Carta em PDF - Kapitalo Investimentos

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Carta do Gestor – Abril 2013
Terminamos o mês de abril com posição comprada em peso mexicano basicamente contra o euro. No mercado de
juros local, temos posição dada e operações com objetivo de explorar distorções na curva de juros. Estamos também tomados
em inflação implícita. Continuamos com posição tomada na curva de juros americana e canadense. No México, temos
posição dada na parte curta da curva, além de posições de curvatura. Em renda variável, mantivemos exposição comprada e
as apostas de valor relativo entre ações e iniciamos posição vendida em ouro.
Cenário
As informações recebidas no mês de abril mantiveram nossa visão otimista para a economia mundial no médio
prazo, mas não abrandaram o maior risco do curto prazo. Os indicadores de confiança da indústria permaneceram
relativamente estáveis na Europa e Ásia e tiveram um recuo nos EUA. O comércio mundial ainda mostrou fraqueza. Por
outro lado, os indicadores financeiros permaneceram positivos. Além disso, o apoio das autoridades mundiais às
medidas expansionistas do banco central japonês abriu as portas para novos estímulos em outros países.
Nos EUA, os dados de confiança da manufatura caíram, mas a relação entre as novas ordens e estoques foi
melhor, indicando uma possível melhora à frente. Os dados da economia real confirmaram esse baixo nível de estoque e
mostraram uma pequena retomada dos pedidos menos voláteis da indústria. O consumo continuou mostrando vigor. A
confiança do consumidor permaneceu elevada e, aliada com a queda do preço de gasolina, deverá manter elevado o
ímpeto do consumidor. O setor imobiliário, embora tenha mostrado algum aumento dos estoques, continuou com um
quadro muito favorável, com aumento de vendas e novas construções, e deverá contribuir cada vez mais para o
crescimento, não só de forma direta via investimento residencial, mas também incentivando o consumo através de
maior riqueza e colateral para crédito. Os dados de emprego também foram positivos, com os pedidos de seguro
desemprego ficando no mínimo desde o início da crise. A redução dos gastos do governo continuou pesando forte sobre
a economia e, embora devam manter o risco no curto prazo, melhoram cada vez mais a perspectiva fiscal para os EUA,
fazendo o déficit projetado pra o final do ano já ficar abaixo dos 5%.
Na Europa, enquanto a Alemanha continuou mostrando maior fraqueza, os demais países ficaram relativamente
estáveis ou tiveram até mesmo alguma melhora. A deterioração da economia alemã, juntamente com o apoio
internacional ao movimento do banco central japonês, fez o banco central alemão ficar mais flexível com novos
estímulos monetários, abrindo espaço para estímulos do ECB nas próximas reuniões. A coalizão alcançada na Itália
também reduziu o risco político na região. O ajuste fiscal continuou a ser feito, embora com menos vigor. Desta forma
continuamos com um cenário de baixo crescimento, porém com um menor risco de stress financeiro.
Na China, a atividade ficou um pouco mais fraca. O sentimento dos empresários caiu, mas permaneceu em um
nível bom. Os dados da economia real indicam ainda um crescimento acima de 7%, com o varejo mostrando alguma
recuperação na margem, o investimento estável em patamar elevado e produção industrial desacelerando. Os dados de
inflação recuaram, abrindo espaço para medidas expansivas do governo.
No México, os indicadores voltaram a apontar fraqueza. O Banco central manteve os juros estáveis, mas
declarações do presidente da instituição mostraram que uma nova queda da taxa pode ser avaliada. A fraqueza atual da
economia mexicana parece compatível com o menor crescimento da economia americana. Acreditamos que a
reaceleração da economia americana deverá dar um novo vigor para a atividade no México, mas no curto prazo as
indicações do BC apontam para um novo corte de juros.
No Brasil a atividade mostrou poucos sinais de melhora. Os itens menos voláteis das vendas do varejo foram
fracos, assim como a produção industrial. A criação de vagas melhorou, mas ficou ainda em um nível baixo. O dado mais
positivo foi a venda de automóveis. A confiança tanto do empresário quanto do consumidor caiu, indicando um quadro
ainda complicado nos próximos meses. A conta corrente também mostrou deterioração em praticamente toda sua
Carta do Gestor Abril 2013
abertura, e a piora dos termos de troca aponta para mais fraqueza nos próximos meses. Por outro lado, a inflação
permaneceu pressionada. Neste quadro o governo parece ter optado por fazer um impulso fiscal para ajudar a atividade
e subir os juros na tentativa de conter as expectativas de inflação. O superávit governamental diminuiu e o BC iniciou um
ciclo de aperto monetário com 0,25 pp de elevação na Selic. Com a atual atividade fraca e margens apertadas
acreditamos que a elevação dos juros pode ter um impacto mais forte na atividade e, desta forma, para não levar o país
para uma recessão, o banco central fará um ciclo curto de aperto monetário.
Posições
No mercado de juros local, reduzimos a posição dada nos juros nominais até o ano de 2014, em função da
precificação de um menor ciclo de alta após a reunião do Copom. Aumentamos a posição comprada em inflação
implícita, dado que o cenário inflacionário continua pressionado. Além disso, reduzimos as posições de curvatura entre o
final de 2013 e 2014.
