1 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO LOSILEY ALVES PINHEIRO A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA SOB A PERSPECTIVA DOS MOTORISTAS QUE EXERCEM ATIVIDADES REMUNERADAS (EAR) MACEIÓ, AL 2013 2 LOSILEY ALVES PINHEIRO A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA SOB A PERSPECTIVA DOS MOTORISTAS QUE EXERCEM ATIVIDADES REMUNERADAS (EAR) Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Ms. Robson Lucio Silva de Menezes MACEIÓ-AL 2013 3 LOSILEY ALVES PINHEIRO A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA SOB A PERSPECTIVA DOS MOTORISTAS QUE EXERCEM ATIVIDADES REMUNERADAS (EAR) Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. APROVADO EM ____/____/____ ______________________________________ PROF. MS. ROBSON LUCIO SILVA DE MENEZES ORIENTADOR _____________________________________ PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO BANCA EXAMINADORA _________________________________________ PROF. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA BANCA EXAMINADORA 4 AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar, Deus por ser sempre minha âncora, meu refúgio, minha fonte de sabedoria e base de minhas conquistas; Aos meus pais, familiares e amigos, por sempre me apoiarem em minhas escolhas, sendo pilares em minha jornada; Aos meus professores que contribuíram no meu processo de aprendizagem. 5 DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho a meu filho, na esperança de contribuir na construção de um trânsito mais seguro e ajustado na cidade de São Luís, nosso ninho de morada. Dedico ainda à minha família pelo apoio recebido e ainda aos meus amigos, e colaboradores deste. 6 “Só podemos olhar o outro e sua história, se temos conosco uma abertura de aprendiz que se observa em sua própria história. Nesse sentido, a ação de olhar é um ato de estudar a si próprio, a realidade, o grupo, à luz que nos inspira, pois sempre só vejo o que sei. (PIAGET apud ARANHA,1996)” 7 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo pesquisar a importância da avaliação psicológica sob a perspectiva dos condutores de veículos que exercem atividades remuneradas, na cidade de São Luís-MA. A metodologia para coleta e tratamento dos dados é quanti-qualitativo, no qual aplicou-se questionário com perguntas fechadas. Enquanto a análise destes se fundamenta na revisão da literatura dos conceitos: Educação; Trânsito; Avaliação Psicológica Ligada ao Trânsito e Psicologia do Trânsito; Segurança e Ajustamento do Trânsito. Como resultado, a pesquisa comprova a necessidade de informação acerca da importância da avaliação psicológica, não apenas como parte obrigatória nos processos de renovação da CHN (carteira nacional de habilitação), mas também como fator preventivo de acidentes e uma ferramenta educacional. Palavras – chave: Psicologia do Trânsito, Motoristas, Avaliação Psicológica. 8 ABSTRACT The present study aims to investigate the importance of psychological evaluation for safety and traffic adjustment, from the perspective of drivers second sample of sixty (60) subjects drawn from drivers driving license holders with more than 05 (five) CNH years of ownership, exercising a remunerated activity in traffic in the city of São Luís, MA. The methodology for collecting and processing the data is statistical and quantitative, in which we applied a questionnaire with closed questions. While the analysis of these is based on a literature review of concepts: Education; Transit; Psychological Assessment Linked to Transit and Traffic Psychology, Security and Traffic Adjustment. As a result, the research demonstrates the need for information about the importance of the psychological evaluation, not only as a compulsory part in the processes of renewal of CHN (national driving license), but also as a prevention of accidents and an educational tool. Keywords: Traffic Psychology, Drivers, Psychological Assessment. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES 1 - GRÁFICO 01 – Condutores que exercem atividades remuneradas, segundo o gênero, em porcentagem...........................................................................................34 2 - GRÁFICO 02 – Distribuição, em porcentagem, da escolaridade dos condutores que exercem atividade remunerada...........................................................................35 3 - GRÁFICO 03 – Faixa Etária dos condutores, em porcentagem, que exercem atividade remunerada.................................................................................................36 4 - GRÁFICO 04 – Resultado do Status Civil dos condutores que exercem atividade remunerada, em porcentagem...................................................................................37 5 - GRÁFICO 05 – Relação dos condutores, em porcentagem, que exercem atividade remunerada, segundo a paternidade..........................................................38 6 - GRÁFICO 06 – Distribuição da Renda Familiar, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade remunerada...........................................................................39 7 - GRÁFICO 07 – Tempo de posse da CNH, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade remunerada..................................................................................40 8 - GRÁFICO 08 – Distribuição, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade remunerada, segundo a carga horária diária ao trânsito............................41 9 – GRÁFICO 09 - Condutores que exercem atividade remunerada, segundo envolvimento com acidentes no trânsito, em porcentagem ......................................42 10 - GRÁFICO 10 – Distribuição, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade remunerada, que faz uso de drogas proibidas ou uso exagerado do álcool, no exercício da atividade profissional. ......................................................................43 11 - GRÁFICO 11 – Condutores que exercem atividade remunerada, segundo fator que mais aborrece no trânsito, em porcentagem.......................................................44 12 - GRÁFICO 12 – Distribuição das sugestões, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade remunerada quanto ao fator que modificar na atual legislação de trânsito, para melhorar o trânsito na cidade..........................................................45 13 - GRÁFICO 13 – De acordo com os condutores que exercem atividade remunerada a Avaliação Psicológica, deveria ser um procedimento obrigatório em todos os processos envolvendo renovação; mudança de categoria e adição de categoria de CNH, independentemente de o condutor exercer ou não atividade remunerada?..............................................................................................................46 10 14 - GRÁFICO 14 – Você Condutores que exercem atividade remunerada na cidade de São Luis/MA, segundo a percepção acerca da avaliação psicológica, se os mesmos a percebem, como uma ferramenta de investigação importante para a segurança e ajustamento do trânsito.........................................................................47 11 LISTA DE ABREVIATURAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito CNH – Carteira Nacional de Habilitação DETRANMA – Departamento de Trânsito do Estado do Maranhão IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................15 2.1 A Educação do Trânsito...................................................................................15 2.2 A Importância da Avaliação Psicológica para o Trânsito..............................20 2.3 Os Principais Testes Psicológicos para Obtenção da CNH ..........................24 2.4 O Comportamento do Homem no Trânsito.....................................................25 2.5 Os Motoristas Profissionais que Exercem Atividades Remuneradas...........30 3. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................32 3.1 Ética.....................................................................................................................32 3.2 Tipo de pesquisa................................................................................................32 3.3 Universo .............................................................................................................32 3.4. Amostra..............................................................................................................32 3.5 Instrumentos de Coleta de Dados....................................................................33 3.6 Procedimentos de Coleta de Dados.................................................................33 3.7 Procedimentos para Análise dos Dados .........................................................33 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................34 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................48 REFERÊNCIAS..........................................................................................................50 APÊNDICE.................................................................................................................52 ANEXO.......................................................................................................................55 13 1. INTRODUÇÃO São Luís, capital do estado do Maranhão, única capital brasileira fundada por franceses, uma senhora de 400 (quatrocentos) anos apresenta-se atualmente com mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, uma frota de aproximadamente 300.000 (trezentos mil) veículos emplacados, segundo censos do IBGE realizado em 2010, e DETRAN/MA 2012. A Ilha do Amor, como é poeticamente conhecida, apresenta-se para o cenário nacional como uma cidade em pleno desenvolvimento, vive-se um momento onde os termos: construção, alargamento, adequação, transformação, reflexão, reorganização e progresso, são considerados não apenas como parte de um vocabulário urbano e sim como - necessidades. O