ELEMENTOS DE FACHADA - ABORDAGEM ESTÉTICA E QUALITATIVA PARA SOLUÇÕES ARQUITETÔNICAS Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris1 y Jacqueline Aparecida Gonçalves Fernandes de Castro2 RESUMO Este artigo descreve sobre pesquisas voltadas ao desenvolvimento criativo e qualitativo de elementos arquitetônicos, para aplicação em edificações e exemplos de alguns dos resultados já alcançados em fachadas corporativas relacionadas a área da moda. O desenvolvimento e uso de técnicas de design de superfície, aliadas a estudos culturais e de modelagens geométricas, têm permitido a criação de protótipos 1:1 de elementos arquitetônicos, com agregação de valores de conforto ambiental, sustentabilidade, potencialidades estéticas e viabilidade construtiva. ABSTRACT This paper describes researches aimed at the creative and quality development of architectonic elements in buildings and examples of some of the results already obtained in coorperative facades related to the fashion area. The development and use of surface design techniques along with cultural studies and geometric modelings, have resulted in the creation of prototypes 1:1 of architectonic elements with aggregated values of environmental comfort, sustainability, aesthetic potentialities and constructive viability. . KEYWORDS: FACADE ELEMENT, SURFACE DESIGN, ARCHITECTURE, COBOGÓ 1 UNICAMP, Depto de Arquitetura e Construção, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, 55 19 35212398, 55 19 35212411 e-mail: [email protected] 2 UNICAMP, Depto de Arquitetura e Construção, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, 55 14 30217232, 55 19 35212411 e-mail: [email protected] ELEMENTOS DE FACHADA - ABORDAGEM QUALITATIVA PARA SOLUÇÕES ARQUITETÔNICAS ESTÉTICA E INTRODUÇÃO Considerando a arquitetura sob o prisma da expressão visual, observa-se sua potencialidade na transmissão valores, idéias e enfoques culturais, que podem ser incorporados à própria edificação ou em partes específicas desta, como, por exemplo, em suas fachadas. Atualmente, com a velocidade cada vez maior do desenvolvimento de ferramental tecnológico para a área de construção, bem como sua acessibilidade, nota-se uma crescente gama de opções relacionadas às possibilidades geométricoconstrutivas. Porém, observa-se também, a necessidade, , cada vez maior, de se utilizar essas tecnologias a favor da qualidade arquitetônica. Essa qualidade pode ser associada a diversos fatores, entre eles os relacionados ao conforto ambiental, a eficiência energética ou à expressão arquitetônica de seu uso, por exemplo, como veículo de transmissão de ideias e valores. As fachadas, além de desempenharem uma função de interface entre o espaço construído e o meio ambiente do usuário, estabelecem outras dinâmicas e relações, que podem se apresentar, em diferentes níveis de intensidade, conceitos e impressões, como por exemplo, as citadas por Montaner (1988): estanqueidade e hermetismo, permeabilidade e transparência, proteção ou vulnerabilidade. Sob o enfoque construtivo, também podem contribuir para a qualidade térmica, luminosa e a otimização energética da edificação entre outros aspectos. Este artigo relata pesquisas relacionados às fachadas de edificações. Estas, foram agrupadas sobre duas vertentes: sua construtibilidade e sua significância. FACHADAS - CONSTRUTIBILIDADE Sob o enfoque da fachada como elemento arquitetônico construtivo, enfatiza-se o papel do design de superfície e da gramática compositiva como ferramentais no auxílio à elaboração de elementos arquitetônicos modulares, visando a potencialização das possibilidades compositivas resultantes e também sua aplicabilidade funcional, no quesito de conforto ambiental. COBOGÓS CRIATIVOS A criatividade, aliada a algumas técnicas de design de superfície e gramáticas compositivas, apresenta-se como um facilitador no auxílio ao desenvolvimento de elementos arquitetônicos modulares para fachadas de edificações. O exemplo a seguir é fruto de uma pesquisa (GOMES e HARRIS, 2010), onde foram consideradas estratégias geométricas para o desenvolvimento de elementos vazados de modo a permitirem que o produto, o elemento vazado, denominado