser muito variáveis, dependendo das condições locais. Parte desta variação está na manutenção da fotossíntese depois que o suprimento de água do solo acaba à custa da reserva de água dos tecidos. A palma, com sua reserva ampla nas raquetes, leva vantagem sobre as plantas de folhas finas, com reservas pequenas. A palma pode manter sua fotossíntese máxima até 15 dias depois de acabar o suprimento de água do solo e depois manter taxas decrescentes de fotossíntese, com períodos de abertura de estômatos cada vez menores. Naturalmente, estes períodos dependem da temperatura e da umidade relativa do ar, principalmente à noite (SAMPAIO, 2005). A fotossíntese também depende da capacidade de captar luz e da adequada disponibilidade de nutrientes minerais. Quanto à captura de luz, a situação ideal é aquela em que a maior parte da luminosidade solar fique retida nas raquetes, ou seja, pouca luz atinja o solo sob o plantio da palma, mas que não haja um excesso de sombreamento de umas raquetes pelas outras. Esta condição ideal depende da densidade de plantio e do tamanho das plantas. As combinações podem ser muitas e nunca são ótimas por muito tempo. Isto porque a densidade de plantio é determinada quando a cultura é implantada e não vai sendo modificada ao longo do crescimento das plantas. Assim, no início da cultura, com plantas 11 pequenas, há desperdiço de luz. Ao contrário, quando as plantas crescem, existe sombreamento mútuo. Maiores produções têm sido obtidas com índices de área das raquetes em relação à área do solo de 4 a 5. Plantios adensados têm sido testados ultimamente. É preciso alertar, entretanto, que o plantio menos adensado pode não estar incorreto. A captura de luz pode não estar sendo ótima, mas outro fator pode ser mais limitante que ela e pode ser o que determine o espaçamento (SAMPAIO, 2005). O uso da água depende de um sistema eficiente de captação da água do solo, função da estrutura do sistema radicular. A palma tem um sistema complexo, com quatro tipos de raízes (HILLS, 2001): 1) raízes estruturais; 2) raízes absorventes; 3) raízes esporas; e 4) raízes originadas nas aréolas dos cladódios. 1.7 Importância econômica da palma forrageira A grande limitação da pecuária no semi-árido brasileiro é a falta de forragem na época seca. Os pastos plantados são mais produtivos que os nativos, mas têm o mesmo problema de sazonalidade da produção, às vezes até de forma mais grave que estes pela menor diversidade de espécies. Como suprimento para a época seca, são plantados capins diversos, geralmente de corte, nas várzeas e locais mais úmidos, por vezes até com irrigação, e são feitos plantios de palma, geralmente em encostas com solos férteis e em topos do cristalino, para uso como reserva forrageira. A palma adiciona diversidade à produção de forragem, contribuindo para maior sustentabilidade da pecuária (MENEZES; SAMPAIO, 2000). A palma é um alimento de grande importância para os rebanhos, notadamente nos períodos de estiagens prolongadas, pois além de fornecer um alimento verde, supre grande parte das necessidades de água dos animais na época de escassez (SANTOS et al., 2006). Existe uma variedade de alimentos que podem ser utilizados na alimentação de ruminantes. Entretanto, o valor nutricional e a qualidade dos alimentos são determinados por complexa interação entre os nutrientes ingeridos e a ação dos microorganismos do trato digestivo, nos processos de digestão, absorção, transporte e utilização de metabólitos, além da própria condição fisiológica do animal (MARTINS et al., 2000). 12 A palma não pode ser fornecida aos animais exclusivamente, pois apresenta limitações quanto ao valor protéico e de fibra, não conseguindo assim atender as necessidades nutricionais do rebanho. Então, torna-se necessário o uso de alimentos volumosos e fontes protéicas. Segundo Albuquerque et al. (2002), animais alimentados com quantidades elevadas de palma, comumente, apresentam distúrbios digestivos (diarréia), o que, provavelmente, está associado à baixa quantidade de fibra dessa forrageira. Daí a importância de complementá-la com volumosos ricos em fibra, a exemplo de silagens, fenos e capins secos. A palma forrageira apresenta baixo conteúdo de matéria seca, quando comparada à maioria das forrageiras. Este aspecto compromete o atendimento das necessidades de matéria seca dos animais que recebem exclusivamente palma e, provavelmente, a elevada umidade limita o consumo pelo controle físico, por meio do enchimento do rúmen. Portanto, vale ressaltar que a elevada umidade observada na palma forrageira, independente da cultivar, é uma característica importante, tratando-se de região semi-árida, pois atende grande parte da necessidade de água dos animais, principalmente no período seco do ano (SANTOS et al., 2001). Segundo Silva et al. (1997) um fator importante da palma, é que diferentemente de outras forragens, apresenta alta taxa de digestão ruminal, sendo a matéria seca degradada extensa e rapidamente, favorecendo maior taxa de passagem e, consequentemente, consumo semelhante ao dos concentrados. A palma frequentemente representa a maior parte do alimento fornecido aos animais durante o período de estiagem nas regiões do semi-árido nordestino, o que é justificado pelas seguintes qualidades: a) rica em água, mucilagem e resíduo mineral; b) apresenta alto coeficiente de digestibilidade da matéria seca e c) alta produtividade. 13 2 Literatura Citada ALBUQUERQUE, S. S. C. I de; LIRA, M. de A.; SANTOS, M. V. F. dos; DUBEUX JÚNIOR, J. C. B.; MELO, J. N. de; FARIAS, I. Utilização de três fontes de nitrogênio associadas à palma forrageira (Opuntia ficus-indica, Mill) cv. Gigante na suplementação de vacas leiteiras mantidas em pasto diferido. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 31, n. 3, p. 1315-1324, 2002. BECERRA RODRIGUEZ, S. Eficiência fotosintética del nopal (Opuntia spp.) em relacion com la orientacion de sus cladodios. Chapingo, Colégio de Postgraduados, 1975. 69p. Tese de Mestrado. BOYER, J. S. Advances in drought tolerance in plants. Adv. Agron (USA). v.56, p.187-218, 1996. 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Mill submetida ao sombreamento, posições no plantio e adubação orgânica 18 RESUMO O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a caracterização da palma forrageira sob efeito do sombreamento, adubação e posições de plantio. O experimento foi realizado na Fazenda Experimental Lavoura Seca, em Quixadá, Ceará, a 190 m de altitude e radiação media anual de 2210 μmol/m2.s. O plantio foi realizado em covas espaçadas de 1,0 m entre linhas e 0,5 m entre plantas. Os cladódios foram imersos dois terços no solo para garantir a firmeza. A planta utilizada para sombreamento foi a cajá (Spondias ssp.). Foi utilizado delineamento em blocos ao acaso em arranjo fatorial 2 x 2 x 2 com 4 repetições, com plantio dos cladódios no sentido norte/sul e leste/oeste; solo não adubado e adubado; e plantio na sombra e no sol. A adubação utilizada foi à orgânica na proporção de 20 t/ha. O corte de utilização foi realizado após dois anos do plantio e repetido dois anos após a rebrota com manejo no terço inferior da raquete secundária. Foi avaliado o número de cladódios/planta, comprimento, espessura e largura dos cladódios. As plantas adubadas e submetidas ao sombreamento apresentaram comprimento dos cladódios inferior àqueles submetidos ao sol e a largura foi superior nas plantas adubadas e cultivadas ao sol. Verificou-se um maior número de brotação/planta nas plantas adubadas versus não adubada. Conclui-se que adubação orgânica e plantio sem sombreamento induzem a um melhor desempenho da palma forrageira. Palavras-chaves: cladódios, comportamento, desenvolvimento. 