UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” AVALIAÇÃO E MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES PARA ALCANÇAR OBJETIVOS ROSANE DA SILVA RAMIRO ORIENTADOR: Prof. MÁRIO LUIZ TRINDADE ROCHA RIO DE JANEIRO JULHO/2005 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” AVALIAÇÃO E MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES PARA ALCANÇAR OBJETIVOS ROSANE DA SILVA RAMIRO Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Pedagogia Empresarial. RIO DE JANEIRO JULHO/2005 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus que sempre se fez presente em minha vida. Aos meus pais e irmão pelo esforço, estímulo e apoio recebido durante o curso. Ao corpo docente pela ajuda, confiança e reflexões críticas. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu querido pai e amigo, Ronaldo de Paula Ramiro, pela presença segura, competente e estimulante, pois nos momentos que pensei em parar, ele se fez presente ao lado de minha querida e amiga mãe, Sandra Maria da Silva Ramiro. E a todas as pessoas que sempre acreditaram e torceram verdadeiramente pelo meu sucesso. 5 EPÍGRAFE “Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas QUEM você tem na vida. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante o seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar”. (William Shakespeare) 6 RESUMO Um ambiente de trabalho agradável é item essencial para manter a motivação e cabe aos chefes, gerentes ou líderes criá-los. Os funcionários têm direito a um tratamento justo e a compreensão de seus superiores e esperam reconhecimento profissional que inclui a delegação de tarefas para que a equipe amplie sua participação e auto suficiência. Os líderes têm que formar um sistema construtivo, no qual as pessoas queiram desempenhar da melhor forma possível. Eles têm que descobrir os pontos fortes de seus subordinados e delegar a eles responsabilidades que explorem esses pontos, caso haja coincidência com as necessidades da empresa. Para se lidar com a equipe de trabalho, um ponto fundamental e o velho ditado que diz: “Faça aos outros o que gostaria que fizesse com você”. Aí está o grande segredo de uma boa liderança relacionado com uma forma de motivação. Para alcançar os objetivos do trabalho mostrarei o que é motivação, quais são os métodos utilizados para motivar os funcionários nas organizações através da avaliação do desempenho, e quais são os benefícios trazidos para a empresa e funcionários, através da motivação e do treinamento. O que se espera é mostrar todos os problemas que são causados pela falta de motivação nas organizações. E os benefícios que a empresa e o próprio funcionário poderão ter com a pré-avaliação e treinamentos que visam resultados finais positivamente. 7 METODOLOGIA Este trabalho terá procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica (internet, livros e reportagens), com o objetivo de: § identificar em textos teóricos formas de motivar através da avaliação; § identificar os benefícios que a empresa e o próprio funcionário poderão ter com a motivação; § demonstrar como os gestores podem trabalhar a motivação sem condicionamento; § analisar os treinamentos e como eles podem colaborar ao invés dos cortes de funcionários. Desta forma mostrar como uma pré-avaliação dos gestores pode ajudar a trilhar formas de motivar os funcionários evitando cortes na empresa. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Avaliação do desempenho humano 12 CAPÍTULO II Motivação, uma análise conceitual 27 CAPÍTULO III Os benefícios trazidos para a empresa através da motivação 40 CAPÍTULO IV Os métodos contemporâneos para a motivação de funcionários nas organizações 49 CAPÍTULO V Processo de treinamentos para alcançar objetivos 57 CONCLUSÃO 72 BIBLIOGRAFIA 75 ÍNDICE 76 ANEXOS 78 FOLHA DE AVALIAÇÃO 79 9 INTRODUÇÃO A avaliação de desempenho constitui um meio para desenvolver os recursos humanos da organização. Cada vez mais competitivo o mundo dos negócios exige constante motivação e força de trabalho. Por isso, aprender a motivar pessoas tornou-se essencial dentro das empresas. Motivar é a força que nos estimula a agir, é um termo genérico e designa as necessidades, metas ou desejos que provocam ação em um organismo. Geralmente é empregado como sinônimo de força psicológicas, desejos, impulsos, extintos, necessidades, vontade, intenção etc. A arte de motivar pessoas começa com a descoberta de como influenciar o comportamento de cada uma delas. Com isso aumentam as oportunidades de alcançar os resultados esperados pela empresa. Por isso que as empresas têm que se conscientizar da importância da motivação dos seus funcionários, pois só assim ela conseguirá chegar no seu objetivo final. A palavra motivação significa mover, indica o processo pelo qual um conjunto de razões ou motivos explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum tipo de ação ou comportamento humano. O comportamento humano sempre é motivado. O treinamento é o processo educacional de curto prazo que visa desenvolver as pessoas para determinadas atividades. Este processo aplicado de maneira sistemática e organizada faz com que as pessoas aprendem conhecimentos e desenvolvam atitudes e habilidades em função dos objetivos definidos. 10 A ação de treinar tem por finalidade principal ajudar os recursos humanos da empresa a alcançar os objetivos pré-estabelecidos, bem como proporcionar aos empregados meios para obter conhecimento, prática e muitas vezes a conduta requerida para realizar uma atividade ou um conjunto de atividades. O processo de treinamento tem por objetivo: preparar o pessoal para execução imediata de diversas tarefas do cargo; proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, tanto no que se refere à função atual como também para funções para as quais a pessoa pode ser considerada; estimular a mudança da atitude das pessoas, seja criar um clima mais satisfatório entre empregados, aumentar-lhes a motivação e torná-las mais receptivas às técnicas de supervisão e gerência. Portanto, utilizaremos três métodos de pesquisa, a exploratória, quando reunimos todo o material encontrado a respeito do assunto, a descritiva, quando retiramos deste material todo o conteúdo selecionado, a explicativa, que usaremos para esclarecer todas as dúvidas existentes no que tange a motivação. Com toda certeza encontraremos dificuldades, pois a divergência de informações é muito grande, ou seja, os diversos autores que tratam do mesmo assunto, mas com definições diferentes. No primeiro capítulo demonstramos como a avaliação do desempenho humano pode ajudar a trilhar formas de motivar e treinar os funcionários evitando cortes na empresa. No segundo capítulo, aborda-se a motivação, uma análise conceitual, que retratará reflexões pessoais e globais com paralelos de qualidade e conceitos ligados ao comprometimento das pessoais com a proposta da empresa e os resultados alcançados dentro da mesma através do próprio eu. Empresas privadas e públicas serão comparadas demonstrando 11 diferenças e semelhanças. O ciclo motivacional é a etapa de satisfação e necessidades do ser humano. No terceiro capítulo, são vistos os benefícios trazidos para empresa através da motivação e a verdadeira prova de que toda ação tem uma reação, com pesquisa de campo, analisando a teoria da prática, demonstrada no capítulo 4. No quarto capítulo, os métodos contemporâneos para motivação de funcionários nas organizações apresentará as necessidades para se desempenhar funções com motivação onde o líder se apresenta distinguindo motivar para valorizar do motivar para condicionar. No quinto capítulo apresenta-se os treinamentos como forma de investimento nos funcionários para refletir positivamente nos resultados finais. 12 CAPÍTULO I AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO HUMANO As práticas de avaliação de desempenho não são novas. Desde que um homem deu emprego a outro, seu trabalho passou a ser avaliado. Mesmo os sistemas formais de avaliação de desempenho não são recentes. A história conta-nos que, no século IV, antes da função da Companhia de Jesus, Santo Inácio de Loyola utilizava um sistema combinado de relatórios e notas das atividades e, principalmente, do potencial de cada um de seus jesuítas. O sistema consistia em autoclassificações feitas pelos membros da ordem, relatórios de cada supervisor a respeito das atividades de seus subordinados e relatórios especiais feitos por quaisquer jesuíta que acreditasse possuir informações sobre seu próprio desempenho ou de seus colegas, às quais o superior poderia não ter acesso de outra maneira. Em 1842, o Serviço Público Federal dos Estados Unidos implantou um sistema de relatórios anuais para avaliar o desempenho dos funcionários. Em 1880, o exército americano também desenvolveu o seu sistema. E em 1918, a General Motors já tinha um sistema de avaliação para seus executivos. Contudo, somente após a Segunda Guerra Mundial é que os sistemas de avaliação do desempenho tiveram uma ampla divulgação entre as empresas (Berkshire, 1953, p. 360). Durante muito tempo, os administradores preocuparam-se exclusivamente com a eficiência da máquina, como meio de aumentar a produtividade da empresa. A própria Teoria Clássica da Administração – denominada por alguns autores de teoria da máquina – chegou ao requinte de tentar apurar a capacidade ótima da máquina, dimensionando em paralelo o trabalho do homem e calculando com bastante precisão o tipo de força motriz requerido, o rendimento potencial, o ritmo de operação, a necessidade de lubrificação, o consumo energético, a assistência para sua manutenção e o tipo de ambiente exigido para seu funcionamento. 13 A ênfase sobre o equipamento e a conseqüente abordagem mecanicista da administração não resolveu o problema do aumento da eficiência da organização. O homem, configurado como um “aperta botões”, era visualizado como um objeto moldável aos interesses da organização e facilmente manipulável, uma vez que se acreditava fosse motivado exclusivamente por objetivos salariais e econômicos. Com o passar dos tempos, verificou-se que as organizações conseguiram resolver problemas relacionados com a primeira variável – a máquina -, porém nenhum progresso fora alcançado com a seguinte variável – o homem -, e a eficiência das organizações ainda estava a desejar. A partir da humanização da teoria da administração e com o surgimento da Escola das Relações Humanas, ocorreu uma reversão de abordagem, e a preocupação principal dos administradores passou a ser o homem. Os mesmos aspectos anteriormente colocados com relação à máquina passaram a ser colocados agora com relação ao homem. Algumas indagações surgiram (Yoder, 1969, p. 433): § Como conhecer e medir as potencialidades do homem? Como levá-lo a aplicar totalmente esse potencial? § O que leva o homem a ser mais eficiente e mais produtivo? § Qual a força básica que impulsiona suas energias à ação? § Quais essas necessidades de manutenção para um funcionamento estável e duradouro? § Qual o ambiente mais adequado para seu funcionamento? Obviamente, surgiu uma infinidade de respostas, provocando o aparecimento de técnicas administrativas capazes de criar condições para uma efetiva melhoria do desempenho humano dentro da organização. Com os primeiros estudos acerca da motivação humana, surgiu a Teoria Behaviorista da Administração, preocupada não somente com o comportamento individual 14 do homem dentro da organização, mas, principalmente, com o próprio comportamento organizacional. Segundo essa nova abordagem, o homem vai para o trabalho vislumbrando consciente ou inconscientemente as perspectivas de satisfação e de auto-realização que as atividades que irá desenvolver lhe permitirão alcançar. 1.1. CONCEITOS BÁSICOS De modo geral, o esforço de cada indivíduo é função do valor das recompensas oferecidas e da probabilidade de as recompensas dependerem do esforço, conforme vimos na teoria da expectação, na parte dedicada à motivação humana. Esse esforço individual é direcionado pelas capacidades e habilidades do indivíduo de um lado e, de outro, pelas percepções que ele tem do papel a desempenhar, conforme figura abaixo. Fatores que afetam as relações entre esforço e desempenho. CAPACIDADES DO INDIVÍDUO VALOR DAS RECOMPENSAS DESEMPENHO NO CARGO ESFORÇO INDIVIDUAL PROBABILIDADES DE AS RECOMPENSAS DEPENDEREM DE ESFORÇO PERCEPÇÕES DE PAPEL Fonte: LAWER III, Edward E., PORTER, Lyman. Antecedent Attitudes of effective managerial performance. In: VROOM, Victor H., DECI, Edward L. (org.). Management and motivational. Middlesex: Penguin Books, 1973, p. 256. 15 A avaliação do desempenho é uma sistemática do desempenho do indivíduo no cargo de seu potencial de desenvolvimento. Toda avaliação é um processo para estimular ou julgar o valor, a excelência, as qualidades de alguma pessoa. A avaliação dos indivíduo que desempenham papéis dentro de uma organização pode ser feita através de várias abordagens que recebem denominações, como avaliação do desempenho, avaliação do mérito, avaliação dos empregados, relatórios de progresso, avaliação de eficiência funcional etc. Alguns desses conceitos são intercambiáveis. Em resumo, a avaliação do desempenho é um conceito dinâmico, pois os empregados são sempre avaliados, seja formal ou informalmente, com certa continuidade, nas organizações. Além do mais, a avaliação do desempenho constitui uma técnica de direção imprescindível na atividade administrativa. É um meio através do qual se podem localizar problemas de supervisão de pessoal, de integração do empregado à organização ou ao cargo que presentemente ocupa, de dissonâncias, de desaproveitamento de empregados com potencial mais elevado do que aquele que é exigido pelo cargo, de motivação etc. De acordo com os tipos de problemas identificados, a avaliação do desempenho pode colaborar na determinação e no desenvolvimento de uma política adequada de RH às necessidades da organização. 