de COBOGÓ, agregasse potencialidade compositiva, possibilitando a construção de diferentes soluções estéticas a partir de uma mesma unidade. A Figura 1 ilustra dos exemplos de unidades desenvolvidas de modo a proporcionarem uma variedade de painéis compositivos, esteticamente resolvidos, a partir da aplicação das operações fundamentais da simetria no plano: translação, rotação, espelhamento e espelhamento com translação. Figura 1 – Diferentes soluções compositivas a partir de um mesmo elemento arquitetônico (GOMES e HARRIS , 2010 ) FAMÍLIAS DE COBOGÓS Nesta pesquisa, partiu-se do uso das técnicas mencionadas para a criação de uma unidade modular criativa e a partir daí desenvolveu-se uma família desta unidade. A família é o conjunto de opções derivadas dessa unidade modular matriz, resultantes da criação de jogos geométricos de cheios e vazios em suas sub áreas. O objetivo foi o desenvolvimento de um estudo visando a construção de fachadas, que permitissem a filtragem localizada da luz incidente, quando necessária, sem que com isso houvesse a quebra do ritmo estético geral, Figura 2. Figura 2 – Exemplificação de estudos geométricos e simulações solares realizados sobre a unidade e seus painéis resultantes, no desenvolvimento dessa pesquisa (SAKARAGUI e HARRIS, 2010 ). FACHADAS - SIGNIFICÂNCIA Sob o enfoque da fachada como elemento significativo, aborda-se a potencialidade do significado como ferramental, tanto como fator na elaboração de elementos modulares, exemplificados aqui com elementos vazados, cujo intuito foi a realização de uma releitura para um resgate cultural brasileiro, denominados de COBOGÓS indígenas, quanto como elemento crítico, numa análise formal de fachadas significativas, de edificações coorporativas, exemplificadas aqui por uma análise embasada em duas marcas da moda: Prada e Dior. COBOGÓS INDÍGENAS Como exemplo de aplicabilidade, ilustra-se abaixo, exemplos de elementos modulares (COBOGÓS), desenvolvidos a partir de uma pesquisa sobre o grafismo indigena brasileiro e da busca por uma releitura para o desenvolvimento de elementos vazados que permitissem a aplicabilidade em fachadas de edificações. A Figura 4 ilustra o processo de desenvlvimento de COBOGÓS a partir de grafismos indígenas específicos. Figura 4 – Ilustrações do processo de desenvolvimento de COBOGÓS Indígenas (FRANCIELLE e HARRIS, 2010). FACHADAS COORPORATIVAS DA MODA Sob o este enfoque é descrita a estruturação de uma análise de fachadas de duas edificações icônicas relacionadas à área na moda, parte de um doutorado em andamento, cujo objetivo foi extrair parâmetros identificados a serem avaliados, selecionados, ponderados e trabalhados como variáveis, na etapa seguinte. Nestes estudos, realiza-se análises usando, como ferramental, teorias da Gestalt e Semiótica, cujo objetivo e a extração de variáveis que sirvam como parâmetros na estruturação de um sistema de projeto de fachadas coorporativas para auxiliar o projetista na fase de desenvolvimento do projeto fachadas cujo objetivo é a incorporação de valores da marca na edificação. Com esta finalidade, selecionou-se as marcas PRADA e DIOR, por serem ícones de referência na área da moda e refletirem isso em suas principais sedes. Para uma marca ter identidade e representatividade expressivas em sua fachada, acredita-se que, o uso conjunto e consciente de análises Gestálticas e Semióticas no projeto dos elementos arquitetônicos que a compõe, permite a criação de um sistema capaz de auxiliar o projetista a alcançar os valores desejados. Assim, a partir de uma análise sistêmica, sobre edifícios selecionados da, extraiu-se aspectos conceituais relacionados à marca. Por meio do estudo da Gestalt (a forma e suas geometrias), se analisou aspectos que materializam o edifício. Por meio de estudos Semióticos (ciências formais e significantes), se analisou aspectos que contextualizam a forma e o significar do edifício. Para a análise das fachadas determinou-se uma classificação, tanto com relação ao contexto histórico, quanto ao contexto sistêmico. A análise incorporou, uma leitura visual fundamentada na justaposição entre teorias da Gestalt (alfabetização