chamado “boom imobiliário” já não é uma novidade, longos quilômetros de engarrafamentos; aumentos significativos na estatística de violência; instalação de multinacionais; siderúrgicas e grandes empresas passaram a fazer parte da cultura local. A cidade encontra-se com obras por aproximadamente 75% (setenta e cinco por cento) das grandes vias públicas, a cada dia, centenas de pessoas enfrentam um trânsito atualmente desajustado e inadequado. Quando a pauta em discursão é a de segurança, muito se ouve sobre: melhorias, reformas, ampliações e implantações de medidas preventivas ao referir-se ao trânsito, porém, sabe-se que a ferramenta primordial chama-se: educação. O presente trabalho traz em seu conteúdo um estudo sobre a importância da avaliação psicológica sob a perspectiva dos condutores desta cidade, que é também conhecida como: Patrimônio Mundial da Humanidade. Os métodos de pesquisa utilizados foram a pesquisa bibliográfica e coleta de dados, com enfoque na análise quantitativa, com amostragem de 60 (sessenta) sujeitos que exercem atividade remunerada no trânsito, realizados no período de janeiro a agosto de 2012, nas Clínicas CLIMEM e AUDITRA. Os capítulos a seguir trazem em seu conteúdo reflexões, dados e estudos sobre a avaliação psicológica no sistema do trânsito. No primeiro capítulo, tem-se o tema: A Educação do Trânsito, uma reflexão necessária, onde percebe-se que a educação engloba muitos processos, considerando que é o desenvolvimento integral do indivíduo (corpo, mente, espírito, saúde, emoções, conhecimento, pensamentos, expressões e assim por diante.). Daí afirmar que, enquanto processo de sociabilização, é na verdade exercida, a educação, como base nos diversos espaços de convívio social, contribuindo com seu modo cultural 14 de ser, ajustando-se ao grupo, contribuindo para o desenvolvimento vivenciando a dinâmica do ensino-aprendizagem, seguida por subtemas como educação familiar no trânsito, do qual parte-se do princípio que a primeira inserção do individuo como ser social, a família exerce um papel importantíssimas no quesito orientações voltadas ao trânsito; no subtema que se trata da criança, trânsito e educação, prioriza-se a questão da educação para segurança da criança inserida nessa dinâmica, finalizando o primeiro capitulo tem-se o subtema – da educação para o trânsito no qual aborda-se legislações e princípios básicos visando a adequação destes. No segundo capítulo cujo o tema é: A Avaliação Psicológica para o Trânsito, reflete-se sobre o sistema do trânsito, tendo o homem como possuidor de diversos papeis como usuários da via pública, como exemplos, temos o ciclista, o pedestre, o motorista de várias categorias e o motociclista, existem ainda os cuidadores do trânsito, que são os policiais e seus auxiliares, e outros nem são considerados agentes primários do trânsito, embora sejam, são eles: os engenheiros e as autoridades do trânsito, posto que, cabe a eles a decisão sobre os sinais, as zonas de estacionamento, a regulamentação na cidade e na estrada, determinando também seu fluxo, neste capítulo temos como subtema – o trânsito e suas normatizações em relação à avaliação psicológica, abordando-se a legislação destes. No terceiro capítulo onde se apresenta: O Homem no Trânsito faz-se necessário trazer questões acerca de todos os mecanismos comportamentais que são exigidos no ato de dirigir, tendo o ser humano inserido ao trânsito nos fazendo ressaltar ainda questões primordiais ao se tratar de acidentes neste contexto, citando-se pesquisas que relacionam custos e responsabilidades, conhecimento e sua importância no que se refere a veículos e possíveis falhas mecânicas e comportamentais. No capítulo que trata sobre a pesquisa, apresenta-se dados e gráficos explicativos, no qual a perspectiva dos candidatos veem a tona ao questionar-se sobre a importância da avaliação psicológica como fator preventivo acerca de um transito seguro e ajustado, seguidos pelas considerações finais. 15 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 A Educação do Trânsito. Para falar de Trânsito e Educação, faz-se necessário lembrar um dicionário bastante conhecido no Brasil, o famoso dicionário Aurélio (2004) que conceitua: “trânsito é a circulação de pessoas e de veículos”. Para Arrudao (1966), além do conceito idêntico, o mesmo ressalta que um veículo em missão de transporte se encontra em tráfego, não em trânsito. Já nos CTB’s de 1948 e 1966 estabeleciam praticamente a mesma definição, enquanto que na atual temos que: “trânsito é a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fim de circulação, parada, estacionamento operação de carga ou descarga”. (CTB, 1997) Já como conceito de educação tem-se segundo o dicionário Aurélio (2004) o seguinte: “Educação é o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. Concordo com a definição de Paulo Freire quando nos diz que “a educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não educados, estamos todos nos educando. Existem graus de educação, mas estes não são absolutos”. Afirmação esta que nos estimula a refletir sobre o processo educativo de forma contínua, ou seja, como base de uma busca constante pela melhoria da qualidade de formação discente e docente, captando e compreendendo as finalidades de estar não apenas no mundo e sim aberto ao conhecimento, construindo valores, internalizando normas, buscando uma melhor qualidade de vida, um melhor desenvolvimento, a fim de tomar suas decisões dentro de suas capacidades, da melhor forma individual, contribuindo de forma positiva e harmônica para o meio social, ao qual este deverá estar inserido em comunidade. A educação engloba muitos processos, considerando que é o desenvolvimento integral do indivíduo (corpo, mente, espírito, saúde, emoções, conhecimento, pensamentos, expressões e assim por diante.). Daí afirmar que, enquanto processo de sociabilização, é na verdade exercida, a educação, como base nos diversos espaços de convívio social, contribuindo com seu modo cultural de ser, ajustando-se ao grupo, contribuindo para o desenvolvimento vivenciando a dinâmica do ensino-aprendizagem. Partindo desses conceitos acima citados sobre 16 trânsito e educação, faz-se necessário correlacionar com o que nos traz o capitulo VI, do Código de Trânsito Brasileiro, Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, em seu artigo 74, da educação para o trânsito, ressalta que: “A educação para o trânsito é direito de todos” e o mesmo Código também prescreve no Art. 76, onde nos traz a obrigatoriedade de a educação para o trânsito devendo ser promovida na pré-escola e nas escolas de 1°, 2° e 3° graus. Ao analisarmos, mesmo que de forma estreitada, que a educação para o trânsito vem sendo aos poucos, colocada em prática, é de extrema importância que os órgãos ligados ao Sistema Nacional de Trânsito e a sociedade se entrelacem ao defender, discutir e desenvolver questões ligadas à mobilidade humana, suas responsabilidades, conceitos e normas. Neste contexto, Fernandez (1999, p.25) defende “a necessidade de uma educação para o trânsito capaz de mudar a mentalidade do motorista e dos demais indivíduos nele envolvidos” posto que, a educação é o instrumento vital para a transformação da sociedade. Para Rauber (2009 p. 15), “a educação é uma instância mediadora que torna possível a reciprocidade entre indivíduo e sociedade”, ela é transformadora, mas faz-se necessário o desenvolvimento de um trabalho sistemático, voltado para a criança, para o jovem e para o adulto, trabalhando todas as instâncias de modo que desperte nas pessoas um sentido de responsabilidade por um mundo melhor, a começar pelo trânsito na promoção de um nível mais consistente e amplo de responsabilidade. Além disso, vários estudiosos, teóricos, técnicos, e comunidades defendem a urgência de elaboração, implementação e execução de políticas voltadas à conquista destas melhorias, despertando a evidência para o transporte coletivo com relação ao transporte individual, promovendo desta forma um trânsito mais humano e seguro e ajustado. Outro fator de suma importância é que a educação para o trânsito proporciona a redução de acidentes, já que, proporciona aos indivíduos conhecimentos de como se comportar frente a situações complicadas, colocando em prática a direção defensiva e a correta forma de utilização do sistema de sinalização, o qual tem como finalidade orientar motoristas e pedestres o proceder correto, cujo fim maior é a proteção da vida. Segundo Vasconcelos (1985) os conceitos de trânsito e educação, considerando o homem um ser social que vive em busca do desenvolvimento 17 individual, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida, com normas, responsabilidades, direitos e deveres, visando uma convivência harmônica, ajustada e segura em sociedade, respeitando a diversidade cultural. Vale lembrar que a família, primeiro grupo social ao qual o ser humano está inserido, dentre suas atribuições, exerce uma função ideológica, referindo-se à transmissão de valores, formação de opinião e cultura, através do processo de educação, tendo como objetivo a harmonia vivencial na comunidade.Essa vivência em sociedade é altamente complexa no mundo moderno no qual, as relações são mediadas por inúmeros objetos provenientes do trabalho humano para melhorar sua existência. E, ao abordar o tema educação, reflete-se na verdade, sobre quem é responsável para que a mesma ocorra, sejam os pais, familiares, professores, ou aonde se adquire esta educação, seja no trânsito, no clube, na escola ou no trabalho. Acredita-se que estas aprendizagens equivalem a uma extensão das aprendizagens que ocorrem no lar, com a mediação dos primeiros educadores - os pais ou familiares mais próximos, mas todos os lugares e/ou pessoas com quem se convive educam constantemente; logo, existe um contínuo aprendizado. Com exemplos de bons comportamentos, boa índole e de personalidade equilibrada e socialmente