1.2. A RESPONSABILIDADE PELA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO A responsabilidade pelo processamento da verificação, medição e acompanhamento do desempenho humano é atribuída a diferentes órgãos, de acordo com a política de recursos humanos desenvolvida. Em algumas organizações existe uma rígida centralização da responsabilidade pela avaliação do desempenho. Neste caso, é totalmente atribuída a um órgão de 16 staff pertencente à área de Recursos Humanos. Em outros casos é atribuída a uma comissão de avaliação do desempenho, em que a centralização é relativamente amenizada pela participação de avaliadores de diversas áreas da organização. Em outras organizações ainda, a responsabilidade pela avaliação de desempenho é totalmente descentralizada, fixando-se na pessoa do empregado, com alguma parcela de controle por parte do superior direto. O meio-termo mais amplamente utilizado é o sistema no qual existe centralização no que tange ao projeto, à construção e à implantação do sistema e relativa descentralização no que tange à aplicação e à execução. Nem sempre a administração do plano de avaliação do desempenho é função exclusiva do órgão de ARH. 1.2.1. O supervisor direto Na maior parte das vezes, a avaliação do desempenho é responsabilidade de linha e função de staff com a assistência do órgão de ARH. Quem avalia o pessoal é o próprio chefe, que, melhor do que ninguém, tem condições de acompanhar e verificar o desempenho de cada subordinado, diagnosticando seus pontos fortes e fracos. Todavia, os chefes diretos não possuem conhecimento especializado para poder projetar, manter e desenvolver um plano sistemático de avaliação do desempenho de seu pessoal. Aqui entra a função staff do órgão de ARH. Este projeta, monta e, posteriormente, acompanha e controla o sistema, enquanto cada chefe aplica e desenvolve o plano, dentro de seu círculo de ação. Assim, o chefe mantém sua autoridade de linha, avaliando o trabalho dos subordinados por meio do esquema traçado pelo plano, enquanto o órgão de ARH mantém sua autoridade de staff, assessorando todas as chefias por intermédio de orientação e instruções necessárias à boa aplicação do plano. 17 1.2.2. O empregado Algumas organizações utilizam a auto-avaliação por parte dos empregados como método de avaliação de desempenho. Realmente, é pouco comum este tipo de avaliação de desempenho, porque pode ser somente utilizado quando o grupo de trabalho é composto por pessoas de bom nível cultural e de alto quociente intelectual, além de equilíbrio emocional e de capacidade para fazer uma auto-avaliação destituída de subjetivismo e distorções pessoais. É um tipo de avaliação de desempenho aplicável com relativo sucesso a pessoal de nível universitário que ocupa elevadas posições na empresa. Na auto-avaliação de desempenho, o próprio empregado preenche o questionário e submete-o, posteriormente, ao seu superior e, juntos, analisam os resultados, as providências a serem tomadas e os objetivos de desempenho a serem atingidos. Todavia, a avaliação de desempenho não pode ser exclusiva responsabilidade do próprio indivíduo, porque: 1. pode haver uma heterogeneidade incrível de objetivos, com a fixação de padrões individuais de comportamento profissional; 2. os empregados nem sempre têm condições de auto-avaliarse dentro dos requisitos estabelecidos pelo sistema, o que provocaria distorções e perda de precisão dos mesmos; 3. os pontos de vista dos empregados dificilmente coincidem com os de seu superior acerca da avaliação de seu desempenho; e 4. os objetivos demasiadamente personalizados. do desempenho pessoais e podem individuais, tornar-se subjetivos e 18 1.2.3. A comissão de avaliação do desempenho Em algumas organizações a avaliação do desempenho é atribuída a uma comissão especialmente designada para este fim e constituída de elementos pertencentes a diversos órgãos ou departamentos. A avaliação, neste caso, é coletiva, e cada membro terá igual participação e responsabilidade nos julgamentos. Geralmente, a comissão é formada de membros permanentes e transitórios. Os membros permanentes e estáveis participarão de todas as avaliações, e seu papel será a manutenção do equilíbrio dos julgamentos, do atendimento aos padrões e da constância do sistema. Entre os membros permanentes deverão constar um representante de alta direção na empresa, se possível, o próprio presidente, que assumirá a presidência da comissão, o responsável de cúpula pela área de Recursos Humanos, os principais especialistas de staff da área de Recursos Humanos, encarregados direta e indiretamente da avaliação do desempenho, e, se possível, algum executivo da área de Organização e Métodos que muito se beneficiará com as informações tratadas na comissão. Os membros transitórios ou interessados, que participarão exclusivamente dos julgamentos dos empregados direta ou indiretamente ligados à sua área de atuação, terão o papel de trazer as informações a respeito dos avaliados e proceder ao julgamento e à avaliação. Enquanto os membros transitórios trazem a avaliação e julgam seus subordinados diretos ou indiretos, os membros permanentes procuram manter a estabilidade e a homogeneidade das avaliações, procurando evitar que os superiores mais democráticos com os subordinados tendam a ser muito otimistas em suas avaliações e que os superiores mais exigentes tendam a ser muito pessimistas. Um exemplo de comissão de avaliação do desempenho é mostrado na figura da próxima página. 19 Presidente ou Diretor Diretor de Recursos Humanos Especialista em Avaliação do Desempenho Membros estáveis ou permanentes Executivo de Organização e Métodos Diretor da área Gerente do departamento Chefe da seção onde estiver localizado o avaliado Membros transitórios ou provisórios Supervisor do avaliado Contudo, a organização precisa estar muito bem preparada e entrosada para desenvolver a avaliação por meio de comissões. A avaliação do desempenho, apesar de contar com uma equipe, deverá ser feita inicialmente pelo supervisor direto, que, somente mais tarde, a apresentará e discutirá com a comissão. Com o passar do tempo e após inúmeras avaliações, os membros permanentes da comissão obterão profundo conhecimento dos recursos humanos disponíveis, de seu potencial e, principalmente, dos avaliadores, podendo, assim, colaborar intensamente com os supervisores para o aprimoramento das técnicas de avaliação, e, aos poucos, dirigir os diferentes avaliadores para uma concepção coerente, unívoca e consistente de padrões de desempenho a serem avaliados e desenvolvidos junto a seus subordinados. Realmente, se a organização conseguir obter pleno funcionamento da comissão e, através dela, uma harmonia consistente nas avaliações, terá atingido uma técnica avançada de avaliação de desempenho humano. 1.3. OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO A avaliação do desempenho é um assunto que tem despertado inúmeras demonstrações favoráveis e outras extremamente contrárias. Todavia, pouco se tem feito para uma verificação real e científica de seus 20 efeitos. Há quem diga que, enquanto a seleção de recursos humanos é uma espécie de controle de qualidade na recepção da matéria-prima, a avaliação do desempenho é uma espécie de inspeção de qualidade na linha de montagem. Ambas essas alegorias referem-se implicitamente à posição passiva, submissa e fatalista do indivíduo que está sendo avaliado em relação à organização de que faz parte ou pretende fazer e da abordagem rígida, mecanizada, distorcida e limitada acerca da natureza humana. A avaliação do desempenho não pode restringir-se ao simples julgamento superficial e unilateral do chefe a respeito do comportamento funcional do subordinado; é preciso descer a um nível maior de profundidade, localizar causas e estabelecer perspectivas de comum acordo com o avaliado. Se deve modificar o desempenho, o maior interessado – o avaliado – deve não apenas tomar conhecimento da mudança planejada, mas também saber por que e como deverá ser feita – se é que deve ser feita. Ele deve receber a retroação adequada e reduzir dissonâncias a respeito de sua atuação na organização. Meyer, Kay e French Jr. relatam um estudo científico desenvolvido pela General Electric Company, para verificar a eficácia de seu tradicional programa de avaliação do desempenho. Verificou-se um aspecto fortemente positivo – muitas pessoas têm uma idéia favorável a respeito da avaliação do desempenho e acham que todo indivíduo deve saber como está indo em seu cargo – ao lado de um aspecto fortemente negativo: são extremamente raros os gerentes que empregam o programa de avaliação do desempenho por sua própria iniciativa, só o fazendo sob forte controle e cobrança, mesmo sabendo que o sistema visa melhorar o desempenho dos subordinados. Como ocorria na maior parte das organizações, o programa tradicional e compreensivo de aplicação anual do desempenho, utilizado, então, pela General Electric, servia a dois propósitos principais: 21 1. justificar a ação salarial recomendada pelo superior; e 2. procurar uma oportunidade – de caráter motivacional – para o superior rever o desempenho do subordinado e proporcionar discussão sobre necessidade de melhoria: para este aspecto, o superior programava planos e objetivos para melhorar o desempenho do subordinado. A providência mais urgente foi modificar a estrutura e os objetivos do sistema na General Electric. A avaliação do desempenho não é um fim em si mesma, mas um instrumento, um meio, uma ferramenta para melhorar os resultados dos recursos humanos da organização. Para alcançar esse objetivo básico – melhorar os resultados dos recursos humanos da organização -, a avaliação do desempenho procura alcançar uma variedade de objetivos intermediários. A avaliação do desempenho pode ter os seguintes objetivos intermediários: • adequação do indivíduo ao cargo; • treinamento; • promoções; • incentivo salarial ao bom desempenho; • melhoria das relações humanas entre superiores e subordinados; • auto-aperfeiçoamento do empregado; • informações básicas para pesquisa de recursos humanos; • estimativa do potencial de desenvolvimento dos empregados; • estímulo à maior produtividade; • oportunidade de conhecimento dos padrões de desempenho da organização; • retroação (feedback) de informação ao próprio indivíduo avaliado; 22 • outras decisões de pessoal, como transferências, dispensas etc. Em resumo, os objetivos fundamentais da avaliação do desempenho podem ser apresentados em três facetas: 1. permitir condições de medicação do potencial humano no sentido de determinar sua plena aplicação; 2. permitir o tratamento dos recursos humanos como um recurso básico da organização e cuja produtividade pode ser desenvolvida indefinidamente, dependendo, obviamente, da forma de administração; e 3. fornecer oportunidades de crescimento e condições de efetiva participação a todos os membros da organização, tendo em vista, de um lado, os objetivos organizacionais e, de outro, os objetivos individuais. 1.3.1. Benefícios da avaliação do desempenho Um programa de avaliação do desempenho, quando bem planejado, coordenado e desenvolvido, normalmente traz benefícios a curto, médio e longo prazos. Os principais beneficiários são geralmente: o indivíduo, o chefe, a organização e a comunidade. 1. Benefícios para o chefe. O chefe tem condições para: Ø melhor avaliar o desempenho e o comportamento dos subordinados, tendo por base variáveis e fatores de avaliação e, principalmente, contando com um sistema de medição capaz de neutralizar a subjetividade; Ø propor medidas e providências no sentido de melhorar o padrão de comportamento de seus subordinados; e 23 Ø comunicar-se com seus subordinados, no sentido de fazê-los compreender a mecânica da avaliação do desempenho como um sistema objetivo e como está desenvolvendo-se seu desempenho, através desse sistema. 2. Benefícios para o subordinado. O subordinado: Ø fica conhecendo as regras do jogo, ou seja, os aspectos de comportamento e de desempenho que a empresa mais valoriza em seus funcionários; Ø fica conhecendo quais as expectativas de seu chefe a respeito de seu desempenho e seus pontos fortes e fracos, segundo a avaliação do chefe; Ø fica sabendo as providências que o chefe está tomando quanto à melhoria de seu desempenho (programa de treinamento, estágios etc.) e as que ele próprio – subordinado – deverá tomar (autocorreção, maior capricho, por conta mais própria atenção no trabalho, cursos por conta própria etc.); e Ø tem condições para fazer auto-avaliação e autocrítica para o seu autodesenvolvimento e autocontrole. 