Nos juros americanos, a manutenção do cenário positivo com a economia e a queda dos juros nos fez aumentar a
posição inclinada. Substituímos nossa posição tomada na parte longa da curva por uma posição tomada em juros de 10
anos via estrutura de opções, nesta substituição aumentamos nossa exposição líquida reduzindo o risco de estresse. No
Canadá, reduzimos a posição tomada. No México, após as declarações mais expansionistas do BC e por não acreditarmos
em um aumento da taxa de juros no curto prazo, aumentamos nossa posição dada na parte curta da curva. A expectativa
de melhora da economia mexicana ajudada pela economia americana também nos levou a aumentar a posição de
inclinação com viés tomado. Reduzimos nossa desinclinação na parte mais longa da curva. No Chile, a forte queda do
preço do cobre e um banco central com um viés mais expansionista nos fez reduzir a posição tomada na parte curta da
curva.
No peso mexicano temos posição comprada basicamente contra o euro. Mantemos exposição menor que no
passado recente devido à forte valorização da moeda no ano. Além disso, consideramos que aumentaram as chances do
Banco Central intervir no mercado de câmbio comprando dólares ou realizando corte de juros. Porém, continuamos
acreditando que fluxos de investimentos estrangeiros diretos ou em bolsa tendem a aumentar em função do bom
desempenho da economia local e das exportações. No euro, julgamos também que as chances do Banco Central Europeu
reduzir a taxa básica de juros ou realizar nova expansão monetária podem tornar o euro mais fraco, corroborando o
aumento na posição vendida.
No mercado de ações local, seguimos comprados em incorporadoras imobiliárias e empresas do setor industrial.
Reduzimos parcialmente a alocação comprada em frigoríficos à espera da divulgação dos resultados do 1º trimestre das
empresas do setor. Iniciamos posição comprada em empresa de shopping centers. Seguimos vendidos em siderúrgica e
em empresa do setor de consumo (alimentos).
No mercado internacional, seguimos comprados no índice S&P 500 através de futuros e opções, embora
tenhamos reduzido parcialmente esta posição. Aumentamos a posição comprada em mineradora australiana, que em
nossa opinião já embute em suas cotações uma queda relevante do minério de ferro no futuro. Iniciamos posição
vendida em ouro, através da compra de opções de venda do metal. Acreditamos que o recente melhora do resultado
fiscal americano, bem como o nosso cenário base para a economia americana de crescimento e inflação moderados
tende a diminuir a procura por proteção via ouro.
No Long & Short, seguimos comprados em mineradoras e vendidos em papel e celulose. Mantemos apostas
entre ações ON e PN e entre holdings e subsidiárias de bancos no Brasil. Encerramos a posição comprada em mineradora
australiana e vendida em mineradora brasileira, uma vez que o governo brasileiro deu indicações que o novo código
mineral não deve trazer modificações relevantes na taxação das mineradoras locais.
Carta do Gestor Abril 2013
Atribuição de Performance
No mercado de juros local, as perdas com a posição comprada em inflação implícita foram compensadas pelas
posições dadas nos juros nominais. A estratégia inclinação também contribuiu positivamente para o resultado de abril.
As perdas nos juros internacionais são atribuídas principalmente às apostas com viés tomado na curva
americana. A posição tomada na curva chilena, bem como as inclinações na curva mexicana, também contribuiu
negativamente para o resultado.
Nas moedas, a posição comprada no real contra o dólar foi destaque de performance positiva. O desempenho
do peso mexicano contra uma cesta, formada basicamente por dólar e euro, também contribuiu positivamente. As
perdas ficaram por conta da posição tomada no cupom cambial.
Na bolsa brasileira, as posições compradas em frigoríficos e em empresa do setor industrial foram responsáveis
por grande parte do resultado negativo. No Long & Short, obtivemos resultados positivos com posição comprada em
mineradora contra empresa de celulose. Em bolsa internacional, a posição comprada em bolsa americana e a posição
vendida em ouro apresentaram ganhos.
Fundos
KAPPA FIN
Estratégias
Juros
Moedas
Bolsa
Subtotal (ex. CDI)
Total (ex. CDI)
CDI
Performance do Fundo
% CDI
ZETA FIQ
abr/13
2013
abr/13
2013
0,43%
0,47%
1,07%
1,25%
Juros Direcional
Juros Inclinação
Inflação
Juros Internacional
Total
Cupom Cambial
Real
Câmbio Internacional
Total
Bolsa
Bolsa Long & Short
Bolsa Internacional
Total
0,29%
1,01%
0,73%
2,62%
-0,20%
0,73%
-0,57%
1,83%
---
-0,02%
2,64%
-0,17%
6,72%
Caixa
Custos
0,01%
-0,14%
0,03%
-1,08%
-0,02%
-0,11%
-0,02%
-1,92%
---
-0,15%
1,60%
-0,30%
4,79%
---
0,60%
0,45%
2,22%
3,82%
0,60%
0,30%
2,22%
7,01%
74,46%
171,76%
49,81%
315,43%
0,29%
0,43%
0,72%
1,18%
-0,22%
-0,15%
-0,57%
-0,40%
-0,46%
-0,62%
-1,16%
-1,63%
0,03%
0,14%
0,06%
0,40%
-0,14%
-0,13%
-0,37%
-0,36%
0,23%
0,44%
0,57%
1,16%
0,06%
1,47%
0,14%
3,70%
0,15%
1,78%
0,35%
4,50%
-0,57%
0,12%
-1,51%
0,31%
0,08%
-0,41%
0,20%
-1,11%
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