CLIPPING Veículo: G1 Data: 20/02/2013 Pág: Online Físico comenta passagem de suposto meteoro por cidades do RJ INPE informa que rastros no céu são fenômenos comuns. Físico diz que fragmento de meteoro podem ter caído em Campos. Após relatos de moradores de várias cidades do interior do Rio, o Clube da Astronomia de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, comentou a passagem de um meteoro pelo céu da cidade na manhã desta quarta-feira (20). Segundo o professor e físico Marcelo de Oliveira, do Clube da Astronomia de Campos, as chances de fragmentos do suposto meteoro terem caído em Campos seriam grandes. O fenômeno também foi visto no estado do Espírito Santo. “Nós temos registros de 11h e 11h40, mas como o sol estava muito forte as imagens não são boas. Ainda estou checando para saber o que temos, mas o certo é que é, sim, um rastro que pode ser de um meteoro no céu da nossa cidade. Ele ficou visível por alguns segundos”, disse o professor. Ainda segundo Marcelo de Oliveira, um grupo de pesquisadores internacionais, do qual ele é integrante, já havia feito um alerta sobre a possibilidade de rastros no céu após a queda de um meteorito na Rússia. Segundo ele, o mesmo grupo registrou imagens de objetos nos céus de outros países. Agora, o objetivo é identificar e localizar o meteoro. “Nós ainda não sabemos se foi o mesmo meteoro que passou no Espírito Santo e na Região dos Lagos. Vamos começar a investigar e ouvir relatos de pessoas para identificar o local exato. Isso é algo muito raro de acontecer, sabemos que alguma coisa de incomum está acontecendo mas ainda não sabemos o que é˜, disse o astrônomo. Por causa do alarde do fenômeno visto hoje, o Clube de Astronomia divulgou as imagens da passagem de um outro meteoro, registrado pelos equipamentos do clube, no último dia 15 de fevereiro. As imagens do meteoro desta quarta-feira (20) ainda estão sob análise. INPE explica que fenômeno é comum O especialista José Williams dos Santos Vilas Boas, pesquisador da Divisão de Astrofísica do INPE explicou, por email, o porquê da ocorrência desses fenômenos. Segundo ele, todos os dias milhares de meteoros podem ser vistos caindo no planeta, mas a maioria não pode ser vista a olho nu devido ao pouco brilho que produzem. Ao longo do ano, a Terra passa por várias regiões no Sistema Solar, que podem concentrar grandes quantidades de partículas, conhecidas como 'meteoroides'. Durantes essas passagens, podem ocorrer chuvas de meteoros, vistas em alguns lugares do planeta. De acordo com Vilas Boas, no momento a Terra está cruzando duas regiões que podem gerar mais meteoros do que o normal e mais brilhantes. Ele explica que essas regiões se chamam alfa-Centauride e gama-Normides. A primeira fica ativa entre 28 janeiro a 21 de fevereiro, gerando meteoros bastante brilhantes. A segunda região está ativa entre 25 fevereiro a 22 de março e produz meteoros de brilho fraco. De acordo com o especialista, os rastros vistos nos últimos dias podem estar associados com a chuva de meteoros da região alfa-Centauride, que é vista preferencialmente do hemisfério Sul. Ele lembra que os meteoros têm tempo de vida muito curto, podendo durar até alguns segundos nos casos de meteoros muito brilhantes ou envolvendo meteoroides de massas grandes, na escala de dezenas ou centenas de quilos.