visual por meio formal) e a Semiótica (linguagem sistêmica para significação). O desenvolvimento do método sistêmico proposto, inclui: percepção, alfabetização, interpretação e representação. O Quadro I a seguir sintetiza o sistema desenvolvido para esta análise. Quadro I – Sistema desenvolvido para a análise das fachadas estudadas SISTEMA DE LEITURA VISUAL DE FACHADAS (confluência de dados da pesquisadora + Dondis (2007) + (confluência de dados da pesquisadora + Bense (1971) apud Gomes Filho (2004). Busca alfabetização visual Niemeyer, (2009). Busca do significado da linguagem visual (comunicação da linguagem) - forma. (comunicação da linguagem) - significado. 1º percepção do todo (categorias conceituais: harmonia, 1o percepção do signo enquanto objeto (ícone) - Dimensão equilíbrio e pregnância) Busca-se, por meio do traço sintática: Identificação de padrões e detalhes visuais imediatos. regulador da forma, seções áureas e construções de malhas O objeto pode formar-se por organização das partes, por meio das simetrias. identificadas por sistemas e /ou subsistemas e peças isoladas. 2º Leis da Gestalt: unidade e segregação - A leitura visual dáse, por meio das unidades: que são os elementos que configuram a forma; da segregação: que é o ato de separar, perceber ou identificar as unidades, ou seja, a divisão do todo em blocos visíveis de uma construção. 2o. percepção do signo enquanto objeto (índice) - Dimensão semântica: estudo da linguagem que estabelece relações entre o significante e o significado, avaliando a evolução dessas relações dos objetos aos que se referem, como dimensão do próprio objeto e da coisa significada. A significação do produto é levada ao consumidor ao valor de uso (funcionalidade). A dimensão cresce em importância e se diversifica em função do estilo e padrões estéticos formais, são deícticos que referem demonstração (mensagem, como é passada e sua adequação). 3º Leis da Gestalt: proximidade, semelhança, continuidade, 3º percepção do signo enquanto objeto (símbolo) unificação, fechamento e pregnância da forma. Dimensão Pragmática: é a dimensão da lógica, são as leis O sistema constitutivo da imagem tende para a estrutura mais funcionais de utilidade do objeto, o qual envolve as descrições equilibrada, mais homogênea, mais regular, mais simétrica. técnicas, construtiva, padrões ergonômicos, tecnológicos. Para isso o uso da semelhança: define que os objetos similares tendem a se agrupar, pode acorrer por meio da cor, Seria a relação da comunicação entre o usuário e o objeto. Contribui para a leitura da organização ambiental, articulando forma, da textura e etc; da proximidade: define-se pelos as relações formais e visuais. Resultando em comunicação da elementos agrupados conforme a distância a que se linguagem enquanto, significante e significado. Estudo da encontram uns dos outros. Tendem a ser percebidos como um relação do objeto ao seu referente (contexto) e a relação dos grupo e da continuidade: relacionada à coincidência de consumidores estabelecidas para com o objeto. direções, ou alinhamento, das formas dispostas; unificação: é a coesão visual da forma em função do maior equilíbrio e harmonia da configuração formal do objeto; o fechamento: a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma; pregnância: a imagem diz respeito ao caminho da boa forma. ANÁLISE DAS FACHADAS DA MARCA PRADA PRADA em Tóquio: características construtivas dos elementos de fachadas e classificação enquanto seu tempo e contexto sistêmico. O epicentro da Prada em Tóquio é no distrito de Aoyama redefine o conceito de compras, o prazer e a comunicação que leva a fomentação de interconexão do consumo e da cultura. A loja compreende nichos com piso bruto, formando uma praça externa, comparável aos espaços públicos de uma cidade europeia, também formam nichos com características de alta tecnologia, conforme Figura 5. O edifício é contemporâneo, sua forma é influenciada pelo ângulo de incidência do perfil local, dependendo de onde se avista o edifício ele se aparenta com cristal quase bruto. A ambivalente construção oscila aos olhos de quem passa nas ruas de Tóquio, por meio de suas superfícies