PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO DE RIO DO SUL Produto – 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais Florianópolis, Dezembro de 2010. Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3 2. CARACTERÍSTICAS GERAIS .................................................................................. 4 2.1 Histórico ........................................................................................................... 4 2.2 Questões Legais e Ambientais ............................................................................. 5 2.3 Hidrografia Municipal .......................................................................................... 6 2.4 Legislação ......................................................................................................... 8 3. DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 9 3.1 Metodologia .................................................................................................... 10 3.2 Executores dos Serviços ................................................................................... 12 3.3 Índice de Cobertura ......................................................................................... 12 3.4 Precipitação Pluviométrica ................................................................................ 12 3.5 Análise das Áreas Problema .............................................................................. 14 3.5.1 Descrições das Áreas ................................................................................. 14 3.5.2 Índice de Fragilidade ................................................................................. 29 3.5.3 Ações Propostas por Área Problema ............................................................. 30 3.5.4 Propostas de Estruturação das Ações a Serem Implementadas ....................... 32 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 33 Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 3 1. INTRODUÇÃO O presente relatório é o sétimo produto da série que integra o Plano de Saneamento Básico do Município de Rio do Sul, desenvolvido conforme Termo de Referência de Elaboração do Plano, Contrato no 039/2010, Termo Aditivo no 044/2010. O conteúdo deste relatório contempla o Diagnóstico do Sistema Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas. Apresenta uma visão da situação atual do Município no que diz respeito à drenagem urbana e numa etapa posterior apresenta propostas de ações para a solução das deficiências encontradas. A urbanização das bacias gera um acelerado processo de impermeabilização da superfície dos terrenos. As impermeabilizações reduzem a infiltração no solo aumentando o volume e a velocidade de escoamento superficial. Outras alterações das características naturais de escoamento e infiltração como os aterros, escavações, modificações de macro-drenagem com revestimentos, erosão, eliminação de armazenamentos naturais, assoreamento e estrangulamentos de cursos de água, também são causadoras da mudança de comportamento e da resposta das bacias nos diferentes tipos de chuvas. Todas estas alterações se refletem no aumento da vazão e no surgimento de problemas de enchentes e alagamentos. Outro aspecto a ser levado em conta é o lançamento irregular dos esgotos sanitários e lixo na rede pluvial causando impacto ambiental por contaminação dos cursos de água e a propagação de doenças de veiculação hídrica. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 4 2. CARACTERÍSTICAS GERAIS 2.1 Histórico Os homens começaram a manipular água em grande escala em resposta à necessidade de irrigação, na antiga sociedade agrária. O primeiro projeto conhecido de irrigação em grande escala foi realizado no Egito, aproximadamente 5 mil anos atrás. Nos milênios seguintes muitos outros projetos surgiram no Mediterrâneo e no Oriente Próximo. Os projetos incluíam represas, canais, aquedutos e sistemas de esgoto. O transporte de água através de tubos foi também desenvolvido há muito tempo. Na China, tubos de bambu foram usados em 2500 a.C., e os romanos utilizaram tubos de chumbo e de bronze por volta de 200 a.C. A capacidade dos romanos como engenheiros foi amplamente demonstrada em seus sistemas hidráulicos. Os famosos aquedutos estavam entre as maravilhas do mundo e permaneceram em uso durante dois milênios. Os gregos também deram importantes contribuições às teorias sobre hidráulica. Arquimedes é considerado o primeiro a contribuir com a hidráulica baseando-se em trabalhos realmente científicos. Por volta de 250 a.C. ele publicou um trabalho escrito sobre hidrostática que apresentou os princípios do empuxo (Princípio de Arquimedes) e da flutuação. Ele é considerado o Pai da Hidrostática. De 500 a.C. até a Idade Média, a irrigação e os sistemas de abastecimento de água foram construídos e mantidos em locais diversos, como China e Império Romano. Tal engenharia foi projetada e construída por artesãos que usavam regras baseadas meramente em observações, que apesar dos trabalhos de Arquimedes, careciam dos benefícios da pesquisa científica. Os grandes engenheiros romanos, por exemplo, não entendiam o conceito de velocidade, e somente depois 1500 d.C. a relação entre precipitação e escoamento foi ser considerada seriamente. Com o fim do Império Romano (460 d.C.), muitos dos avanços feitos durante o período greco-romano foram esquecidos, e depois redescobertos na Renascença, no início do século XVI. Foi nesse período que a hidráulica começou a se desenvolver como ciência. O primeiro esforço para organizar os conhecimentos da engenharia foi a fundação, em 1760, da École des Ponts et Chaussées, em Paris. Em 1738 Daniel Bernoulli publicou sua famosa equação Bernoulli, formulando a conservação de energia na hidráulica. Nos séculos XVIII e XIX, chamados de período clássico da hidráulica, avanços na engenharia hidráulica lançaram as bases para outros desenvolvimentos durante o século XX. No final de 1850, entretanto, os projetos de engenharia se baseavam principalmente em regras empíricas, desenvolvidas com base na experiência e ajustados com fatores de segurança. A partir daí, a utilização de teorias aumentou rapidamente. Hoje a maioria dos projetos é constituída de uma vasta quantidade de cálculos meticulosos. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 5 O termo gestão de águas pluviais refere-se às práticas de engenharia e às políticas regulatórias aplicadas para abrandar os efeitos adversos do escoamento de águas pluviais. Esses esforços usualmente estão associados a problemas de escoamento resultantes de vários tipos de uso e ocupação dos solos. 2.2 Questões Legais e Ambientais Nas últimas três décadas, questões legais e ambientais mudaram dramaticamente a maneira como engenheiros civis praticam a sua arte, e a engenharia hidráulica/hidrológica não é exceção. A gestão de águas pluviais já se baseava nos princípios das boas práticas de engenharia, mas hoje o projeto deve também satisfazer uma variedade de regras impostas por vários níveis de agências públicas. Quando o projeto hidráulico e hidrológico afeta o público, há uma questão legal; quando ele afeta o ambiente, há uma questão ambiental. Essas duas questões geralmente se sobrepõem, pois qualquer coisa que afeta o ambiente sempre afeta o público. Há uma abundância de questões legais e ambientais em todas as áreas da engenharia civil, e algumas envolvem a gestão de águas pluviais no dia-a-dia. Quando chuva atinge a terra segue em declínio, impelida pela gravidade, cruzando o solo até alcançar riachos e rios que a carregam para o mar. Ao percorrer este caminho atua como o principal agente transformador e modelador do relevo terrestre. Nossa sociedade considera naturais todos esses deslocamentos da água, e, se a água causar algum estrago em seu caminho, como erosão ou enchente, ninguém é apontado como responsável legal. Mas, no momento em que as pessoas alteram a superfície do terreno da mesma maneira como mudam o curso das águas pluviais, elas se tomam responsáveis por qualquer dano resultante dessa alteração. O uso e a ocupação do solo afetam à jusante a capacidade de escoamento, concentrando o escoamento de águas pluviais e aumentando a vazão desse escoamento. A prática da gestão de águas pluviais deve considerar esses problemas e abrandá-los. O abrandamento é possível por meio de vários métodos, incluindo mudança de rota do escoamento, dispersão do escoamento, delineamento da área com proteção contra erosão e a providência de uma bacia de detenção. Outro problema que ocorre em projetos hidráulicos e hidrológicos é a poluição das águas pluviais. O uso e a ocupação do solo podem e geralmente resultam em vários poluentes indesejados misturando-se às águas pluviais conforme elas escoam. Isso inclui sais e óleos de áreas pavimentadas; fertilizantes e pesticidas de áreas cultivadas; partículas de silte de áreas de vegetação removida e resíduos sólidos inadequadamente dispostos. A gestão de águas pluviais abranda esses problemas com medidas que incluem educação sanitária, filtros de vegetação, desarenadores, caixas de retenção e bacias de recarga de aqüífero. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 6 Os banhados e áreas alagadiças adquiriram proeminência no aspecto ambiental nas duas últimas décadas. São áreas de terra, geralmente de origem natural, que retêm água durante boa parte do ano. São benéficos ao ecossistema e particularmente sensíveis a rupturas por causa dos efeitos do desenvolvimento. Um cuidado extra deve ser tomado para identificar, delinear e proteger essas áreas quando estão inseridas em, ou adjacentes, a uma área a ser utilizada para algum tipo de atividade antrópica. No desenvolvimento de projetos de drenagem estas questões legais e ambientais devem ser previamente identificadas e consideradas nas soluções adotadas. Considerando que as precipitações pluviométricas escoam na superfície terrestre seguindo a declividade natural das bacias hidrográficas, salienta-se que uma boa base cartográfica é essencial ao sucesso de um projeto de drenagem. 2.3 Hidrografia Municipal A hidrografia do Município de Rio do Sul é composta por 2 (dois) rios principais: o Rio Itajaí do Oeste e o Rio Itajaí do Sul que se unem na área urbana do município formando o Rio Itajaí Açu. Os afluentes municipais importantes: Ribeirão do Tigre, Ribeirão Albertina, Ribeirão Taboão, Ribeirão Matador, Ribeirão Braço Matador, Ribeirão Fundo Canoas, Arroio Braço Itoupava, Arroio Canoas, Rio Itoupava, Arroio Vala São Paulo, Arroio do Braço da Cobra de Fora, Rio das Cobras. Integram 8 sub-bacias hidrográficas (Mapa Temático 01), sendo elas: - Bacia do Rio Itajaí do Oeste; - Bacia do Rio Itajaí do Sul; - Bacia Ribeirão Fundo Canoas; - Bacia do Rio Itoupava; - Bacia do Rio das Cobras; - Ribeirão do Tigre; Ribeirão Taboão; - Ribeirão Matador Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 7 Mapa Temático 01 – Principais Bacias do município de Rio do Sul Bacia do Rio Itoupava Bacia do Ribeirão Fundo Canoas 2 Área (km ) 31,95 Rios Ribeirão Fundo Canoas 2 Área (km ) 44,53 Rios Arroio Braço Itoupava Arroio Canoas Bacia do Rio das Cobras Rio Itoupava 2 Área (km ) 44,34 Rios Arroio Vala São Paulo Arroio Braço da Cobra de Fora Rio das Cobras Bacia do Ribeirão Matador Bacia do Rio Itajaí do Oeste * 2 Área (km ) 15,92 Rios 2 Área (km ) 37,55 Rios Rio Itajaí do Oeste Arroio Braço Matador Ribeirão Matador *Limitada ao município Bacia do Rio Itajaí do Sul * Área (km2) 47,90 Rios Bacia do Ribeirão do Tigre 2 Área (km ) 10,67 Rios Ribeirão do Tigre Ribeirão Albertina (14,13 km2) Bacia do Ribeirão Taboão *Limitada ao município 2 Área (km ) 19,50 Rios Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Ribeirão Taboão Dezembro/2010 8 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 2.4 Legislação No município de Rio do Sul os serviços de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais estão regulamentados pelos seguintes dispositivos legais: - LEI FEDERAL N° 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras providências. - LEI FEDERAL N°° 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. - DECRETO FEDERAL N°° 7.217 de 21 de junho de 2010. Regulamenta A Lei Federal n° 11.445 e estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras providências. - LEI ESTADUAL Nº 6.063/1982. Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, e dá outras providências. - LEI MUNICIPAL COMPLEMENTAR Nº 163, de 12 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a Plano Diretor do Município de Rio do Sul. - LEI MUNICIPAL COMPLEMENTAR Nº 4.707, de 18 de abril de 2008. Dispõe sobre a Política Municipal de Saneamento Básico e Cria o Conselho Municipal de Saneamento e o Fundo Municipal de Saneamento, e dá outras providências - LEI MUNICIPAL COMPLEMENTAR Nº 239, de 04 de junho de 2008. Regulamenta Regimento Interno do Conselho Municipal e o Fundo Municipal de Saneamento do Município de Rio do Sul e Dá Outras Providências. - LEI MUNICIPAL COMPLEMENTAR Nº 4231, de 15 de agosto de 2005. Cria a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil – COMDEC DO Município de Rio do Sul e dá outras providências. - DECRETO MUNICIPAL N°° 544 de 21 de outubro de 2005. Regulamenta A Lei n° 4231 e que cria a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil – COMDEC. - LEI MUNICIPAL Nº 4330, de 16 de outubro de 2007. Torna obrigatória a execução de reservatórios para as águas pluviais coletadas por coberturas e pavimentos nos lotes, edificados ou não, que tenham área 2 impermeabilizada igual ou superior a 400 m e dá outras providências. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 9 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 3. DIAGNÓSTICO A drenagem de águas pluviais, embora seja um item básico e fundamental do planejamento urbano, tem sido relegada a um plano secundário por muitas administrações municipais e tratada, regra geral, de forma superficial, com deficiências no planejamento e execução das obras. Ruas e avenidas são abertas sem projetos de drenagem. À medida que a urbanização avançou com novas edificações e pavimentações, com construções sobre estes talvegues e galerias, a impermeabilização aumentou, cresceu a velocidade de escoamento, o tempo de retenção das chuvas diminuiu e os problemas começaram a aparecer. Isto tudo associado a uma rede de drenagem deficiente em dimensões, extensão e número de bocas de lobo, sinaliza problemas crescentes para o atual sistema de drenagem. Em Rio do Sul isto se repetiu no passado, porém se observa atualmente uma grande preocupação do Poder Público Municipal com a recuperação e a implantação de projetos estruturantes com dimensionamento técnico e não pavimentando ruas sem um adequado sistema de drenagem pluvial. Dentre os inúmeros exemplos desta obras, destaca-se a macrodrenagem em rede dupla com tubos de 2,0m de diâmetro, executada entre a Alameda Aristiliano Ramos e a Rua Dom Bosco, mostrada na foto abaixo. Os efeitos do escoamento das águas pluviais não controlados podem converter em ônus econômico cada vez maior e representam uma ameaça para a saúde, segurança e bem-estar da comunidade. Especial atenção deve ser dedicada à ocupação de várzeas e áreas com incidência de banhados, nas zonas de expansão urbana. Além dos aspectos legais de ocupação destas áreas, deve ser observada uma ocupação não conflitante com as políticas e planos de drenagem. O sistema de drenagem faz parte do conjunto de melhoramentos públicos existentes na área urbana e é conveniente que seja planejado de forma integrada, ou seja, abrangendo as redes de água, de esgotos sanitários, de cabos elétricos e telefônicos, pavimentação de ruas, guias e passeios, parques, áreas de recreação e lazer, entre outros. Em relação aos outros melhoramentos urbanos, o sistema de drenagem tem uma particularidade: o escoamento de águas pluviais sempre ocorrerá independente de existir ou não sistema de drenagem adequado. A qualidade desse sistema é que determinará se os benefícios ou prejuízos à população serão maiores ou menores. Como medida auxiliar recomenda-se o incentivo fiscal para a manutenção da permeabilidade dos solos em residências e instalações comerciais e industriais, além da retenção das águas Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 10 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais de chuva já exigida para os lotes com mais de 400 m2 de área impermeabilizada, pois são os pequenos terrenos que representam a maioria das unidades imobiliárias com alto percentual de impermeabilização. As obras públicas, praças e calçadas, também devem ser direcionadas para uma valorização da permeabilidade do solo. 3.1 Metodologia Para o diagnóstico da drenagem urbana foi utilizado a metodologia desenvolvida por Bruno Jardim da Silva e outros (UFBA – Universidade Federal da Bahia) na Elaboração do Componente Drenagem do Plano Municipal de Saneamento Ambiental do Município de Alagoinhas. Esta metodologia é apoiada em Indicadores de Fragilidade do Sistema – IFS e tem como princípios básicos essenciais: • Os dispositivos que compõem as redes de drenagem das águas pluviais devem possuir funções hidráulicas e urbanas bem definidas; • Cabe ao Poder Público a iniciativa de promover uma série de ações que resultem