adequada, ter-se-á conseguido demonstrar às crianças que a educação no trânsito faz parte do conceito de respeito ao próximo. O respeito gera inevitavelmente a educação. Ao tratar sobre o fator educacional que se estende por meio do comportamento do indivíduo nas vias públicas, já que, participa-se do trânsito desde o ventre materno até a morte, Vasconcelos (1985) ressalta, que ao se dirigir, passear,caminhar também se está no trânsito e, nesse momento, se repete o que foi aprendido na educação familiar e no convívio social. Se foram bons exemplos, formar-se-ão bons motoristas, participantes do sistema de trânsito, educados e conscientes. Partindo deste paradigma educacional e frente aos constantes óbitos no trânsito de crianças no Brasil e no mundo, é que se percebe quão fundamental são as bases educacionais, ou seja, os valores, responsabilidades e exemplos adquiridos na família, que determinam junto à escola, o cidadão do futuro. Vale ressaltar que defende-se a educação no trânsito, fornecida pelas escolas, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, como sendo fundamental para a mudança constante de comportamento humano e formação de futuros cidadãos e motoristas contribuindo para um trânsito seguro. A continuidade deve ser 18 ofertada sempre que possível no Ensino Superior, seja através de programas ou projetos. Pois se trata de uma aprendizagem cujas bases são práticas, existentes a partir das vivências e, por isso mesmo, são tão difíceis de mudança quando já arraigadas, conforme nos orientam os estudos de Jean Piaget: Só podemos olhar o outro e sua história, se temos conosco uma abertura de aprendiz que se observa em sua própria história. Nesse sentido, a ação de olhar é um ato de estudar a si próprio, a realidade, o grupo, à luz que nos inspira, pois sempre só vejo o que sei. (PIAGET apud ARANHA,1996). Percebe-se enquanto isso, na cidade de São Luís uma enorme carência no que tange um conceito de bom exemplo a ser seguido, o que presencia-se são motoristas conduzindo seus filhos, estimulando-os a jogar lixo pela janela, nos fins de semana é característico observar, ainda condutores que não estariam utilizando o cinto de segurança, crianças e jovens sendo transportados em carrocerias sem o mínimo de segurança, ou seja, comportamentos que nos distancia da efetividade de um trânsito possível de melhorias, com mudanças reais no comportamento de seus usuários, um trânsito seguro. Simioni (2006) trata esse tema de forma didática e concordando-se com tal autora, aborda-se nesta relação entre educação, trânsito e criança, que todo ser humano participa do trânsito mesmo antes de nascer, ainda no ventre materno, estabelecendo formas de interação social. A educação é a porta de entrada para o convívio em sociedade e a possibilidade de prevenção de acidentes, como mostra a frase: a educação vem do berço. Os pais ou responsáveis tem importância fundamental na educação de seus filhos, ao final de processos identificatórios as crianças demonstram maior possibilidade de aprender e de serem futuros responsáveis por um trânsito mais consciente e seguro. Tratar o trânsito como uma questão social e política é pensar num trânsito, que descreve as características da sociedade na qual se insere. Por essas características, o trânsito traz um tema, uma problemática sócio-econômica, psicosocial e nestes aspectos, o gerenciamento do trânsito tem sido uma aglomeração de conflitos. Logo, se faz necessário refletir sobre o comportamento de cada integrante que faz uso deste sistema de circulação, para que permita ou assegure o direito a todos de sua utilização. Simione (2006) estimula a seguinte reflexão: Há que se considerar que o trânsito comporta grupos diferentes de pessoas que transitam de um lado para o 19 outro. Dentre esses grupos, o das crianças merece atenção especial, afinal, com que visão e preparos são inseridos no trânsito? E o que percebe-se no município de São Luís é um trânsito confuso, estressante, desajustado e inseguro. Considerandose que as crianças de hoje são os futuros condutores, que trânsito deve-se esperar num futuro próximo? No estudo de Simione (2006), tem-se apontamentos importantes e citações que vale ressaltar conforme esta: Rozestraten, (1988) estas crianças, que estão no trânsito, acabam sendo um risco, pois: As crianças não reagem como um adulto; Não enxergam e não percebem como os adultos quanto à maneira como um carro se aproxima; Confundem o “ver” com o “ser visto”; Tem um campo visual mais estreito; Tem baixa estatura; Confundem tamanhos com distâncias; Têm dificuldade para distinguir sons, principalmente se misturada; São distraídas; Só ouve o que lhe interessa; Não compreendem a relação entre causa e efeito; Não avaliam distância, tempo e velocidade. A leitura, ferramenta base quando o assunto direciona-se à educação, faz-se necessário focarmos facilidade e ampliação de entendimento do mundo, transformando-o, desenvolvendo-o, qualificando-o, e ao se tratar de trânsito faz-se necessário um processo conhecido pelos seus estudiosos como, alfabetização no trânsito, a fim de aprender a “ler” as cidades, suas vias, suas possibilidades de deslocamento, suas estradas, sua possível mobilidade de forma organizada e segura. O presidente Itamar Franco, no ano de 1994, institucionalizou o Ano Nacional da Educação para o Trânsito, mesmo assim, a não ser pela iniciativa de empresas privadas e ações isoladas de escolas e professores, pouco se fez para concretizar a lei, atualmente o que se percebe nas escolas da cidade de São Luís é uma 20 lembrança ao trânsito, quando num determinado mês, encontra-se uma brecha no calendário do ano letivo, alguns dias para focar na questão do trânsito, ainda que por meio de palestras, apresentações de vídeos e visitas de profissionais envolvidos no que diz respeito à segurança e prevenção de acidentes no trânsito. Espera-se de forma prioritária, uma mudança neste descaso apresentado anteriormente, através do novo Código de Trânsito Brasileiro, sancionado no dia 23 de setembro de 1997, pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que em seu Capítulo VI, que dispõe sobre a obrigatoriedade da educação de trânsito. Na realidade, sabe-se que em todo o continente brasileiro, as atividades relacionadas ao tema trânsito, existem de forma ineficiente nas escolas. De acordo com alguns autores, os currículos escolares são formados por disciplinas que se encontram fechadas em si mesmas e incomunicáveis com as outras áreas do saber dependendo dos educadores para fazerem a interdisciplinaridade. Em grande parte, as campanhas institucionais, mais informam do que educam, pois são desenvolvidas com fins publicitários, transmitindo assim uma total confusão entre os conceitos de educação e informação. È sabido que, os sinais de trânsito e os pontos para cada infração cometida são fatores comuns nas campanhas institucionais e se entende que não é o desconhecimento da legislação que causa a maioria dos acidentes e sim o comportamento reinante do não respeitar a lei, as vezes por falta de conhecimento de suas regras, outras por falta da internalização das mesmas e/ou ainda, por protesto . Para cada propaganda de conscientização, existem dezenas incitando a velocidade. O primeiro passo para desenvolver ação eficiente de educação para o trânsito é fazer cumprir o código de trânsito brasileiro. A começar pelo seguinte questionamento: percebe-se que em nosso País, não somos agraciados por vias consideradas ideais no que tange velocidades acima de 120km/h, qual o motivo do Estado permitir a fabricação, e livre comercialização de automóveis com velocidade acima do permitido por lei? 2.2 A Importância da Avaliação Psicológica para o Trânsito. Vários textos, pesquisas, estudos direcionados, apresentam o homem, peça de máxima importância no sistema de trânsito, como subsistema mais complexo, no 21 qual há muitos fatores em jogo, dá-se aí ser a maior fonte de acidentes. No sistema do trânsito, o homem desempenha diversos papeis como usuários da via pública temos o ciclista, o pedestre, o motorista de várias categorias e o motociclista, existem ainda os cuidadores do trânsito, que são os policiais e seus auxiliares, e outros nem são considerados agentes primários do trânsito, embora sejam, são eles: os engenheiros e as autoridades do trânsito, posto que, cabe a eles a decisão sobre os sinais, as zonas de estacionamento, a regulamentação na cidade e na estrada, determinando também seu fluxo. Todo trânsito supõe deslocamento de pessoas e veículos, e todo deslocamento se realiza através de comportamentos. Sabe-se que o trânsito é um conjunto de comportamentos num sistema de regras e normas. Hoje os psicólogos estudam esses comportamentos cientificamente em decorrência de o trânsito, ter se revelado um dos sistemas mais perigosos. Sabe-se hoje, que existem algumas condições primordiais para se esperar comportamentos adequados no trânsito como a presença de situações ou estímulos observáveis e perceptíveis, quanto mais simplória e objetiva for à situação ou estímulo, maior a possibilidade de o comportamento se adaptar a ela; um organismo que percebe ou reage adequadamente aos estímulos entendidos, que não tenha deficiências sensoriais, mentais ou motoras que prejudicariam sua reação; também é sabido que, quando há uma aprendizagem prévia dos sinais e/ou estímulos e das respectivas normas que devem ser seguidas para que este organismo saiba se comportar adequadamente no sistema complexo e complicado que é o trânsito. O ser humano tende a construir comportamentos adequados à situação do trânsito, e esse comportamento emitido, é na verdade, resultado de diversos outros fatores avaliados de acordo com a escola psicológica a embasar tal investigação comportamental. De acordo com Rozestraten (1988), os processos psíquicos básicos do comportamento no trânsito dar-se da seguinte forma, após a tomada de informação (percepção), momento em que o