QUESTÃO DO ENEM DE 2014. A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia das Letras, 2010. Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como a) Busca por bens materiais e títulos de nobreza. Na alternativa (a) fica explicitado motivos para a felicidade, mas não da felicidade. Aristóteles não indica de forma sistemática em que consiste a felicidade ‘eudamonia”. Buscar por bens materiais e títulos de nobreza trata-se de uma utilidade, mas de forma alguma refere-se a um bem final e sim de uma condição para a possibilidade, embora, a falta de bens exteriores prive a felicidade não é dele a exclusividade da felicidade o excesso de bens com sugere a resposta (a) não contradiz a moderação e as virtudes necessárias para a felicidade. Os bens exteriores são meios e não fins e a felicidade é um fim. b) Plenitude espiritual e ascese pessoal. A plenitude espiritual e a ascese pessoal não suficientes para a realização da eudaimonia porque o homem também precisa satisfazer outras condições que levam a felicidade, tais como ter amigos, ter filhos, ter bens materiais entre outras como expresso no livro I da Ética a Nicômaco. Embora a especificidade do homem consista no exercício da atividade racional, e nele se encontra a eudaimonia, a felicidade só pode se relacionar com a plena realização dessa capacidade. Entretanto, são necessários outros bens humanos para o homem atingir a eudaimonia que lhe convêm. C) Finalidade das ações e condutas humanas. (correta) Para Aristóteles a felicidade é um fim em si mesmo que consiste numa ação virtuosa. Não é um estado, mas sim uma atividade, a mais autossuficiente de todas; felicidade não consiste em momentos felizes - Aristóteles diz que a diversão não é buscada por ela mesma, e essa diversão pode causar mais danos do que benefícios. "a vida feliz parece ser uma vida que exprime a virtude, a qual é uma vida que envolve acções sérias e não consiste na diversão. Para além disso, dizemos que as coisas sérias são melhores do que as que proporcionam divertimento, e que, em qualquer caso, a actividade da melhor parte e da melhor pessoa é mais séria e excelente; e a actividade que é melhor é superior, e por isso tem mais o carácter de felicidade".(Aristóteles (1985). Nichomachean Ethics. (Introdução, tradução e notas de Terence Irwin). Indianapolis: Hackett, 1177 a 5, p. 283) “A concepção aristotélica de felicidade estava ligada à ética, ou seja, às boas ações humanas baseadas em regras que nortearão a vida em sociedade. Para Aristóteles, a felicidade não provém de um entretenimento, mas de uma ação e esforço. A felicidade é assim uma busca e um progresso. Dessa maneira, a felicidade deveria estar ligada à finalidade das ações e condutas humanas” Fonte: http://educacao.globo.com/provas/enem-2013/questoes/27.html Acesso em 09/06/2016 às 17h45mint d) Conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. Porque como atividade a felicidade é um processo e não puro conhecimento da verdade. e) Expressão do sucesso individual e reconhecimento público. O reconhecimento individual é um meio para a felicidade, porém, para Aristóteles tão somente, o reconhecimento individual não abarcaria a felicidade, a busca pelo sucesso e apenas por ele tem em sua extremidade mais tem caráter de um vício do que de uma virtude. O reconhecimento vem dos outros e não de si mesmo e esperamos ser reconhecido por alguém dotado de sabedoria.