na melhoria do desempenho dos Sistemas de Drenagem, envolvendo diversos setores; • O Sistema de Drenagem Urbana, com todos os seus componentes, possuem uma responsabilidade relevante na qualidade ambiental das áreas onde estão situados; • O Sistema de Drenagem Urbana deve possuir ampla integração com os demais serviços e sistemas relacionados com o Saneamento Ambiental, objetivando a otimização das ações e a excelência dos resultados ambientais. Estes princípios permitem uma abordagem ambiental adequada para o problema. O diagnóstico é estabelecido a partir da definição de Fatores Intervenientes e dos IFS. Uma primeira análise é efetuada com abordagem mais geral e o aprofundamento é feito a partir da análise de Pontos de Estudo - PE, sendo estes os locais onde se manifesta o mau funcionamento do Sistema. Cada PE recebe um indicador que caracteriza o somatório das relevâncias dos IFS designado de Índice Geral de Fragilidade - IGF. O sistema de pontuação permite estabelecer a hierarquização dos principais problemas a serem atacados. Na obtenção do IGF foram atribuídos pesos para os problemas de natureza tecnológica, ambiental e institucional nos valores de 2, 3 e 1, respectivamente. A definição de valores do IGF para cada PE serve também como referência para a partida de um processo permanente de planejamento do Sistema estudado. O Prognóstico é montado a partir da definição de diretrizes, metas e objetivos estabelecidos, partindo-se então para a identificação dos diversos tipos de serviços e ações a serem propostas com vistas a resolver os problemas identificados. Quadro 1: Fatores que afetam o sistema de drenagem Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 11 Quadro 2: Indicadores de Fragilidade do Sistema (IFS) Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 12 3.2 Executores dos Serviços A Secretaria de Obras é responsável pela execução, de obras de menor porte, e manutenção da drenagem urbana. Já as obras de maior porte o município contrata empresas do ramo para a execução, através do processo licitatório. Os serviços de drenagem urbana são executados por uma equipe formada por 11 (onze) pessoas sendo o diretor, 1 (um) operador de retro-escavadeira, 1 operador de caminhão hidrojato, um motorista e 7 ajudantes. Os equipamentos em uso por este equipe são: 1 (uma) retro-escavadeira, 1 (um) caminhão Mercedes basculante e 1 (um) caminhão Hidrojato para a limpeza das tubulações e que deverá ser substituído por uma versão mais atualizada. Todas as intervenções de melhorias e ampliações do sistema de drenagem, bem como os projetos de loteamentos passam pela Secretaria de Planejamento para aprovação do sistema de drenagem proposto. 3.3 Índice de Cobertura O cadastro de redes de drenagem elaborado pela Secretaria de Planejamento Urbanismo e Meio Ambiente para as principais ruas da cidade é indicativo e não contém todos os dados necessários à análise técnica de funcionalidade do sistema. A partir dele estima-se que acima de 90% das ruas pavimentadas tenham redes de drenagem pluvial. Considera-se que a partir do aplicativo do CAD (de mercado) para cadastro digitalizado das redes de drenagem, poderá ser elaborado um adequado cadastro das redes de esgotos pluviais, em curto espaço de tempo. Para isto é essencial contar com as informações e o conhecimento de quem trabalha e opera o sistema. Importante salientar que um cadastro requer manutenção e aprimoramento contínuo, a cada intervenção de manutenção ou ampliação do sistema. 3.4 Precipitação Pluviométrica As precipitações pluviométricas foram obtidas no site da Agência Nacional de Águas. Com base nos dados fornecidos e com a utilização do software Hidroweb/Microsoft Excel confeccionou-se alguns gráficos. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 13 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais Gráfico 01 – Total de Precipitação em cada Ano Precipitação (mm/ano) 3000 2500 2000 1500 1000 500 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980 0 Ano 2000 Precipitação (mm/ano) 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 0 Ano No Gráfico 01 observa-se que em 2007 e 2008 não houve problemas com a coleta de dados nesta estação. A média de chuva anual, no período de 1976 a 2006 é de 1554,7mm (Hidroweb – ANA). Gráfico 02 – Precipitação Média Mensal (1976 a 2006) Precipitação (mm) 250,0 200,0 150,0 100,0 50,0 0,0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 14 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais Tabela 01 – Máximas Precipitações anuais em 24h (1979 a 2010) Ano Máx. diária anual (mm/24h) Dia Ano Máx. diária anual (mm/24h) Dia 1979 49 07/out 1995 66,4 04/ago 1980 101,5 30/jul 1996 55,7 11/dez 1981 47,4 22/dez 1997 67,2 27/nov 1982 58,9 24/fev 1998 - - 1983 98,7 23/set 1999 85,7 03/jul 1984 109,6 06/ago 2000 85 21/nov 1985 118 10/mar 2001 62,7 07/jan 1986 59,8 10/out 2002 79,6 20/abr 1987 66,2 14/jun 2003 58,8 12/dez 1988 77,6 17/fev 2004 90,4 14/set 1989 58,4 28/jan 2005 - - 1990 99,1 30/mai 2006 60,4 19/nov 1991 75,8 21/jun 2007 - - 1992 76,4 01/jul 2008 - - 1993 79,3 14/fev 2009 57,9 28/set 1994 61,6 12/mai 2010 - - No Gráfico 02 percebe-se que as chuvas estão um pouco mais concentradas nas épocas da primavera e do verão. No período de 20 anos as maiores precipitações em 24 horas (Tabela 01) encontradas foram no dia 06 de agosto de 1984 (109,6 mm) e no dia 30 de junho de 1980 (101,5mm). 3.5 Análise das Áreas Problema 3.5.1 Descrições das Áreas Para aplicação da metodologia de diagnóstico apoiada em Indicadores de Fragilidade do Sistema – IFS a seguir são descritas as áreas problema, salientando-se que muitas áreas problema não estão aqui listadas por se encontrarem em vias de solução, seja por já se encontrarem em obras ou por constarem de processo licitatório de execução já em andamento, como é o caso, por exemplo, de ruas do Bairro Fundo Canoas (ruas Guido Vota, Augusto Perfoll, dentre outras). Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 15 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP 01 - Área problema 01 – Rua Porto União – Bairro Canoas Rua Princesa Isabel Rua Porto União Linha amarela – solução sem projeto Fonte: Google Earth Comentários: A tubulação de drenagem de 60cm de diâmetro que serve esta rua, faz uma mudança de direção na área problema e cruza terrenos particulares com casas edificadas sobre a mesma, causando transbordamento na Rua Porto União. A solução proposta é o prolongamento desta rede ao longo da Rua Porto União até ao Rio Itajaí Açu numa extensão de 185 metros em diâmetro a ser confirmado por dimensionamento técnico. Custo Estimado: 160.000,00 Fotos do Local: Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 16 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP02 - Área problema 02 – Rua Joinville – Bairro Canoas Rua Joinville Rua Princesa Isabel Rua Padre Anchieta Linha amarela – solução sem projeto Linha verde – solução com projeto Fonte: Google Earth Comentários A rede no diâmetro de 80 cm mostrada na imagem acima cruza lotes com edificações sobre a mesma, inclusive um edifício residencial, e segue atravessando terreno da esquina entre as Ruas Joinville e Princesa Isabel, onde há projeto para edificação de supermercado. Esta rede tem se mostrado insuficiente para escoar a vazão da área drenada, provocando constantes alagamentos nas Ruas José Bonifácio, Victor Konder, Almirante Tamandaré e Padre Anchieta, etc.. A solução proposta é a execução de rede de ao longo da Rua Joinville com 300 metros de extensão Edificação nos diâmetros de 80 cm e 120 cm, liberando o terreno para a edificação do supermercado, projeto já desenvolvido R$260.000,00. com custo estimado Complementarmente é de proposto pela área operacional dividir a bacia drenada em duas bacias a partir da Rua Padre Anchieta, seguindo tubulação ao longo desta rua até ao Rio Itajaí Açu, numa extensão de 330 metros em Tubulação existente diâmetro a ser definido por dimensionamento (Custo Estimado 300.000,00). Assim toda a área drenada a montante da Rua Padre Anchieta deixa de sobrecarregar as redes a jusante seccionando a bacia de drenagem em duas menores. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 17 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP03 - Área problema 03 – Rua Barão do Rio Branco – Bairro Budag Rua Barão do Rio Branco Rua Vidal Ramos Rua João Conradostoll Fonte: Google Earth Comentários Neste local tem uma tubulação de 1,00m de diâmetro que drena bacia do Sumaré (Hospital Sumaré) passando sob casas com seguidos rompimentos. Não há projeto para a solução deste problema. (Sem custo estimado.) Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 18 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP04 - Área problema 04 – Rua Equador (Rua Brasil) – Bairro Sumaré Rua Brasil Rua Equador Linha amarela – solução sem projeto Fonte: Google Earth Comentários Paralelo a Rua Brasil ao lado direito de quem desce a rua, sob edificações, há uma rede de 60 cm de diâmetro, subdimensionada para receber a vazão drenada ao longo da Rua Brasil que se transforma em um verdadeiro rio, danificando o pavimento articulado existente. A solução proposta é implantar rede para desviar, na altura da Rua Equador, as águas de montante da rede de 60 cm (Loteamento Schoroeder), direcionando-as para a Rua Brasil onde receberia a contribuição das duas redes, uma de 30 cm e outra de 40 cm, que chegam da parte superior da Rua Brasil. Assim a nova rede desceria a Rua Brasil ao longo de seu eixo até ao Rio Itajaí do Sul, numa extensão de 420 metros com dimensionamento a ser definido. (Custo estimado: 420.000,00.) Rua equador Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 19 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP 05 - Área problema 05 – Rua São Joaquim – Bairro Laranjeiras Rua São Joaquim Rua XV de Novembro Linha amarela – solução sem projeto Fonte: Google Earth Comentários A rede dos últimos 500 metros da Rua São Joaquim a tubulação de 60 cm de diâmetro não comporta as duas tubulações de 40 cm e de 50 cm de diâmetro que a alimentam, provocando extravasamentos e inundação na Rua XV de Novembro. A solução proposta é a substituição do trecho de 500 metros da Rua São Joaquim por diâmetro superior a ser dimensionado e ligar o final da Rua São Joaquim com a galeria de alvenaria de pedra do final da Rua Lages. (Custo estimado: 480.000,00). Rua São Joaquim Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Rua XV de Novembro Dezembro/2010 20 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP 06 - Área problema 06 – Rua Pedro Moretto – Bairro Laranjeiras/Eug. Schneider Rua Pinheiros Rua Pedro Moretto Linha amarela – solução sem projeto Linha branca – obra sendo executada Fonte: Google Earth Comentários Neste ponto a rede percorre trajeto sob casas com todos os problemas inerentes a manutenção e extravasamento. A solução para retirada da rede que está sob as casas é descer a Rua Pedro Moretto com tubulação até a Rua Caçadores ligando-se à rede nova recentemente implantada, numa extensão de 200 metros em diâmetro a ser definido. (Custo estimado 170.000,00). Há também dois projetos que reduzirão a vazão na Rua Pedro Moretto: um projeto para segmentar a bacia na altura da Rua Maranhão em obra de 1.115 metros de tubulações nos diâmetros de 80 cm, 1,00m, 1,20m, e 1,50m com valor de investimento de R$1.5000.000,00; o segundo projeto na Estrada do Acre com 430 metros de redes em 80 cm, com investimento estimado de R$ 400.000,00, que também reduz a área que drena águas pluviais para a Rua Pedro Moretto. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 21 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP 07 - Área problema 07 – Rua Osvaldo Hadlich – Bairro Boa Vista Rua Osvaldo Hadlich Rua Guanabara Rua Espírito Santo Linha amarela – solução sem projeto Fonte: Google Earth Comentários Neste ponto a rede cruza por debaixo de casas, atravessando as Ruas Guanabara e São Paulo. A rede é subdimensionada, provocando extravasamentos e alagamentos. A solução proposta é segmentar a bacia com rede nova com 370 metros na Rua Espírito Santo, sem projeto definido. (Custo estimado 230.000,00) Rua Osvaldo Hadlich Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Rua Osvaldo Hadlich Dezembro/2010 22 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP 08 - Área problema 08 – Rua Carlos Gomes – Bairro Centro Rua Carlos Gomes Linha verde – solução com projeto Fonte: Google Earth Comentários Neste ponto as redes de drenagem que vem desde a Rua Humaitá com 80cm de diâmetro, por debaixo de edificações, não vencem as vazões afluentes provocando alagamentos nas Ruas Dr. Norman e Carlos Gomes e causando transtornos ao trânsito de veículos e pedestres com prejuízos a estabelecimentos comerciais. A solução para o problema já tem projeto definido de rede com 1,50m de diâmetro, deste ponto até o trevo da Praça Nereu Ramos, numa extensão de 250m e com valor estimado de R$400.000,00. Com esta medida de desvio da rede que chega à Rua Carlos Gomes para a Praça Nereu Ramos, as obras previstas no seu prolongamento para retirada de sob construções (FORD e outras) e da própria Prefeitura poderia ser revista ou adiada, pois neste trecho a área drenada ficaria bastante reduzida. Assim a previsão de se gastar R$ 450.000,00 na parte a jusante da Rua Carlos Gomes, Rua Anita Garibaldi (285 metros de redes com 1,50m de diâmetro), poderia ser reduzida em aproximadamente 50% do valor, pois as obras se limitariam na readequação do seu trecho final e lançamento no Rio Itajaí Açú. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 23 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP 09 - Área problema 09 – Rua Governador Jorge Lacerda – Bairro Budag Rua Governador Jorge Lacerda Rua Luis Pasteur Siewerdt Linha amarela – solução sem projeto Fonte: Google Earth Comentários A travessia apresenta problemas de funcionalidade com extravasamentos, devendo ser substituída. Serão necessários 130 metros de tubulação com 80 cm de diâmetros em valor estimado de R$60.000,00. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 24 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP 10 - Área problema 10 – Rua Patrício Noveletto – Bairro Barra do Trombudo Rua Clemente de Marchi Rua Patrício Noveletto Linha verde – solução com projeto Fonte: Google Earth Comentários Constantes alagamentos com extravasamento do leito do Ribeirão do Tigre. A solução proposta em projeto é uma obra de macrodrenagem com retificação do ribeirão e tubulação em diâmetro de 2,00m numa extensão de 600 metros, com valor estimado em R$ 1.500.000,00. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 25 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP 11 - Área problema 11 – Rua Germano Sandri – Bairro Barragem Rua Antônio Tonon Rua Germano Sandri Linha verde – solução com projeto Fonte: Google Earth Comentários Rede existente subdimensionada, passando dentro de lotes e com problemas de alagamentos. A solução proposta é a de implantação de galeria tubular com diâmetros de 80 cm e 1,00m, numa extensão de 330 metros, com valor estimado em R$ 360.000,00. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 26 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais AP 12 - Área problema 12 – Rua Emílio Ferrari – Bairro Canta Galo Rua Emílio Ferrari BR 470 Linha verde – solução com projeto Fonte: Google Earth Comentários Redes de ruas próximas tem problemas de funcionalidade gerando alagamentos. A solução proposta é a implantação de galeria tubular com diâmetro de 80 cm, numa extensão de 200 metros, com valor estimado em R$ 150.000,00. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 27 AP 13 - Área problema 13 – Estrada do Bom Fim Estrada do Bom Fim Ferrari Linha amarela – solução sem projeto Fonte: Google Earth Comentários A rede de 80 cm está rompida gerando alagamentos. A solução proposta é a implantação de galeria tubular com diâmetro de 80 cm, numa extensão de 70 metros, com valor estimado em R$ 50.000,00. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 28 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais Outras Áreas Problema com Intervenção em Estudo Estas áreas estão sintetizadas na Tabela 02. Tabela 02 – Outras Áreas Problemas Bairro Rua Problema Solução Boa Vista Criciúma Funcionalidade e desenvolvimento sob lotes Rede c/ desenvolvimento e dimensionamento adequados 350 0,8 Não definido Laranjeiras Ladeira Brasília Rede c/ des. e dim. Adequados até a Nova galeria da Rua XV 200 0,8 Não definido Pamplona Henrique Müller Rede c/ desenvolvimento e dimensionamento adequados 150 0,8 Não definido Funcinalidade e desenvolvimento sob imóveis e colégio Alagamento, subdimensionamento, sob lotes Extensão (m) Diâmetro (m) Valor (R$) Eugênio Marchi Vala a céu aberto com esgotos Canalização da vala em diâmetro adequado 300 0,8 Não definido Ambrósio Semione Rede pluvial sem travessia na BR-470 Rede à margem da BR-470 até bueiro de transposição 250 0,8 Não definido Ana Neri, Urubici, Guilherme Laubstein, Cemitério. Funcionalidade do sistema Rede c/ desenvolvimento e dimensionamento adequados Não definido Não definido Não definido Rede c/ desenvolvimento e dimensionamento adequados Não definido Não definido Não definido Santa Rita Diversos Melhorias e redes de micro e