ser humano detecta o estímulo, discrimina, avalia e identifica, surge uma compreensão, por processo de seleção funcional o que resulta em uma previsão e reflexão por meio de valores ou julgamentos para a tomada de decisão, que levará a uma ação/ reação/ execução, no qual o sujeito poderá emitir um comportamento intermediário ou não e chegar a uma resposta comportamental no trânsito, resultando em um feedback que irá resultar em uma situação ou 22 estímulo do trânsito, o qual vai exigir sempre um estado de atenção/ vigilância e todo esse processo de conhecimento (tomada de informação) leva em consideração o histórico do indivíduo porque será a partir de sua personalidade, com suas atitudes e emoções, que o conhecimento vai depender de aspectos individuais de memória, sistemas mecânico, motor; perceptuo-motores, nível de aprendizagem e grau de treinamento. Quanto maior for o nível dessas habilidades: atenção, concentração e agilidade, melhor será a percepção do mesmo. É importante ressaltar aqui, o quanto a tomada de informação é necessária, pois o motorista e o pedestre têm que estar atentos e em busca de estímulos que venham a ser importantes para sua sobrevivência e emissão de comportamento no trânsito. A capacidade relacionada ao estar atento no contexto de trânsito é conceituada como uma função psicológica denominada atenção difusa, ou seja, a capacidade de monitorar e selecionar aspectos relevantes dentre outros que não são relevantes, permitindo um estado de alerta para possíveis indícios de perigo, seguindo tal raciocínio, e uma vez encontrada tais indícios, os condutores tendem a utilizar os aspectos atencionais denominados de atenção concentrada, ou seja, focalizando o estímulo e considerando outros fatores, tais como, movimentos e demais estímulos presentes no meio ambiente (SHINAR, 1978). Em relação ao monitoramento de determinados estímulos e possuindo as informações perceptivas, o ser humano tende a processá-las e o processo que ocasionará a reação ocorrerá pela identificação e atribuição desse estímulo, os quais serão resgatados por componentes da memória (de informações e conhecimentos já aprendidos, com ênfase, no que se refere às normas de trânsito). Na criação do primeiro Código Nacional de Trânsito (CNT) de 1941, são estabelecidos exames psicotécnicos para aspirantes a condutor profissional e para motoristas envolvidos em acidentes. Já em 1953, os testes psicotécnicos tornam-se obrigatórios a todos os candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Em 1966 um novo código de trânsito entra em vigor, constituindo-se em importante marco, segundo Hoffmann (2003, p.22), porque “viria ratificar com mais força a obrigatoriedade da introdução dos exames psicológicos para a obtenção da carteira de habilitação em todos os Estados brasileiros. Além disso, este Código foi extremamente importante na medida em que proporcionou os conceitos de unificação e uniformidade em relação à avaliação de condutores”. 23 A partir de meados da década de 80, o Psicólogo do Trânsito começa a receber múltiplas críticas, principalmente no que se refere a sua função de simples aplicador de testes cuja utilidade prática talvez não existisse. Ações oficiais de reformulação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) de 1998, que tem embasado o desenvolvimento de pesquisas em bases multidisciplinares visando à melhor abordagem da complexidade do fenômeno trânsito (HOFFMANN, 2003). Atualmente a Avaliação Psicológica, no contexto trânsito, é de intensa reformulação teórica e metodológica, assim como em outros contextos psicológicos. Esta lei considera desqualificado para a condução o indivíduo com deficiências mentais ou que sofreram de graves doenças mentais, assim como os fisicamente ineptos, deficientes para uma condução segura na via pública. Considerar-se-ia também a este grupo de toxicodependentes, hiperemotivos ou hipoemotivos e aqueles com dificuldades e/ou com deficiências físicas, motoras, perceptuais,que impossibilitem uma condução automobilística considerada segura. Porém, apesar da legislação conter algumas restrições específicas, tais como o acima exposto, não existe uma estrutura organizacional e de mecanismos para facilitar a sua viabilidade, motivo suficiente para chamar a atenção para estas incoerências. A Resolução nº 80, (DENATRAN, 1998) determina o conteúdo obrigatório da Avaliação Psicológica aos candidatos à CNH, dividido em três subáreas da Psicologia que são: percepto; a área do equilíbrio psíquico e as habilidades específicas e as habilidades específicas e complementares. Onde o resultado da aplicação pode ser enquadrado em três categorias: “apto”, “inapto temporariamente” e “inapto". Um candidato está apto “quando apresentar desempenho condizente na Avaliação Psicológica para condução de veículo automotor na categoria pretendida.” Considera-se apto com restrição o candidato “quando apresentar distúrbios ou comprometimentos psicológicos, que estejam no momento temporariamente sob controle, fazendo constar o prazo de validade para a revalidação da CNH.” A condição de “inapto” é atribuída ao sujeito “quando apresentar nas áreas avaliadas que estejam fora dos padrões de normalidade e de natureza não recuperável.” De acordo com Sonda (2012), a avaliação psicológica tem como objetivo principal descrever a realidade psicológica de um individuo, no qual o conjunto de informações, obtidos através da avaliação, fornecerá ao psicólogo bases para selecionar, interpretar e transmitir informações, inclusive devolvendo essas informações ao indivíduo. Ainda, segundo Sonda (apud PIRES e MANERA, 2004), a 24 responsabilidade da avaliação psicológica de uma pessoa traz consigo uma série de considerações éticas, sendo necessário ao profissional um compromisso tanto com a imparcialidade do processo em si quanto com a humanização deste, no sentido de preservar a integridade do indivíduo que está sendo avaliado, haja vista que o processo de avaliação e seu diagnóstico final poderá influenciar o contexto pessoal e social do indivíduo. Por isso, o psicólogo deve estar consciente que o diagnóstico pode trazer conseqüências para a realidade do avaliado, facilitando processos de exclusão. 2.3 Os Principais Testes de Avaliação Psicológica para Obtenção da CNH. 1- Tomada e processamento de informações: - Inteligência - Raven (Escala Geral) - G-36 - R-1 - R-1 (forma B) - BFM-3 - TCR - Rin - Julgamento (TSP) II – Atenção - D-2 - AC - BFM-1 - TSP-Atenção III – Habilidade Perceptual -Percepção (TSP) -Precisão (TSP) IV – Memória - BFM-2 / TEMPLAM e TSP – memória V – Raciocínio/ Habilidade Espacial - BPR-5 (A e B) - TSP – Partes, Blocos, Dimensão. 25 2. Personalidade: - Palográfico - HTP - *Zulliger - *Rorschach - *TAT (membros superiores) *Testes recomendados para uso nos casos de candidatos portadores de deficiência física 2.4 O Comportamento do Homem no Trânsito. O ato de dirigir envolve um complexo processo de interação de funções psicológicas e cognitivas. Os motoristas estão expostos no trânsito a fatores de risco, e conduzir um veículo envolve memória, atenção, tomada de decisões em um ambiente repleto de informações, como tráfego de pedestres, de outros veículos, diversidade de sons e imagens. A multiplicidade de fatores, envolvidos no ato de dirigir influenciam o comportamento dos indivíduos e, conseqüentemente, sua forma de conduzir um veículo. Uma causa relevante, apontada na ocorrência de acidentes de trânsito, refere-se ao comportamento dos condutores. O fator humano é, muitas vezes, considerado o principal responsável por eles (ROZESTRATEN, 1988). No Brasil, os acidentes de trânsito, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), apresentam custos sociais, ambientais, psicológicos e financeiros, destacando-se a demanda por leitos hospitalares, o impacto psicológico em acidentados e familiares, as faltas ao trabalho, as indenizações e os gastos materiais. Estima-se que as despesas com os acidentes nas rodovias brasileiras sejam de R$ 22 bilhões, o que representa aproximadamente 1,2% do PIB brasileiro (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, 2006). Percebe-se um número crescente, mas ainda tímido, no Brasil de pesquisas científicas, na área de trânsito, enfocando o comportamento de condutores (BALBINOT, ZARO, TIMM & BALBINOT, 2010; BOTTEZINI & NODARI, 2008; STOCOO, LEITE & LABIAK, 2007; MACÊDO, 2004; THIELEN, 2002; ROZESTRATEN, 1988). Os estudos apontados tratam de questões sobre os comportamentos de risco no trânsito, comportamentos e o seu possível 26 envolvimento em acidentes, excesso de velocidade, o fator humano e possíveis soluções. A aprendizagem veicular exige do aprendiz, capacidades e habilidades motoras, sensoriais, cognitivas e de informações sobre o trânsito, com suas implicações técnicas, preventivas, defensivas e punitivas. As funções cognitivas, quando relacionadas à direção veicular, incluem “memória, atenção, avaliação sistemática do ambiente e outras habilidades visuo-espaciais, verbais e de processamento de informações, tomada de decisões e resolução de problemas. Estas funções devem se processar de modo dinâmico” (PIRITO, 1999, p. 27). Daí tem-se que, o ato de dirigir um veículo pode parecer uma atividade simples, quase automática, mas exige uma complexa articulação de funções capacitores e hábeis do condutor. Sem a pretensão de esgotar o tema, seguem alguns componentes que constituem esse cenário. No estudo do comportamento dos condutores, deve-se compreender o ambiente em que estes se inserem ao dirigir. O trânsito é considerado um movimento essencialmente social. Rozestraten (1988) descreve-o como um sistema com a função comum de deslocamento, organizado por normas que possibilitam a comunicação entre seus usuários e asseguram a integridade dos mesmos. Em meio a esse ambiente com normas, procedimentos e deslocamentos, o Código de Trânsito Brasileiro diz, em seu Art. 28: “O condutor deverá, a todo o momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito”. Günther (2003), no contexto de trânsito, ressalta que, deve ser priorizado um comportamento adequado e seguro. O autor distingue três dimensões prévias para predizer o comportamento no trânsito: 1. Grau de conhecimento – conhecimento das regras de trânsito e de certas leis da física, devendo estes serem colocados em prática; 2. Prática – habilidade adquirida com o tempo; 3. Atitudes – prontidão, presteza ou disposição na utilização do conhecimento e na prática em benefício do comportamento no trânsito que priorize não pôr em perigo outras pessoas ou prejudicá-las (GUNTHER, 2003, p.51). A relação entre condutor e trânsito nos direciona a refletir acerca da necessidade de responsabilidade, conhecimento e atitudes. De acordo com o manual para avaliação psicológica de candidatos à CNH, anexo da resolução CFC 27 n.