3. Benefícios para a organização. A organização: Ø tem condições de avaliar seu potencial humano a curto, médio e longo prazos e definir a contribuição de cada empregado; Ø pode identificar os empregados que necessitam de reciclagem e/ou aperfeiçoamento em determinadas áreas de atividade e selecionar os empregados com condições de promoção ou transferências; e 24 Ø pode dinamizar sua política de recursos humanos, oferecendo oportunidades aos empregados (não só de promoções, mas principalmente de crescimento e desenvolvimento pessoal), estimulando a produtividade e melhorando o relacionamento humano no trabalho. 1.4. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO A avaliação do desempenho humano pode ser efetuada por intermédio de técnicas que podem variar intensamente, não só de uma organização para outra, mas dentro da mesma organização, que se trate de níveis diferentes de pessoal ou de áreas de atividades diversas. Geralmente, a sistemática de avaliação do desempenho humano atende a determinados objetivos, traçados com base em uma política de RH. Assim, como as políticas de RH variam conforme a organização, não é de se estranhar que cada organização desenvolva sua própria sistemática para medir a conduta de seus empregados. Como, de maneira geral, a aplicação do pessoal é definida conforme o nível e a posição dos cargos, geralmente as organizações utilizam mais de uma sistemática de avaliação. É relativamente comum encontrar organizações que desenvolvem sistemáticas específicas conforme o nível e as áreas de distribuição de seu pessoal como: sistemática de avaliação de pessoal horista, de pessoal burocrático, de pessoal em nível de supervisão, de pessoal em nível de chefia, de executivos, de pessoal de vendas etc. Cada sistemática atende a determinados objetivos específicos e a determinadas características das várias categorias de pessoal. Há vários métodos de avaliação do desempenho e cada um apresenta vantagens e desvantagens e relativa adequação a determinados tipos de cargos e situações. Pode-se tanto utilizar várias sistemáticas de avaliação do desempenho, como estruturar cada uma delas em um método 25 diferente, adequado ao tipo e às características dos avaliados e ao nível e às características dos avaliadores. Essa adequação é de importância fundamental para o bom funcionamento e para a obtenção de resultados do método. Não é demais repetir que a sistemática de avaliação do desempenho é um meio, um método, uma ferramenta e não um fim em si. É um meio para se obter dados e informações que possam ser registrados, processados e canalizados para a tomada de decisões e providências que visem melhorar e incrementar o desempenho humano dentro das organizações. Há quem diga que a avaliação do desempenho, no fundo, não passa de uma boa sistemática de comunicações, atuando no sentido horizontal e vertical da organização. As avaliações do desempenho, para serem eficazes, devem basearse inteiramente nos resultados da atividade do homem no trabalho e nunca apenas em suas características de personalidade. Técnicas de Avaliação de Desempenho Técnicas e exemplos Vantagens Limitações Medidas objetivas • Absenteísmo. - Simples, precisa, objetiva. - Não reflete diferentes tipos de ausências (médicas, injustificadas). - Não reflete diferenças individuais na quantidade e qualidade do trabalho. • Produtividade. - Simples, precisa, objetiva. - Tem dificuldade de medir ao nível gerencial. - Em nível não gerencial não considera as condições de trabalho, não compara máquinas usadas etc. - Clara, fácil de discutir, multidimensional. - Sujeita a distorções como leniência, tendência central, efeito de halo, falsidade. • Listas de verificação. - Como as escalas gráficas, pode cobrir maior amplitude. - Como as escalas gráficas, consome muito tempo. • Escalas de escolha forçada. - Mais difícil de distorcer, multidimencional. - Difícil de construir, antagoniza o avaliador, forçando-o a escolher duas alternativas indesejáveis e pode forçar diferenças onde elas são insignificantes. Medidas subjetivas • Escalas gráficas. 26 • Escalas de incidentes críticos. - Maior acordo entre avaliadores, não força diferenças, faz avaliadores pensarem sobre comportamentos específicos e avaliar. - O avaliador tem certa dificuldade de registro, certo dispêndio de tempo para construir as escalas. • Método de classificação. - Conceptualmente simples. - Força, mas não as indica entre as classes; alguém deve receber a última classificação. • Método da distribuição forçada. - Ajuda a eliminar enfeixamentos e torna o avaliador atento a influências e inclinações. - Quando aplicada em um grande grupo, pode não representar a situação real; forças diferentes. Simulações • Exercícios situacionais. - Considera o controle durante os períodos de avaliação. - A situação é restrita e raramente corresponde ao mundo real; pode obter desempenho melhor que o normal. Fonte: Adaptado de HUSE, Edgar F., BOWDITCH, James L. Behavior in organizations: a systems approach to managing. Reading: Addison-Wesley, 1973, p. 200-201. 27 CAPÍTULO II MOTIVAÇÃO, UMA ANÁLISE CONCEITUAL Conjunto de fatores psicológicos (conscientes ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo. Motivo algo que faz mover. É uma força que ativa nosso comportamento. O que nos faz mover, ativando o comportamento, são nossos sonhos e desejos materializados em projetos e metas, sendo preciso um ambiente de liberdade, autonomia e responsabilidade. É uma força poderosa que reside naturalmente no interior das pessoas, dando sentido a existência humana. É a necessidade visceral de ser pessoa, que constrói nossa autoestima, ou seja, valorização de si mesmo, amor próprio. Essa poderosa força esta dentro de nós pode até não ser acessada, porque reprimida, amedrontada, não se mostra. Porém, ela está lá no interior de nosso ser, latente, necessitando se expressar. Quando isso não ocorre, gerará efeitos nocivos: passividade, doenças, desinteresse, stress. Imagine um rio belo, largo, a água correndo com energia, desbravando florestas e alimentando comunidades. É a força natural da motivação fazendo o rio viver, agir, criar, realizar. Percebemos também rios tristes, lentos, sujos, secando sem energia. Certamente, ao longo do tempo, ele foi sendo agredido pelo desmatamento em suas margens e nascentes, violentado pela poluição. Assim, sua energia natural foi sendo paulatinamente contaminada e o resultado é desolador. 28 Nós, seres humanos, podemos ser comparados com esse rio. Observando uma criança podemos ver, facilmente, aquele rio cheio de energia. A vontade de descobrir, a capacidade de criar e correr riscos. O tempo vai passando e experiências sociais repressivas e castradoras, vão gerando seus efeitos. Não faça isso, não faça aquilo, agora não pode, espera, só quando eu mandar você é um bobo, você não faz nada direito, uma palmada aqui, um tapa ali e a energia da vida vai sendo contaminada. Quando adulto, no mundo do trabalho, tem que se comportar em nome da produtividade. Controle do tempo, controle das tarefas, cumprir ordens, seguir normas, rotinas e manuais, a falta de tempo para vida pessoal, chefias autoritárias gerando medo e dependência, insegurança, punições, competição exarcebada e falta de perspectivas. O resultado é desolador: pessoas aparentemente bem, porém tristes, passivas, sem vontade de realizar, a espera de ordens a executar. O fim de semana é esperado ansiosamente e no domingo a tristeza é melancolicamente percebida, pois a segunda-feira é amanhã. Será que estamos exagerando? Muitos dirão que sim. Alguns estão tão condicionados e anestesiados na execução de suas atividades cotidianas, que não mais percebem a realidade desgastante e sofrível. Claro, é preferível não admitir essa realidade, isso exigiria mudanças que acreditamos não poder fazer. E a vida continua mais uma vez, o resultado é desolador: gastrites, úlceras, dores musculares, melancolia, stress e depressão. Às escondidas, pelos corredores, bares e clínicas, queixas e culpas são jogadas ao ar. 29 Os outros são sempre os culpados. Sim, muitos são os culpados, inclusive nós mesmos. É preciso criar condições para que essa energia flua naturalmente. Assim como é necessário respeitar a natureza: o rio não corre para cima, pois sofre a ação da força da gravidade, o gás que faz girar um motor só se expande aquecido, é preciso respeitar as necessidades humanas: alimentação, abrigo, amizade, afeto, auto-estima, reconhecimento, realização pessoal, autodesenvolvimento, autocontrole e liberdade. É fundamental ter consciência que um ambiente sem motivação – onde as necessidades humanas não são respeitadas – leva a passividade, falta de interesse, desestímulo para aprender etc. O conceito de motivação é muito amplo, pois ele é um conjunto de fatores que impulsionam o comportamento humano, motivação são as necessidades, metas ou desejos que um indivíduo tem a busca a realização do seu objetivo. O que motiva as pessoas a prosseguirem de forma satisfatória em sua jornada de trabalho é a motivação, e isto implica na qualidade de vida das pessoas e na sobrevivência de empresas e empregados. Segundo John (1999), “Uma das metas básicas de todos os gerentes é motivar os trabalhadores a desempenhar suas atividades em seu mais alto nível. Há muitas teorias diferentes sobre motivação para o trabalho, a maioria delas compartilhando alguns elementos comuns. De fato, faz séculos que se sabe da importância de metas, feedback e incentivos para dirigir e gerenciar pessoas”. 30 Motivação é algo que vem de dentro para fora, e a empresa pode contribuir, oferecendo melhores condições de vida para o funcionário, melhor ambiente de trabalho, oportunidades de crescimento dentro da empresa. Segundo Chiavanato (1994), “Motivação humana: para se compreender o comportamento humano, é fundamental o conhecimento da motivação humana. O conceito de motivação tem sido utilizado com diferentes sentidos. De um modo genérico, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma, isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um comportamento específico” (Chiavanato, 1994, p. 143). 2.1. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E OS RECURSOS HUMANOS A ciência comportamental, tratando especificamente de aspectos ligados ao bem-estar das pessoas em situação de trabalho, orienta-se por uma linha de pesquisa – já consideravelmente desenvolvida por pesquisadores como Bergeron (1982), Boisvert (1980), Werther e Davis (1983), Oldham e Hackaman (1970), Westley (1979), Guest (1979), Walton (1975), entre outros, em alguns países da Europa, Canadá e nos Estados Unidos – conhecida como “Qualidade de Vida no Trabalho” – QVT. O foco central da investigação visa ao questionamento das formas a serem adotadas para que “os cargos se mostrem mais produtivos e satisfatórios, com vantagem para as pessoas e organizações, mediante a reformulação do desenho de cargos e postos de trabalho” (Walton, 1975, p. 78). 31 A tecnologia de QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) pode ser utilizada para que as organizações renovem suas formas de organização no trabalho, de modo que, ao mesmo tempo em que se eleve o nível de satisfação do pessoal, se eleve também a produtividade das empresas, como resultado de maior participação dos empregados nos processos relacionados ao seu trabalho. O conceito de QVT é, de certa forma, abrangente, e precisa ser definido com clareza, uma vez que, como enfatizam Wether e Davis (1983), os cargos/postos de trabalho representam não apenas uma fonte de renda para os trabalhadores, mas também um meio de satisfazerem suas necessidades de toda ordem, com reflexos evidentemente em sua qualidade de vida. Mesmo em países onde tais estudos se encontram bastante desenvolvidos, como nos Estados Unidos (Quality of Working Life – QWL), Canadá e França (Qualité de la Vie au Travail – QVT) e de modo especial na Suécia, onde esta linha de pesquisas alcançou considerável desenvolvimento, “tal expressão não apresenta consenso em sua definição” (Belanger, 1983). Justifica-se a preocupação com o conceito de QVT porque certas atividades empresariais, atribuindo-se o título de programas de QVT, constituem-se apenas em esquemas de manipulação, baseados em abordagens simplistas e míopes relativamente ao comportamento humano nas organizações, motivando críticas a movimentos orientados por esta linha de trabalho como sendo mais um “modismo” da área de Recursos Humanos. Por outro lado, constata-se que o simples uso da expressão “qualidade de vida” induz à imediata associação com melhorias nas condições físicas e de instalações, atendimento a reivindicações salariais, redução da jornada de trabalho e outras medidas do gênero que, sem dúvida, têm implicação de custos adicionais. Como decorrência natural de tais inferências, surgem as barreiras opondo-se à implantação de programas de QVT, como algo que acarretará despesas às empresas. 