envidraçadas em STI. Os painéis de vidro personalizados para o formato da área (hipersuperfícies) elucidam o nascer e o pôr do sol bem como o ciclo da lua, com características de fases programadas, trabalhando o conforto ambiental e a iluminação na loja. O gradil da Figura 6 tem caráter estrutural. Os tubos verticais e planos horizontais estabelecem sustentação à estrutura resultando em áreas privativas iluminadas. Figura 5 - Projeto 178 - Herzog & de Meuron (Fonte: http://www.herzogdemeuron.com) Figura 6- Simulação da construção do Edifício Prada de Tóquio. - (Fonte: http://www.youtube.com/user/fabriciopeixoto) Os materiais utilizados no projeto são sintéticos como: silicone, resina e fibra de vidro. Também usaram materiais naturais como: couro, musgo e tábuas de madeira porosa. Tais materiais são contemporâneos e evidenciam a cultural do momento. Esta justaposição de materiais também reflete o momento, por meio de elementos tradicionais e vanguardistas. (BAHAMÓN e CAÑIZARES, 2007, p. 16). Com o objetivo de incorporar na edificação o simbolismo cultural japonês, os arquitetos Herzog e de Meuron (2012) criaram a ilusão de que seu edifício está “envolto” (tsutsumu) ou “atado” (musubu), o que significa demarcar um espaço como especial e altamente protegido contra terremotos, devido ao sistema implementado de fachadas estruturais. ANÁLISE DAS FACHADAS DA MARCA DIOR Dior de Ginza, Japão: extração de potenciais variáveis características construtivas dos elementos de fachadas e classificação enquanto seu tempo e contexto sistêmico de fachada. O Projeto da loja de Ginza foi feito pela arquiteta contemporânea Kumiko Inui (2011), especializada em fachadas expressivas, com propostas inovadoras. A fachada apresenta uma sobreposição de chapas de alumínio. As exteriores são perfuradas em padrão, as internas são pintadas por meio de serigrafia, no local da perfuração externa, produzindo um jogo de linhas de acordo com a incidência de luz, Figura 7. Figura 7 - Placa externa e placa interna (Fonte: http://design.epfl.ch/piraeus/wp-content/uploads/2010/03/coupe2.jpg) De dia, as chapas internas estão apagadas, e só se vê a perfuração das chapas externas. A noite, as chapas internas são acesas e aparece o desenho de uma trama que remete à cadeira de Thonet, que se inspirou em Christian Dior. As perfurações junto à iluminação formam o simbólico padrão Cannage inspirado no tramado da cadeira Thonet (utilizado nas primeiras criações de Christian Dior em 1947) coabita de forma harmoniosa com modernos painéis de alumínio, conferindo à nova base da Dior um inegável toque de sofisticação. O Quadro II apresenta uma síntese da leitura visual da fachada: Quadro II - Leitura Visual da fachada do edifício da Dior em Ginza Christian Dior – Ginza GESTALT O edifício tem seções áureas e traçados reguladores. Há uma seção áurea na altura da marca Dior. Diagnostica-se a seção áurea em relação às portas de entrada do epicentro. Conforme Bahamón e Cañnizares (2007) suas proporções áureas e traçados foram minuciosamente desenvolvidos por Kumiko Inui para o efeito desejado. Suas simetrias são perceptíveis de imediato. Christian Dior – Ginza SEMIÓTICA Materiais utilizados no seu exterior, vidro e dupla superfície de alumínio e led em seu interior. Três vitrines e uma porta de entrada na fachada principal. A fachada é de alumínio perfurada, já a pele interior é serigrafada, para dar efeito óptico desejado. A pele é dupla, causa sensação de movimento. O tartan é inspirado na cadeira Thonet e na primeira coleção de 1947, considerado arrojado pelo uso da tecnologia. Há simetria de translação/ rotação para formar o tartan. O padrão é construído por 3 malhas: laranja, violeta, e verde, sobrepostas para criar o tartan. Percebe-se o módulo e padrão para construção do Design de Superfície. Segrega-se em 4 unidades principais: 1 O todo; 2 O corpo principal; 3 O topo; e 4 portas e vitrines. A fachada é coposta por uma capa de alumínio perfurada, com pele interior serigrafada. A pele é dupla, causa sensação de movimento. O tartan é inspirado na cadeira Thonet e na primeira coleção de 1947, dá um ar tradicional e ao mesmo tempo arrojado. O