º 012/2000, o perfil psicológico do candidato à CNH e do condutor de veículos automotores vale considerar os níveis; intelectual, de atenção, psicomotor, e as áreas áudio-vísio-motoras. De acordo com Hoffmann e Gonzáles (2003, p.379), as principais funções psicológicas do condutor em atividade ao dirigir são: 1. a correta capacidade perceptiva e atencional, para captar o que ocorre ao redor, identificar e discriminar os estímulos relevantes de situações e problemas de trânsito a serem resolvidos; 2. perceber a situação, interpretá-la corretamente e avaliá-la; 3. tomar uma decisão sobre a ação ou manobra mais adequada; 4. executar a decisão com a rapidez e precisão possíveis – a capacidade de resposta do condutor, a performance se referem às atividades sensório-motoras e psicomotoras que o condutor utiliza para o controle do veículo; 5. devem-se considerar também os processos e variáveis mediacionais, como personalidade, inteligência, estilos cognitivos, motivação, aprendizagem, experiência, memória, que modulam o funcionamento dos processos psicológicos. A observação do comportamento de condutores e a avaliação, frente às inúmeras características inerentes ao ato de dirigir, demandam estratégias que possibilitem investigar a dinâmica desses fatores. Tem-se ainda nessa perspectiva, a utilização de recursos tecnológicos no processo de avaliação de condutores como grande aliado, por possibilitar a utilização de sons e imagens, a caracterização de situações de trânsito que possibilitem, a partir da interação do condutor com esse meio, averiguar a sua capacidade perceptiva e atencional, suas decisões e sua performance. As situações de trânsito exigem dos condutores atitudes que demandam atenção, percepção e habilidades motoras. Como, por exemplo, reagir a eventos inesperados, repentinamente, animais na pista. Nesse caso, a variável velocidade também deve ser considerada, pois quanto maior ela for menor será o tempo para a reação do motorista. Os condutores principiantes, de acordo com Konstantopoulos e Crundall (2008) estariam sob maior risco de acidentes, e uma das hipóteses considerada é a de que eles ainda não desenvolveram estratégias para oportunizar a procura visual como o faz motoristas mais experientes. Uma possível explicação seria de que as demandas cognitivas presentes no ato de dirigir são elevadas, e os jovens não seriam capazes de priorizar um adequado domínio cognitivo visual devido à 28 sobrecarga. Referem, ainda, que a propensão ao cometimento de erros também é atribuída à inexperiência de condutores. Os acidentes de trânsito em muitos casos são consequências, de acordo com Stradling e Meadows (2000), da falta de habilidade por parte dos condutores. Portanto, uma forma eficaz para reduzir o número de acidentes é proporcionar uma melhor formação ou reciclagem em reparação às competências do condutor. Vale ressaltar que, como já discutido acima, se a sociedade tivesse acesso à educação para o trânsito desde o começo de seu processo de aprendizagem, mantendo esse tema abordado de forma regular em um calendário letivo, esse item provavelmente não faria parte da atual estatística em relação ao despreparo de condutores recémhabilitados. As leis, conceitualmente são, são formas e normas de regulação da vida em sociedade, das condutas individuais e das relações sociais. No entanto, a norma não se transforma imediatamente em ação pelas pessoas sujeitas a ela. O ser humano necessita de tempo para aprender e internalizar determinados conceitos, conceituar prioridades acerca de valores individuais e prioritários, de acordo com as necessidades particulares, visando um melhor convívio, uma maior qualidade de vida em sociedade. Conforme Thielen (2002), a percepção da norma vai orientar as decisões acerca do comportamento no trânsito dos condutores, os aproximando ou afastando do que seria desejável para a segurança de todos.. Rozestraten (1988, p. 95), ainda se referindo à insegurança e altos índices de acidentes envolvendo condutores iniciantes defende que, isso se deve a "um comportamento falho, relacionado a alguma deficiência na ação do condutor, mais do que da agressividade deliberada ou da irresponsabilidade". Hoffmann e González (2003) ressaltam que, entre as falhas humanas que possam levar o condutor a sofrer um acidente, estariam as causas diretas e indiretas. Nas causas diretas estariam envolvidos: 1. O problema ou erro de reconhecimento e identificação – sinais de trânsito, distâncias, obstáculos; 2. Erros de processamento – o CTB que regula a circulação; 3. Erros de tomada de decisão, ou erros de execução da manobra. Quando os autores supracitados ressaltam as causas indiretas, referem-se às condições e aos estados do condutor que afetam suas habilidades na utilização de 29 processamento da informação, necessárias ao desempenho no dirigir. As causas humanas indiretas envolvem fatores como: 1. O uso de substâncias tóxicas; 2. Comportamentos interferentes (falar, ligar o rádio, telefonar); 3. A busca intencional de riscos e emoções intensas (exteriorizadas, geralmente, pela velocidade). São considerados, ainda, pelos autores acima citados como os agentes inibidores da prudência (veículos que incitam comportamentos temerários, o superestimar a habilidade como condutor, a subestimação da própria velocidade), a inexperiência e os problemas de aprendizagem, os condutores com pouca experiência, por serem mais suscetíveis a sofrer acidentes (Hoffmann & González, 2003). Tais nuances citadas pelos autores nos levam a refletir acerca fatores que influenciam a forma de condução de motoristas e aumentam a possibilidade de envolvimento em acidentes. Sendo assim, merecem ser considerados na abordagem sobre os comportamentos de risco no trânsito. Esta busca intencional de riscos e emoções que se encontra diretamente ligada às questões de violação, conforme abordado no limite aceitável de risco por Wilde (2005). Percebe-se, assim, que possibilitar aos indivíduos se depararem com situações novas e desafiadoras possibilita a criação de novos recursos e informações, processos que poderão ser ativados quando necessário. Em relação ao trânsito, vivenciar diversas situações, uma aprendizagem que demande mais do condutor como simulações que exijam tomadas de decisão, podem vir a favorecer o desenvolvimento de estruturas que auxiliem nas decisões e escolhas realizadas por condutores frente a ocorrências reais de trânsito. Todo o condutor deve conhecer as leis de trânsito, as normas de condução e saber conduzir seu veículo automotor. Porém, obter conhecimento acerca das especificidades de sua conduta e suas deficiências, pode favorecer a criação de medidas educativas e permitir que o condutor, ao identificar suas falhas, possa modificá-las. Segundo Rocha (2005), o conhecimento da etiologia e a distinção entre as modalidades de infrações podem possivelmente, de forma assertiva, proporcionar um melhor direcionamento das ações das autoridades e dos educadores nas questões de trânsito. De acordo com inúmeras pesquisas e estudos direcionados, 30 percebe-se que os erros demonstram muito do despreparo do condutor, os quais em alguns casos são pela falta de experiência. Entrou em vigor, no Brasil, a resolução 285 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), que previu um aumento na carga horária dos cursos de formação de condutores, em vigor a partir do início do ano de 2009. Foram ampliadas as aulas teóricas de 30 para 45 horas e o curso de direção veicular de 15 para 20 horas (DENATRAN). São estas, algumas medidas tomadas, na tentativa de ampliar o período de formação de condutores e oferecer, um pouco mais, de experiência aos futuros condutores com habilitação. Diante da complexidade dos riscos e as ocorrências crescente de acidentes, entretanto, vale ressaltar que, muito ainda deve ser feito pela segurança no trânsito. Os estudos direcionados na área de trânsito, relacionados aos comportamentos de condutores, as funções psicológicas e cognitivas presentes no ato de dirigir, os aspectos de segurança no trânsito e os investimentos, nesta área, tornam-se essenciais, na tentativa de um controle maior deste cenário caótico no qual se encontra o trânsito de cidades e rodovias brasileiras, realidade não diferente da encontrada na cidade de São Luís. Na busca de possíveis soluções, procuram-se respostas para os problemas de trânsito. Não se deve direcionar apenas ao condutor a responsabilidade dos acidentes e sim considerar um complexo sistema envolvendo conservação e construção de vias, aspectos meteorológicos, fiscalização dentre outros. No entanto, o fator humano possui um papel de fundamental importância frente aos riscos no trânsito. 