32 Na verdade, porém, são as reformulações ao nível do trabalho em si que constituem o objetivo principal das ações implicadas na Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), visando garantir maior eficácia e produtividade e, ao mesmo tempo, o atendimento das necessidades básicas dos trabalhadores. Assim sendo, quando adequadamente proposto, um programa de QVT tem como meta “gerar uma organização mais humanizada, na qual o trabalho envolve, simultaneamente, relativo grau de responsabilidade e de autonomia a nível do cargo, recebimento de desempenho, enriquecimento recursos com do de tarefas trabalho feedback adequadas, e cm sobre o variedade, ênfase no desenvolvimento pessoal do indivíduo” (WALTON, 1973). É evidente que nem todos os problemas de produtividade das empresas, e que nem todo tipo de insatisfação do empregado, em qualquer nível, pode ser resolvido pela tecnologia da QVT. Entretanto, sua aplicação conduz, sem dúvida, a melhores desempenhos, ao mesmo tempo em que evita maiores desperdícios, reduzindo os custos operacionais. Isto porque os programas de Qualidade Total exigem pessoas que “saibam fazer”; sendo assim, mas acima de tudo que “queiram fazer” mais e melhor, precisam contar com empregados satisfeitos. Ou seja, mais do que nunca as empresas têm que ser competitivas, e para tal têm que se preocupar com as pessoas, porque é através do comprometimento das pessoas que as propostas da empresa que os resultados serão atingidos com sucesso. 2.2. QUEM QUEREMOS MOTIVAR DENTRO DA EMPRESA? Segundo Silvio Broxado, não há motivação se não houver motivos internos, fisiológicos e psicológicos vindo de dentro de cada pessoa. 33 Falar sobre motivação é paradoxal. Primeiro, porque, por mais que se fale a outras pessoas sobre o assunto e das formas ou receitas de motivação, não se pode esperar que elas se motivem com nossa fala. Em segundo lugar, se a primeira premissa é verdadeira, para que então serve tantos treinamentos, campanha e projetos motivacionais? Será que toda a parafernália do “endomarketing”, todas as técnicas e piruetas dos consultores e treinadores não têm mais valor? E o que os colaboradores e funcionários ficarão pensando de tudo isso daqui para frente? E os acionistas? Motivação está ligada à emoção, e não à razão, e, como a emoção do ser humano não deve acabar nunca, poderíamos dizer que há uma condição de existência infinita para a motivação. Todos sabem que não existe um “motivômetro”, algo que nos incentiva criando assim a motivação, mas se vê o quanto de emoção e brilho nos olhos, uma pessoa carrega no seu dia-a-dia. São essas as pessoas que dificilmente irão esmorecer com situações de dificuldades e de obstáculos. E são elas que interessam às empresas. São elas que dão mais idéias, criam mais e comprometem-se mais com a equipe, grupo e o time organizacional. É bastante óbvio que a ideologia da motivação de que se trata serve para a empresa privada pequena, média e grande; nacional e transacional; empresas públicas de administração direta e indireta; hospitais e até mesmo ONG’s pela simples razão de que em todas elas, há gente, ansiedade, expectativas, erros, acertos, “puxadas de tapete” e “tapinhas nas costas”. Nelas existem homens e mulheres. Entender como funciona uma Empresa Privada, de qualquer ramo e setor, é mais fácil, pois em todas existe a seguinte estrutura: 34 2.2.1. Esquema tradicional da empresa privada: pirâmide 1- VENDAS 3- PESSOAS-PRODUTOS 1- PESSOAS-CLIENTES 2- PESSOAS-ADMINISTRAÇÃO vertical 2- BUROCRACIA E CONTROLE 3- TÉCNICA Fonte: A Verdadeira Motivação na Empresa, p. 56. Existem três grandes grupos de pessoas trabalhando nesses ambientes: ä Grupo segmento formado por pessoas – Clientes funcionários que vendem produto / serviço: Pessoas que mantêm um contato direto como o maior ativo de uma empresa que é a base de clientes efetivos e potenciais. São os vendedores, ou a área comercial própria ou terceirizada. 35 ä Grupo segmento formado de pessoas – Administração funcionários da administração: Pessoas que não vendem nem elaboram produto (técnicos). Não se interrelacionam nem com o cliente, nem conhecem a fundo as características dos produtos / serviços comercializados pela Empresa. São a contabilidade, contas a pagar, Recursos Humanos, almoxarifado, finanças e do controle patrimonial. ä Grupo segmento formado de pessoas – Produtos funcionários que criam produtos e serviços: Pessoas que estão envolvidas com a elaboração do produto e dos serviços. Projetando, testando, estudando as melhores formas e customizando para o melhor desempenho em vendas e fidelização de clientes externos. Todos esses três grupos estão presentes em maior ou menor proporção nos mais diversos tipos de empresas, em qualquer lugar do mundo. Este é um modelo totalmente verdade ainda no final dos anos 90 e começo do ano 2000. 2.2.2. Esquema tradicional da empresa pública: centro periferia Já na Empresa Pública, onde o órgão gestor são os governos, prefeituras, a composição é feita de secretarias ou ministérios, além da administração direta e indireta, burocrática e técnica (ver diagrama na próxima página). 36 NÍVEL 2 – CLIENTES INTERNOS E EXTERNOS (OPERACIONAL) DIÁLOGO CONSTANTE DO NÍVEL 2 COM NÍVEL 1 PARA TOMADA DE DECISÕES GOVERNO CENTRAL COMANDO AO NÍVEL 2 DO GOVERNO CENTRAL NÍVEL 1 – TÉCNICO (ESTRATÉGICO E TÁTICO) Fonte: A Verdadeira Motivação na Empresa, p. 58. Podemos afirmar que o modelo básico padrão da Empresa Pública é: Pessoas-Clientes, “confundindo-se” Pessoas-Administração com PessoasProdutos. A prestação do Serviço Social na ponta, até certo ponto é vendas, liderado, podemos dizer, pelos ministérios ou secretarias e empresas mistas. q O que é o Nível 1? É onde estão todas as pessoas técnicas que elaboram as ações estratégicas e táticas para a administração direta e indireta. É nele que o Governo Central consulta, pede direção e velocidade. E é nesse nível que se define bom ou mal modelo de condução política, social e econômica do Governo. Após estas consultas, ou não, o Governo Central pulveriza as instruções para fora do círculo, na administração direta e indireta. 37 q O que é o Nível 2? É onde estão as pessoas Clientes, seja interno (uncionários) ou externo (população de administração direta ou indireta: nas autarquias, hospitais, universidades, escolas, serviços comunitários, em contato constante e diário com a clientela. E dentro de cada unidade, seja no nível 1 ou 2, haverá sempre organizações com a estrutura do modelo Piramidal Vertical das empresas privadas. Enfim, motivação deve se sobressair em qualquer modelo de Cultura Organizacional ou de regime político, nas crises, nas mudanças repentinas, na probabilidade de demissões em massa, nas injustiças dentro e fora do ambiente de trabalho dos jogos do poder, das vaidades, das ambições atropeladoras, e coisas ou pessoas em condições semelhantes seja dentro das empresas públicas e privadas, seja para pessoal de produtos, técnicos de vendas ou burocráticos. 2.3. CICLO MOTIVACIONAL O ciclo motivacional começa com o surgimento de uma necessidade. A necessidade é uma força dinâmica e persistente que provoca comportamento, toda vez que surge uma necessidade esta rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um estado de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio. Esse estado leva o indivíduo a um comportamento, ou ação, capaz de descarregar a tensão ou de livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio. Se o comportamento for eficaz, o indivíduo encontrará a satisfação da necessidade e, portanto, a descarga da tensão provocada por ela. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado de equilíbrio anterior, à sua forma de ajustamento ao ambiente. Este ciclo está esquematizado didaticamente na figura abaixo. 38 EQUILÍBRIO INTERNO ESTÍMULO OU INCENTIVO NESSECIDADE TENSÃO COMPORTAMENTO OU AÇÃO As etapas do ciclo motivacional, envolvendo a satisfação de uma necessidade. Fonte: As Pessoas e as Organizações, p. 47 No ciclo motivacional acima descrito, a necessidade é satisfeita. À medida que o ciclo se repete, com a aprendizagem e a repetição (reforço), os comportamentos tornam-se gradativamente mais eficazes na satisfação de certas necessidades. Uma vez satisfeita, a necessidade deixa de ser motivadora de comportamento, já que não causa tensão ou desconforto. No ciclo motivacional, contudo, a necessidade nem sempre pode ser satisfeita. Ela pode ser frustrada, ou ainda pode ser compensada (ou seja, transferida para outro objetivo, pessoa ou situação). No caso de frustração da necessidade, no ciclo motivacional, a tensão provocada pelo surgimento da necessidade encontra uma barreira ou um obstáculo para sua liberação. Não encontrando saída normal, a tensão represada no organismo procura um meio indireto de saída, por via psicológica (agressividade, descontentamento, tensão emocional, apatia, indiferença etc.), seja por via fisiológica (tensão nervosa, insônia, repercussões cardíacas ou digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade não é satisfeita nem frustrada, mas transferida ou compensada. Isto se dá quando a satisfação de uma outra necessidade reduz ou aplaca a intensidade de uma necessidade que não pode ser satisfeita, como indicamos na figura abaixo. É o que acontece quando o motivo de uma promoção para um cargo superior é contornado por um bom aumento de salário ou por uma nova sala de trabalho. SATISFAÇÃO 39 EQUILÍBRIO INTERNO ESTÍMULO OU INCENTIVO NESSECIDADE TENSÃO FRUSTRAÇÃO BARREIRA OUTRO COMPORTAMENTO DERIVATIVO COMPENSAÇÃO Ciclo motivacional, com frustração ou compensação. Fonte: As Pessoas e as Organizações, p. 47 A satisfação de algumas necessidades é temporal, ou seja, a motivação humana é cíclica: o comportamento é quase um processo contínuo de resolução de problemas e de satisfação de necessidades. 40 CAPÍTULO III OS BENEFÍCIOS TRAZIDOS PARA A EMPRESA ATRAVÉS DA MOTIVAÇÃO A motivação dentro das organizações é um fator muito importante, pois pode ser um fator decisivo no resultado de seus negócios. Por isso o objetivo deste capítulo é mostrar quais são os benefícios que a empresa têm motivando os seus funcionários. Para tanto utilizaremos três métodos de pesquisa, a exploratória, quando reunimos todo o material encontrado a respeito do assunto, a descritiva, que usaremos para esclarecer todas as dúvidas existentes no que tange os benefícios para empresa através da motivação de seus funcionários. A coleta de dados será feita em livros e sites. Com toda certeza encontraremos dificuldades, pois a divergência de informações é muito grande, ou seja, os diversos autores que tratam do mesmo assunto, mas com definições diferentes. Segundo Coradi (1973), “A preocupação dos homens de negócios com a melhoria dos resultados gerados pelos seus investimentos tem sido, no mundo ocidental, a mola propulsora da constante busca por maior eficiência nos sistemas organizacionais” (CORADI, 1973). Por isso a motivação se torna um fator de suma importância dentro das organizações, pois pode significar otimização de resultados em curto prazo. Porque maior motivação significa mais eficiência, não simplesmente uma mudança de atitude ou sentimentos. Quando uma pessoa afirma “se sente 41 motivada” não está usando uma expressão sem conseqüências. E o mais importante é que isto se refletirá diretamente no resultado final do que está fazendo, conseqüentemente quem sairá ganhando muito mais será a própria empresa. É por este motivo que o papel do administrador, do gerente, enfim de todos que tiverem a frente da liderança, deve estar mais do que nunca, centrado nas pessoas e em como elas se comportam. Para que estes líderes consigam levar todas as pessoas a chegarem em seus objetivos comuns. A maneira pela qual as pessoas se comportam é basicamente orientada a objetivos. Nosso comportamento é geralmente motivado pelo desejo de atingir algum objetivo. Segundo Gentil (1984), “A compreensão do ser humano, tarefa árdua e freqüentemente nos conduzindo a um universo de perguntas sem resposta, é algo que deve estar presente de maneira muito intensa nas pessoas que exercem funções gerenciais. Isto é a base de uma atividade que, na sua essência, existe para que as pessoas possam atingir objetivos de uma forma gratificante para elas mesmas e para a organização a que pertençam. Cabe ao gerente, portanto, ajudar a assegurar O QUE a estar em harmonia com o COMO, de maneira que os liderados, a atividade e, é claro, o próprio gerente estejam caminhando numa mesma direção de forma estável e duradoura” (GENTIL, 1984). Quando falamos de salário, benefícios, para muitas pessoas isto que é motivação, mas é aí que elas se enganam. O dinheiro não faz uma pessoa se realizar profissionalmente. Por exemplo: diz-se que o funcionário é uma pessoa 42 que é paga para trabalhar. Então o que diremos dos milhões de pessoas, em todo mundo, que dedicam várias horas por dia em trabalhos voluntários? O motivo que as levam a fazer esse tipo de serviço, decididamente não é a remuneração. Existe o trabalhador que não trabalharia em uma organização específica nem pelo salário do diretor geral. Outros motivos e necessidade, em termos de valorização pessoal, têm que ser levados em consideração. Existe e algo além do salário. Segundo Chiavanato (1994), “A teoria da motivação desenvolvida por Maslow assevera que as necessidades humanas estão organizadas em uma hierarquia de necessidades, formando uma espécie de pirâmide” (CHIAVANATO, 1994). 3.1. AS NECESSIDADES HUMANAS Segundo Maslow, as necessidades humanas são: q Necessidades fisiológicas – são as necessidades vegetativas relacionadas com a fome, o cansaço, o sono, o desejo sexual etc. Essas necessidades dizem respeito à sobrevivência do indivíduo e da espécie. q Necessidades de segurança – levam o indivíduo a proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou abstrato. A procura de segurança, o desejo de estabilidade, a fuga ao perigo, a busca de um mundo ordenado imprevisível são manifestações típicas destas necessidades de segurança. 