o que pensam os alunos do parfor, de teresina

O QUE PENSAM OS ALUNOS DO PARFOR, DE TERESINA-PI,
SOBRE A DISCIPLINA “PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO” CURSADA
Adriana Loiola do Nascimento (Bolsista-ICV/UFPI), Cleânia de Sales Silva (Orientadora,
Depto de Fundamentos da Educação-DEFE)
Este trabalho é oriundo da pesquisa intitulada: “O que pensam os alunos do PARFOR, de TeresinaPI, sobre a disciplina „Psicologia da Educação‟ cursada. A pesquisa teve a duração de dez meses,
desenvolvendo-se no período compreendido entre outubro de 2012 a agosto de 2013, objetivando,
dentre outros aspectos, analisar o papel da disciplina “Psicologia da Educação” nos cursos de
formação docente, a partir do olhar dos alunos das diferentes Licenciaturas do PARFOR (Plano
Nacional de Formação de Professores da Educação Básica), bem como a importância que esses
alunos atribuem à disciplina para a sua formação docente. As questões que nortearam a pesquisa
foram as seguintes: Qual a necessidade de ter a disciplina Psicologia da Educação nos cursos de
Licenciatura do PARFOR e, principalmente, nos cursos de 2ª Licenciatura? O que os alunos que
cursaram a disciplina pensam a respeito? Como os alunos das Licenciaturas, em especial aqueles
que são também professores com experiência docente considerável e já formados em uma
licenciatura, avaliam a disciplina cursada? Que importância atribuem a ela no seu processo de
formação docente? A realização da pesquisa deu-se em virtude da existência de algumas posturas
que defendem a retirada da disciplina do currículo das Licenciaturas dos cursos do PARFOR, em
especial dos cursos de 2ª Licenciatura, alegando que os conhecimentos da Psicologia da Educação
não são tão necessários na formação docente, em especial no caso de uma 2ª Licenciatura. Diante
dessa problemática, surgiu a necessidade de saber o que os alunos que cursaram a disciplina
pensavam a respeito. Para a consolidação da pesquisa contamos, portanto, com a colaboração dos
alunos do PARFOR, de diferentes Licenciaturas que cursaram a disciplina “Psicologia da Educação”,
no caso de 1ª Licenciatura ou “Fundamentos Psicológicos da Educação”, disciplina equivalente no
caso de 2ª Licenciatura, no 2° período de 2011 em Teresina-PI. Durante este período foram ofertadas
13 turmas da disciplina “Fundamentos Psicológicos da Educação”, com carga horária de 45h,
referentes às seguintes Licenciaturas: Artes Visuais, Ciências Biológicas, Educação Física, Física,
Geografia, História, Português, Matemática e Inglês, para os alunos que estavam cursando a 2ª
Licenciatura. Para os alunos que estavam cursando a 1ª Licenciatura foi ofertada apenas uma turma
da disciplina “Psicologia da Educação”, com carga horária de 60 horas para o curso de Pedagogia. A
média dos alunos matriculados neste período foi de 45 alunos por turma. A quantidade de alunos que
estavam frequentando regularmente os cursos citados, contudo, totalizavam apenas 245. Dentre
estes, participaram da pesquisa 178 alunos, ou seja, 72,6% dos alunos dos referidos frequentadores
dos cursos. Para que os objetivos fossem alcançados, tornou-se necessário o planejamento de
algumas estratégias metodológicas. Flick (2004) explica que é a complexidade dos objetos e
fenômenos em estudo que irão determinar a escolha do método a ser utilizado e não o contrário.