19 ABSTRACT The objective of this research was to evaluate the characterization of the forager palm under effect of the shaded, fertilization and position of plantation. The experiment was carried through in the Experimental Farm, in Quixadá, Ceará, it´s 190 meters high and 2210 μmol/m2 × s of annual average radiation. The plantation was carried through in spaced hollows of 1.0 m between lines and 0.5 m between plants. The cladodes had been immersed 2/3 in the ground to ensure the firing. The plant used for shaded was cajá (Spondias ssp.). Delineation block-type to perhaps was used in factorial arrangement 2 x 2 x 2 with 4 repetitions, with plantation of the cladodes in the direction north/south and east/west; ground fertilized and non fertilized and plantation in the shade and the sun. The used fertilization was the organic one in the ratio of 20 t/ha. The use cut was after carried through two years of the plantation and repeated two years it sprouts again after it with handling in 1/3 of cladode secondary. It was evaluated the number of cladodes/plant, length, thickness and width of the cladodes. The submitted plants Fertilized and to the shade had presented length of the cladodes lower to those submitted to the sun and the width was more in the shade and cultivated plants to the sun. There was a greater number of shoots per plant in plants fertilized vs. unfertilized. Conclude that organic fertilization and planting without shading induce a better performance of cactus. Key-words: cladodes, behavior, development. 20 1 Introdução As vegetações xerófilas decíduas, predominantes no Nordeste semi-árido brasileiro, têm sido utilizadas com fins pastoris. Entretanto, os períodos cíclicos de seca associada ao uso indiscriminado da vegetação e superpastoreio de animais, têm provocado o desaparecimento das melhores forrageiras, resultando em perdas quantitativas e conseqüente diminuição da capacidade de suporte das pastagens. No Nordeste brasileiro a eficiência da produção animal foi incrementada ao combinar pastagens nativas e forrageiras adaptadas. Segundo Ørskov (1997), os alimentos precisam ser caracterizados apropriadamente para que se confirme se seus teores de energia e proteína são utilizados eficientemente, devendo haver harmonia entre potencial animal e potencial do alimento. Uma das alternativas é o plantio da palma forrageira, por ser um alimento volumoso de emergência durante as épocas críticas do ano, rico em água, carboidratos solúveis, minerais, vitaminas, elevada digestibilidade e baixo teor de matéria seca, fibra bruta e proteína, que corrigidos com a adição de alimentos fibrosos e protéicos à dieta, permite produção elevada no período da estação seca (MAIA NETO, 2003). Ressalta-se ainda, que palma forrageira é um importante alimento para os rebanhos em muitas regiões áridas e semi-áridas do mundo, principalmente, por sua alta resistência à seca, aliada a alta palatabilidade e produção biomassa (SANTOS et al., 2005). Uma das vantagens da palma é o processo fotossintético, no qual tem duas características marcantes: o aparelho fotossintético que está localizado nos caules (cladódios), já que a palma não tem folhas; e que segue o modelo Metabolismo Ácido das Crassuláceas – CAM, no qual a fixação do CO2 ocorre durante a noite. Estas características são uma eficiente adaptação ao crescimento em condições de pouca disponibilidade de água (SAMPAIO, 2005). Provavelmente a maior radiação solar recebida leva a um incremento de matéria seca, o que indica que a luminosidade pode limitar a produção da palma (BECERRA RODRIGUEZ, 1975). A palma forrageira é uma cultura relativamente exigente quanto às características físico-químicas do solo, contrariando a opinião de muitos produtores rurais. Neste sentido, Farias et al. (1984) informaram que se o solo for fértil, podem ser indicados os de textura arenosa e argilosa, porém mais freqüentemente são recomendados os argilo-arenosos, sendo fundamental boa drenagem, pois áreas 21 sujeitas a encharcamento não se prestam à cultura da palma forrageira. Afirmaram ainda, que há necessidade de adubação e no caso de se optar pela orgânica, pode ser utilizado esterco de bovino ou caprino, na quantidade de 10 a 20 t/ha no plantio e a cada dois anos no período próximo à estação chuvosa. Mondragón-Jacobo e Pimienta-Barrios (1995) revelaram que à adubação orgânica por ocasião do plantio variam de 20 a 40 t de estrume de curral/ha que deve ser incorporado ao solo durante o preparo do mesmo. Este trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos do sombreamento, posições de plantio e adubação orgânica sobre os parâmetros morfométricos da palma forrageira (Opuntia ficus-indica (L.) Mill) nas condições edafoclimáticas do semi-árido cearense. 22 2 Material e Métodos O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental Lavoura Seca, pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, localizada no município de Quixadá, CE, com coordenadas geográficas de 4°58’17” latitude sul e 39°00'55" longitude oeste, altitude de 190 m, precipitação pluviométrica média anual de 838 mm, temperatura média entre 26 a 28ºC e radiação média anual de 2210 μmol/m2.s. O clima é classificado como do tipo Bsh tropical quente e semiárido, segundo a classificação de KOOPPEN, com predominância de duas estações climáticas ao longo do ano: chuvosa de curta duração, abrangendo os meses de fevereiro à junho, e seca, englobando os meses de julho à janeiro (IPECE, 2004). Os dados climáticos referentes às temperaturas máxima e mínima, umidade relativa do ar e precipitação média anual (mm) nos quatro anos experimentais encontram-se nas Figuras 1 e 2. A área experimental tem relevo plano e antes do plantio coletou-se amostras de solo a uma profundidade de 20 cm que foram encaminhadas ao laboratório de Solos do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, para realização das análises física e química (Tabela 1). O solo foi classificado como LUVISSOLO de textura Franco Arenosa, segundo classificação da EMBRAPA (1999). Os tratamentos avaliados foram plantas expostas ao sol ou sombreadas, posição de plantio do cladódio (face larga voltada para leste/oeste ou norte/sul) e com ou sem adubação orgânica, distribuídos em um delineamento experimental em blocos ao acaso com arranjo fatorial 2 x 2 x 2 com 4 repetições. O plantio dos cladódios foi realizado em novembro de 2003, após o preparo manual da área. Para os tratamentos que receberam adubação, aplicou-se 1 kg de esterco bovino curtido por cova, correspondendo a 20 t/ha. A posição de plantio dos cladódios foi orientada de acordo com o tratamento, sendo enterrado dois terços da muda para garantir a firmeza. O espaçamento utilizado foi de 1,0 m entre linhas e 0,5 m entre plantas com área útil de 2,0 m2, correspondendo a quatro plantas úteis/parcela. 