43 q Necessidades sociais – relacionadas com a vida associativa do indivíduo com outras pessoas: amor, afeição, adaptação, levam o indivíduo à adaptação social ou não. As relações de amizade, a necessidade de dar e receber afeto, a busca de amigos e a participação em grupos estão ligados a este tipo de necessidade. q Necessidades de estima – relacionadas com auto-avaliação e auto-estima dos indivíduos. A satisfação das necessidades de estima conduz a sentimentos de autoconfiança, reconhecimento, amor próprio, prestígio, status, valor, força, poder, capacidade e utilidade. q Necessidades de auto-realização – relacionadas com o desejo de cumprir a tendência que cada indivíduo tem de realizar o seu potencial. Essa tendência geralmente se expressa por meio do desejo de tornar-se mais do que é de vir a ser tudo aquilo que se pode ser. NECESSIDADES DE AUTO REALIZAÇÃO NECESSIDADES DE ESTIMA NECESSIDADES SOCIAIS NECESSIDADES DE SEGURANÇA NECESSIDADES FISIOLÓGICAS Fonte: Administração – Teoria, Processo e Prática, p. 380. 44 Outro fator muito importante também para a motivação do funcionário seria: um elogio do administrador, empresário etc. para com seu funcionário, de forma com que ele perceba que o crescimento da organização é também o seu crescimento, é um impulso extraordinário para que faça um trabalho de alta qualidade. Empregados motivados pela competência procuram o domínio do trabalho, o desenvolvimento das atividades de resolução de problemas e esforçam-se em ser inovadores. Em geral executam um bom trabalho devido a satisfação interior que sentem ao fazerem isso. As pessoas motivadas pela competência também esperam um trabalho de alta qualidade daqueles com quem interagem e podem tornar-se impacientes caso o seu trabalho saia com um nível inferior. Segundo Robert Heller (1999), “sempre envolva a equipe em decisões que irão afetá-la, para motivar os integrantes da equipe, envolva-os em decisões tomadas. Caso as pessoas mostrem-se preocupadas com uma política nova, pergunte como pode tranqüilizá-las. Esclareça quaisquer pontos obscuros e informe-os sobre como pretende agir. Ao envolver a equipe desde o início, você mostra, na prática, que a participação deles faz a diferença” (HELLER, 1999). Segundo Marins (1995), estamos vivendo a época das maiores transformações da história da humanidade. Sem dúvida alguma, nunca o ser humano passou um período de tantas transformações a ponto de às vezes, ter dificuldade de se adaptar às circunstâncias. É preciso vencer essas sensações com um poder muito grande de automotivação. É preciso reencontrar os motivos para viver, para vencer, para desafiar as mudanças, para querer manter-se atualizado. 45 Segundo Marins (1995), pode parecer exagero mais o trinômio do sucesso para a empresa de hoje é TREINAR, TREINAR, TREINAR. A verdade é que o homem precisa sentir-se em constante desenvolvimento. Se o nosso objetivo é termos funcionários motivados, que dão tudo o que há de melhor em si para empresa, então não nos resta outro caminho a não ser TREINAR, TREINAR, TREINAR. 3.2. O INTERESSE DE MOTIVAR OBJETIVANDO BONS RESULTADOS Motivação enxerga o compromisso do indivíduo para o trabalho e seu local de trabalho do ponto de vista dos fatores internos a ele, das necessidades individuais, gostos e preferências. Segundo Montana (2000), “Motivação é o processo de estimular um indivíduo para que tome ações que irão preencher uma necessidade ou realizar uma meta desejada” (MONTANA, 2000). A motivação para o trabalho é um estado de espírito positivo, que permite ao indivíduo a realização de tarefas do cargo e de seu pleno potencial. É a “gasolina” interior para se enfrentarem os desafios da função e da organização. É a paixão com que o indivíduo exerce uma missão, alcançando satisfação quando os objetivos são alcançados. Segundo John (1999), “o desejo de uma pessoa desempenhar bem será alto quando as recompensas estiverem associadas ao alto desempenho. O esforço apenas será suscitado quando os 46 indivíduos desejarem desempenhar bem e quando acreditarem que podem fazer isto” (JOHN, 1999). Outro fator de motivação no trabalho é a filosofia da empresa em relação ao trabalho, ou seja, a postura da direção em relação ao trabalhador. Quando a direção tem uma imagem negativa do quadro pessoal, as decisões e as práticas administrativas também são negativas. Entretanto se a imagem for positiva, com o homem acreditado e avaliado por seu valor, por sua potencialidade, por sua capacidade de progredir e de desenvolver-se, as decisões e as atitudes da direção com relação aos recursos humanos são positivas. A motivação do trabalhador não é apenas produto das circunstâncias individuais e da organização, mas é resultado, também, da conjuntura sócio-econômica em que se localiza a empresa. Se a empresa não estiver economicamente bem, o funcionário não tem como estar bem também. Segundo Charles (1975), quanto mais adiantada, tecnologicamente, se torna uma organização, tanto mais importante e crucial se torna a maneira pela qual os gerentes motivam seus subordinados. À medida que investe em equipamento e capital dispendioso, uma empresa está construindo seu ativo fixo. Segundo César (2000), “Motivação para o trabalho e o processo pelo qual o esforço ou ação que leva ao desempenho profissional de uma pessoa é impulsionado por certos motivos. Toda ação orientada para algum tipo de desempenho (assim como, de forma geral todo comportamento) sempre é motivada. A motivação pode produzir o desempenho positivo ou negativo. Quanto melhores, as relações entre colegas, o tratamento recebido do supervisor e o 47 ambiente físico de trabalho, melhor será o clima” (CÉSAR, 2000). Quanto mais contente a pessoa estiver com o seu salário, menor será sua disposição para reclamar desse aspecto de sua relação com a empresa. Conseqüentemente maior a satisfação do trabalhador com o ambiente de trabalho, isto não quer dizer que o salário motiva o funcionário, isto só funcionaria em parte, logo o funcionário estando desmotivado com a empresa procuraria outro motivo (fator) para reclamar com relação a empresa em que trabalha. Segundo Coradi (1973), a questão da satisfação no trabalho deve ser encarada como resultante de relações entre as expectativas que a pessoa desenvolve e os resultados esperados. Entretanto, podemos dizer que a motivação é um processo que faz escolhas entre diferentes possibilidades de comportamento do indivíduo. Este avalia (através do mecanismo de percepção) a conseqüências de cada alternativa de ação: esta avaliação de conseqüências futuras é feita por um confronto entre as particulares metas que a pessoa tem desenvolvido para si própria e a sua expectativa de quais são as contribuições de cada caminho ou alternativa para tais metas (os seus objetivos). Todos nós precisamos de motivos para nos mover, são eles que nos fazem agir, e nos colocam no caminho das realizações. Quando isso acontece sentimos orgulho de nós mesmos, nos sentimos vivos. Então porque deveríamos aceitar situações contrárias a nossa vontade de motivação? Não devemos nos omitir diante dos problemas, devemos resolvê-los! A grande verdade é que a nossa satisfação pessoal, a nossa alegria, depende da nossa conduta! Não há nada que fique pior do que não se manifestar diante de um problema que você pode contribuir com a solução. Então podemos concluir que a motivação está constantemente presente dentro das organizações e na vida das pessoas em geral. Muitas vezes é fácil descobrir porque as pessoas agem de uma determinada maneira. 48 Isso provavelmente se deve ao fato de que nem sempre cada uma delas faz as mesmas coisas exatamente pelas mesmas razões. Nesta pesquisa revela que não somente os objetivos que cada um procura atingir são diferentes daqueles que outros almejam, mas também que as fontes de energias responsáveis por disparar esse tipo de comportamento são diferentes. Assim sendo o estudo da motivação humana diz respeito à descoberta do porque das pessoas se motivarem e qual fonte de energia que estão usando para tanto. 49 CAPÍTULO IV OS MÉTODOS CONTEMPORÂNEOS PARA A MOTIVAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS NAS ORGANIZAÇÕES Muito se fala sobre motivação, mas o que se pode perceber hoje em dia dentro das organizações é que motivação é um fator escasso dentro da mesma. Por isso o objetivo neste capítulo é tentar mostrar, que não é difícil motivar um funcionário, basta apenas alguns detalhes importantes. Segundo Charles (1975), o dinheiro em si é necessário, mas não suficiente como motivação. Na verdade, mesmo quando se pode ganhar dinheiro em função da produção, muitas pessoas não tiram o máximo proveito da oportunidade. Outros fatores além do dinheiro devem ser levados em conta. Nos dias de hoje em algumas organizações (com mentalidade antiga), ao invés da motivação, acontece ao contrário: as pessoas são coagidas a trabalhar cada vez mais, mesmo insatisfeitas, pois o desemprego está muito grande, e as pessoas ficam com medo de perderem seus empregos. Segundo César (2000), podemos perceber uma forma muito boa de motivação nas organizações, que seria os Programas de Incentivos, que tem o objetivo de estimular ou premiar o desempenho, sendo assim os funcionários ficariam mais motivados para desenvolver suas atividades. Os programas de incentivos estão normalmente associados a algum tipo de campanha, competição interna ou projeto de aprimoramento do desempenho das pessoas e da empresa. 50 Segundo César (2000), “Os incentivos representam o reconhecimento da administração e dos colegas pelo desempenho do trabalhador. É estimulante para muitos perseguir um incentivo em competição com outros ou consigo mesmo, em busca de reconhecimento ou auto-realização” (César, 2000). Segundo César (2000), verificamos também o Programa de Reconhecimento, que estabelecem premiações de natureza psicológica ou social, recompensando de alguma forma os vencedores. Os funcionários do mês têm suas fotos colocadas nas paredes, para que os colegas e clientes possam vê-los, em muitas empresas. Segundo César (2000), “a vantagem dos programas de reconhecimento é a possibilidade modalidades de de serem combinados incentivos. Por com exemplo, outras pode-se oferecer uma viagem de incentivo ao campão e um prêmio mais modesto ao segundo colocado” (César, 2000). Cada empresa tem uma forma diferente, para oferecer a seus funcionários um conjunto de incentivos, o ambiente de trabalho e o conteúdo das tarefas em si, que se juntam para formar seu sistema motivacional. Tem empresas que usam os incentivos monetários, que é a premiação em dinheiro, é a mais simples que uma empresa pode usar. É a maneira mais usada hoje em dia pelas empresas: comissões de vendas, bonificações por peças produzidas, participação nos lucros e prêmios por sugestão. 51 Outra forma de motivação no trabalho seria também a empresa premiar com mercadorias, é muito comum e representa o dinheiro transformado em algo material, como uma caneta, um relógio ou até mesmo um automóvel. No caso da empresa premiar o funcionário com uma viagem seria um programa de incentivo muito grande também, pois a viagem é um incentivo muito atraente para os funcionários, pois não tem nada comparado a uma viagem inesquecível. Uma organização podendo oferecer estas pequenas coisas para seus funcionários os tornam mais felizes, principalmente par ao seu próprio trabalho, fazendo com que ele se sinta valorizado e importante para aquela empresa onde ele trabalha e o próprio funcionário vê que a tarefa que ele executa é de suma importância para organização, com certeza ele se sentirá muito mais feliz, e conseqüentemente “vestirá sempre a camisa da empresa”. Segundo Marins (1995), outra forma de motivação seria a de delegar tarefas a seus funcionários. Delegar significa atribuir responsabilidades a um subordinado, com a intenção de promovê-lo, fazê-lo crescer. Sendo assim o funcionário se envolveria mais nas tarefas e se sentiria importante por ter sido envolvido nesta tarefa. Sem dúvida alguma estamos vivendo numa época de crise. Os jornais, a televisão, as revistas, trazem notícias negativas o tempo todo. Todos somos vítimas, portanto, de um clima de difícil automotivação. É preciso que a empresa, em épocas de dificuldade de mercado, redobre seu esforço de comunicação com seus funcionários. 