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CHUVA DE METEOROS
Bruna Kosofski (BIC/Fundação Araucária/UEPG), Marcelo Emílio e-mail:
[email protected].
Universidade Estadual de Ponta Grossa/ Departamento de Geociências
Área: Astronomia; Sub-área: Sistema Solar
Palavras-chave: Meteoros, Asteroides, AllSky-340.
Resumo:
Meteoros são fragmentos de asteroides que quando passam
próximos à Terra são atraídos pelo sua gravidade, adentrando sua
atmosfera e sendo retardados pelo atrito, produzindo calor e gerando um
rastro de poeira luminoso atrás de si. Um fenômeno esporádico decorrente
dos meteoros são as “chuvas de meteoros”, as quais ocorrem devido à
fragmentação de um cometa, soltando detritos que atravessam a rota da
Terra e assim adentram sua atmosfera, produzindo um fenômeno luminoso
no céu. Este projeto enfocará em registrar estes fenômenos diariamente com
o auxílio de uma câmera AllSky-340 CCD, realizando mensalmente uma
média de meteoros observados.
Introdução
Numa noite qualquer facilmente você pode estar se deparando com
uma “estrela cadente” cruzando o céu, porém, de estrela essas partículas
espaciais não possuem nada, recebendo o nome correto de meteoroides. O
espaço entre os planetas está cheio de partículas rochosas ou feitas de
metal que, ao se aproximar da Terra, são atraídos pela sua gravidade e
adentram sua atmosfera, onde são retardados pelas moléculas de ar devido
ao atrito, gerando calor e formando um rastro luminoso de poeira que pode
ser visto a olho nu. A maioria desses meteoros é muito pequena e quando
adentram a atmosfera rapidamente são desfeitos no ar e chegam ao solo em
forma de partículas pequenas e finas, denominadas micrometeoritos. Já
outros particularmente maiores conseguem chegar ao solo terrestre com
uma determinada quantidade de rocha ainda presente no seu corpo,
caracterizando um meteorito (CLEMENTE et al., 2009).
Em algumas épocas do ano, a taxa de meteoros que adentram a
atmosfera terrestre aumenta relativamente. Isso ocorre quando cometas,
pela eminente perda de gases, geram um rastro de detritos sólidos atrás de
si e se esses detritos acabam cruzando o caminho da Terra, acarretam num
provável evento chamado “chuva de meteoros”. Essas chuvas de meteoros
são denominadas de acordo com a constelação de onde provém seu
radiante (ponto do céu de onde parecem emanar os meteoros), como por
exemplo: Persêidas, da constelação de Perseu, Aquarídeas, provenientes da
constelação de Aquário, etc (GREFF, 2009).
Este projeto visa acompanhar estes fenômenos ocorrentes na cidade
de Ponta Grossa – PR (lat. 25°5’23”S, lon 50°6’23”W), registrando
diariamente suas aparições e realizando uma média mensal dos meteoros
observados.
Materiais e métodos
Foi utilizada para os registros das imagens uma câmera CCD de 640x480
pixels com 7,4 microns quadrados cada, possuindo esta uma lente olho de
peixe com 1,4 mm de comprimento focal e F/1,4 o que permite uma imagem
do céu 180º.
Utilizando um programa chamado SBIG All Sky 340 programou-se a
câmera para fazer uma exposição a cada um minuto do céu, possibilitando
assim estar visualizando a passagem de algum meteoro. Durante a
realização do projeto, ao anoitecer a câmera era instalada num lugar alto,
situado no Observatório Astronômico da UEPG (lat. 25°5’23”S, lon
50°6’23”W), com uma boa visibilidade do céu, não sendo exposta a poluição
luminosa ou visual e permanecia ligada até ao amanhecer. Em seguida as
imagens realizadas eram analisadas e se algum meteoro fosse registrado na
imagem, seu aparecimento era contabilizado para que ao final dos meses
fosse possível desenvolver os dados estatísticos.
Resultados e Discussão
Utilizando a câmera CCD AllSky-340 para realizar os registros de
meteoros avistados na cidade de Ponta Grossa no Paraná (lat. 25°5’23”S,
lon 50°6’23”W) conseguiu-se obter os seguintes resultados:
Na tabela abaixo se pode observar que a frequência de aparecimento
de algum meteoro nos registros é quase mínima, obtendo alguma contagem
somente no mês de Abril, com uma média de 0,09 meteoros mensal. A
frequência com que foram realizados os registros do céu também não foi à
esperada devido às más condições climáticas para observações que a
cidade de Ponta Grossa apresenta, com muitas pancadas de chuva, céu
encoberto por nuvens parcialmente ou totalmente durante vários meses. Não
foram considerados os finais de semana e feriados para as observações
devido à ausência de acesso as instalações do Observatório Astronômico
nos sábados, domingos e feriados.
Inicialmente consideraram-se alguns registros realizados de uma faixa
luminosa cruzando o céu como meteoros, porém, ao longo da pesquisa
observou-se que aquela faixa luminosa não poderia ser considerada um
meteoro, pois meteoros formam um rastro luminoso com uma extremidade
mais vistosa que a outra, possuindo uma breve passagem pelo céu,
enquanto as faixas luminosas observadas levavam minutos para estar
cruzando o céu e mantinham seu rastro constante ao longo das imagens,
considerou-se então que seria satélites artificiais ou até mesmo a Estação
Espacial Internacional que cruzavam o céu com uma frequência maior que a
de meteoros, obtendo-se cinco registros ao total de satélites, como mostrado
na figura 1, enquanto que de meteoros obteve-se somente um total de três
ao longo do projeto, ilustrado na figura 2.
Tabela 1- Datas, registros e condições climáticas das observações
realizadas em Ponta Grossa – PR.
FIGURAS 1 e 2 - Registro de um satélite artificial e registro de um
meteoro, Ponta Grossa – PR. (lat. 25°5’23”S, lon 50°6’23”W).
Conclusões
Baseando-se nos resultados obtidos durante o projeto, pode-se
concluir que a taxa de meteoros registrados em Ponta Grossa é muito baixa,
considerando a cidade um local pouco apropriado para realizar essas
observações devido à constantes más condições climáticas que a região
apresenta, contendo mais noites nubladas e chuvosas do que noites com
céu aberto, o que dificulta o registro desses astros. Porém, com grande
facilidade é possível visualizar satélites artificiais ou até mesmo a Estação
Espacial Internacional, os quais tiveram grandes registros durante o projeto.
Agradecimentos
Às pessoas que trabalham no Observatório Astronômico da UEPG,
pela amizade e colaboração de informações que auxiliaram na concretização
deste estudo.
À Universidade Estadual de Ponta Grossa, pela oportunidade dе
realizar o projeto.
À Fundação Araucária, pelo auxílio financeiro durante todo o trabalho
de pesquisa.
Referências
CLEMENTE, A. P. B.; SILVA. G. R.; SALLES, L. C. Meteoros, suas
propriedades químicas e físicas e indicações sobre as suas origens e
indicativos sobre a origem do sistema solar. USP/Instituto de Química de
São Carlos. São Carlos, São Paulo, 2009.
GREFF,
A.
C.
Estrelas
cadentes.
Disponível
em
www.cdcc.usp.br/cda/sessao-astronomia/2009/estrelas%20cadentes24102009.doc>, Acesso em: 25 jul. 2016.
<
VEIGA, C.H. Você sabe o que é uma Chuva de Meteoros? Disponível em
<http://www.on.br/conteudo/informe/Chuva_de_Meteoros.pdf>, Acesso em:
27 jul. 2016.
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