23 Precipitação (mm) T. Máx. (ºC) T. Min. (ºC) Umidade (%) No ve m br o De ze m br o ub ro Ou t br o em Se t Ag os to Ju lh o Ju nh o aio M Ab ril ar ço M er eir o Fe v Ja ne i ro Médias 480 460 440 420 400 380 360 340 320 300 280 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 2004 T. Máx. (ºC) T. Min. (ºC) Umidade (%) br o o em br D ez em o O ut ub r br o Se te m N ov 2005 A go sto ho Ju l Ju nh o o M ai il A br M ar ço Fe ve re ir o Ja ne iro Médias Precipitação (mm) 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Figura 1 Dados climáticos da estação experimental Lavoura Seca em Quixadá, Ceará, nos anos de 2004 e 2005 24 Precipitação (mm) T. Máx. (ºC) T. Min. (ºC) Umidade (%) T. Máx. (ºC) D ez em br o o T. Min. (ºC) Umidade (%) o ez e D ov e m m br br o ro O ut ub Se te m br o N 2007 Ag os to lh o Ju nh o Ju ai o M il Ab r ço ar M er Fe v Ja ne i ei ro 480 460 440 420 400 380 360 340 320 300 280 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 ro Médias Precipitação (mm) em br o 2006 N ov O ut ub r br o em Se t Ag o st o lh o Ju nh o Ju ai o M il Ab r ar ço M iro re Fe ve Ja ne i ro Médias 460 440 420 400 380 360 340 320 300 280 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Figura 2 Dados climáticos da estação experimental Lavoura Seca em Quixadá, Ceará, nos anos de 2006 e 2007 25 Tabela 1 Análise química e física do solo utilizado para o plantio da palma forrageira, em Quixadá, Ceará. pH (H2O) K+ P Ca++ Mg+ Na+ Al+++ MO -mg/kg- ---------------------------cmolc/kg--------------------------7,20 112,00 0,65 2,30 1,30 0,08 --g/kg-- 0,00 8,27 Análise Granulométrica Areia grossa Areia fina Silte Argila --------------------------------------------------g/kg-----------------------------------------------400 360 140 100 A espécie vegetal utilizada para promover o sombreamento foi a cajá (Spondias ssp.), sendo as mudas plantadas em 1998, com espaçamento de 7 x 7 m. Ao longo do período experimental manteve-se a base da copa das árvores com 1,5 m de altura (Figura 3). Figura 3 Spondias ssp. utilizada no sombreamento da palma forrageira A coleta dos dados foi realizada no mês de novembro de 2005, após dois anos de plantio e repetido dois anos após a rebrota. Com auxílio de uma régua 26 graduada de 50 cm foram medidos os aspectos morfométricos comprimento e largura e com um paquímetro mensurada a espessura (Figura 4). Os cladódios foram numerados por ordem, sendo classificados como primários aqueles originários do cladódio base, os secundários aqueles originários dos primários e assim sucessivamente (Figura 5) e em seguida determinado o número de cladódios por planta. A B C Figura 4 Mensuração da palma forrageira (A - comprimento, B - largura e C – espessura) 27 Figura 5 Cladódios de palma forrageira marcados por ordem na planta Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância para verificar a significância dos tratamentos (sol e sombra, leste/oeste e norte/sul, adubado e não adubado e a interação entre os tratamentos), sendo avaliados pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade. A comparação entre médias foi realizada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram realizadas com auxílio do pacote computacional SAS (SAS INSTITUTE, 2002). O modelo matemático utilizado para análise estatística foi: Xijkl = variável dependente; Xijkl = μ+ ρi + αj + βk + γl + (α.β)jk + (α.γ)jl + (β.γ)kl + (α.β.γ)jkl + εijkl, em que: μ = média geral; ρi = efeito do bloco i; i (i = 1, 2, 3,4); αj = efeito sol/sombra j, j (j = 1= sol; 2 = sombra); βk = efeito leste/oeste norte/sul k, k (k = 1 = leste/oeste; 2 = norte/sul); γl = efeito adubado/não adubado l, l (l = 1 = adubado; 2 = não adubado); (α.β)jk = efeito da interação entre sol/sombra e leste/oeste norte/sul; (α.γ)jl = efeito da interação entre sol/sombra e adubado/não adubado; (β.γ)kl = efeito da interação entre leste/oeste norte/sul e adubado/não adubado; 28 (α.β.γ)jkl = efeito da interação entre sol/sombra, leste/oeste norte/sul e adubado/não adubado; εijkl = erro aleatório associado a cada observação. 29 3 Resultados e Discussão De acordo com a análise de variância referente aos dados de comprimento e largura dos cladódios no primeiro corte, foi verificado efeito significativo (P<0,05) pelo teste de Tukey para a interação entre os tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado (Tabelas 2 e 3). As plantas adubadas e submetidas ao sombreamento apresentaram comprimento dos cladódios 20,66% inferior àqueles submetidos ao sol. A adubação favoreceu absorção dos nutrientes essenciais para o desenvolvimento da planta e a maior taxa de luminosidade promoveu um aumento da descarboxilização do ácido málico, aumentando a disponibilidade de CO2 a ser utilizado no ciclo de Calvin, proporcionando uma maior produção de carboidratos, favorecendo assim, um maior crescimento dos cladódios. Tabela 2 Comprimento médio (cm) dos cladódios de palma forrageira, no primeiro corte, em função da interação dos tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado Tratamento Adubado Não adubado Sol 29,14 aA* 24,30 aA Sombra 23,12 aB 24,56 aA CV (%) = 27,92 *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula (na coluna) e mesma letra minúscula (na linha) dentro de cada parâmetro não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Características morfogênicas das plantas são determinadas pelo genótipo, porém são fortemente influenciadas pelo ambiente, pelo manejo cultural e do solo a que são submetidas. Espécie que tem maior plasticidade fenotípica desempenha importante papel na capacidade de adaptação às condições climáticas do semiárido. O conhecimento de variáveis morfogênicas como a taxa de brotação, alongamento e espessura dos cladódios se revestem de fundamental importância para se avaliar o potencial de adaptação de uma dada espécie ou variedade ao ambiente onde é cultivada. Partindo-se do princípio de que as respostas das plantas, em termos de crescimento e desenvolvimento, são específicas para cada espécie vegetal e varia, também, segundo a variedade (SALES et al., 2006). 