Principais zonas e infra-estruturas energéticas de Moçambique

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Energy Security Fact Sheet:
com o apoio de
Moçambique
Strategic Insight: potência energética emergente, mas
com elevadas vulnerabilidades infraestruturais
INDICE DE SEGURANÇA ENERGÉTICA
Pontos fortes:
váveis
Pontos fracos:
ção e acesso a energia
Sistema energético muito ineficiente
• Recursos e reservas energéticas disponíveis, fósseis e reno• Enorme potencial de um mix energético ‘limpo’
• Carência elevada de infra-estruturas energéticas para produ-
Índice de Segurança Energética: Scoring (de 1 - muito baixo a 5 - muito elevado)
Disponibilidade de recursos
Indicadores
Dimensão
Segurança
Energética
Eficiência
energética
Sustentabilidade
Acessibilidade e Infraestruturas
(Desenvolvimento Sistema
Energético)
Auto-suficiência
energética
Energia
primária
renovável
Intensidade
energética no
PIB
2010
5
4
1
3,7
5
0,8
1
0,37
2011
5
4
1
4
5
1
1
0,38
2012
5
4
1
3,7
5
1
1
0,37
2013
5
4
1
3,7
5
1
1
0,37
Média 20102013 p/
dimensão
4,5
1
4,39
Eletricidade
Verde
Consumo
População com energético na
mobiacesso à
lidade
eletricidade (%)
automóvel (%)
Índice de
Segurança
Energética
Intensidade
carbónica do
sector energético
0,98
0,38
Índice de Segurança Energética: fontes estatísticas
Dimensões
Indicadores
Disponibilidade de recursos
Auto-suficiência
energética (TPE/
TEP)
Acessibilidade
Eficiência energética
Sustentabilidade
Consumo
Intensidade
Eletricidade
energético na
carbónica do
Energia primária População com
Intensidade energética no
mobilisector energético Verde (TER/
renovável (EPR/ acesso à eletricidaPIB (TEP/PIB)
dade automóvel
TEP)
de (%)
(CO2/TEP)
TPEl)
(%)
79%
15%
5%
1,09
0,25
99%
2010
1,23
2011
1,25
80,3%
20%
6%
1,15
0,23
99%
1,51
79,6%
21%
6%
0,99
0,25
99%
1,53
80%
21%
7%
1
0,25
99%
2012
2013
energy security fact sheet Moçambique
Potenciais Rotas marítimas de exportação do Gás Natural Moçambicano
Grau de Risco Político
de Moçambique como
fornecedor energético:
2,29 (Moderado)
Escala:
0– Nulo
1— Baixo
2— Moderado
3— Elevado
Fonte: Cálculos realizados com
base no Worlwide Governance
Indicators do Banco Mundial ,
2014
Os recursos energéticos
são fundamentais para a
valorização geopolítica de
Moçambique.
A nível do papel de Moçambique no sistema segurança energética global,
com as vastas reservas de
CO2 / TEP = Dióxido de Carbono / Total Energia Primária
TPE/TEP= Total Produção Energética / Total Energia Primária
EPR / TEP = Energia Primária Renovável / Total Energia Primária
TEP / PIB = Total Energia Primária / Produto Interno Bruto
TER / TPE = Total Eletricidade Renovável / Total Produção Elétrica
Fontes: Agência Internacional de Energia, 2014; Banco Mundial, 2014
Principais zonas e infra-estruturas
energéticas de Moçambique
Reservas
Recurso
Provadas
Posição no
Ranking Mundial
Produção
100 tcf
48
134.9 bcf
Gás Natural
Fonte: World Energy Outlook, AIE, 2014
gás natural maioritariamente localizadas no offshore,
o país deverá implementar uma estratégia energética
focada na projecção marítima, com o objectivo de se
tornar no principal hub de gás natural da África
Subsaariana, no longo prazo.
A nível regional, conforme se pode verificar no mapa
ao lado, Moçambique poderá consolidar a sua
posição como fornecedor estratégico de gás natural e
de electricidade renovável para a economia
sulafricana, se desenvolver a capacidade
infraestrutural nesse sentido.
