ESCOLA MAGNUS DOMINI OS METEOROS E SEUS IMPACTOS NO UNIVERSO Luiza Forlan Scalcon Luiza Pires Guazelli Marco Antonio Pelegrinello MARINGÁ 2016 1. INTRODUÇÃO Meteoros, também chamados de estrelas cadentes, são esferas deformadas, que quando atravessam a atmosfera deixam um rastro de luz, podendo atingir a Terra, causando muitos estragos, tornando-se, assim, meteoritos. Na antiguidade, os meteoros contribuíram para criação de mitos de diferentes religiões e regiões do mundo. A maioria dos povos via o meteoro como um presente que os deuses lhes davam. Neste trabalho, abordaremos, primeiramente, as características dos meteoros e sua relação com meteoroides e meteoritos. Em um segundo momento, citaremos alguns exemplos de meteoros que já caíram na Terra. 2. ESTRELAS CADENTES SÃO METEOROS As estrelas cadentes são objetos repletos de encanto e mistério. Essas luzes repentinas que passam diante de nossos olhos em pequenas frações de minuto nos prestigiam com um fenômeno que há tempos intrigava o ser humano, o que gerou uma série de interpretações que tentavam explicá-lo. O próprio nome popular indica ser uma estrela que cai e durante esse percurso deixa um rastro de luz. Entretanto, hoje sabemos que não se trata sequer de estrelas, muito menos que caem. Historicamente, é provável que o fenômeno da estrela cadente seja conhecido desde a antiguidade, porém, os registros sobre ele são bem mais recentes, encontrados nos anais chineses e coreanos datados de aproximadamente 1760 a.C ou então nos papiros egípcios de 2000 a.C. Nos tempos antigos, objetos no céu de noite geravam superstição e foram associados com os deuses e religião. Meteoritos eram conceituados como presentes de anjos. Outros achavam que os deuses estavam exibindo sua raiva. No final do século XVII, muitos acreditavam que caíam de trovoadas (foram apelidados de trovão). 2.1 Características dos meteoros De uma maneira técnica, define-se meteoro como um feixe de luz provocado por pequenos pedaços de rocha e metal – os meteoroides, que colidem com a atmosfera superior da Terra e queimam-se, devido ao atrito provocado. Se esse atrito não for o bastante para despedaçar a rocha na atmosfera, o montante que resta cai sobre a superfície, causando cratera devido ao impacto, originando-se, assim, o meteorito. As causas do surgimento desses traços de luz decorre do aquecimento do meteoroide, que está com uma velocidade aproximada de 45 km/s, com temperaturas variando entre 3000ºC e 7000ºC. A luminescência do ar atmosférico, por sua vez, acontece pela parte externa do meteoroide ser volatilizada e pela turbulência por ele provocada, gerando agito dos íons e gases atmosféricos, liberando energia na forma de luz. Um fator importante que define a penetração ou não do meteoroide na atmosfera é o ângulo de colisão. Se o ângulo agudo for grande, próximo de 90º, a colisão é frontal e o meteoroide despedaça, e se o ângulo agudo for pequeno, o meteoroide desliza e volta para o espaço. Entretanto, se o ângulo agudo for favorável, o meteoroide penetra na atmosfera, causando o meteoro e podendo até gerar um meteorito. Observe o esquema, representado na Imagem 1, a seguir. Imagem 1 – Esquema de colisão conforme o ângulo Se o meteoroide colide “na frente” da Terra, ele possui uma velocidade de colisão maior, provocando uma luminescência que chamamos Efeito Diurno. Se o meteoroide colide “atrás” da Terra, ele possui uma velocidade de colisão menor, provocando uma luminescência que chamamos de Efeito Noturno. Observe o esquema, representado na Imagem 2, a seguir. Imagem 2 – Esquema de colisão conforme posição em relação à Terra É sabido que a passagem do meteoro é de curta duração, com aproximadamente dois segundos. Já o rastro luminoso pode durar de alguns minutos a mais de meia hora. Sua dimensão é muito reduzida, da ordem de um grão de arroz. Além das características citadas, existe também uma classificação de acordo com sua ocorrência. Denominam-se esporádicos os que ocorrem casualmente – são os mais comuns. Compreendem 70% do meio interestelar e, no caso do nosso Sistema Solar, o restante do Cinturão de Asteroides. Já os periódicos, aparecem com certa frequência e também são chamados de chuvas de meteoros. Entre eles, há uma subdivisão de acordo com a quantidade de meteoros em um determinado tempo. As chuvas de meteoros instantâneas apresentam cerca de mais de 50 meteoros por minutos; as intermediárias, entre 100 e 500 meteoros por hora; e as intermitentes, entre 600 e 2000 meteoros por dia. A origem da chuva de meteoro pode ser explicada assim: como resultado da perda de gases, os cometas deixam uma trilha de detritos sólidos atrás de si. Se o caminho do cometa atravessar o caminho da Terra, então naquele ponto provavelmente