Herbst, concluem que nenhum dos aparelhos usados influenciaram

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Herbst, concluem que nenhum dos
aparelhos usados influenciaram decisivamente no padrão de crescimento craniofacial, não se verificando alterações nos vetores de deslocamento maxilar e mandibular.
Segundo Ayala; Gutierrez e
Interlandi2 (1999), as Classes II de origem mandibular são mais desfavoráveis, e dependem em grande parte do
potencial de crescimento da mandíbula, e que, nos pacientes “bons crescedores” o prognóstico será favorável
enquanto que nos de crescimento vertical, ou “maus crescedores”, o prognóstico será mais reservado.
Portanto, é lícito concluir que nos casos de Classe II, principalmente naqueles
em que se almeja o tratamento sem extrações, o potencial e a direção de crescimento são os principais fatores que determinam o sucesso do tratamento, ficando a mecânica ou a eleição do tipo de
aparelho em segundo plano.
O PADRÃO DE CRESCIMENTO
O tratamento proposto neste artigo, baseou-se em pacientes com maloclusões de Classe II com padrão e direção de crescimento favoráveis e a análise escolhida foi a de Jarabak, porque
além das informações a respeito de direção e potencial de crescimento, ela
fornece uma boa orientação em relação ao crescimento remanescente. Este
nem sempre favorece a correção do problema sagital, podendo inclusive acentuar as discrepâncias entre as bases
ósseas.
A análise cefalométrica de Jarabak,
é uma ferramenta fundamental para
este ou qualquer tipo de tratamento
de Classe II em pacientes em crescimento, porque ela não somente nos
informa onde é centralizado o problema, como também nos ajuda predizer
a direção que tomará o crescimento e
a provável resposta aos procedimentos terapêuticos.
As medidas escolhidas foram:
a) Porcentagem de Jaraback.
Esta medida é dada pela relação
entre a altura facial posterior e a altura facial anterior (Fig. 1). Esta por44
centagem é conseguida mediante a
seguinte fórmula.
Altura facial posterior x 100 = % de Jarabak
Altura facial anterior
Segundo Ayala, Gutierrez e
Interlandi2 (1999), seu resultado permitirá antecipar a direção do crescimento facial, e que embora não permita predizer os incrementos de forma exata, dá condições de prever a
direção em que o crescimento normalmente se manifesta, isto é:
A porcentagem baixa, com valores entre 54 a 58%, produzirá crescimento no sentido horário. Assim a
Altura Facial Posterior aparecerá com
crescimento menor que a Altura
Facial Anterior.
A porcentagem entre 59 a 63%,
ocasionará crescimento neutro, ou
seja, a Altura Facial Posterior terá
crescimento proporcional à Altura
Facial Anterior.
Quando a porcentagem situar-se
entre 64 a 80%, deverá ocorrer o
Altura facial posterior
x 100
Altura facial anterior
crescimento no sentido anti-horário,
ou seja, a Altura Facial Posterior terá
crescimento maior que a Altura
Facial Anterior (Fig. 2).
b) Relação Base Craniana
Posterior e Altura do Ramo
A base craniana posterior se estende do ponto Sela ao Articular
(S-Ar) e a altura do ramo, entre
os pontos Ar e Goc.
O valor médio para a base posterior do crânio é de 32mm e para a
altura do ramo é de 44mm, mantendo desta forma uma proporção entre
elas de três para quatro (3:4).
A medida responsável pelo aumento da porcentagem de Jarabak
(crescimento anti-horário) é a altura
facial posterior. Normalmente, este
aumento ocorre devido ao crescimento da base craniana posterior e da
altura do ramo. Se ambos aumentam
na mesma quantidade, a proporção
de 3:4 não alterará e o crescimento
continuará para frente e para baixo
proporcionalmente.
= % de Jarabak
FIGURA 1 - A porcentagem de Jarabak é obtida através da proporção entre as
alturas faciais posterior e anterior.
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 3, p. 43-63, maio/jun. 2002
A
B
Crescimento
Horário
Porcentagem de Jarabak
Baixa 54%
C
Crescimento
Neutro
Porcentagem de Jarabak
61%
Crescimento
Anti-Horário
Porcentagem de
Jarabak Alta 72%
FIGURA 2 - A - Porcentagem de Jarabak diminuída indica crescimento horário. B - Crescimento Neutro e C - Porcentagem
de Jarabak aumentada indica crescimento anti-horário.
Se a base posterior do crânio for
a principal responsável por este incremento, mudando assim a proporção de 3:4 e aproximando-se de 1:1,
terá um padrão de crescimento mandibular mais para baixo do que para
frente.
Ao contrário se a altura do
ramo for a maior responsável por
este incremento, mudando a proporção de 3:4 e aproximando-se de
3:5, terá um padrão de crescimento mandibular mais para frente do
que para baixo.
c) Ângulo Goníaco Superior
Segundo Roth, esta é uma das
poucas medidas cefalométricas que
têm valor próprio.
Este ângulo descreve a inclinação
do ramo ascendente da mandíbula,
que influenciará diretamente na direção de crescimento sagital remanescente da mandíbula.
Quando o ramo se apresenta com
o ângulo goníaco aumentado, com
inclinação para trás, pode-se esperar um deslizamento para trás e deslocamento para frente.
Quando o ramo se apresenta com
o ângulo goníaco diminuído, com inclinação para frente, pode-se espe-
rar um deslizamento para cima e deslocamento para baixo.
Normalmente seu valor varia de
o
52 a 55o. Portanto, a presença de
ângulo goníaco superior aumentado (57o a 65o), indicará um incremento de crescimento remanescente horizontal da mandíbula, levando a parte inferior da face para
frente.
Ao contrário, quando diminuído (43o a 48 o) o incremento remanescente de crescimento mandibular será mais vertical e com pouca
projeção anterior do mento, levando a parte inferior da face mais
para baixo.
Nos casos desfavoráveis, o
enfoque deve ser dirigido fundamentalmente, à tentativa de produzir auto rotação da mandíbula,
além de projetar o mento e o arco
dentário inferior para frente. Isto
poderá ser feito à custa do controle vertical, e muitas vezes, se o
perfil permitir, às custas de extrações dentárias (Fig. 3)
MECÂNICA DE CLASSE II
Na fase inicial, somente são colados braquetes nos dentes anteriores e posto entre eles e os molares
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 3, p. 43-63, maio/jun. 2002
um pedaço de tubo de borracha
deslizante que recobre o arco. Este
tubo (Bumper-Sleeve) terá a função
de transmitir a força que os elásticos de Classe II imprimem na região dos dentes anteriores superiores para os molares superiores.
Desta forma os elásticos de Classe
II poderão agir não só na estimulação do crescimento da mandíbula,
como também freando o movimento do molar superior para mesial,
semelhante a ação do aparelho extrabucal (Fig. 4).
O arco usado é o tipo Australiano (Bow-Flex) com 0,016”de
espessura. Faz-se, na região posterior, entre a mesial dos primeiros molares e distal dos segundos
premolares uma dobra de Segunda ordem, a fim de levar os dentes
da região anterior do arco em direção ao fundo do vestíbulo. Quando o arco é inserido nas ranhuras
dos braquetes dos dentes anteriores, produzirá um vetor, de força
vertical, que permitirá a abertura
da mordida anterior. Esta dobra
posterior deverá ter amplitude suficiente para que a região anterior
do arco descanse no fundo do vestíbulo sem pressão (Fig. 5).
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