30 Semelhante aos resultados observados para o comprimento, a largura dos cladódios foi superior (p<0,05) nas plantas adubadas cultivadas ao sol. Estes resultados podem ser justificados pela influencia dos fatores ambientais sobre fatores fisiológicos citados anteriormente, juntamente com uma proporcionalidade direta entre o comprimento e largura do cladódio devido a sua forma elíptica. Tabela 3 Largura média (cm) dos cladódios de palma forrageira, no primeiro corte, em função da interação sol/sombra e adubado/não adubado. Tratamento Adubado Não adubado Sol 14,07 aA* 11,76 aA Sombra 11,15 aB 11,70 aA CV (%) = 25,44 *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula (na coluna) e mesma letra minúscula (na linha) dentro de cada parâmetro não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. No segundo período de avaliação não houve diferença estatística (P>0,05) para o comprimento e largura entre os tratamentos estudados. O corte realizado dois anos após o plantio promoveu maior surgimento de novos cladódios oriundos de gemas do terço inferior da raquete secundária como também do cladódio primário, proporcionando uma maior competição entre os mesmos e com isso, induzindo a estabilização no crescimento da planta. Ressalta-se que a dimensão do cladódio tem importância na captação de luminosidade e órgão de reserva de água, favorecendo assim o processo fotossintético e aumentando a produção por área, e que, órgãos com maiores reservas apresentam maior potencial de adaptação ao estresse. Sales et al. (2006) ao avaliarem o potencial forrageiro de variedades de palma forrageira no Cariri paraibano, em condições semelhantes às desta pesquisa, verificaram para a palma gigante médias de 27 e 16 cm para as variáveis comprimento e largura dos cladódios, respectivamente. O comprimento dos cladódios foi inferior ao verificado nesta pesquisa no tratamento sol vs. adubado e a largura superior aos resultados encontrados pelos autores supracitados. Santos (1989) encontrou resultados superiores para comprimento e largura dos cladódios, com 33,56 e 18,37 cm, respectivamente, que podem estar associados à idade da planta, pois foi avaliada com quatro anos de idade. 31 Para a variável espessura dos cladódios no primeiro corte, foi verificado efeito significativo (P<0,05) na interação dos tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado (Tabela 4). Tabela 4 Espessura média (cm) dos cladódios de palma forrageira, no primeiro corte, em função da interação sol/sombra e adubado/não adubado Tratamento Adubado Não adubado Sol 1,10 aA* 0,69 bA Sombra 0,68 aB 0,73 aA CV (%) = 51,17 *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula (na coluna) e mesma letra minúscula (na linha) dentro de cada parâmetro não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. A superioridade na espessura dos cladódios das plantas adubadas vs. expostas ao sol (61,76%) pode estar relacionada a maior captura de energia solar durante o dia e maior fixação de CO2 durante o período noturno sob a forma de ácido málico armazenado nos vacúolos celulares, promovendo aumento no tamanho das células, consequentemente, aumentando a espessura do cladódio. Em virtude de a palma forrageira ser uma planta CAM adaptada a um meio de aridez, com alta intensidade de radiação solar, as raquetes que foram plantadas sem sombreamento receberam maior incidência de luminosidade e temperatura, favorecendo o processo fotossintético e seu desenvolvimento. Com a menor incidência de luminosidade sobre as raquetes há um prejuízo no desenvolvimento, pois as plantas CAM quando na sombra desenvolve um mecanismo que diminui a espessura para facilitar o processo fotossintético. Percebeu-se ainda que a adubação orgânica contribuiu para melhoria na estrutura do solo, além de disponibilizar maior aporte de nutrientes ocasionando maior espessura dos cladódios. Sales et al. (2006) não encontraram variação significativa da espessura dos cladódios no Cariri paraibano com valores médios de 2,2 cm, superiores aos verificados nesta pesquisa. As médias encontradas para espessura dos cladódios no tratamento posição leste/oeste no primeiro corte foram semelhantes (p>0,05) aqueles orientados na posição norte/sul. Para os fatores sol/sombra e adubado/não adubado no segundo corte houve diferença ao nível de 5% de probabilidade (Tabela 5). 32 Tabela 5 Espessura média (cm) dos cladódios de palma forrageira, no segundo corte, em função da interação dos tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado. Tratamento Adubado Não adubado Sol 1,04 aA* 0,87 bA Sombra 0,75 aB 0,84 aA CV (%) = 24,09 *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula (na coluna) e mesma letra minúscula (na linha) dentro de cada parâmetro não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Com base nos resultados morfométricos obtidos neste estudo, verificou-se que a adubação e o sol proporcionaram um maior desenvolvimento das plantas, fato que está relacionado com a maior disponibilidade de nutrientes no solo devido à presença do esterco bovino, uma vez que os nutrientes são essenciais para o crescimento e estabilização da planta, além de uma captação de luminosidade durante o dia favorecendo os processos fotossintéticos. Teles et al. (2002) observando os efeitos da adubação no crescimento e produção de Opuntia ficus-indica cv. Gigante, em vasos, durante nove meses de cultivo, verificaram que com a aplicação de enxofre e nematicida a espessura dos cladódios foram de 0,99 e 1,30 cm, respectivamente. Teles et al. (1999) verificaram que a palma forrageira clone IPA-20 adubada com 800 kg de P2O5 + 0 kg de K2O e com 800 kg de P2O5 + 800 kg de K2O, aos quatro meses tinha espessura de 0,73 e 1,45 cm, respectivamente, diferindo dos verificados nesta pesquisa que aos 24 meses apresentou variação de 0,68 a 1,10 cm. Deve-se levar em consideração que os resultados aqui apresentados são provenientes de dados de campo em condições de região semi-árida e a palma forrageira adubada apenas com esterco bovino sem nenhum controle ambiental. Silva Neto et al. (2008), em experimentos desenvolvidos nos municípios de Teixeira e São João do Carirí (PB) aos 180, 360 e 730 dias após o plantio, obtiveram valores médios 1,85 cm a 2,4 cm, superiores as médias obtidas na presente pesquisa. Segundo Nobel (1995) a combinação de temperatura ideal é de 25ºC durante o dia e 15ºC durante a noite, sendo que temperaturas de 30 a 40ºC causam significativa redução na fotossíntese. Neste experimento, provavelmente as plantas 33 sombreadas foram prejudicadas pela altura da copa das plantas de cajá (Spondias ssp.), que ao invés de proporcionar um microclima contribuíram para o aumento da temperatura. De acordo com a análise dos dados para a variável número de cladódios, no primeiro corte, foi verificado efeito significativo ao nível de 5% pelo teste de Tukey para o tratamento adubado vs. não adubado (Tabela 6). O número de cladódios por planta no tratamento não adubado foi 30,34% inferior ao adubado com apenas 8,9 cladódios por planta, devido à falta de nutrientes para o desenvolvimento da planta. Tabela 6 Número de brotação média por planta de palma forrageira, no primeiro corte do tratamento adubado vs. não adubado. Tratamento Número de brotação/planta Adubado Não Adubado 11,6 A* 8,9 B CV (%): 55,73 *Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada parâmetro, (na coluna), não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Carneiro (1988) observou brotações de 26,1 cladódios/plantas no manejo de corte no terço inferior da raquete secundária e 22,3 cladódios/plantas quando se manejou na junta do cladódio secundário, dados superiores aos obtidos nesta pesquisa. Sales et al. (2006) avaliando a adaptação de variedades de palma forrageira