Nesta quinta-feira, 19 de novembro de 2009, o país comemora 120 anos da instituição da sua bandeira como símbolo nacional. A tremular nos mastros, pairando sobre as diferentes planícies urbanas e rurais, este pendão é o pulsar permanente da alma generosa e fraterna de um povo que luta para construir uma nação desenvolvida, justa, em paz, democrática e soberana. Também nesta quinta-feira, por ser a terceira de novembro, critério adotado pela Organização das Nações Unidas em 2002, celebra-se o Dia Mundial da Filosofia. E penso ser imprescindível à sociedade dimensionar, em toda sua grandeza, o significado da Filosofia para a humanidade. Se o maior sonho do Homem é alcançar a felicidade, e se a felicidade é fruto de conquistas, estas não ocorrem ou são efêmeras sem uma condição basilar: o conhecimento. Recorro aqui a uma das brilhantes definições do professor A.C. Ewing, ao afirmar: “Não resta dúvida de que uma das mais importantes fontes de felicidade, ao menos para os que podem apreciá-la, consiste na busca da verdade e na contemplação da realidade. Eis aí o objetivo do filósofo”. Ao contrário do que tentam mitificar os tecnicistas e adeptos do praticismo, a filosofia não é descartável, muito menos uma fonte de divagações. É lamentável que, aos poucos, a pressão de tempos dominados pelo imediatismo e pelo consumismo venha minimizando o alcance e a propriedade da filosofia, ao ponto de desprezá-la e até excluí-la dos currículos e compêndios escolares. Ora, senhor presidente, senhoras e senhores deputados, é preciso ver o que a morfologia nos ensina: filosofia, em grego, significa “o que ama a sabedoria”. E a sabedoria depende do conhecimento, da investigação, do saciar a sede de curiosidades, da formulação incessante de perguntas e da busca também incessante de respostas a todos os caminhos visíveis e invisíveis por onde transitam os seres humanos, com seus princípios, sua moral, seu “sim” e seu “não” de cada dia. A Filosofia é ainda, e principalmente, a chave que permite abrir as portas do novo, da renovação, da evolução, é atitude e é movimento, como quando alguém se reporta a uma sábia sentença escrita nas cartas de Sêneca a Lucílio: “A Filosofia ensina a agir, não a falar”. E esse “agir” é decisivo para que a Humanidade conheça toda a origem e a profundidade de suas feridas para curálas, sobretudo no contexto das demandas por paz, igualdade, direitos, ética, autodeterminação, progresso e sustentabilidade. Não por acaso, em 2008, a comemoração do Dia Mundial da Filosofia teve como referência o sexagésimo aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. E é por isso que se entende a necessidade de um Dia Mundial da Filosofia, no qual se dê a mais ampla visibilidade ao desafio que as pessoas têm de estimular seu espírito crítico em relação a si mesmas e ao próximo, processo que, seguramente, pode garantir a construção de um mundo melhor e mais justo. Muito obrigado. VANDER LOUBET Deputado Federal PT/MS