b.2) função do ouvido médio

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ANATOMIA E FISIOLOGIA DO OUVIDO
A audição é a capacidade de ouvir os sons ambientes. O som é ao
mesmo tempo um fenômeno físico e sensorial. Origina-se da vibração de um
objeto e se transmite pela vibração das partículas do meio ambiente. O ouvido
(anatomicamente chamado de orelha) é um órgão sensorial estruturado para
captar essas ondas de vibração do meio e transformá-las em impulsos
nervosos que são transmitidos para o sistema nervoso central produzindo a
“sensação auditiva”.
As características físicas do som são o ciclo (alternância entre
compressão e descompressão), freqüência (números de ciclos na unidade de
tempo), intensidade ou amplitude (amplitude do ciclo), timbre(característica
dependente da fonte sonora) e velocidade (dependente do meio). A freqüência
é medida em Hertz (ciclos por segundo) e a intensidade audiológica
em decibel (dB). Decibel é uma medida logarítima da intensidade física do som
(I = watt/cm²). É usada porque é necessário aumentar muito a intensidade
física do som (progressão geométrica) para aumentos segmentares na
sensação auditiva (progressão aritimética). É a chamada lei de Weber-Fechner:
para cada aumento aritmético de uma sensação é necessário o aumento
geométrico da intensidade física.
Tom puro é um som com uma freqüência específica. O som complexo,
como o da palavra falada, é formado por tons de várias freqüências e
intensidades. O campo auditivo humano abrange uma gama de freqüências de
20 a 20000 Hz e intensidades de até 140 dB.
A) Anatomia da Orelha:
O órgão responsável pela audição é a orelha (antigamente denominado
ouvido), também chamada órgão vestíbulo-coclear ou estato-acústico.
A maior parte da orelha fica no osso temporal, que se localiza na caixa
craniana. Além da função de ouvir, o ouvido também é responsável pelo
equilíbrio.
A orelha está dividida em três partes: orelhas externa, média e interna
(antigamente denominadas ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno).
A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo (antigamente denominado
orelha) e pelo canal auditivo externo ou meato auditivo. Todo o pavilhão
auditivo (exceto o lobo ou lóbulo) é constituído por tecido cartilaginoso
recoberto por pele, tendo como função captar e canalizar os sons para a orelha
média.
O canal auditivo externo estabelece a comunicação entre a orelha média e o
meio externo, tem cerca de três centímetros de comprimento e está escavado
em nosso osso temporal. É revestido internamente por pêlos e glândulas, que
fabricam uma substância gordurosa e amarelada, denominada cerume ou cera.
Tanto os pêlos como o cerume retêm poeira e micróbios que normalmente
existem no ar e eventualmente entram nos ouvidos.
O canal auditivo externo termina numa delicada membrana – tímpano ou
membrana timpânica – firmemente fixada ao conduto auditivo externo por um
anel de tecido fibroso, chamado anel timpânico.
A orelha média começa na membrana timpânica e consiste, em sua totalidade,
de um espaço aéreo – a cavidade timpânica – no osso temporal. Dentro dela
estão três ossículos articulados entre si, cujos nomes descrevem sua forma:
martelo, bigorna e estribo.
Esses ossículos encontram-se suspensos na orelha média, através de
ligamentos. O cabo do martelo está encostado no tímpano; o estribo apóia-se
na janela oval, um dos orifícios dotados de membrana da orelha interna que
estabelecem comunicação com a orelha média. O outro orifício é a janela
redonda.
A orelha média comunica-se também com a faringe, através de um canal
denominado tuba auditiva (antigamente denominada trompa de Eustáquio).
Esse canal permite que o ar penetre no ouvido médio. Dessa forma, de um
lado e de outro do tímpano, a pressão do ar atmosférico é igual. Quando essas
pressões ficam diferentes, não ouvimos bem, até que o equilíbrio seja
restabelecido.
A orelha interna, chamada labirinto, é formada por escavações no osso
temporal, revestidas por membrana e preenchidas por líquido. Limita-se com a
orelha média pelas janelas oval e redonda. O labirinto apresenta uma parte
anterior, a cóclea ou caracol – relacionada com a audição, e uma parte
posterior – relacionada com o equilíbrio e constituída pelo vestíbulo e pelos
canais semicirculares.
B) Fisiologia Auditiva
B.1) FUNÇÃO DO OUVIDO EXTERNO
A função básica do ouvido externo consiste em captar as ondas sonoras
procedentes do exterior e conduzi-las ao ouvido médio. As ondas sonoras
correspondem às vibrações das moléculas de ar que se expandem a partir do
ponto onde se produz o som, da mesma forma que se propagam as ondas na
água do ponto onde cai uma pedra ou qualquer objecto.