52 4.1. A FUNÇÃO DO LÍDER Segundo Marins (1995), “Só ouvindo atentamente o que seus subordinados têm a dizer, é que você, como executivo, poderá tomar decisões cada vez mais acertadas. O processo decisório é um processo de informação” (MARINS, 1995). Função do líder de uma empresa é muito importante também par ao desempenho e o crescimento da mesma, pois o líder tem a capacidade de incentivar e motivar seus subordinados. O líder tem que conduzir o grupo para que cheguem ao resultado esperado pela empresa. Nas organizações existem alguns tipos de liderança como a Autoritária, o líder fixa as diretrizes sem qualquer participação do grupo. A Liberal há liberdade completa nas decisões grupais com participação mínima do líder. Temos também a Democrática, as decisões e diretrizes são debatidas todas pelo grupo, todos tem a participação. Um líder irá decidir que tipo de liderança será usada, de acordo com o grupo que será conduzido. Segundo Robert Heller (1999), “o próprio líder tem que avaliar a sua própria motivação, pois a equipe não se comprometerá com um gerente que não se mostre comprometido. Por isso, esteja motivado. Pergunte-se você está de fato envolvido com os próprios objetivos e os de sua equipe. A energia que se coloca no trabalho indica o nível de motivação. Caso hesite ao 53 iniciar tarefas importantes, mostre-se incapaz de tomar decisões ou prefira questões políticas a conquistas, atenção: você está desmotivado” (HELLER, 1999). 4.2. FATORES MOTIVACIONAIS X FATORES HIGIÊNICOS Segundo Chiavanato (1994), temos uma teoria dos dois fatores, que por sua vez procuram explicar o comportamento de trabalho dos indivíduos: fatores higiênicos não são controlados pelos indivíduos, pois estão sob controle da empresa. Os principais fatores higiênicos são os salários, os benefícios sociais, as condições físicas de trabalho, o tipo de chefia ou supervisão que o indivíduo recebe, a política da empresa e os regulamentos internos. Estes fatores têm sido destacados para a motivação pelos empregados, só que estes fatores são apenas condições que os rodeiam, o que ele recebe externamente em troco ao seu trabalho. Os fatores higiênicos apenas evitam a insatisfação, eles não causam a satisfação, seu efeito é parecido com remédios que evitam a infecção. Já os fatores motivacionais já estão relacionados com o conteúdo do cargo, quais são as tarefas que o indivíduo irá exercer. Os fatores motivacionais estão sob controle do próprio indivíduo, pois ele faz o que gosta e isto já é uma motivação muito grande para ele, é a sua auto-realização. FATORES MOTIVACIONAIS FATORES HIGIÊNICOS Como o indivíduo se sente em relação ao seu Como o indivíduo se sente em reação à sua CARGO EMPRESA O trabalho em si mesmo As condições de trabalho Realização pessoal Salários e prêmios de produção Reconhecimento do trabalho Benefícios e serviços sociais Progresso profissional Cultura organizacional Responsabilidade Relações com a diretoria 54 Com relação a estes dois fatores citados acima podemos dizer que os fatores higiênicos são para evitar a insatisfação, pois não conseguem elevar a satisfação profissional (pessoal) de cada indivíduo, a pessoa se sente bem fazendo aquilo que gosta faz com satisfação, sem visar salário (dinheiro). Na maioria dos casos a motivação é afetada pela idade e por circunstâncias pessoais, pela fase que as pessoas está atravessando em sua vida e em sua carreira no momento. Entretanto, isso não é tudo. O ambiente externo também afeta a motivação. 4.3. MOTIVAÇÃO HUMANA X MOTIVAÇÃO CONDICIONADA Todo ser humano deseja e precisa alcançar os seus objetivos e esta força que o impulsiona para frente (no caminho para o alcance de sua realização), é a motivação. Motivação dentro da empresa está relacionada com o ambiente de trabalho e a relação com os seus superiores e colegas de trabalho, como também com o salário e seus benefícios, mas na vida para uma pessoa conseguir sua auto-realização profissional não basta só um alto salário, mas também gostar do que faz, ter amor pelo seu trabalho, pois só assim ele conseguirá cada vez subir mais alto para sua realização profissional. O óbvio na motivação é que os empregados precisam de um salário suficiente para alimentar, abrigar e proteger a sim mesmos e às suas famílias de um modo satisfatório, bem como um ambiente de trabalho seguro, antes de a organização tentar oferecer incentivos destinados a dar-lhes estima, sentimentos de participação ou oportunidades de crescimento. O que todos gostariam de fazer é criar um ambiente no qual pessoas gostem de trabalhar e no qual as pessoas trabalhem bem, um ambiente de trabalho que ajude a enriquecer a vida dos trabalhadores. Este ambiente deveria satisfazer tanto os requerimentos do trabalhador quanto o seu empregador, atendendo as necessidades da comunidade como um todo. 55 A criação de tal ambiente parece bastante complicada, pois presume um acordo entre pessoas e pessoas são totalmente diferentes uma das outras. Mas o fato de as pessoas serem diferentes entre si torna-se o que elas tem em comum e é um bom ponto de partida. Segundo Montana (2000), “Os fatores que motivam as pessoas podem mudar em certos estágios de suas vidas (por exemplo, quando se casam, quando estão prestes a se aposentar), mas muitos estudos descobriram semelhanças surpreendentes em como as pessoas classificam os fatores que mais as motivam. Respeito por mim como pessoa é um fator muitas vezes citado. Também, no geral, a estabilidade é um fator motivador para as pessoas nas épocas de recessão econômica” (MONTANA, 2000). As pessoas são diferentes uma das outras, os fatores que geram motivação aos indivíduos que trabalham em empresas, pode variar de pessoa para pessoa. Tem indivíduos que só pelo fato de atingirem eficientemente uma meta ou parte final de um trabalho é o que os leva a plena motivação, acompanhada é claro pelo reconhecimento dos seus superiores. Segundo Coradi (1973), “são tais “fatores motivadores” que, englobados, compõem o sistema de necessidades que buscamos atender par ao nosso desenvolvimento pessoal e nosso desenvolvimento psicológico” (CORADI, 1973). Segundo Bowditch (1990), alguns gerentes, por exemplo, tende a ser bastante coercivos, e supõem que a motivação consiste em nada mais que controlar o comportamento das pessoas. Esses indivíduos freqüentemente 56 vêem as punições e ameaças como a chave para a motivação. Outros gerentes podem achar que o dinheiro é o principal motivador e conseqüentemente passarão o eu tempo desenvolvendo incentivos econômicos para melhorar o desempenho no trabalho. Mas alguns acham que as pessoas são motivadas pelas considerações sociais, e tentam se assegurar de que os trabalhadores procuram oportunidades e responsabilidades de se tornarem mais qualificados e competentes em seus trabalhos, eles procuram desenvolver maneiras para manter os cargos interessantes e desafiantes. Desde os anos 90, motivação, alinhamento e comprometimento com os objetivos organizacionais são os atributos desejados em todas as organizações. Infelizmente, hoje a realidade tem demonstrado que esses atributos são mais desejados do que alcançados. Estamos vivendo uma realidade em que, apesar de todas as campanhas de qualidade de vida, é comum encontrarmos nas empresas pessoas frustradas, comprometidas apenas de fachada com os valores das empresas que trabalham e com permanente receio de perder o emprego. Com toda a informação que existe no mercado de administração, a respeito da importância de como carro chefe para o alinhamento e o comprometimento dos trabalhos com a organização. No entanto, as políticas de RH para a motivação, voltadas para a qualidade de vida e planos de benefícios, muitas vezes não têm surtido o efeito desejado. As organizações devem buscar dentro de cada indivíduo o motivo que lhe satisfaz, pois só assim a organização conseguirá motivar seus funcionários e conseqüentemente atingir os seus objetivos. Essa deve ser uma função gerencial e institucional, todos precisam preocupar-se em atender as necessidades e desejos dos trabalhadores para alcançar as metas organizacionais e isso exige sair da “ação condicionada”, trabalho prescrito, falta de comunicação etc. para a ação de comprometimento com a motivação. 57 CAPÍTULO V PROCESSO DE TREINAMENTO PARA ALCANÇAR OBJETIVOS Etapa 1: Levantamento de Necessidades de Treinamento (LNT): É a primeira etapa do treinamento e corresponde ao diagnóstico preliminar do que deve ser feito. Este levantamento pode ser feito em três níveis de análise (Bridges, 1995): Ótica Organizacional – olhar sobre a ótica organizacional é através do estudo como um todo da empresa, ou seja, sua missão, seus objetivos, seus recursos, o ambiente sócio-econômico e tecnológico no qual a organização está colocada – que pode-se responder a questão sobre o que deverá ser ensinado em termos de um plano e estabelecer a filosofia de treinamento para toda a empresa; Ótica de Recursos Humanos – analisando-se dados como números de empregados por cargos, números de empregados necessários na classificação dos cargos, potencialidades do recrutamento interno e externo, dentre outros, permite-se avaliar lacunas atuais e as previstas dentro de certos prazos, em função de contextos econômicos e planos de expansão da própria empresa; Ótica das Operações e Tarefas – é o nível de abordagem mais restrita no levantamento de necessidades de treinamento, pois a mesma é feita a nível do cargo. Além das organizações e das pessoas, o treinamento deve considerar também os cargos para os quais as pessoas serão treinadas. O conceito é uma necessidade de treinamento ao nível do cargo, é uma discrepância entre os requisitos exigidos pelo cargo e as habilidades atuais do ocupante do cargo. Esta análise permite a preparação do treinamento para cada cargo tomado isoladamente, a fim de que o ocupante adquira habilidades necessárias para o seu desempenho. 58 Ainda nesta primeira etapa do treinamento, deve-se definir qual o meio de levantamento de necessidade de treinamento, visando buscar as informações relevantes. Deve-se ter uma percepção dos problemas provocados pela carência de treinamento. Alguns meios utilizados para o levantamento de necessidades de treinamento são: avaliação de performance – é possível descobrir os colaboradores que executam tarefas abaixo de um nível satisfatório, e verificar quais são os setores da empresa que reclamam uma atenção imediata dos responsáveis pelo treinamento; e, observação – verificar onde há evidência de trabalho ineficiente, como quebra de equipamento, atraso em relação a cronograma, número acentuado de problemas disciplinares etc. Etapa 2: Programação de Treinamento: Uma vez feito o diagnóstico, vem a escolha dos meios para sanar as necessidades indicadas ou percebidas. O levantamento de treinamento deve fornecer as seguintes informações através dos 5 Qs para que se possa traçar a programação do treinamento (Bridges, 1995): o QUE deve ser ensinado? QUEM deve aprender? QUANDO deve ser ensinado? QUEM deve ensinar? QUAL método será utilizado? Planejamento do Treinamento: Deve-se envolver os seguintes itens básicos (Bridges, 1995): ü abordagem de uma necessidade específica de cada vez; ü definição clara do objetivo do treinamento; ü determinação do conteúdo do treinamento; ü escolha do método de treinamento e tecnologia disponível; ü definição de recursos básicos, como: recursos audiovisuais, máquinas etc. ü quem será treinado: número de pessoas; 59 ü disponibilidade de tempo; ü grau de conhecimento necessário; ü cálculo da relação custo-benefício do programa; ü controle e avaliação dos resultados, considerando-se a verificação de pontos críticos que demandem ajustes para melhor eficácia. O próximo passo dentro da programação e planejamento é a escolha das técnicas a serem utilizadas no sentido de otimizar a aprendizagem, ou seja, alcançar o maior volume de aprendizagem com o menor dispêndio de esforço, tempo e dinheiro. Estas técnicas podem ser classificadas quanto ao uso, tempo e local de aplicação. Etapa 3: Execução do Treinamento: A execução do treinamento depende dos seguintes fatores (Bridges, 1995): ü adequação do programa de treinamento às necessidades da organização; ü a qualidade do material de treinamento apresentado; ü a cooperação dos gestores da empresa; ü a qualidade e preparo dos treinadores; ü o preparo das pessoas que serão treinadas. Etapa 4: Avaliação dos Resultados do Treinamento: Esta é a etapa final do processo. O programa de treinamento deve ter uma avaliação de sua eficiência. Esta avaliação deve considerar dois aspectos (Bridges, 1995): 1) verificar se o treinamento produziu as modificações desejadas no comportamento dos treinados; 2) verificar se os resultados do treinamento apresentam relação com o alcance das metas da empresa. 60 AMBIENTE SOCIAL Forças socioculturais e demográficas Forças tecnológicas AMBIENTE DE TAREFA Mercado de trabalho ORGANIZAÇÃO Sindicato Mercado (Consumidores/ Clientes Forças políticas e institucionais Outros stakeholders Competição Forças econômicas Fonte: Adaptado de Anthony et al (1996). 5.1. CONCEITO DE TREINAMENTO A palavra “treinamento” tem muitos significados. Alguns especialistas em administração de pessoal consideram o treinamento como um meio para desenvolver a força de trabalho dentro dos cargos particulares. Outros interpretam mais amplamente, considerando o treinamento para um adequado desempenho no cargo e estendendo o conceito para uma nivelação intelectual através da educação geral. Outros autores referem-se a uma área genérica chamada desenvolvimento, a qual dividem em educação e treinamento significa o preparo da pessoa para o cargo, enquanto o propósito da educação é o de preparar a pessoa para o ambiente dentro ou fora do seu trabalho. 