cliente é recepcionado por atendentes na porta, muito bem trajados, demonstrando o primor e glamour da loja. Tanto a perfuração, quanto o desenho concedem ao visual uma beleza diferenciada. A fachada é iluminada por fibras ópticas dando um ar tecnológico. Segundo Bahamón e Cañizares (2007) o resultado se assemelha a uma caixa de presente que se destaca sobriamente, comunicando ao seu público a beleza e o luxo da marca Dior, entre as luzes neons de Ginza. A força da fachada é intensa, assim o design de interior fica em segundo plano, projeto de Kumiko Inui, é uma das propostas de imagem corporativa aplicada à Arquitetura mais acertada dos últimos tempos. Faltou a expressão visual identitária no formato do edifício. Os fatores de proximidade e semelhança são percebidos pelos seus padrões em alumínio, que formam a malha. A unificação é homogênea, maior. Assim, a pregnância formal é considerada boa, devido ao equilíbrio, a harmonia apresentada no segundo passo, absolutamente regular e ordenada conforme sistema de simetrias. A superfície complexa é comum na área da moda. A fachada forma um moiré, reflexos distorcidos, refraçõe e luminosidade. A profundidade é significativa em edifícios corporativos. A malha "infinita" efetua um padrão, atenuando as arestas do prédio. A parametrização da fachada ocorreu a partir do canto direito superior do edifício. A loja Dior tem um conceito de luxo, passando a mensagem de status social, prestígio e altíssimo poder aquisitivo para seu usuário. No caso das edificações coorporativas da área da moda, acredita-se que aspectos de PPI (Processo de Projeto Integrado) (KEELER, 2010) podem ser incorporados a partir da utilização de variáveis que, com seus diferentes valores, forneçam diretrizes ao projetista. Estas variáveis podem ser extraídas a partir de uma reengenharia, na análise detalhada de elementos arquitetônicos presentes em fachadas que apresentam uma carga simbólica significante. No atual momento desta pesquisa observa-se que, por meio de estudos do design de superfície, sob o enfoque de teorias da Gestalt e da Semiótica, é possível compreender e extrair estas significâncias na forma de parâmetros que, depois de avaliados, selecionados e ponderados se transformam nestas variáveis, permitindo a retro-alimentação do processo, ainda na fase de concepção da fachada. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo descreve sobre pesquisas relacionadas a fachadas de edificações sobre diferentes aspectos, e apresenta-as sob suas vertentes: uma sob um olhar construtivo e outra sob um olhar significativo. No primeiro, aborda-se pesquisas direcionadas ao desenvolvimento criativo e funcional de elementos vazados modulares, que usam conceitos de design de superfície, modularidade e gramáticas compositivas, visando soluções para elementos arquitetônicos com valores estéticos aliados à racionalização produtiva e otimização energética. No segundo, aborda-se duas questões relacionadas ao tema. Por um lado, pesquisas voltadas ao desenvolvimento de elementos modulares para fachadas (COBOGÓS), cujo objetivo foi a busca de incorporação de valores culturais, por meio de uma releitura de grafismos indígenas. Por outro lado, sob um enfoque analítico em fachadas já existentes, baseado em teorias da Gestalt e da Semiótica, a busca por parâmetros significativos que permitam, a partir de um método em desenvolvimento, o delineamento de um sistema de auxílio ao projetista para projetos de edificações coorporativas. Observa-se finalmente, que os elementos de fachada, se trabalhados como elementos incorporadores de valores e qualidades funcionais, podem obter soluções que favoreçam a racionalização, otimização e qualidade de conforto ambiental com soluções esteticamente ricas e criativas. Além disso, se forem incorporados, em seu desenvolvimento, determinados conceitos semióticos, estas fachadas também podem agregar mensagens e valores culturais. REFERÊNCIAS BAHAMÓN, A. e CAÑIZARES, A. Moda: Arquitetura Corporativa, Parramon: Barcelona, Espanha, 2007. CARVALHO, F. S. L.; HARRIS, A. L. N. C.; Do grafismo indígena ao COBOGÓ In: 9. 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