2.5 Os Motoristas Profissionais que Exercem Atividades Remuneradas De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, no Brasil foram introduzidos novos procedimentos para os motoristas profissionais que pretendam renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Para exercer atividade remunerada no trânsito o motorista precisa ser maior de 21 anos e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os últimos 12 meses. Além disso, não pode estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir ou de cassação da CNH, decorrente de crime de trânsito, bem como estar impedido judicialmente de exercer 31 seus direitos. Para cada tipo de curso é preciso que o motorista esteja habilitado em categorias específicas. Na abertura do processo de renovação da CNH, o motorista tem de apresentar uma declaração de que exerce ou não atividade remunerada sob as penas da lei. Os condutores profissionais, independentemente da data de retirada da Primeira Habilitação, precisam passar por avaliação psicológica antes do exame de aptidão física e mental na ocasião da renovação da CNH. disso, precisa obter aprovação em provas prática de direção veicular e de atualização. Os regulares são: Cursos especializados para Condutores de Veículo de Transporte Coletivo de Passageiros, para Condutores de Veículos de Transporte Escolar, para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos, para Condutores de Veículos de Emergência. Existem ainda as versões desses cursos para fins de atualização, que possuem os mesmos nomes. 32 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Ética - A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS n° 196/96 do Decreto n° 93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. A identidade dos sujeitos da pesquisa segue preservada, conforme exige a Resolução 196/96 do CNS-MS, visto que, não foi necessário identificar-se ao responder o questionário. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram coletados dados a respeito de: gênero, grau de instrução, faixa etária, renda familiar, status civil, tempo de posse da CNH, naturalidade, tempo de serviço ao trânsito, satisfação, stress, acidentes de trânsito, segurança, avaliação psicológica e legislação de trânsito. 3.2 Tipo de Pesquisa Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, com dupla, combinação de abordagens, a saber quanti-qualitativa. 3.3 Universo A pesquisa foi realizada no município de São Luís, capital do estado do Maranhão, no departamento de perícias psicológicas das Clinicas Auditra e Climem, que são clínicas credenciadas ao DETRAM/MA para realização de perícias médicas e psicológicas voltadas para o trânsito. 3.4 Amostra A pesquisa foi direcionada a 60 (sessenta) sujeitos que exercem atividade remunerada ao trânsito, que possuem CNH há mais de 05 (cinco) anos, atendidos no período de janeiro à outubro de 2012, nas clínicas Auditra e Climem, situadas na cidade de São Luís, capital do estado do Maranhao. 33 3.5 Instrumentos de Coleta de dados O preenchimento dos dados do questionário desta pesquisa foi desenvolvido pela própria entrevistadora no preenchimento dos formulários e registros das informações. Todas as entrevistas foram realizadas de forma direta, com perguntas pré-estabelecidas proporcionando aos participantes da mesma sanar suas dúvidas e curiosidades referentes ao assunto abordado. Questionário este, ilustrado no apêndice. 3.6 Procedimentos de Coleta de Dados O procedimento utilizado para a coleta de dados desta pesquisa foi a seguinte; ao identificar candidatos que se encontram em processo de renovação, mudança e/ou adição de categoria de CNH, que exercem atividade remunerada ao trânsito, na cidade de São Luís, os mesmos eram abordados e se de acordo, preenchiam o termo de consentimento livre e esclarecido, em seguida preenchiam, na presença da pesquisadora, um questionário composto por 20 (vinte) quesitos (Apêndice A). 3.7 Procedimentos para Análise dos Dados Após a coleta dos dados, através da aplicação de questionário, os dados foram tratados e analisados com auxílio de um software (EXCEL) para o tratamento estatístico (Média). Quanto a parte qualitativa recorreu-se a análise de conteúdo enquanto técnica para dar sentido as falas dos sujeitos entrevistados. 34 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A pesquisa formalizou-se com 60 (sessenta) condutores que exercem atividade remunerada no trânsito, habilitados há mais de 05 anos. Dos entrevistados, 12 sujeitos representaram o sexo feminino, o que correspondeu a 20% e 48 motoristas representaram o sexo masculino, correspondendo a 80% do total dos entrevistados, conforme apresenta o gráfico 01. Gráfico 01 – Condutores que exercem atividades remuneradas, segundo o gênero, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. Apesar de ainda ser minoria, as mulheres que exercem atividade remunerada ao trânsito observaram que algumas empresas atualmente, estão preferindo mulheres, para exercer cargos como entregadora, office-girl, etc. E tal comportamento organizacional se deve há alguns estudos estatísticos, apresentados inclusive por DETRAN’s e Sites Organizacionais, que tratam de sucesso empreendedor, por exemplo, site do SEBRAE, os quais, trazem como resultados a mulher possuindo características importantes como maior prudência ao trânsito, maior cuidado com os produtos a serem entregues e mais atenção ao lidar com entregas e coleta de documentações. 35 Ao tratar-se do grau de instrução, entrevistados, gráfico 02, verifica-se que 33,4% dos obtém o ensino fundamental incompleto, 28,3% relataram ter concluído o ensino médio, 23,3% afirmaram que concluíram apenas o ensino fundamental, 8,3% dos entrevistados tem o ensino médio incompleto, 5% estão cursando faculdade, com ensino superior incompleto e 1,7% possui ensino superior completo. Gráfico 02 – Distribuição, em porcentagem, da escolaridade dos condutores que exercem atividade remunerada. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. Percebeu-se durante a aplicação dos questionários que, a população que detém menor grau de instrução, trata-se dos motoristas com maior faixa etária, ao serem questionados, os mesmos relataram que iniciaram na profissão de motoristas ainda jovens e que nas décadas de 70-80 no Brasil, as exigências para obtenção de CNH eram mínimas (SIC) e que após iniciarem a vida profissional os estudos deixavam de ser prioridade (SIC), o que a partir do final da década de 90 passaria a ser um diferencial curricular. Atualmente, existem empresas, principalmente cooperativas de táxi na cidade de São Luís, que exigem dos candidatos um grau de instrução mínimo de ensino médio completo e preferem motoristas que dominem outro idioma além do português, como é o caso das cooperativas que prestam serviços ao Aeroporto da cidade (SIC). 36 No gráfico 03, apresenta a faixa etária dos entrevistados. Verifica-se que 38,40% tem entre 36 (trinta e seis) e 40 (quarenta) anos; 31,60% tem entre 41 (quarenta e um) e 45 (quarenta e cinco) anos; 20% tem entre 31 (trinta e um) e 35 (trinta e cinco) anos; por fim, 10% tem entre 25 (vinte e cinco) e 30 (trinta) anos de idade. Gráfico 03 - Faixa Etária dos condutores, em porcentagem, que exercem atividade remunerada. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. De acordo com o SINE/MA (Sistema Nacional de Empregos do Maranhão), as oportunidades de emprego para motoristas exigem que o candidato tenha no mínimo 01 (um) ano de experiência comprovada na Carteira de Trabalho, no entanto, através da pesquisa verificou-se que a maioria dos entrevistados desempenham funções de motoristas ou mototaxistas através de cooperativas, e estas dão preferência aos condutores mais experientes, e em função de exigências de seguradoras de veículos, evitam a contratação de condutores na faixa etária entre 20-30 anos, os entrevistados que permanecem nessa faixa etária relataram que de fato exercem atividade remunerada ao trânsito como “bico”, sem vínculo empregatício (SIC), ou seja, como uma ocupação alternativa tendo como objetivo complementar suas rendas. No que se refere ao status civil dos motoristas, gráfico 04, percebe-se que 45% são casados; 18,40% são solteiros; 15% relataram ser divorciados e 21,60% 37 afirmaram que mantêm outros tipos de status civil, como separados, união estável e/ou amigados, um fato bem comum na região. Gráfico 04 – Resultado do Status Civil dos condutores que exercem atividade remunerada, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. No que se refere a ter filhos, conforme demonstra o gráfico 05, verifica-se uma excelente concentração para procriação, onde 88,40% relataram ter filhos, e; apenas 11,60% afirmou ainda não ter tido filhos, mas que estão trabalhando seriamente para que isto aconteça. Isto comprova que, a profissão de motoristas que exercem atividades remuneradas passa de pai para filho há mais de um século, no Brasil. Mas, este cenário atualmente, está mudando, visto que os filhos preferem fazer uma faculdade e ter, no futuro, uma vida mais confortável, sem as privações da profissão, sem os riscos das péssimas qualidades das rodovias, das perdas de tempo no processo de cargas e descargas e nos engarrafamentos do dia-a-dia, que provocam doenças no ser humano. 38 Gráfico 05 - Relação dos condutores, em porcentagem, que exercem atividade remunerada, segundo a paternidade. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. A respeito da renda familiar, apresentado no gráfico 06, pode-se confirmar que a maioria dos motoristas (38,3%) tem como renda familiar uma média entre R$ 2.001,00 (dois mil e um reais) a R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos). Enquanto que, 28,4% responderam que obtém uma renda mensal entre R$ 1.001,00 (um mil e um reais) a R$ 2.000,00 (dois mil reais). E, 20% afirmaram ter como renda familiar uma média acima de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Por outro lado, verifica-se que 13,3% recebem menos de R$1.000,00 (um mil reais), como renda familiar. Fazendo uma correlação entre o gráfico-02 e o gráfico-06 temos um resultado interessante, os entrevistados com maior grau de instrução são os mesmos candidatos com maior rendimento familiar. Segundo (REIS & RAMOS, 2011) O nível de educação dos pais está bastante associado ao desempenho dos filhos no mercado de trabalho no Brasil. Com isso, a estrutura educacional da família pode desempenhar um papel importante na determinação da elevada disparidade de rendimentos observada. Utilizando dados do suplemento sobre mobilidade social da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 1996, este artigo analisa a relação entre a distribuição de rendimentos do trabalho no Brasil e a escolaridade dos pais dos trabalhadores. 