Partindo deste preceito os instrumentais utilizados neste trabalho foram: aplicação de questionários,
contendo questões objetivas e subjetivas e a Técnica de Associação Livre de Palavras. Abric (1998)
define a Técnica de Associação Livre de Palavras como um tipo de investigação aberta que consiste
em desencadear a fala a partir de uma palavra indutora, demandando dos participantes a produção
de ideias que lhes vêm à mente ao ouvir a palavra desencadeante, permitindo assim evidenciar os
universos semânticos de palavras que se agrupam em determinadas populações. Conforme previsto,
os dados coletados nas questões objetivas do questionário foram tabulados e analisados
estatisticamente. As questões subjetivas e as palavras evocadas nas Associações Livres foram
submetidas a uma análise de conteúdo, por meio da técnica análise categorial, conforme define
Bardin (1977, p.15). Esta técnica classifica os elementos ou aspectos com características comuns ou
que tenham relação entre si, a fim de apreender o que os sujeitos pensam sobre o objeto pesquisado.
As análises dos dados coletados foram interpretadas a luz dos teóricos que discutem a temática tais
como: Azzi e Sadalla (2002), Carvalho (1997, 2006, 2010), Coll (1996), Coutinho e Moreira (1993),
Goulart (1989), Larocca (1990), Lima (1990), Penteado (1980), Severino (1996), Silva (2009) e
Zanella (2004). A Técnica de Associação Livre de Palavras foi aplicada com os 178 alunos das
diferentes licenciaturas do PARFOR de Teresina-PI e teve como palavra indutora a expressão
“Psicologia da Educação”. Os sujeitos foram solicitados a escrever, de forma livre, até três palavras
que primeiramente lhes vinham a cabeça ao ouvir a citada expressão. Foi feita a contabilização das
palavras evocadas pelos sujeitos investigados e observada a sua frequência de emissão.
Posteriormente, elas foram agrupadas a partir de categorias elaboradas tomando como base os seus
campos semânticos e a frequência destes. Para construção desses campos semânticos, foi utilizada
a Técnica de Análise de Conteúdo, proposta por Bardin (1977), com o objetivo de classificar os
elementos com características comuns ou que tenham relação entre si e, assim, apreender o que
pensam os sujeitos sobre a “Psicologia da Educação”. Ao todo foram construídos 17 campos
semânticos. Referentes a estes campos, pode-se afirmar que os alunos do PARFOR apresentam
uma visão da Psicologia da Educação coerente com os aportes conceituais elaborados pelos teóricos
e estudiosos da área, avaliam-na como uma disciplina necessária, proveitosa, que traz contribuições
valiosas no contexto educacional, atribuindo-lhe, portanto, importância significativa no seu processo
de formação docente. De acordo com os dados coletados nos questionários aplicados com os
sujeitos, ratificamos este mesmo pensamento: Os sujeitos, de modo geral, apresentaram uma visão
bastante positiva da disciplina, atribuindo-lhe valorização significativa. A Psicologia da educação é,
para eles, importante, proveitosa, necessária, possibilita melhoria, superação, soluções, autonomia,
criticidade, transformação e qualidade de vida, além de estar relacionada com amor, dedicação,
paciência, sensibilização, compromisso e ética. Os alunos do PARFOR manifestaram, também, uma
compreensão sobre o que é a Psicologia da Educação, seu objeto de estudo e os procedimentos
metodológicos que adota, ao relacioná-la, predominantemente, com a educação escolar,
demonstrando a superação da visão clínica; ao associá-la com o comportamento, o desenvolvimento,
o psiquismo e as dificuldades e transtornos do ser humano no contexto escolar e com técnicas e
estratégias organizadas pautadas em dedicação, amor, sensibilização, compromisso e ética. Assim,
pode-se concluir que, de modo geral, para os alunos do PARFOR, de Teresina-PI, a Psicologia da
Educação é uma disciplina necessária na formação de professores e traz contribuições valiosíssimas
para este processo, seja no caso de 1ª ou 2ª licenciatura. Partindo desta perspectiva, defendemos
que o que os alunos pensam a respeito de determinada disciplina cursada, a avaliação que fazem e a
importância que lhe atribuem são elementos de extrema significância para fundamentar as
discussões acerca da inserção e das contribuições da disciplina em determinado curso e, como tal,
devem ser considerados nas decisões e posições acerca desta questão.
Palavras-chave: Psicologia da Educação. Alunos. PARFOR.
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