61 A atividade de treinamento é caracterizada por uma área específica de RH representa por toda e qualquer organização, no momento de decisão no que diz respeito as expectativas atuais ou futuras. É dentro desse contexto que classificamos o treinamento como sendo de caráter positivo e corretivo. No plano conceitual, entende-se como treinamento, um conjunto de atividades, um processo ou ainda um conjunto de sistemas orientado e dirigido para a capacitação da mão-de-obra. As atividades de treinamento estão sempre relacionadas à situação a nível de projetos, melhoria da qualidade do desempenho da mão-de-obra, e ainda, há fatores que levam a organização a provocar mudanças de comportamento, não só no seu corpo gerencial, como também na mão-de-obra em geral. A operacionalidade do treinamento pode ocorrer segundo diferentes métodos à saber: aula expositiva, palestras, congressos, cursos, seminários etc. Em termos de capacitação o treinamento pode ser dirigido a melhoria da capacidade funcional (cargo) e cultural (posturas, hábitos, conhecimentos). Treinamento é o processo educacional de curtos prazos aplicados de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. No sentido usado em administração, treinamento envolve a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente, e desenvolvimento de habilidades. Qualquer tarefa, que seja complexa ou simples, envolve necessariamente esses três aspectos. 62 5.2. DETERMINAÇÃO DAS NECESSIDADES DE TREINAMENTO O levantamento de necessidades de treinamento é uma forma de diagnosticar e, como tal, deve basear-se em informações relevantes. Muitas dessas informações devem ser cuidadosamente coligadas e agrupadas sistematicamente, enquanto outras estão disponíveis às mãos de certos administradores de linha. A determinação das necessidades de treinamento é uma responsabilidade de linha e uma função de staff, cabe ao administrador de linha a responsabilidade pela percepção dos problemas provocados pela carência de treinamento. Cabem a ele todas as decisões referentes ao treinamento, mesmo que utilize ou não os serviços de assessoria prestados por especialistas em treinamento. Os principais meios utilizados para o levantamento de necessidades de treinamento são: avaliação de desempenho – através da avaliação de desempenho é possível descobrir não apenas os empregados que vêm executando suas tarefas abaixo de um nível satisfatório, mas também averiguar os setores da empresa que reclamam uma atenção imediata dos responsáveis pelos treinamentos; observação – verificar onde haja evidência de trabalho ineficiente, como excessiva quebra de equipamento, atraso de relação ao cronograma, perda excessiva de matéria-prima, número acentuado de problemas disciplinares, alto índice de ausências, turnover elevado etc.; questionários – pesquisas através de questionários e listas de verificação que coloquem em evidência as necessidades de treinamento; solicitação de supervisores e gerentes – quando a necessidade de treinamento atinge um nível muito alto, os próprios gerentes e supervisores tornam-se propensos a solicitar treinamento para o seu pessoal; entrevistas com supervisores e gerentes – contatos diretos com supervisores e gerentes, com referência a possíveis problemas solucionáveis 63 através do treinamento, geralmente surgem por meio de entrevistas com os responsáveis pelos vários setores; reuniões interdepartamentais – discussões interdepartamentais acerca de assuntos administrativos; exame de empregados – testes sobre o conhecimento do trabalho de empregados que executam determinadas funções ou tarefas; modificação do trabalho – sempre que modificações totais ou parciais nas rotinas de trabalho sejam introduzidas, torna-se necessário treinamento prévio dos empregados nos novos métodos e processos de trabalho; entrevista de saída – quando o empregado está deixando a empresa é o momento mais apropriado para conhecer, não apenas sua opinião sincera sobre a organização, mas também as razões que motivam sua saída. É possível que várias deficiências da organização, passíveis de correção venham à superfície; análise de cargos – relatórios periódicos da empresa ou de produção. 5.2.1. Indicações de necessidades Além dos meios acima relacionados existem alguns indicadores de necessidades de treinamento. Esses indicadores servem para apontar eventos que provocarão fatalmente futuras necessidades de treinamento (indicadores a prioridade) ou problemas decorrentes de necessidades de treinamento já existentes (indicações a posterioridade) (Lucena, 1976, p. 50). Indicadores a prioridade: são os eventos que se acontecerem proporcionarão necessidades futuras de treinamento, facilmente previstas. Os indicadores a prioridade são: admissão de novos empregados; redução do número de empregados; mudança de métodos e processos de trabalho; substituição ou movimentação de pessoal; faltas, licenças e férias do pessoal; expansão dos serviços; mudanças nos programas de trabalho ou de produção; 64 modernização do maquinário; produção e comercialização de novos produtos ou serviços. Indicadores a posterioridade: são os problemas provocados por necessidade de treinamento não atendidas. Esses problemas geralmente estão relacionados com a produção ou com o pessoal e servem como diagnóstico de treinamento: problemas de produção – baixa produtividade; avarias freqüentes em equipamentos e instalações; comunicações defeituosas; tempo de aprendizagem e integração ao cargo muito prolongado; despesas excessivas na manutenção de máquinas e equipamentos; excesso de erros e desperdícios; elevado número de acidentes; pouca versatilidade dos empregados; mau aproveitamento do espaço disponível. Problemas de pessoal - relações deficientes entre o pessoal; número excessivo de queixas; pouco ou nenhum interesse pelo trabalho; falta de cooperação; faltas e substituições em demasia; dificuldades na obtenção de bons elementos; tendência a atribuir falhas aos outros; erros na execução de ordens. 5.3. MÉTODOS DE TREINAMENTO A escolha das técnicas a serem utilizadas no programa de treinamento, tem o objetivo de otimizar a aprendizagem, ou seja, alcançar o maior volume de aprendizagem com o menor dispêndio de esforço, tempo e dinheiro. 5.3.1. Técnicas de treinamento quanto ao uso a) Técnicas de treinamento orientadas para o conteúdo são desenhadas para a transmissão de conhecimento ou informação como a técnica da leitura, recursos audiovisuais, instrução programada e instrução assistida por computador. Essas duas últimas também são chamadas de técnicas auto-instrucionais. 65 b) Técnicas de treinamento orientadas par ao processo são utilizadas para mudar atitudes, desenvolver consciência de si e dos outros e desenvolver habilidades interpessoais. São as que enfatizam a interação entre os treinandos no sentido de influenciar mudança de comportamento ou de atitude, mais do que transmitir conhecimento. Alguns processos são utilizados para desenvolver intravisão interpessoal, consciência de si e dos outros, como meio para mudar atitudes e desenvolver relações humanas, como é o caso de liderança ou de entrevista. Entre as técnicas orientadas para o processo estão o relo-playing, o treinamento da sensitividade, treinamento de grupo etc. c) Através das técnicas de treinamento misto das quais se transmite informação, e se procura mudar atitudes e comportamentos. São utilizadas para transmitir conhecimentos ou conteúdo, como também para alcançar objetivos estabelecidos para as técnicas orientadas para o processo. Entre as técnicas mistas sobressaem métodos de conferência, estudos de casos, simulações e jogos, treinamento no cargo, e veiculam conhecimentos ou conteúdo, procuram mudar atitude, consciência de si e eficácia interpessoal. Entre as técnicas de treinamento no cargo, estão a instrução no cargo, treinamento de orientação, treinamento de iniciação, rotação de cargos etc. 5.3.2. Técnicas de treinamento quanto ao tempo Treinamento de indução ou de integração à empresa visa a adaptação e ambientação inicial do novo empregado à empresa e ao ambiente social e físico onde irá trabalhar. A introdução de um empregado novo ao seu trabalho é feita através de uma programação sistemática. Conduzida pelo chefe imediato, por um instrutor especializado ou por um colega. É o chamado Programa de Integração ou Programa de Indução. Esse programa contém informações sobre: a empresa – história, desenvolvimento e organização, o produto ou serviço, os direitos e deveres do pessoal os termos do contrato de trabalho, as atividades sociais de empregados – benefícios e serviços, as normas e regulamentos internos, as 66 noções sobre a proteção e segurança do trabalho, o cargo a ocupar – natureza do trabalho, horários, oportunidades de promoção, o supervisor do novo empregado – apresentação, as relações do cargo com os outros cargos e a descrição detalhada do cargo. O programa de integração visa à introdução correta do funcionário no seu trabalho e permite vantagens, como: o novo empregado recebe informações gerais de que necessita sobre a empresa, como normas, regulamentos e procedimentos que afetam, de maneira racional, para que seu ajustamento seja rápido, redução no número de demissões ou de ações corretivas graças ao conhecimento dos regulamentos da empresa e conseqüentes penalidades advindas de sua violação, o supervisor pode explicar ao novo empregado sua posição na organização, o novo empregado é instruído de acordo com os requisitos definidos na descrição do cargo que irá ocupar. 5.4. EXECUÇÃO DO TREINAMENTO A execução do treinamento pressupõe o binômio: instrutor X aprendiz. Os aprendizes são as pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da empresa e que necessitam aprender ou melhorar seus conhecimentos sobre alguma atividade ou trabalho. Os instrutores são as pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da empresa, experientes ou especializadas em determinada atividade ou trabalho e que transmitem seus conhecimentos aos aprendizes. Assim, os aprendizes podem ser auxiliares, chefes ou gerentes, bem como os instrutores também podem ser auxiliares, chefes ou gerentes ou ainda o encarregado ou gerente de treinamento. Porém também pode haver ocasiões em que o treinamento precisa ser ministrado por uma consultoria especializada. 67 A execução de treinamento depende de vários fatores: § adequação do programa de treinamento às necessidades da organização estabelecendo a decisão de programas de treinamento depende da necessidade de melhorar o nível dos empregados. o treinamento deve ser a solução dos problemas que deram origem às necessidades diagnosticadas ou percebidas. § a qualidade do material de treinamento apresentado deve ser aplicado a fim de facilitar a execução do treinamento. o material de ensino visa concretizar a instrução, objetiva a facilitar a compreensão pela utilização de recursos audiovisuais, aumentar o rendimento do treinamento e racionalizar a tarefa do instrutor. § o treinamento deve ser feito com a cooperação dos chefes e dirigentes da empresa em todos os níveis e funções. sua manutenção envolve uma quantidade considerável de esforço e de entusiasmo por parte de todos aqueles que estejam ligados aos assuntos, além de implicar um custo que deve ser encarado como investimento que capitalizará dividendos a médio e curto prazos e não uma despesa inativa. § a qualidade e preparo dos instrutores – o êxito da execução dos interesses, do gabarito e do treinamento dos instrutores. é importante o critério de seleção dos instrutores. estes deverão reunir qualidades pessoais como: facilidade no relacionamento humano, motivação, raciocínio, didática, exposição fácil, além do conhecimento da especialidade. § a qualidade dos aprendizes influi nos resultados do programa de treinamento. os melhores resultados são obtidos com uma seleção adequada dos aprendizes, em função da forma e conteúdo do programa e dos objetivos do treinamento para que se tenha um grupo homogêneo de pessoas. 68 5.5. PROGRAMAÇÃO DE TREINAMENTO Uma vez que o diagnóstico do treinamento, segue-se a terapeuta, ou seja, a escolha e prescrição dos meios de treinamento para sanar as necessidades indicadas ou percebidas de treinamento, passa-se então à sua programação. A programação de treinamento é sistematizada e fundamentada sobre os seguintes aspectos que devem ser analisados durante o levantamento. Programa: 1) Qual a necessidade? 2) Onde foi assinalada em primeiro lugar? 3) Ocorre em outra área ou setor? 4) Qual é a causa? 5) É parte de uma necessidade maior? 6) Como resolvê-la: em separados ou combinados com outras? 7) É preciso alguma providência inicial, antes de resolvê-la? 8) A necessidade é imediata? Qual a sua prioridade em relação as demais? 9) A necessidade é permanente ou temporária? 10) Quantas pessoas e quantos serviços serão atingidos? 11) Qual o tempo disponível para o treinamento? 12) Qual o custo provável do treinamento? 13) Quem irá executar o treinamento? O levantamento da necessidade de treinamento deve fornecer as seguintes informações pra que se posa traçar a programação de treinamento: O que deve ser ensinado? Quem deve aprender? Quando deve ser ensinado? Onde deve ser ensinado? Como se deve ensinar? Quem deve ensinar? 