no semi-árido paraibano durantes dois anos, encontraram para a palma gigante, em média, 9 cladódios por planta. Por outro lado, Santos (1992) encontrou 7,3 cladódios/planta aos 9 meses de idade e Silva et al. (1998) observaram 6,0 ± 1,06 aos 8 meses de idade. Para o segundo corte também houve diferença significativa (P<0,05) apenas no tratamento adubado vs. não adubado (Tabela 9). Foi verificado que no tratamento a base de esterco bovino, ocorreu o maior número médio de brotações com 15,09 e o não adubado 10,09 por planta. Carneiro e Viana (1992) avaliando métodos de aplicação de esterco bovino em Opuntia ficus-indica (esterco bovino aplicado na cova, no sulco, na linha em cobertura e sem aplicação), verificaram o maior número de brotações quando o 34 esterco foi aplicado na cova, provavelmente devido o maior contato das raízes com o esterco permitindo um melhor desenvolvimento destas. Comparando-se o primeiro com o segundo corte da palma forrageira observou-se maior número de brotação por planta no segundo corte, provavelmente devido à estabilização do palmal. Tabela 7 Número de brotação média por planta de palma forrageira, no segundo corte no tratamento adubado/não adubado. Tratamento Número de brotação/planta Adubado 15,09 A* Não Adubado 10,09 B CV (%): 71,92 *Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada parâmetro, (na coluna), não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 35 4 Conclusão Nas condições edafoclimáticas em que foi conduzido o experimento, permitese concluir que a adubação orgânica e o plantio sob o sol induzem a um melhor desempenho da palma forrageira (Opuntia ficus-indica (L.) Mill). A posição no plantio Leste/Oeste ou Norte/Sul não influencia no desempenho da palma forrageira. 36 5 Referências Bibliográficas BECERRA RODRIGUEZ, S. Eficiência fotosintética del nopal (Opuntia spp.) em relacion com la orientacion de sus cladodios. Chapingo, Colégio de Postgraduados, 1975. 69p. Tese de Mestrado. CARNEIRO, M. S. de.; VIANA, O. J. Métodos de aplicação de esterco bovino como adubo orgânico em palma gigante – Opuntia ficus-indica (L.) Mill. 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Simões, Everardo V. S. B. Sampaio. – Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2005. 258 p. 38 SAS INSTITUTE. SAS System for windows. Version 9.1.3 cary: SAS Institute Inc. 2002. 2 CD-ROMs. SILVA, M. C.; SANTOS, S. F.; SANTOS, M. V. F. et al. Características de crescimento de cultivares de palma forrageira (Opuntia e Nopalea). In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8., 1998, Recife. Anais... Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 1998. p.251. SILVA NETO, F. L.; ANDRADE, R. L.; SOUTO, J. S.; BEZERRA, D. M.; SILVA, A. L. N.; FERREIRA, S. D.; SOUZA, B. V.; RODRIGUES, M. Q. Crescimento da palma forrageira (Opuntia fícus- indica Mill.) em função do espaçamento e doses de fósforo. In: ZOOTEC, João Pessoa, 2008. Anais... João Pessoa: ABZ, 4p. TELES, M. M.; DUBEUX Jr., J.C.B.; SANTOS, M.V.F. Efeito das adubações fosfatada e potássica no desenvolvimento da palma forrageira (Opuntia ficus indica Mill.) Clone IPA-20. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DA UFRPE, 2., 1999. Recife. 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O delineamento utilizado foi blocos ao acaso com arranjo fatorial 2 x 2 x 2 com 4 repetições, com plantio no sentido norte/sul e leste/oeste; solo não adubado e adubado; e plantio na sombra e no sol. A adubação utilizada foi à orgânica na proporção de 1,0 kg/cova, correspondendo a 20,0 t/ha. O corte de utilização foi realizado após dois anos do plantio e repetido dois anos após a rebrota, com manejo de corte no terço inferior da raquete secundária. Foram coletadas amostras para determinação da composição bromatológica da palma forrageira e conduzida ao Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia. A produção média de massa verde da palma forrageira adubada e exposta ao sol foi superior (P<0,05) aquela submetida ao sombreamento. Para produção de matéria seca houve diferença significativa entre os tratamentos no segundo corte. O sombreamento influenciou negativamente na produção de massa verde da palma forrageira. Palavras-chaves: desempenho, produtividade, bromatologia. 41 ABSTRACT This study aimed to evaluate the productivity and chemical composition of cactus under the effect of shading, position in the planting and fertilization. The experiment was carried through in the Experimental Farm in Quixadá, Ceará, it´s 190 meters high and 2210 μmol/m2 × s of annual average radiation. The plantation was carried through in spaced hollows of 1.0 m between lines and 0.5 m between plants. Cladode 2/3 immersed the ground to ensure the firmness. The plants used for shading was caja (Spondias spp.) spacing (7 x 7 m) and had 1.5 m high. The delineation was in randomly blocks with factorial by 2x2x2 with 4 repetitions, with plantation in direction north/south and east/west; ground fertilized and non fertilized; and plantation in shade and sun. The used fertilization was the organic one in the ratio of 1 kg/hollow, corresponding 20 t/ha. The use cut was after carried through two years of planting and repeated two years after the regrowth cut system in 1/3 lower of cladode secondary. Was sampled to conduct the chemical composition of cactus and led the Laboratory of Animal Nutrition, Department of Animal Science. The parameters evaluated the production of fresh and dry, and the composition of cactus. The average yield of green mass (t / ha) of cactus fertilized and sun exposure was significant (P <0.05) with respect to the shadow. For dry matter yield significant differences between treatments in the second cut. Is concluded that shading had a negative influence on mass production of green cactus. Key-words: performance, productivity, bromatology 42 1 Introdução A palma forrageira apresenta-se como uma alternativa para viabilizar a produção animal no semi-árido do nordeste brasileiro, devido as suas características morfofisiológicas, principalmente pelo Metabolismo Ácido das Crassuláceas, conhecido como mecanismo fotossintético CAM. Em decorrência, a palma forrageira apresenta eficiência de uso d´água até 11 vezes maior que plantas de mecanismo C3 (FISHER e TURNER, 1978), fazendo com que sua adaptação ao semi-árido seja superior a qualquer outra forrageira. Contudo, o bom rendimento da palma forrageira está climaticamente relacionado a áreas com 400 a 800 mm anuais de chuva, umidade relativa acima de 40% (VIANA, 1969) e temperatura diurno-noturna de 25 a 15˚C (NOBEL, 1995). Por suas características morfofisiológicas, que permitem sua sobrevivência ao rigor do ambiente semi-árido, sua elevada produtividade e qualidade alimentícia para os bovinos, ovinos e caprinos, a palma despertou como um dos mais importantes e estratégicos recursos forrageiros para alimentação dos animais na estação seca do ano, constituindo-se um componente fundamental para a sustentabilidade de importantes bacias leiteiras do Nordeste (MORON et al., 1998; CARVALHO FILHO, 1999). Segundo Flores e Gallegos