título do resumo - Eventos da Unicentro

Propaganda
PROPOSTA PARA O CÁLCULO DO IDH DOS MUNICÍPIOS DO PARANÁ
Débora Ferro de Souza (ICV/UNICENTRO), Tatiany Vieira
(ICV/UNICENTRO), Maria Regina Carvalho Macieira Lopes (Orientador), email: [email protected].
Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências Exatas
Palavras-chave: IDH-M, Fuzzy, Recursos Humanos.
Resumo:
Uma medida utilizada para avaliar o nível de desenvolvimento dos
municípios é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) que é calculado
através da combinação de três componentes básicos: educação,
longevidade e renda. Considerando que estas componentes podem carregar
imprecisão, o objetivo desse trabalho foi propor uma alternativa para o
cálculo do IDH-M, utilizando a lógica fuzzy.
Introdução
A fim de fornecer uma medida geral e sintética do desenvolvimento dos
países, foi criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista
indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A construção desse índice surgiu
como contraponto a outro indicador, Produto Interno Bruto (PIB) per capta,
que foi extensamente empregado para mensurar desenvolvimento, porém,
considerando somente a dimensão econômica do país.
Tido como referência mundial, o IDH é um índice-chave dos objetivos
de desenvolvimento do milênio das Nações Unidas e vem sendo
amplamente utilizado. No Brasil, tem fornecido subsídios para a escolha de
políticas públicas que visem o desenvolvimento humano sustentável. O IDH,
que varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento
humano total), combina três componentes básicos: educação, longevidade
e renda.
Para aferir longevidade utiliza-se a expectativa de vida ao nascer,
mortalidade e saúde. O item educação é avaliado pelo índice de
analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A
renda é mensurada pelo PIB per capita, corrigido pelo poder de compra da
moeda de cada país [1].
Para os municípios, o índice calculado, IDH -M, leva em consideração
as mesmas dimensões - educação, longevidade e renda – mas alguns dos
indicadores sofrem algumas alterações para ser possível avaliar essas
Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão
26 a 30 de outubro de 2009
condições, por serem núcleos sociais menores. Do IDH para o IDH-M são
substituídos, por exemplo, o da taxa bruta de matrícula, pela taxa bruta de
freqüência escolar e o PIB per capta pela renda média municipal per capita.
Materiais e Métodos
Os dados da pesquisa foram obtidos no Instituto Paranaense de
Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES) [2]. Foi construído o
sistemas de inferência utilizando o controlador Fuzzy Logic toolbox do
MATLAB, sendo utilizado o Método de Mamdani (figura 1) na etapa de
inferência, e o Método do centro de gravidade, na etapa de defuzzificação.
O objetivo do sistema foi obter o IDH-M (variável de saída),
considerando como variáveis de entrada as taxas: longevidade, educação e
renda. Estas variáveis foram representadas por funções de pertinência
triangulares e trapezoidais representadas pelos conjuntos difusos: baixo,
médio e alto (figura 2). Os domínios destes conjuntos foram construídos de
acordo com os intervalos das variações dos índices obtidos no IPARDES.
Figura 1 : Método de Mamdani
Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão
26 a 30 de outubro de 2009
Figura 2 : Controlador fuzzy
Resultados e Discussão
Na quadro 1, são apresentados dados parciais das simulações realizadas.
Os resultados obtidos no sistema foram comparados com os dados do
IPARDES. Observa-se que não houve variação considerável; os desvios
ficaram no intervalo [-0.1,0.1] (figura 3).
Municípios
IDH-M IPARDES
IDH-M FUZZY
Fernandes Pinheiro
0,711
0,658
Godoy Moreira
0,672
0,638
Ibiporã
0,801
0,865
Jacarezinho
0,782
0,742
Medianeira
0,779
0,862
Pato Branco
0,849
0,885
0,705
0,701
Querência do Norte
Quadro 1 : Dados parciais da simulação
Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão
26 a 30 de outubro de 2009
0,15
0,1
0,05
0
-0,05
-0,1
-0,15
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Figura 3 : Desvios (399 municípios)
Conclusões
A proposta deste trabalho foi avaliar uma metodologia alternativa para o
cálculo do IDH-M no Paraná, considerando a imprecisão inerente a obtenção
de algumas dimensões. Diferentemente da lógica clássica, na modelagem
fuzzy não há perda de informações, muitas vezes importantes, quando se
trabalha com termos vagos.
A partir de 2010, ano em que o IDH completa 20 anos, o PNUD
estuda possibilidades de mudança nos termos que compõe o cálculo do
IDH, com a inclusão de novas variáveis como a 'qualidade de ensino', o
que justificará ainda mais a utilização da a lógica fuzzy.
Referências
1. PROGAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO.
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível em:
http://www.pnud.org.br/atlas/ Acesso em: 12 abr. 2009.
2. INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
E SOCIAL. Indicadores Sociais. Disponível em http://www.ipardes.gov.br
Acesso em: 12 abr. 2009.
3. LOPES, M. R. C. M. Uso das Metologias PROMETHEE e FPROMETHEE na Avaliação de Clientes. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal do Paraná, 2005.
Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão
26 a 30 de outubro de 2009
Download