Funcinalidade e expansão do sistema macrodrenagem Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 29 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 3.5.2 Índice de Fragilidade Cada área problema foi avaliada nos quesitos tecnológicos, ambientais e institucionais. O Anexo DRE-01 apresenta o detalhamento de cada ponto. Através do cálculo do Índice Geral de Fragilidade se pode hierarquizar as áreas problemas (APs). Quanto maior o índice geral de fragilidade maior a prioridade da área problema. Os Índices Gerais de Fragilidade estão apresentados na Tabela 03: Tabela 03- Índices Gerais de Fragilidade (IGF) Área AP1 AP2 AP3 AP4 AP5 AP6 AP7 AP8 IGF 29 36 21 33 29 13 27 31 Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul AP09 AP10 AP11 AP12 AP13 18 30 19 17 21 Dezembro/2010 30 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 3.5.3 Ações Propostas por Área Problema IDENTIFICAÇÃO DE AÇÕES POR ÁREA-PROBLEMA ÁREAS-PROBLEMA: AP01 AP02 AP03 AP04 AP05 AP06 AP07 Rua Porto União Rua Joinville Rua Barão do Rio Branco (Praça) Rua Equador (Rua Brasil) Rua São Joaquim Rua Pedro Moretto Rua Osvaldo Hadlich AÇÃO Elaboração de Projetos Executivos Elaboração de Projetos Básicos ou Estudos Preliminares Implantação de obras de microdrenagem Implantação de obras de macrodrenagem Desobstrução de dispositivos hidráulicos Recuperação física de dispositivos existentes Adequação ou melhoramento de dispositivos existentes AP01 AP02 x x ÁREAS-PROBLEMA: AP03 AP04 AP05 x x x AP06 AP07 x x x x x x x x x x x x x x x x x x Recuperação de pavimentos Implantação de pavimentos Controle de processos erosivos Campanhas de educação pública ambiental x x x x x x x Serviços de comunicação social x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Fiscalização Recrutamento de mão de obra Treinamento de mão de obra Reordenação institucional Monitorização Definição de referenciais técnicos Criação de dispositivos legais Ação conjunta com outros componentes do Saneamento Ambiental Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 31 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais IDENTIFICAÇÃO DE AÇÕES POR ÁREA-PROBLEMA ÁREAS-PROBLEMA: AP08 AP09 AP10 AP11 AP12 AP13 Rua Carlos Gomes Rua Governador Jorge Lacerda Rua Patrício Noveletto Rua Germano Sandri Rua Emílio Ferrari Estrada do Bom Fim AÇÃO AP08 ÁREAS-PROBLEMA: AP10 AP11 AP12 x Elaboração de Projetos Executivos Elaboração de Projetos Básicos ou Estudos Preliminares Implantação de obras de microdrenagem Implantação de obras de macrodrenagem Desobstrução de dispositivos hidráulicos Recuperação física de dispositivos existentes Adequação ou melhoramento de dispositivos existentes AP09 x x x x AP13 x x x x x x x x x Recuperação de pavimentos x Implantação de pavimentos x Controle de processos erosivos Campanhas de educação pública ambiental x x x x x x Serviços de comunicação social x x x x x x x x x x x x x x x x x x Fiscalização Recrutamento de mão de obra Treinamento de mão de obra Reordenação institucional Monitorização Definição de referenciais técnicos Criação de dispositivos legais Ação conjunta com outros componentes do Saneamento Ambiental Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 32 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 3.5.4 Propostas de Estruturação das Ações a Serem Implementadas Tipo de Ação Demanda Proposta de Estruturação Elaboração de Projetos Executivos 9 Contratar Projetos Executivos independentes para as AP1, AP2, AP3, AP4, AP5, AP6, AP7, AP9 e AP13. Elaboração de Projetos Básicos ou Estudos Preliminares 1 Contratar Projeto Básico de Drenagem da Cidade. Implantação de obras de micro-drenagem 7 Realizar obras de microdrenagem na áreas nas AP1, AP6, AP7, AP9, AP11, AP12 e AP13 conforme definido em projetos executivos. Implantação de obras de macro-drenagem 7 Realizar obras de macro-drenagem na áreas nas AP2, AP3, AP4, AP5, AP6, AP8 e AP10 conforme definido em projetos executivos. Adequação ou melhoramento de dispositivos existentes 12 Definir forma operacional entre as opções de contratar e/ou programar equipes compostas por seus quadros. Recuperação de pavimentos 1 Definir forma operacional entre as opções de contratar e/ou programar equipes compostas por seus quadros. Implantação de pavimentos 1 Definir forma operacional entre as opções de contratar e/ou programar equipes compostas por seus quadros. Controle de processos erosivos 1 Estimulo a manutenção da cobertura vegetal e de dispositivos de proteção a montante das áres tubuladas. Campanhas de educação pública ambiental 13 Desenvolver Programas de Educação Sanitária e Ambiental. Serviços de comunicação social 13 Ver item anterior. Definição de referenciais técnicos 13 Assegurar o tratamento técnico a todas as intervenções relativas a melhorias e implantação de redes. Ação conjunta com outros componentes do Saneamento Ambiental 13 Desenvolver temas de integração entre os diversos segmentos do Saneamento Ambiental. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 33 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Prefeitura de Rio do Sul vem realizando um trabalho diferenciado da maioria dos municípios catarinenses com relação à infraestrutura de drenagem urbana, com projetos técnicos para todas intervenções pontuais. O trabalho dos projetistas se tornaria mais qualificado com uma adequada base cartográfica e sobre esta um plano diretor de drenagem urbana (PDDrU), balizando todas as intervenções que se façam necessárias no futuro. Sabese que o município está próximo de licitar a sua nova base cartográfica, passo importante não só para o sistema de drenagem como para todo o planejamento urbano, como comentado ao longo deste Plano de Saneamento Básico. O PDDrU parte de um diagnóstico do comportamento da drenagem urbana em cada unidade de análise (bacia hidrográfica) sujeita a cenários de ocupação atual e futuro e propõe medidas estruturais e não-estruturais de controle do escoamento como forma de eliminar os problemas detectados (IPH, 2002). O aumento da freqüência e magnitude de inundações, erosão do solo e contaminação das águas pluviais são problemas na drenagem urbana decorrentes da urbanização. Este cenário é conseqüência da impermeabilização do solo e canalização do escoamento sem controle dos referidos impactos. A medida que a urbanização avança o problema tem se agravado com a transferência de impactos de montante para jusante. O crescimento das cidades não tem sido acompanhado de instrumentos reguladores em seus Planos Diretores do uso e ocupação do solo. A mudança deste cenário exige alterar o padrão estratégico do planejamento integrado da cidade que envolve: planejamento urbano e uso do solo; esgotamento sanitário, resíduos sólidos e drenagem urbana. Todos estes elementos possuem forte interferência entre si e necessitam de soluções integradas. Os países desenvolvidos, desde a década de 70, identificaram que a estratégia de transferência de escoamento com condutos e canais era economicamente insustentável e passaram a amortecer o escoamento, evitando que as transferências de impactos ocorressem. Na década de 90 passaram a aplicar conceitos de desenvolvimento sustentável de implementação da ocupação do solo obedecendo a drenagem natural e priorizando a infiltração. Nos Estados Unidos este tipo de prática ganhou o nome de LID (Low Impact Development)(Souza, 2005). No Brasil, nos últimos anos algumas cidades procuraram controlar estes impactos através de projetos específicos de bacias urbanas com a construção de detenções (“piscinões”, denominação usada em São Paulo), desde o final da década de 80. O planejamento da drenagem urbana é recente no Brasil, por exemplo, o Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDrU) de Porto Alegre data de 1999 e foi desenvolvido em várias etapas (IPH, 2002). Algumas cidades conseguiram implementar uma regulamentação que controla o aumento da vazão pré-existente, como Porto Alegre, para novos loteamentos e São Paulo, para lotes. Mesmo onde existem os Planos Diretores Urbanos, a maioria destes planos aborda apenas aspectos arquitetônicos, sem considerar Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul mais efetivamente efeitos ambientais e Dezembro/2010 34 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais principalmente sobre a infra-estrutura de drenagem. Recomenda-se que a legislação Municipal contemple ações de desenvolvimento sustentável na implementação da ocupação do solo, obedecendo a drenagem natural, priorizando a infiltração e medidas de detenção natural ou implantadas, de forma a controlar o aumento das vazões pré-existentes. Isto para novos loteamentos ou mesmo para novas habitações em áreas em adensamento. Hoje em Rio do Sul as intervenções pontuais projetadas têm considerado a pior situação de escoamento, mas isto na macrodrenagem aumenta os custos de implantação. Para os Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais não existe cobrança de taxa específica. Embora a delicada discussão acerca de taxas para estes serviços, a busca da sustentabilidade deverá ser enfrentada. Os custos de manutenção destes serviços não se apresentam, atualmente, em valores expressivos, mas a sua perfeita identificação remete a uma separação contábil da unidade de negócio para fins de regulação tarifária. Os investimentos necessários são significativos e por esta razão, foram protelados por muitas administrações municipais. A atual administração municipal tem enfrentado as demandas de drenagem urbana com muita determinação realizando obras estruturantes com recursos próprios e da União, como os obtidos através de emendas parlamentares. Para fazer frente a estes investimentos o Poder Público Municipal tem como alternativa os programas federais, mas sempre consumindo sua capacidade de endividamento, sem a receita necessária para o serviço da dívida. Como conclusões deste diagnóstico, para o estabelecimento de investimentos nos programas e projetos que serão objeto de detalhamento em etapa posterior deste Plano, destacam-se, sem ordem de prioridade: 1. Contratar Plano Diretor de Drenagem Urbana; 2. Desenvolver Projetos Executivos ainda não existentes, para as áreas problema listadas; 3. Realizar obras de micro-drenagem nas áreas AP1, AP6, AP7, AP9, AP11, AP12 e AP13 conforme definido em projetos executivos; 4. Realizar obras de macro-drenagem nas áreas AP2, AP3, AP4, AP5, AP6, AP8 e AP10 conforme definido em projetos executivos; 5. Desenvolver Programas de Educação Sanitária e Ambiental; 6. Exercer as atividades de fiscalização e monitoramento de lançamentos indevidos através das equipes de desobstrução de dispositivos hidráulicos. Quando identificados exigir a adequação à legislação e normas vigentes, especialmente quando da solicitação de alvará de reforma ou ampliação da edificação. 7. Recomendar temas para atualização da legislação existente e para a criação de normas, critérios e outros dispositivos relativos ao setor; Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010 35 Produto 07 Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais 8. Incentivar a manutenção da permeabilidade dos solos e de retenção das águas pluviais em residências e instalações comerciais e industriais. Incentivar o reaproveitamento das águas de chuvas; 9. Valorizar a permeabilidade do solo nas obras públicas, praças e calçadas; 10. Elaborar o cadastro técnico digitalizado da malha de drenagem, assegurando a manutenção e atualização permanente deste cadastro. Plano de Saneamento Básico de Rio do Sul Dezembro/2010