Vasquez (1993), o Brasil possui a maior área cultivada de palma forrageira do mundo. A melhor época para o plantio da palma forrageira é no terço final do período seco, pois quando se iniciar o período chuvoso os campos já estarão implantados, evitando-se o apodrecimento das raquetes que, plantadas na estação chuvosa, com alto teor de água e em contato com o solo úmido, apodrecem, diminuindo muito a pega devido à contaminação por fungos e bactérias (SANTOS et al., 1997). A produção da palma forrageira com colheitas bienais varia com o espaçamento adotado, que segundo o IPA (1998) é de 100 t/ha no espaçamento de 1,0 x 1,0m, 200 t/ha no espaçamento de 1,00 x 0,50 m e 300 t/ha no espaçamento de 1,0 x 0,25 m. De acordo com Ferreira (2004), a palma forrageira apresenta composição química variável segundo a espécie, idade, época do ano e tratos culturais, sendo um alimento rico em carboidratos (81,12±5,9%), sobretudo carboidratos não-fibrosos (58,55±8,13%), caracterizando-a como alimento energético. Possui ainda baixo teor 43 de matéria seca (11,69±2,56%), fibra em detergente neutro (26,79±5,07%) e proteína bruta (4,81±1,16%), sendo alto o teor de cinzas (12,04±4,75). O melhoramento genético da palma forrageira associada à otimização no manejo da cultura pode promover um incremento considerável na produtividade dessa forrageira no nordeste brasileiro. Assim, em meados da década de 90 do século XX, a palma apresentava produção média de 20 t de MS/ha/colheita (SANTOS et al., 1997), enquanto ao final desta mesma década Santos et al. (2000) constataram produção de 40 t de MS/ha/colheita. No caso de se optar pela adubação orgânica, pode ser utilizado esterco de bovino ou caprino, na quantidade de 10 a 20 t/ha no plantio e a cada dois anos, no período próximo à estação chuvosa. Campello e Souza (1960) revelaram que a palma forrageira não dispensa adubação, fato confirmado por Araújo et al. (1974), quando verificaram que a adubação com 20 t/ha de esterco bovino promoveu um aumento de produção na palma forrageira cv. Gigante na ordem de 50%, e que com esterco de caprino houve um incremento de 27%. Desta forma, este trabalho teve como objetivo avaliar a influência do sombreamento, posições de plantio e adubação orgânica sobre a produtividade e composição da palma forrageira (Opuntia ficus-indica (L.) Mill). 44 2 Material e Métodos O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental Lavoura Seca, localizada no município de Quixadá, Ceará, com altitude de 190 m, relevo plano, precipitação pluviométrica média anual de 838 mm, temperatura média entre 26 a 28ºC e radiação média anual de 2210 μmol/m2.s. O clima é classificado como do tipo Bsh tropical quente e semi-árido, segundo a classificação de KOOPPEN (IPECE, 2004). Antes do plantio foram coletadas amostras de solo a uma profundidade de 20 cm e encaminhadas ao laboratório de Solos do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará para realização das análises física e química. O solo foi classificado como LUVISSOLO de textura Franco Arenosa, segundo classificação da EMBRAPA (1999). Em delineamento experimental em blocos ao acaso com arranjo fatorial 2 x 2 x 2 com 4 repetições, foram avaliadas a posição de plantio do cladódio de palma forrageira (face larga voltada para leste/oeste ou norte/sul), plantas expostas ao sol ou sombreadas e com ou sem adubação orgânica. O plantio foi realizado em novembro de 2003, após o preparo manual da área, com cladódios obtidos no município de Madalena, Ceará. A posição de plantio dos cladódios foi orientada de acordo com os tratamentos, sendo enterrado dois terços da muda para garantir a firmeza. O espaçamento utilizado foi de 1,0 m entre linhas e 0,5 m entre plantas com área útil de 2,0 m2, correspondendo a quatro plantas úteis/parcela. Para os tratamentos que receberam adubação, aplicou-se 1 kg de esterco bovino curtido por cova, correspondendo a 20 t/ha. Para promover o sombreamento foram utilizadas plantas de cajá (Spondias ssp.), com mudas plantadas em 1998, no espaçamento de 7 m x 7 m. Ao longo do período experimental manteve-se a base da copa das árvores com 1,5 m de altura do solo. Os cortes de utilização foram realizados aos dois e quatro anos após o plantio, com colheita no terço inferior do cladódio secundário, conforme sugerido por CARNEIRO (1989), em seguida, pesados para se determinar a produção de massa verde e matéria seca por hectare (Figura 1). 45 Figura 1 Corte realizado no terço inferior da raquete secundária da palma forrageira As amostras para análise químico-bromatológica foram obtidas do segundo corte, colocadas em sacos de papel, pesadas e conduzidas para o laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia, UFC (Figura 2). Não foram realizadas análises com material do primeiro corte porque as amostras foram extraviadas. Figura 2 Coleta e pesagem dos cladódios de palma forrageira para as análises químico-bromatológica 46 As amostras foram pré-secas em estufa de ventilação forçada a 55°C, em seguida, foram trituradas em moinho com peneira de malha de 1,0 mm e acondicionadas em potes fechados, para posteriores análises laboratoriais. A determinação da percentagem de matéria seca (MS) e dos teores de matéria mineral (MM), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB) e estrato etéreo (EE) foram realizadas de acordo com os procedimentos descritos em AOAC (1990), e as determinações de fibra em detergente ácido (FDA) e lignina, conforme descrito por Van Soest et al. (1991). Os carboidratos totais (CT) foram calculados segundo a fórmula: CT (%MS)= 100 - (%PB + %EE + %RM) Os resultados foram submetidos à análise de variância para verificar a significância dos tratamentos (sol e sombra, leste/oeste e norte/sul, adubado e não adubado e interação entre os tratamentos), sendo avaliados pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade. A comparação entre médias foi realizada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram realizadas com auxílio do pacote computacional SAS (SAS INSTITUTE, 2002). O modelo matemático utilizado para análise estatística foi: Xijkl = variável dependente; Xijkl = μ+ ρi + αj + βk + γl + (α.β)jk + (α.γ)jl + (β.γ)kl + (α.β.γ)jkl + εijkl, em que: μ = média geral; ρi = efeito do bloco i; i (i = 1, 2, 3,4); αj = efeito sol/sombra j, j (j = 1= sol; 2 = sombra); βk = efeito leste/oeste norte/sul k, k (k = 1 = leste/oeste; 2 = norte/sul); γl = efeito adubado/não adubado l, l (l = 1 = adubado; 2 = não adubado); (α.β)jk = efeito da interação entre sol/sombra e leste/oeste norte/sul; (α.γ)jl = efeito da interação entre sol/sombra e adubado/não adubado; (β.γ)kl = efeito da interação entre leste/oeste norte/sul e adubado/não adubado; (α.β.γ)jkl = efeito da interação entre sol/sombra, leste/oeste norte/sul e adubado/não adubado; εijkl = erro aleatório associado a cada observação. 