No ser humano, o pavilhão auricular não tem uma função relevante, ao
contrário do que acontece em muitos animais que podem mover as orelhas em
diferentes direcções e focar assim a sua audição. As ondas sonoras penetram
simplesmente no canal auditivo externo e atravessam-no até chegarem ao
tímpano, fazendo-o vibrar.
B.2) FUNÇÃO DO OUVIDO MÉDIO
As ondas sonoras que chocam contra o tímpano fazem vibrar esta delicada
membrana elástica, que separa o ouvido médio. Ao vibrar, o tímpano move a
cadeia de ossículos do ouvido médio: cada vibração provoca a deslocação do
martelo, cujo cabo está inserido na membrana timpânica, o martelo move a
bigorna e esta, por sua vez, move o estribo, cuja base bate na janela oval e
origina assim uma onda no líquido contido no ouvido interno.
Além de transmitir as vibrações procedentes do exterior, o ouvido médio
amplia-as, o que é necessário para que não enfraqueçam demasiado as ondas
que viajam por um meio aéreo ao chegar a um meio líquido - - só assim se
conseguem ouvir os sons mais fracos. Esta ampliação é possível graças à
particular anatomia do ouvido médio, já que o tímpano tem uma superfície vinte
vezes maior do que a da janela oval. Por isso, o som concentra-se e intensificase no seu percurso pela cadeia de ossículos, de modo a compensar a perda de
energia sofrida pelas ondas na mudança de meio.
B.3) FUNÇÃO DO OUVIDO INTERNO
Cada vez que a base do estribo choca com a janela oval, gera um movimento
da perilinfa, o líquido que ocupa o espaço compreendido entre o labirinto ósseo
e o membranoso. Produz-se, assim, uma espécie de onda que percorre todo o
caracol, primeiro pela rampa vestibular e, depois, pela rampa timpânica, até se
desvanecer quando chega à janela redonda. No seu percurso, a deslocação da
perilinfa faz vibrar a membrana basilar que constitui a base da cóclea, onde se
encontra o elemento básico da audição - o órgão de Corri. Com as vibrações,
as células sensoriais do órgão de Corti deslocam-se e os pequenos cílios
presentes na sua superfície superior chocam com um elemento de consistência
gelatinosa que flutua na endolinfa que ocupa a cóclea, a membrana tectória.
Quando estes cílios chocam contra a membrana tectória, geram modificações
metabólicas nas células sensoriais, que transformam os estímulos mecânicos
em impulsos eléctricos, os quais se transmitem às fibras do nervo coclear que
nascem no polo inferior das células sensoriais; estes sinais viajam pelo nervo
coclear e, depois, pelo nervo auditivo até chegarem ao cérebro, onde se torna
consciente a percepção sonora.
O ouvido humano pode apenas captar ondas sonoras de uma frequência
compreendida entre 16 e 20 mil hertz (vibrações por segundo). Isto marca uma
notória diferença com a capacidade de alguns animais. Os elefantes podem
captar infrasons, de frequências mais baixas, enquanto que outros podem
captar ultra-sons, de frequências superiores aos 20 Mhz, inaudíveis para o ser
humano: o cão capta sons até 50 mil vibrações por segundo, o morcego até
120 mil e o golfinho até 150 mil. Na realidade, o ouvido humano está
especialmente adaptado para captar os sons de uma frequência média de mil a
duas mil vibrações por segundo, o que tem uma explicação lógica, na medida
em que são frequências correspon- dentes às dos sons da voz humana.
Dependendo da fre- quência das ondas sonoras, estas penetram mais ou
menos em profundidade no caracol e fazem vibrar diferentes sectores da
membrana basilar. Assim, as ondas de frequência mais alta não penetram
demasiado e, pelo contrário, as de baixa frequência penetram em
profundidade. Desta forma, o cérebro pode distinguir os diversos sons,
segundo a localização dos seus efeitos no caracol.
Por outro lado, as ondas sonoras, além de se propagarem no ar, também
fazem vibrar os ossos do crânio e provocam uma determinada deslocação da
perilinfa, que se traduz em estímulos na cóclea. Esta transmissão óssea de
sons, que se propagam pelo crânio directamente até ao ouvido interno, não é
absolutamente tão importante como a transmissão aérea que penetra pelo
ouvido externo, embora seja notória quando se trata da própria voz - a isto se
deve o facto de cada pessoa ouvir a sua própria voz de uma forma e que quase
não a reconheça quando a ouve numa gravação, uma vez que aí depende
exclusivamente da transmissão aérea.
Resumindo:
1. A entrada de sons no canal auditivo faz com que a membrana timpânica se
mova.