69 5.6. TIPOS DE TREINAMENTO O treinamento quanto ao tipo, pode ser realizado no local de trabalho ou fora do local de trabalho. O treinamento no local de trabalho pode ser ministrado através de funcionários, supervisores ou especialistas de staff. Não requer acomodações ou equipamento especiais e constitui a forma mais comum de transmitir os ensinamentos necessários aos empregados. Encontra grande acolhida, em razão de sua praticidade, pois o empregado aprende enquanto trabalha. Empresas de pequeno e médio porte investem em treinamento dessa maneira. O treinamento fora do local de trabalho não é diretamente relacionada ao trabalho: geralmente é suplementar ao treinamento no local de trabalho. A vantagem que oferece é possibilitar a dedicação de toda atenção ao treinamento, o que não é possível quando mesmo está envolvido nas tarefas de cargo. As principais de treinamento fora do trabalho são: aulas expositivas – filmes, dispositivos (slides), vídeo; método do caso (estudo do caso); discussão em grupo, painéis, debates; dramatização; simulação e jogos; instrução programada etc. 5.7. AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO A etapa final do processo de treinamento é a avaliação dos resultados obtidos. Um dos problemas mais sérios relacionados com qualquer programa de treinamento refere-se à avaliação de sua eficiência. A avaliação deve considerar os aspectos de determinar até que ponto o treinamento realmente produziu as modificações desejadas no comportamento dos empregados; e demonstrar-se os resultados do treinamento apresentam relação com a consecução das metas da empresa. 70 Além dessas questões básicas, será necessário se as técnicas de treinamento empregados são mais efetivas que outras que poderiam ser consideradas. O treinamento poderá ser também comparado com outras abordagens para desenvolver os recursos humanos, tais como o aprimoramento das técnicas de seleção das operações de produção. 1) Avaliação ao nível organizacional: Ao nível organizacional, o treinamento é um dos meios de aumentar a eficácia organizacional. Neste nível, o treinamento deve proporcionar resultados como: aumento da eficácia organizacional, melhoria da imagem da empresa, melhoria do clima organizacional, melhor relacionamento empresa X empregado, facilidade nas mudanças e na inovação, aumento da eficiência etc. 2) Avaliação ao nível dos recursos humanos: Ao nível dos recursos humanos, o treinamento deve proporcionar resultados, como: redução da rotação de pessoal; redução do absenteísmo, aumento da eficiência individual dos empregados ; aumento das habilidade das pessoas; elevação do conhecimento das pessoas; mudança de atitude e de comportamento das pessoas. 3) Avaliação dos níveis das tarefas e operações: Ao nível das tarefas e operações, o treinamento proporciona resultados como: aumento de produtividade; melhoria da qualidade dos produtos/serviços; redução no fluxo da produção; redução de tempo no recurtamento; redução do índice de acidentes, redução do índice de manutenção de máquinas e equipamentos. 71 5.8. CONTRIBUIÇÃO DO TREINAMENTO PARA A POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS O desenvolvimento de RH a longo prazo – distinto do treinamento para um cargo específico – é de interesse crescente para o departamento pessoal. Pelo desenvolvimento dos atuais empregados, o departamento de pessoal reduz a dependência da empresa na contratação de novos empregados. Se os trabalhadores forem adequadamente desenvolvidos, as vagas encontradas através do planejamento de RH têm mais probabilidade de serem preenchidas com o pessoal na casa. As promoções e transferências também mostram aos empregados que eles têm uma carreira e não apenas um empregado. O empregado se beneficia pela continuidade crescente em operações e pelos empregados que se sentem mais compromissados para com a firma. O desenvolvimento de recursos humanos é também um modo efetivo de enfrentar diversos desafios com que se defrontam quase todas as grandes organizações. Estes desafios incluem obsolescência do empregado, mudanças sociotécnicas e rotatividade desses empregados. Enfrentando estes desafios, o departamento de pessoal pode ajudar a manter uma força de trabalho efetiva. O processo de treinamento contribui para a política de RH, no sentido de procurar mudar o comportamento das pessoas, objetivando sempre sua posição dentro da organização. O treinamento procura transmitir informações, para que o elemento essencial do processo desenvolva habilidades. Quando o processo de treinamento é bem desenvolvido e aplicado, a contribuição para a política de RH são ilimitadas, pois treinamento, além de possibilitar o crescimento do funcionário, também a motivos para o desenvolvimento de suas tarefas, trazendo grandes contribuições para a organização. 72 CONCLUSÃO Com a Globalização, o foco da empresa deixou de ser o produto e passou a ser o cliente externo e interno. As pessoas são o grande fator que faz a diferença na concorrência entre as organizações. Qualidade é essencial. Pessoas qualificadas precisam de liberdade, autonomia e uma boa dose de idealismo para se motivarem, serem criativas e comprometidas com os objetivos das organizações em que trabalham. Avaliação do desempenho é o processo que mede o desempenho do funcionário. O desempenho do funcionário é o grau em que ele alcança os requisitos do seu trabalho. Avaliação do desempenho é o processo de rever a atividade produtiva passada para avaliar a contribuição que os indivíduos fizeram para o alcance dos objetivos do sistema administrativo. Avaliação do desempenho é a identificação, mensuração e administração do desempenho humano nas organizações. A identificação se apóia na análise de cargos e procura determinar as áreas de trabalho que se deve examinar quando se mede o desempenho. A mensuração é o elemento central do sistema de avaliação e procura determinar como o desempenho pode ser comparado com certos padrões objetivos. A administração é o ponto-chave de todo sistema de avaliação. A avaliação deve ser mais do que uma atividade orientada para o passado, ou seja, deve estar orientada para o futuro para poder alcançar todo o potencial humano da organização. Definir se um trabalhador está motivado é tarefa bastante complexa, pois as necessidades e anseios variam de pessoa para pessoa. Esta análise passa por processos bastante subjetivos. 73 Chegando ao final desta pesquisa, o que se pode perceber, foi o enfoque dado à produtividade e aumento dos lucros e não ao homem. O homem vive em constante busca de realizações, da independência, liberdade e de uma boa qualidade de vida, porém para muitos isto só será alcançado quando também os líderes (empresários, chefes) se conscientizarem da importância que é enfocar os objetivos no homem, e não na produtividade e no desejo insaciável do lucro ou prestígio individual em detrimento da qualidade de vida de muitos seres humanos que estão sob sua responsabilidade. O que podemos perceber também é que a motivação é um fator intrínseco e acontece apenas nos níveis de auto-estima e auto-realização. Salário, condições de trabalho, benefícios e incentivos não geram motivação, apenas servem para prevenir a insatisfação. Atender os fatores higiênicos é um aspecto necessário de prevenção a insatisfação, porém não suficiente à motivação. A busca da auto-realização é um dos fatores motivacionais e passa pela construção da vida em torno de um ideal, de um sentido. O trabalho, sendo uma parte importante para este crescimento, precisa representar um meio para o alcance deste ideal. O homem sente-se realizado quando encontra sentido naquilo que faz e sente-se motivado quando enxerga no trabalho um caminho para realização neste sentido. É preciso que ele se julgue capaz de atingir seus objetivos. No contexto do trabalho isto significa promover a competência do trabalhador através da orientação, educação e treinamento. A motivação refere-se às forças internas e externas de uma pessoa, que provocam entusiasmo e persistência em seguir um certo curso de ação. A motivação do empregado afeta a produtividade, sendo importante canalizar a motivação para a realização das metas organizacionais. O estudo da 74 motivação ajuda a entender o que induz as pessoas a iniciarem uma ação, o que influencia sua escolha de ação e porque eles persistem nessa ação durante todo o tempo. As políticas gerais de pessoal da organização, seus métodos de recompensar individualmente seus empregados e a cultura da organização se traduzem em ações organizacionais que influenciam e motivam seus funcionários. Como, então, conseguir empregados motivados? Para que uma organização tenha empregados motivados, ela precisa “vender” sua visão de negócio. O compromisso só acontece quando o empregado compartilha dessa visão e o crescimento da empresa significa o seu próprio crescimento. O necessário é a conversa diária. É a troca de idéias. O respeito pela opinião. É a transparência. A clareza de intenções. A mão estendida para dar o apoio necessário, no momento certo. O treinamento é um processo educacional através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e atitudes para o desempenho de seus cargos. É um processo educacional porque visa a formação e preparação das pessoas. E está voltado eminentemente para o desempenho do cargo, seja o atual, seja um cargo futuro na empresa. É para isso que os gestores devem estar voltados. Mesmo que não tenham conseguido fazer isso nas suas famílias, estão obrigados a fazer em suas empresas se querem sobreviver e crescer. Essa é a comunicação que realmente faz a diferença. É uma estrada de mão dupla. É aquela que nunca desrespeita. Que convence e às vezes é convencida. Que reconhece erros e se dispõe a consertá-los. Que dá a mão à palmatória. E não se vangloria de uma opinião conquistada e nem escarnece da ignorância quando a encontra, mas pelo contrário procura transformá-la em conhecimento. Desta forma, todos crescem e fazem com que a empresa cresça junto. 75 BIBLIOGRAFIA BOOG, Gustavo G. Manual de treinamento e desenvolvimento. São Paulo: Makron Books, 1994. BOWDITCH, James L. Elementos do Comportamento Organizacional. São Paulo: Pioneira, 1990. BROXADO, Silvio. A verdadeira motivação na empresa: entendendo a psicologia organizacional e dicas para a motivação no dia-a-dia das empresas. Rio de Janeiro: Quality Mark, 2001. CÉSAR, Antônio Amaru Maximiniano. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. Administração Teoria, Processo e Prática. Rio de Janeiro: Campus, 1994. CORADI, Carlos Daniel. O Comportamento Humano em Administração de Empresas. São Paulo: Pioneira, 1973. FERNANDES, Eda. Qualidade de Vida no Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2002. GENTIL, Carlos Vieira. Gerente Animador. Rio de Janeiro: Editora S. A., 1984. GIL, Antonio Carlos. Administração de RH. Um enfoque profissional. São Paulo: Publicação Atlas, 2000. HELLER, Robert. Como motivar pessoas. São Paulo: Publifolha, 1999. JOHN, A. Wagner III. Comportamento Organizacional. São Paulo: Saraiva, 1999. MARGERISON, Charles J. Gerência de Grupos de Trabalho. Rio de Janeiro: Mc Graw-Hill, 1975. MARINS, Luis A. Filho. Socorro Preciso de Motivação. São Paulo: Harbra, 1995. MASLOW, Abraham H. Motivation and Personality. New York: Harper & Row, 1970. MONTANA, Patrick J. Administração. São Paulo: Saraiva, 2000. 76 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO AGRADECIMENTOS DEDICATÓRIA EPÍGRAFE RESUMO METODOLOGIA INTRODUÇÃO 02 03 04 05 06 07 09 CAPÍTULO I Avaliação do desempenho humano 1.1. Conceitos básicos 1.2. A responsabilidade pela avaliação do desempenho 1.2.1. O supervisor direto 1.2.2. O empregado 1.2.3. A comissão de avaliação do desempenho 1.3. Objetivos da avaliação do desempenho 1.3.1. Benefícios da avaliação do desempenho 1.4. Métodos de avaliação do desempenho 12 14 15 16 17 18 19 22 24 CAPÍTULO II Motivação, uma análise conceitual 2.1. Qualidade de vida no trabalho e os recursos humanos 2.2. Quem queremos motivar dentro da empresa? 2.2.1. Esquema tradicional da empresa privada: pirâmide vertical 2.2.2. Esquema tradicional da empresa pública: centro periferia 2.3. Ciclo motivacional 27 30 32 34 35 37 CAPÍTULO III Os benefícios trazidos para a empresa através da motivação 3.1. As necessidades humanas 3.2. O interesse de motivar objetivando bons resultados 40 42 45 CAPÍTULO IV Os métodos contemporâneos para a motivação de funcionários nas organizações 4.1. A função do líder 4.2. Fatores motivacionais X Fatores higiênicos 4.3. Motivação humana X Motivação condicionada 49 52 53 54 77 CAPÍTULO V Processo de treinamentos para alcançar objetivos 5.1. Conceito de treinamento 5.2. Determinação das necessidades de treinamento 5.2.1. Indicações de necessidades 5.3. Métodos de treinamento 5.3.1. Técnicas de treinamento quanto ao uso 5.3.2. Técnicas de treinamento quanto ao tempo 5.4. Execução do treinamento 5.5. Programação de treinamento 5.6. Tipos de treinamento 5.7. Avaliação de treinamento 5.8. Contribuição do treinamento para a política de recursos humanos 57 60 62 63 64 64 65 66 68 69 69 71 CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA ANEXOS FOLHA DE AVALIAÇÃO 72 75 78 79 78 ANEXOS 79 FOLHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas Pós-Graduação “Latu Sensu” Título da Monografia Avaliação e motivação nas organizações para alcançar objetivos Data da Entrega: ___________________________ Avaliado por: ______________________________Grau: ________________ Rio de Janeiro, ______ de ______________________ de ________ _______________________________________________________________ Coordenação do Curso