47 3 Resultados e Discussão Para produção de massa verde foi verificado efeito significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey para interação entre os tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado (Tabela 1). No primeiro corte, a produção média de massa verde (t/ha) da palma forrageira adubada e exposta ao sol foi maior (P<0,05) que na sombra. Albuquerque e Ribaski (2003) trabalhando com palma forrageira cv. gigante sombreada pela algarobeira no sertão de Pernambuco, observaram que o sombreamento influenciou negativamente na produção da palma, semelhantes aos encontrados nesta pesquisa. Isso se justifica em razão da palma ser uma planta CAM adaptada a um meio de aridez e alta intensidade de radiação solar. Os cladódios plantados expostos ao sol receberam maior incidência de luminosidade e temperatura favorecendo o processo fotossintético e seu desenvolvimento. Nesta pesquisa o sombreamento também pode ter interferido negativamente na produtividade da palma forrageira, em virtude da pequena altura da copa das plantas de Spondias sp. (1,5 m), causando um efeito estufa. Tabela 1 Produção média de massa verde (t/ha) de palma forrageira no primeiro corte entre a interação dos tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado Tratamento Adubado Não adubado Plantio exposto ao sol 41,160 aA* 30,940 bA Plantio com sombreamento 29,320 aB 28,080 aA CV = 105,75 *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula (na coluna) e mesma letra minúscula (na linha) dentro de cada parâmetro não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. A produção média de massa verde (t/ha) da palma forrageira exposta ao sol e adubada foi 33,03% superior ao não adubado, tendo em vista que o adubo contribuiu para melhoria na estrutura do solo, além de disponibilizar um maior aporte de nutrientes. Este fato foi também observado por Santos et al. (1996) na produção de palma forrageira adubada com 10 t de estrume de curral/ha e 50:50:50 kg/ha de N, P2O5 e K2O, com incrementos de 81% e 29%, respectivamente. 48 Em trabalho realizado por Barrientos Pérez (1972), com Opuntia ficusindica, no México, utilizando os espaçamentos de 1,0 m x 0,25 m e 0,50 m x 0,25 m, foram obtidas produções de 58,0 e 64,8 t/ha de massa verde, superiores aos encontrados nesta pesquisa. Para a produção de matéria seca (t/ha) foi verificado efeito significativo (P<0,05) para todos os tratamentos (Tabela 2). A maior produção de matéria seca (t/ha) foi verificada quando os cladódios foram plantados expostos ao sol, orientados leste/oeste e adubados. Isto ocorreu em decorrência da combinação da maior captação de luz e maior absorção de nutrientes, contribuindo positivamente para o desenvolvimento da planta. Na palma forrageira e outras plantas que possuem o sistema CAM de fotossíntese, a fase da síntese de cadeias é dividida em duas partes. Há uma parte durante a noite, quando o CO2 do ar é absorvido e vai se ligar a uma cadeia de três carbonos, formando compostos de quatro carbonos, e há outra parte, que se dá durante o dia, quando os compostos de quatro carbonos perdem o CO2 dentro dos tecidos, e o CO2 é novamente usado para formar outra cadeia de carbonos (SAMPAIO, 2005). Para a produção de massa verde, no segundo corte, houve apenas diferença significativa (P<0,05) no tratamento adubado/não adubado (Tabela 3). O tratamento com adubação orgânica aumentou a produção de massa verde em 59,91% em relação ao não adubado, em razão da melhoria da textura do solo, além de incorporação do nitrogênio, fósforo e potássio que contribuem para o desenvolvimento da planta. Segundo Dubeux Jr. et al. (2006) a adubação é fator determinante na produção de massa verde, principalmente nos plantios adensados de palma forrageira. Em experimento realizado por Santos et al. (2000) no município de Arcoverde (PE) utilizando espaçamento de 1,0 m x 0,5 m para as variedades de palma forrageira Gigante e Redonda observaram produtividades de 105,35 e 103,75 t/ha/ano, respectivamente, valores superiores aos encontrados no presente estudo. Farias et al. (2000) avaliando o manejo de colheita da palma forrageira, em seis cortes, relataram que a freqüência e intensidade de corte podem influenciar significativamente a produtividade da palma forrageira. Uma maior produção de forragem foi observada na freqüência de corte de quatro anos, em relação à de dois anos, quando se conservaram os artículos primários, o mesmo não acontecendo quando se conservou os artículos secundários. Por outro lado, quando a colheita foi 49 realizada a cada dois anos a produção de massa verde foi superior quando se conservou os artículos secundários. Estes resultados sugerem que, ao reduzir a freqüência de corte para dois anos, é recomendável maior conservação de artículos secundários, devido ao maior índice de área de cladódio remanescente após o corte, o que permite maior eficiência fotossintética da palma forrageira. Tabela 2 Produção média de matéria seca (t/ha) de palma forrageira, no primeiro corte nos tratamentos sol/sombra, leste/oeste norte/sul e adubado/não adubado Tratamentos Produção de matéria seca (t/ha) Ambiente Plantio exposto ao sol 9,000 A* Plantio com sombreamento 5,380 B Posição Leste/Oeste 8,880 A Norte/Sul 5,536 B Adubação Adubado 8,960 A Não Adubado 5,527 B CV (%) = 94,15 *Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada parâmetro, (na coluna), não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Tabela 3 Produção média de massa verde (t/ha) de palma forrageira, no segundo corte no tratamento adubado/não adubado Tratamento Produção de matéria verde (t/ha) Adubado 60,480 A* Não Adubado 37,820 B CV (%) = 105,18 *Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada parâmetro, (na coluna), não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Para produção de matéria seca no segundo corte, não houve diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos estudados. 50 Para o teor médio de fibra em detergente ácido foi verificado efeito significativo (P<0,05) pelo teste de Tukey para interação dos tratamentos sol/sombra vs. leste/oeste norte/sul (Tabela 4). Neste sentido observou-se que o efeito sombra e a face mais larga plantada no sentido norte/sul influenciaram negativamente no teor de fibra em detergente ácido. Nesse caso, pode ter ocorrido uma menor presença de fibras estruturais nas plantas, em virtude do sombreamento ocasionar menor assimilação no processo fotossintético. Avaliando a palma forrageira plantada exposta ao sol, Albuquerque et al. (2002) e Andrade et al. (2002) relataram teores de 17,27% e de 20,05% de FDA dados inferior e superior aos encontrados neste trabalho, respectivamente. O sombreamento apresenta efeitos diretos e indiretos sobre a qualidade, desenvolvimento morfológico e produção das forrageiras (BUXTON; FALES, 1994). O efeito direto se dá pela alteração da intensidade e qualidade da radiação disponível para as plantas. Tabela 4 Teor médio de fibra detergente ácido na matéria seca da palma forrageira, na interação dos tratamentos sol/sombra vs. leste/oeste norte/sul Tratamento Leste/oeste Norte/sul Plantio exposto ao sol 18,78 aA* 19,50 aA Plantio com sombreamento 19,79 aA 16,64 bB CV = 13,44 *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula (na coluna) e mesma letra minúscula (na linha) dentro de cada parâmetro