Produção prevista em 2020: 105,9 bcf
Fonte: World Energy Outlook, AIE, Produção
2014
prevista em 2030:
1271 bcf
Reservas recuperáveis :
176 tcf
energy security fact sheet Moçambique
Análise
Moçambique possui um desempenho muito baixo no Índice de Segurança Energética (ISE), em muito prejudicado pelas
dimensões ‘Acessibilidade e Infraestruturas’ e ‘Eficiência Energética’. Ou seja, a falta de infraestruturas gera um débil acesso
a serviços energéticos modernos por parte da população e dos atores económicos está patente no score obtido: numa escala
de 0 a 5, no período estudado (2010-2013), é atingido apenas 0,98.
Isto porque apenas 21% da população tem acesso a electricidade e somente 7% do consumo energético é alocado à
mobilidade automobilizada. Além disso, eficiência energética também é muito baixa (score de 1 no ISE), devido sobretudo
ao aumento da intensidade energética da economia, dado que por ser um país em arranque na sua fase de desenvolvimento,
ainda não possui um sistema energético maturo, eficiente e que assegure a universidade do acesso aos serviços energéticos
à população no seu todo.
Contudo, Moçambique é independente energeticamente (produz energia 50% acima das suas necessidades), com elevadas
percentagens de energia primária renovável (80%) e de eletricidade verde (98%), para além do enorme potencial de
produção de gás natural que se verificará no futuro e da actual produção de carvão. Isto é, no limite, tem todo o potencial
para se tornar num ator estratégico com elevada importância no sistema de segurança energética mundial
As descobertas recentes de vastas reservas de gás natural em Moçambique desvelam uma oportunidade para que o país se
torne num dos principais exportadores mundiais de Gás Natural Liquefeito (GNL), com 105,9 bcf já disponíveis em 2020 (o
equivalente ao consumo anual português), segundo a AIE. Por isso, a prazo, Moçambique poderá ser um dos centros de
excelência na E&P de gás natural e um dos hubs estratégicos daquele recurso estratégico na África subsaariana, podendo
ser este um dos principais pilares para uma segurança energética geradora de desenvolvimento industrial estratégico e social
do país.
Recomendações de política
Tendo em conta o perfil energético da economia moçambicana, para que esta consiga implementar uma segurança
energética ‘inteligente’, propõe-se as seguintes linhas de política para debelar as vulnerabilidade infra-estruturais e de
eficiência do sistema energético:
1.
Manter e aumentar a prospeção para a Exploração&Produção (E&P) de hidrocarbonetos convencionais e não
convencionais (ultra deep off-shore, shale gas, oil shale) em território nacional, fomentando projetos de cooperação
técnicocientífica (formação avançada e I&D) nestes domínios com países da CPLP (p.e. Brasil, Portugal, Moçambique e
TimorLeste) e introduzindo obrigações de investimento científico-tecnológico-industrial e em capital humano aos consórcios
dos projetos de produção
2.
Introdução de tecnologias avançadas na utilização da energia primária renovável (na sua maioria, material lenhoso e
biomassa), para aumentar a eficiência do sistema energético sem agravar a sua intensidade carbónica nem a intensidade
energética da economia.
3.
Estudar a introdução de sistemas descentralizados de produção de energia eléctrica híbridos (GPL, diesel), em que
se utilize biomassa (lenha e resíduos agrícolas). Esta iniciativa também pode servir de fornecimento energético para
instalação de novas indústrias.
4.
Fomentar a produção de biocombustíveis sustentáveis para consumo interno e exportação, criando emprego
sustentado a nível local, bem como estudar formas de utilização racional do gás natural – poderão ser desenvolvidas
iniciativas de cooperação técnico-científica (formação avançada e I&D) nestes domínios com países da CPLP
5.
Melhorar as infra-estruturas de acesso e distribuição de serviços energéticos, sendo possível neste domínio
estabelecer iniciativas de cooperação técnico-científica com Portugal, devido ao conhecimento e boas práticas portuguesas
neste domínio
ENERGY SECURITY INSIGHT
Moçambique será a potência africana do gás natural: concentra 16,5% (2 tcm) das reservas provadas da região da África
(17 tcm) e 87,5% das existentes na África Austral (3,3 tcm). Nos recursos recuperáveis deste hidrocarboneto também
surge na liderança, concentrando 10% (5 tcm) de todo o continente africano (56 tcm), sendo que 99% aguardam
exploração. Mas para que tal se concretize, é crucial que o governo implemente uma estratégia de segurança energética
focada no desenvolvimento de redes de infraestruturas críticas, promotoras do desenvolvimento científico, tecnológico e
industrial.
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