2. A membrana timpânica vibra com o som.
3. As vibrações sonoras se movem através dos ossículos para a cóclea.
4. Vibrações sonoras fazem o líquido na cóclea se mover.
5. O movimento do fluído causa contração das células ciliadas. As células
ciliadas criam sinais neurais que são captados pelo nervo auditivo. As
células ciliadas de uma extremidade da cóclea enviam informações de som
de baixa frequência e, células ciliadas do outro extremo enviam
informações de som de alta frequência.
6. O nervo auditivo envia sinais ao cérebro que interpretará como sons.
**** Ver o vídeo em anexo
c) TIPOS DE PERDAS AUDITIVAS
C.1) Perda Auditiva Condutiva
Qualquer problema no ouvido externo ou médio que impeça que o som seja
conduzido de forma adequada é conhecido como uma perda auditiva
condutiva. Perdas auditivas condutivas são geralmente de grau leve ou
moderado, variando de 25 a 65 decibel.
Em alguns casos, a perda auditiva condutiva pode ser temporária. Dependendo
da causa do problema, medicação ou cirurgia podem ajudar. Os casos de
perda auditiva condutiva podem ser tratados com o uso do aparelho auditivo ou
com implante de ouvido médio.
C.2) Perda Auditiva Sensorioneural
A perda auditiva sensorioneural resulta da falta ou dano de células sensoriais
(células ciliadas) na cóclea e geralmente é permanente. Também conhecido
como "surdez neural", a perda auditiva sensorioneural pode ser de grau leve,
moderada, severa ou profunda.
Perda auditiva sensorioneural de grau leve a severa pode sempre ser tratada
com aparelhos auditivos ou implante de orelha média. Implantes Cocleares são
soluções para perda auditiva severa ou profunda.
Algumas pessoas têm perda auditiva sensorioneural apenas em alta
freqüência, também conhecida como surdez parcial. Nestes casos, apenas as
células ciliadas da base da cóclea estão danificadas. Na parte interna da
cóclea, o ápice, as células ciliadas que são responsáveis pelo tratamento dos
tons baixos ainda estão intactas. A Estimulação Eletroacústica ou EAS, foi
desenvolvida especificamente para esses casos.
C.3) Perda Auditiva Mista
A perda auditiva mista é uma combinação de uma perda auditiva
sensorioneural e condutiva. É o resultado de problemas em ambos os ouvidos:
interno e externo ou médio. As opções de tratamento podem incluir
medicamentos, cirurgia, aparelhos auditivos ou implantes auditivos de ouvido
médio.
C.4) Perda Auditiva Neural
Um problema que resulta da ausência ou dano ao nervo auditivo pode causar
uma perda auditiva neural. A perda auditiva neural é geralmente profunda e
permanente.
Aparelhos auditivos e implantes cocleares não podem ajudar, porque o nervo
não é capaz de transmitir informações sonoras para o cérebro.
Em alguns casos, um Implante Auditivo de Tronco Cerebral (ABI) pode ser uma
opção terapêutica.
D) AUDIOGRAMA
Um audiograma é um gráfico que mostra a audição utilizada por uma pessoa e
a quantidade de perda auditiva que o indivíduo tem em cada orelha. Ao longo
do topo do gráfico, os números variam de 125 a 8000. Estes números referemse às freqüências.
A freqüência é expressa em ciclo por segundo ou hertz. Quanto maior a
freqüência, maior o pitch do som. Por exemplo, 250 Hertz (Hz) soa como o
gotejar de uma torneira, enquanto a alta- freqüência de toque do telefone é
aproximadamente 8000 Hz.
A Loudness é medida em unidade chamada decibel. Zero dB (0dB) não
significa "nenhum som". É apenas muito suave. O nível de conversação
habitual é cerca 65 dB e, 120 dB é muito,muito alto - quase tão alto como um
avião decolando quando você está em pé apenas a 25 metros de distância. Os
números ao lado do gráfico são os níveis de audição em decibel.
Durante um teste de audição, o audiologista apresenta sons em uma
freqüência de cada vez. O tom mais suave o qual uma pessoa pode ouvir de
cada freqüência é marcada no audiograma naquela freqüência e intensidade.
Este é o chamado "limiar de audição".
O seu audiograma é uma foto da sua audição. Isso indica o quanto sua audição
varia do normal e, se houver alguma perda auditiva, onde o problema pode
estar. Há diferentes tipos e graus de perda auditiva. Depende de qual parte da
orelha está afetada. Especialistas geralmente diferenciam quatro tipos
principais de perda auditiva: perda auditiva condutiva, perda auditiva
sensorioneural, perda auditiva mista e perda auditiva neural.
E) AUDIOMETRIA
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