não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. O sombreamento pode reduzir a disponibilidade de fotoassimilados para a formação da parede celular secundária. Entretanto, vários estudos (CASTRO, 1996; NORTON et al., 1991), tem mostrado que os efeitos do sombreamento sobre os constituintes da parede celular tem sido geralmente pequenos e inconsistentes, geralmente com maiores diferenças entre as espécies forrageiras do que entre os níveis de sombreamento. O teor médio de resíduo mineral da palma forrageira na interação do tratamento sol/sombra vs. adubado/não adubado (Tabela 5) foi significativo ao nível de 5% de probabilidade. O menor teor de resíduo ocorreu no tratamento com sombreamento e não adubado. Provavelmente, o sombreamento afetou os 51 processos fotossintéticos da palma forrageira e não ocorreu absorção e carreamento dos nutrientes para o interior da planta. Tabela 5 Teor médio de resíduo mineral na matéria seca da palma forrageira, na interação nos tratamentos sol/sombra vs. adubado/não adubado Tratamento Plantio exposto ao sol Adubado 13,84 aA* Não adubado 14.63 aA Plantio com sombreamento 13.57 aA 11.48 bA CV = 13,71 *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula (na coluna) e mesma letra minúscula (na linha) dentro de cada parâmetro não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Para Buxton e Fales (1994), os fatores climáticos influenciam na qualidade das forrageiras de várias maneiras: alterando a relação folha/caule; provocando modificações na morfologia e na composição química da planta; influenciando a velocidade de senescência e a quantidade de material morto; e modificando o ritmo de crescimento e desenvolvimento da planta. De fato, nenhum fator isolado afeta mais a qualidade das forrageiras que a maturidade das plantas. Com o crescimento, ocorrem alterações em nível de tecidos, que resultam na elevação dos compostos estruturais da parede celular e diminuição dos níveis de conteúdo celular (carboidratos solúveis, proteína, minerais e vitaminas). O resultado destas modificações é uma acentuada diminuição da digestibilidade da forragem (VAN SOEST, 1994). Em geral, a temperatura exerce grande influência em todas as fases e processos fisiológicos da planta, como os processos de fotossíntese e de respiração, transpiração, atividades enzimáticas, permeabilidade das membranas celulares, absorção de água e de nutrientes e a própria velocidade das reações químicas (LUCCHESI, 1987). Os resultados obtidos para carboidratos totais (%) estão apresentados na Tabela 6. Para esta variável, constatou-se que os efeitos de interação no tratamento sol/sombra vs. adubado/não adubado foram significativos (P<0,05). Quando as plantas foram submetidas ao sombreamento ocorreu maior teor de carboidratos totais nas plantas não adubadas. Provavelmente nas plantas sob sombreamento e não adubadas deve ter ocorrido uma maior concentração de conteúdos celulares e 52 uma menor presença de fibras estruturais, com isso aumentando os carboidratos totais. O regime de radiação é o determinante básico do crescimento das plantas através dos seus efeitos sobre a fotossíntese e outros processos fisiológicos, como a transpiração e a absorção de nutrientes (RODRIGUES; RODRIGUES, 1987). Tanto a temperatura do ar como a do solo afetam os processos de crescimento e de desenvolvimento das plantas, sendo que cada germoplasma possui seus limites térmicos mínimos, máximos e ótimos, para cada estádio fenológico (ORTOLANI; CAMARGO, 1987). Tabela 6 Teor médio de carboidratos totais da palma forrageira, na interação sol/sombra adubado/não adubado Tratamento Adubado Não adubado Plantio exposto ao sol 79,96 aA 79,74 aA Plantio com sombreamento 79,85 aA 82,93 bA CV = 2,67 *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula (na coluna) e mesma letra minúscula (na linha) dentro de cada parâmetro não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Segundo Ferreira (2005) a composição químico-bromatológica da palma forrageira é variável de acordo com a espécie, idade dos artículos e época do ano. Ferreira et al. (2003), utilizando técnicas multivariadas na avaliação da divergência genética entre clones de Opuntia ficus-indica obtiveram teor de proteína bruta (4,81 ± 1,16%), fibra em detergente ácido (18,85 ± 3,17%) e teores consideráveis de matéria mineral (12,04 ± 4,7%), resultados semelhantes aos encontrados nesta pesquisa. A qualidade da luz pode também afetar o crescimento das forrageiras. Ao penetrar no dossel das plantas, seja das próprias forrageiras ou da copa de árvores, a qualidade espectral da radiação é alterada, geralmente ocorrendo uma diminuição na razão vermelho/infravermelho, em decorrência da absorção preferencial do vermelho. De acordo com Sanderson et al. (1997) estas mudanças induzem ou acentuam respostas morfogenéticas. Na tabela 7 constam todas as análises laboratoriais realizadas nesta pesquisa. 53 Tabela 7 Teor médio de proteína bruta (PB), estrato etéreo (EE), matéria orgânica (MO), resíduo mineral (RM), carboidratos totais (CT), fibra detergente ácido (FDA) e lignina (LIG) na matéria seca da palma forrageira, nos tratamentos sol/sombra, leste/oeste norte/sul e adubado/não adubado. Tratamento Sol PB (%MS) 4,59 A EE (%MS) 1,31 A MO (%MS) 78,94 A RM (%MS) 14,23 A CT (%MS) 81,36 A FDA (%MS) 19,14 A LIG (%MS) 3,08 A Sombra 4,89 A 1,22 A 77,44 B 12,52 B 79,85 A 18,27 A 2,84 A Leste/oeste 4,81 A 1,36 A 78,35 A 12,90 A 80,91 A 19,28 A 3,28 A Norte/sul 4,65 A 1,16 A 77,97 A 13,94 A 80,23 A 18,11 A 2,64 A Adubado Não adubado 5,15 A 4,29 B 1,22 A 1,31 A 77,61 A 78,75 A 13,70 A 13, 08 A 79,90 A 81,30 A 18,53 A 18,92 A 3,24 A 2,68 A CV (%) 13,80 26,60 2,57 13,71 2,67 13,44 38,37 *Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada parâmetro, (na coluna), não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 54 4 - Conclusão Nas condições em que foi conduzido o experimento, permite-se concluir que o sombreamento com cajá (Spondias ssp.) a 1,5 m de altura influenciou negativamente na produção de massa verde da palma forrageira. As plantas expostas ao sol apresentam melhor desempenho, desde que em condições edafoclimáticas favoráveis ao seu desenvolvimento. A palma forrageira pode ser plantada nas posições leste/oeste ou norte/sul sem interferência na composição bromatológica. 55 5 Referências Bibliográficas AOAC. Association of Official Analytical Chemists. Official methods of analysis. th 15 ed. Arlington, VA: AOAC, 1990. 1298p. ANDRADE, D. K. B. de. FERREIRA, M. de A.; VÉRAS, A. S. C.; et al. Digestibilidade e absorção aparentes em vacas da raça holandesa alimentadas com palma forrageira (Opuntia ficus-indica mill) em substituição à silagem de sorgo (Sorghum bicolor (L.) moench). Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.5, p. 2088-2097, 2002. ALBUQUERQUE, S.; LIRA, M. de A.; SANTOS, M. V. F. dos.; et al. Utilização de Três Fontes de Nitrogênio Associadas à Palma Forrageira (Opuntia ficus-indica, Mill.) Cv. Gigante na Suplementação de Vacas Leiteiras Mantidas em Pasto Diferido. 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