haverá uma chuva de meteoros à medida que a Terra atravessar a trilha de detritos. Em 12 de agosto de 2016, uma chuva de meteoros Perseidas foi registrada no ceú de Luzit, na região central de Israel (Imagem 3). O fenômeno, que ocorre anualmente no mês de agosto, teve seu ápice na madrugada, segundo cientistas Nasa. As Perseidas têm este nome porque os meteoros parecem sair da constelação de Perseus. Imagem 3 – Registro da Chuva de Meteoros em agosto de 2016 – Israel 2.2 Tipos peculiares de meteoros O fireball (ou “bola de fogo”), como indica o próprio nome, aparece como uma um rastro de fogo cortando o céu, sendo meteoros de magnitude 4 ou mais brilhantes (Imagem 4). Imagem 4 – Meteoro Fireball O bólido (Imagem 5) é um meteoro que explode durante o seu percurso, sendo um rastro luminoso que se divide em outros menos intensos. Imagem 5 – Meteoro Bólido Além desses citados, há ainda os tektitos, que são vestígios terrestres fundidos e resfriados em crateras de impacto de meteoritos, usualmente confundidos com esses últimos; e a poeira meteórica, restos de detritos do meteoro que podem ficar na atmosfera por meses, alterando o clima pela dispersão da radiação eletromagnética e por catalisarem reações químicas. O meteoro denominado Peekskill foi presenciado em 09 de outubro de 1992, por todo o Oeste dos Estados Unidos da América, percorrendo 700 a 800 km em pouco mais de 40 segundos, com um meteorito final de 12,4 kg que atingiu um carro em Nova York. Esse meteoro foi registrado por 16 vídeos independentes e acertou um carro. O meteorito restante na Imagem 6, a seguir, é composto de rochas e tem o tamanho e o peso de uma bola de boliche. Imagem 6 – Carro atingido pelo meteoro Peekskill 2.3 Os meteoritos As características mais marcantes dos meteoritos são: a presença de grânulos em sua superfície, cor acinzentada, marcas de escorrimento e pequenas depressões, causadas pelo grande aquecimento decorrente do atrito. Possuem tamanhos que influenciam na formação de crateras, devido ao “efeito rebote”, isto é, uma porção de terra que volta para cima com uma forma pontiaguda, característica do lugar onde adentrou o meteorito. Os meteoritos apresentam pequena quantidade de material radioativo. De acordo com sua composição, são divididos em: aerólitos (rochosos); sideritos (metálicos); siderólitos (mistos), apresentados na Imagem 7, respectivamente. Imagem 7 – Tipos de meteoritos 2.4 Meteoritos que caíram na Terra O meteorito Bendegó caiu no Brasil, no sertão da Bahia em 1784, no município de Uauá, próximo ao Riacho Bendegó – por isso o nome (Imagem 8). Imagem 8 – Meteorito Bendegó O maior meteorito já encontrado caiu em Hoba West, Namíbia, com peso aproximado de 60 toneladas (Imagem 9). Imagem 8 – Meteorito Hoba West, o maior do mundo O meteorito que caiu na Rússia, na cidade de Chelyabinsk, em 15 de fevereiro de 2013, tinha cerca de 12m de largura e pesava cerca de 10 toneladas, quando entrou na atmosfera terrestre a uma velocidade de 54 mil km/h (Imagem 10). Ele feriu quase mil pessoas, danificou prédios e no momento de explosão impediu ligações telefônicas. Imagem 9 – Meteorito que caiu na Rússia, em 2013 Uma equipe de pesquisadores da Associação de Astronomia da província de Chaco, na Argentina, encontrou um meteorito que, segundo as primeiras medições, pesa 30 toneladas, o que o posiciona como o segundo maior do mundo, segundo a organização. A descoberta do meteorito aconteceu em 12 de setembro de 2016, na cidade de Gancedo, ao sudoeste da província, em uma região denominada Campo de Cielo, que há 4.000 anos recebeu uma chuva de asteroides metálicos (Imagem 11). Imagem 10 – Meteorito que caiu na Argentina, em setembro de 2016 3. CONCLUSÃO Os meteoros são objetos feitos de rocha em metal que atravessam atmosfera, meteoroides são os que colidem com atmosfera, muitas vezes, não resistindo e se despedaçando, já a parte dos meteoros que resiste e cai na terra são chamados de meteoritos. O ângulo de colisão do meteoro com atmosfera define sua penetração ou não. Vimos, também, que possuem diferentes tipos de meteoros definidos de acordo com suas características, entre eles estão: o fireball, o bólido e o tekitos. O nome dos meteoritos é dado de acordo com a região que ele é encontrado na terra, um deles é: Bendegó que caiu no Brasil, próximo ao riacho bendegó. Concluímos, então, que meteoros (estrelas cadentes) são objetos repletos de encanto e mistério. REFERÊNCIAS http://meteoritosbrasil.weebly.com/meteoritos.html http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2016/10/20/chuva-demeteoros-originarios-do-halley-ocorre-nesta-noite-saiba-como-ver.htm www.cdcc.usp.br/cda/sessao-astronomia/2009/estrelas%20cadentes24102009.doc www.significados.com.br/meteoros/