39 Gráfico 06 – Distribuição da Renda Familiar, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade remunerada. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. De acordo com os resultados, a estrutura educacional da família, através tanto da sua influência sobre o nível educacional dos trabalhadores como, em menor escala, sobre os retornos para a escolaridade, parece um importante determinante da desigualdade nos rendimentos do trabalho. O que fundamenta os relatos dos entrevistados ao responderem tal questão, onde a maioria reconhece a relação entre: estrutura educacional familiar versus estímulos para a instrução dos mesmos e rendimento financeiro do trabalho; e ainda, qualidade de vida, sendo alguns conceitos presentes na entrevista. Quanto ao tempo de posse da Carteira Nacional de Habilitação, conforme resultados no gráfico 07, verifica-se que 33% responderam ter posse da CNH por uma média de tempo entre 16 (dezesseis) a 20 (vinte) anos como motorista. E, 30,3% responderam ter CNH acima de 20 (vinte) anos. Enquanto que 21,70% afirmaram ter posse da CNH de 05 (cinco) a 10 (dez) anos. E, por fim, apenas 15% afirmaram estarem com posse da CNH por um período de 11(onze) a 15(quinze anos). 40 Gráfico 07 - Tempo de posse da CNH, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade remunerada. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. Os resultados apresentados no gráfico 08, se refere à quantidade de horas que os motoristas permanecem no trabalho, em média no trânsito, por dia. Observase que 38,4% responderam que permanecem entre 07 (sete) a 08 (oito) horas; 28,30% afirmaram que permanecem entre 06 (seis) a 07 (sete) horas; 20% assinalaram permanecer até 06 (seis) horas e 13,3% responderam que permanecem acima de 08 (oito) horas diárias ao trânsito por motivo de trabalho. Como o estresse é um estado de esgotamento físico e mental que acarreta ao ser humano vários problemas de saúde desde um frequente suor nas mãos, a um desenvolvimento de transtornos como a síndrome do pânico; a ansiedade que se faz presente em momentos de estresses intensos um exemplo disso é o trânsito: conturbado, confuso tornando-se assim caótico, acarreta manifestações psicofisiológicas e/ou psicossomatizações, já que corpo e mente, estão diretamente interligados. Quanto mais tempo o ser humano estiver exposto a situações de estresse, maiores são as possibilidades de as consequências afetarem sua saúde e qualidade de vida. 41 Gráfico 08 – Distribuição, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade remunerada, segundo a carga horária diária ao trânsito. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. Estar em situação de estresse ocasionalmente não é prejudicial segundo alguns estudos já publicados, posto que, o organismo precisa reagir aos acontecimentos; porém, a permanência pode causar uma infinidade de complicações, entre estas o enfraquecimento do sistema de defesas no organismo, enfermidades; poderemos desenvolver neuroses (fobias, pânicos), ao encontrar-se em engarrafamento no trânsito, por exemplo. Diante do exposto acima, tem-se que, quanto maior for o tempo de trabalho ao trânsito maior será a probabilidade de surtos e acidentes, o que será confirmado no decorrer da apresentação dos dados coletados nesta pesquisa. Ao perguntar sobre envolvimento em acidente de trânsito, observa-se nos resultados apresentados no gráfico 09, que 45% dos motoristas já se envolveram em algum tipo de acidente de trânsito enquanto que; 55% dos motoristas afirmaram que ainda não se envolveram em nenhum acidente de trânsito. 42 Gráfico 09 - Condutores que exercem atividade remunerada, segundo envolvimento com acidentes no trânsito, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. A imprudência dos motoristas e o desrespeito as leis de trânsito são os principais motivos de acidentes na capital. Ao analisar estatísticas apresentadas pelo site www.detranma.gov.br percebe-se que os avanços enquanto o semáforo esta vermelho obtiveram aumento em disparado, relacionado aos anos anteriores. Já ao observarmos o momento atual da cidade, que está em pleno desenvolvimento, inclusive vivenciando o tal “boom imobiliário” as inadequações existentes entre a infraestrutura atualmente oferecida e a realidade acerca do visível aumento em quantidade de veículos e motocicletas é a combinação perfeita para que se obtenha o atual cenário: caótico, desajustado e estressante, em contra partida os condutores ainda estão num processo de readaptação, percebe-se o quanto o trânsito se desestrutura por desorganização da população, a percepção do cenário apresentado, são fatores como pressa; irritabilidade; impaciência, resultando em comportamentos imprudentes, principalmente dos condutores mais jovens. No gráfico 10, refere-se aos resultados do quesito: você faz ou já fez uso de drogas proibidas ou uso exagerado do álcool para depois trabalhar? Verifica-se um resultado até certo ponto surpreendente, visto que 58,4% responderam que não e 41,60% afirmaram que sim. 43 Gráfico 10 – Distribuição, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade remunerada, que faz uso de drogas proibidas ou uso exagerado do álcool, no exercício da atividade profissional. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. Ao responderem tal questão, alguns entrevistados demonstraram certa ansiedade, ao serem questionados (aos que responderam que sim) se os mesmos ingeriam bebidas alcoólicas durante o expediente de trabalho, verificou-se que todos os motoristas de entrega de bebidas entrevistados, responderam que sim, e vale ressaltar que esse dado extraoficial da pesquisa resultou em uma certa inquietação da pesquisadora, surge aí uma provável futura pesquisa direcionada. No geral, os entrevistados que responderam que sim, afirmaram o uso de bebida alcoólica de forma exagerada, em especial, os taxistas disseram que fazem uso após o expediente, afirmando utilizar a bebida alcoólica como um “relaxante muscular” (SIC). Então, procurou-se averiguar quais os fatores do trânsito que mais incomodam no exercício das atividades. Durante a aplicação do questionário, ao responder esta questão todos os 60 (sessenta) motoristas, fizeram alguns comentários, principalmente criticas em relação ao poder público. Nos resultados apresentados no gráfico 11, verifica-se que o maior incômodo no trânsito que “aborrece” os motoristas com 33,4% é o engarrafamentos. Seguido com 23,4% pela lentidão no tráfego; ou seja, também uma espécie de engarrafamento. Neste 44 contexto, pode-se afirmar que o grande problema do trânsito nos centros urbanos é a grande quantidade de veículos para pouco espaço para circulação. Observou-se também que tem motorista (1,7%) que se aborrece com pedestres; outros motoristas (18,3%) com o trânsito das motos; o restante dos motoristas responderam por diversos outros pequenos motivos os aborrece no trânsito. Gráfico 11 - Condutores que exercem atividade remunerada, segundo fator que mais aborrece no trânsito, em porcentagem. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. Enfim, este mosaico de respostas bem diversificadas se deve a cada indivíduo ter um modo específico de responder aos agentes estressores e enfrentar um trânsito caótico, e de acordo com o jeito de ser de cada um, elege-se algum fator de maior estresse. Na questão sobre o que você mudaria em relação à atual legislação de trânsito da cidade de São Luis, para melhorar a atual situação, gráfico 12, verifica-se uma variedade se soluções. Mas, a que prevaleceu pela maioria com 53,30% assinalaram que faria mais campanhas educativas 45 Gráfico 12 – Distribuição das sugestões, em porcentagem, dos condutores que exercem atividade remunerada quanto ao fator que modificar na atual legislação de trânsito, para melhorar o trânsito na cidade. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. Os motoristas ao responderem tal questionamento, em sua maioria comentaram e reconheceram a necessidade existente entre trânsito seguro e educação voltada para o trânsito, de forma surpreendente os condutores que se encontram com menor faixa etária, responderam que aumentariam o numero de campanhas educativas, isto reflete a nova geração de condutores, uma geração que vem se caracterizando por reivindicar socialmente uma cultura de maior possibilidade à educação, e no caso do trânsito sabe-se que existem legislações que exigem um mínimo de campanhas educativas (ainda que as exigências sejam mínimas, ao julgamento da pesquisadora) e mesmo sendo um movimento ainda tímido, na cidade de São Luís, as iniciativas são quase inexistentes, o que a população da cidade de São Luís, vivencia são campanhas educativas em sua maioria vindo de escolas particulares e instituições de iniciativas privadas. Ao referir-se sobre a avaliação psicológica, questionou-se o seguinte: De acordo com seu ponto de vista, a avaliação psicológica, deveria ser um procedimento obrigatório em todos os processos envolvendo: renovação, mudança de categoria e adição de categoria de CNH, independentemente de o candidato exercer ou não atividade remunerada no trânsito. Verifica-se nos resultados 46 apresentados no gráfico 13 que 78,3% dos motoristas responderam que sim e apenas 21,7%) dos motoristas responderam que não. Gráfico 13 - De acordo com os condutores que exercem atividade remunerada a Avaliação Psicológica, deveria ser um procedimento obrigatório em todos os processos envolvendo renovação; mudança de categoria e adição de categoria de CNH, independentemente de o condutor exercer ou não atividade remunerada?. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. De acordo com a Resolução 168, de 14 de dezembro de 2004 do CONTRAN que segundo o artigo 4°; §1° resolve que: O condutor que exerce atividade de transporte remunerado de pessoas ou bens terá que se submeter ao exame de aptidão física e mental e a avaliação psicológica de acordo com os parágrafos 2°; 3° e 5° do art. 147 do Código de Trânsito Brasileiro. Porém a ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), o Médico Perito Examinador de Tráfego pode solicitar via sistema – Detran que o condutor se submeta à perícia psicológica, mesmo não exercendo atividade remunerada, embora isso seja possível a resistência ainda é pertinente por parte dos condutores, e intromissão de instrutores e/ou representantes de auto-escolas da cidade de São Luís. E concluindo a pesquisa, gráfico 14, questionou-se aos candidatos quanto a percepção destes no que se refere à avaliação psicológica, investigamos se os mesmos, percebem a avaliação psicológica como uma ferramenta de investigação 47 importante para a segurança e ajustamento do trânsito. Neste contexto, verifica-se que 85% dos motoristas reconhecem a importância da Avaliação Psicológica para o trânsito. E, apenas 15% responderam que não. Gráfico 14 - Você Condutores que exercem atividade remunerada na cidade de São Luis/MA, segundo a percepção acerca da avaliação psicológica, se os mesmos a percebem, como uma ferramenta de investigação importante para a segurança e ajustamento do trânsito. Fonte: Dados da Pesquisa. Cidade de São Luis/MA, 2012. De acordo com Rozestraten (1988) os processos psíquicos básicos do comportamento no trânsito abordam desde a tomada de consciência à execução, passando por estágios de preparo, ação e reação, processos que exigem sempre um estado de atenção/ vigilância, levando em consideração todo o histórico de vida do condutor, sua personalidade, atitudes e emoções. Portanto, para lapidar determinadas habilidades exigidas no trânsito faz-se necessário todo um processo de aprendizagem. A Avaliação Psicológica se faz indispensável devido a mesma trazer em sua maior função, a investigação de características de personalidade em seus testes projetivos; atenção concentrada; memória; raciocínio lógico dentre outras habilidades necessárias para que os condutores se adequem à comunidade em geral, construindo um trânsito seguro e ajustado. 48 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS No Brasil, normatizações, exigências, regulamentações, dentre outras terminologias que ditam regras são elaboradas, votadas e sancionadas excessivamente, porém diante da realidade acerca do trânsito, percebe-se não apenas na cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, objeto de tal estudo, mas no País como um todo necessita-se de informação e educação relacionadas ao tema. Buscou-se ilustrar e descrever a importância da perícia psicológica a todos os condutores e aos candidatos à CNH, e também a necessidade de oferecermos uma educação voltada para o trânsito, visando assim obter um trânsito menos violento e por conseqüência, mais humano para toda a sociedade. Especificamente, descrevese a avaliação psicológica e suas ferramentas, assim como a importância de oferecer à sociedade um trabalho de educação como prevenção contra a violência, obtendo assim um trânsito ideal. Porém, se a sociedade obtivesse informação acerca dos seus direitos e deveres no trânsito, se tivesse conhecimento sobre o código de trânsito brasileiro e se as avaliações psicológicas fossem obrigatórias a todos os condutores que estivessem em processo de renovação de CNH e aos candidatos à CNH, será que assim ter-se-ia um trânsito ideal? Sabe-se que o trânsito é um movimento essencialmente social. De acordo com Rozestraten (1988) e Günter (2003), constatou-se através da pesquisa que tanto o comportamento no trânsito, quanto o fator humano é muita das vezes, considerado o principal responsável pelos acidentes. Conforme Thielen (2002), a percepção da norma vai orientar as decisões acerca do comportamento no trânsito dos condutores, os aproximando ou afastando do que seria desejável para a segurança de todos. Em São Luís, capital do Maranhão, a autora, ao entrevistar motoristas que já se envolveram em acidentes de trânsito e sem multas referentes a excesso de velocidade,constata que os mesmos tem total conscientização acerca da relação: perigo X excesso de velocidade, ouvese testemunhos de motoristas que afirmam não ultrapassar os limites de velocidade impostos nas vias publicas da cidade, inclusive por ter-se uma sinalização pouco segura e um asfalto nada adequado, com pouca manutenção e/ou baixa qualidade 49 de uso, proporcionando assim um cenário de risco à população iniciante, enquanto condutores em fase de habilitação provisória, com duração de doze (12) meses, segundo regulamentação do atual CTB. O trânsito é uma questão de saúde pública, uma questão necessária ao se tratar de qualidade de vida, além de ser uma pauta pertinente ao se questionar sobre vida social; convívio social; sobre ser humano, um ser genuinamente individual convivendo em sociedade, contribuindo com sua existência sem utilizar um veículo automotor como arma ou objeto de satisfação, de “falo” e sim como meio de transporte, de forma a ter como objetivo real – sua mobilidade, de forma adequada, com vias públicas ajustadas, com condutores educados e conscientizados para tal realidade. Trânsito – uma necessidade humana, assunto que merece maior atenção e uma prioridade no que tange a questão: Desenvolvimento Humano. A Avaliação Psicológica é percebida por 85% (oitenta e cinco por cento) dos condutores que exercem atividade remunerada no trânsito, entrevistados nesta, como fator de prevenção, segurança e ajustamento do trânsito, por ser uma ferramenta de investigação, educação e informação no que se refere ao tema aqui discutido. Devendo-se repensar a realização da Avaliação Psicológicas em todos os procedimentos referentes à renovações de CNH, mudanças e adições de categorias, estendendo a todos os condutores e não somente nos casos onde os condutores exercem atividades remuneradas e/ou quando há necessidade detectada pelo Médico Perito. Merecendo assim, melhores qualificações de profissionais da área atuante; comunicação adequada entre DETRAN’s e psicólogos atuantes na área do trânsito; melhor remuneração, seriedade e respeito com o tema: Trânsito seguro e ajustado, verdadeiramente. 50 REFERÊNCIAS CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO, Decreto-Lei 9503 de 23 de Set. de 1997.Ementa. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 24 de Set. 1997. Séc. 1, p. 21202-21246. CONTRAN. Resolução nº 80 de 19 de nov. de 1998. Altera os Anexos I e II da Resolução n 51/98 – CONTRAN, que dispõe sobre os exames de aptidão física e mental e os exames de avaliação psicológica. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 20 de Nov. 1998. Sec. 1, p. 21-23. Site do Departamento de Trânsito do Maranhão. www.detranma.org. br DUARTE, T. O. Avaliação psicológica do trânsito. In: HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. (Org.) Comportamento humano no trânsito. Casa do Psicólogo, 2003. p. 291-309. EBIRAJARA, C. L. Trânsito e comunidade: um estudo prospectivo na busca pela redução de acidentes. In: HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. (Org.) Comportamento humano no trânsito. Casa do Psicólogo, 2003. p.137-149. GERHARD, U. Segurança de trânsito além da prevenção: ilustrada com o exemplo de motoristas bêbados. In: RISSLER, R. 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Fatores Significativos Identificados na Aplicação da Avaliação Psicológica em Candidatos que Exercem Atividades Remuneradas (EAR): Teste Palográfico (Monografia). Maceió, 2012. Tecnodata Educacional. Materiais pedagógicos sobre trânsito. Curitiba, Paraná, 2003. VASCONCELOS, E.A. O que é trânsito? 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. 52 APÊNDICE ENTREVISTA 1- Gênero ( ) Feminino ( ) Masculino 2- Grau de instrução 1- Ensino Fundamental Incompleto ( ) 2- Ensino Fundamental Completo ( ) 3- Ensino Médio Incompleto ( ) 4- Ensino Médio Completo ( ) 5- Ensino Superior Incompleto ( ) 6- Ensino superior Completo ( ) 3- Faixa Etária 1- Tenho de 25 a 30 – anos de idade ( ) 2- Tenho de 31 a 35 – anos de idade ( ) 3- Tenho de 36 a 40 – anos de idade ( ) 4- Tenho de 41 a 45 – anos de idade ( ) 4- Status Civil 1- Solteiro(a) ( ) 2- Casado(a) ( ) 3- Divorciado(a) ( ) 4- Outros ( ) 5- Você tem filhos? 1- Sim ( ) 2- Não ( ) 6- Renda Familiar 1- até R$ 1.000,00 ( ) 2- de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00 ( ) 3- de R$ 2.001,00 a R$ 2.500,00 ( ) 4- acima de R$2.500,00 ( ) 7- Tempo de posse da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) 1- de 05 a 10 anos ( ) 2- de 11 a 15 anos ( ) 3- de 16 a 20 anos ( ) 4- acima de 20 anos ( ) 53 8- Você nasceu na cidade de São Luís? 1- Sim ( ) 2- Não ( ) 8.1- Caso não tenha nascido na cidade de São Luís, qual motivo lhe traz a ser morador desta cidade? 1- Em busca de oportunidade de estudo ( ) 2- Oportunidade de trabalho ( ) 3- Qualidade de vida ( ) 4- Outros ( ) 9- Quantas horas, em média, você passa no trânsito, a trabalho, por dia? 1- até 06 horas diárias ( ) 2- de 06 a 07 horas diárias ( ) 3- de 07 a 08 horas diárias ( ) 4- acima de 08 horas diárias ( ) 10- Você já se envolveu em algum tipo de acidente de trânsito? 1- Sim ( ) 2- Não ( ) 11- Você está satisfeito com a profissão que exerce? 1- Sim ( ) 2- Não ( ) 12- Você possui algum tipo de deficiência física? 1- Sim ( ) 2 Não ( ) 13- Você faz ou já fez uso de drogas proibidas ou uso exagerado do álcool? 1- Sim ( ) 2- Não ( ) 14- O que mais te aborrece no trânsito da cidade de São Luís? 1- Lentidão no tráfego ( ) 2- Engarrafamentos ( ) 3- Pedestres ( ) 4- Ciclistas/Motos ( ) 5- Semáforos ( ) 6- Guardas de trânsito ( ) 7- Outros ( ) 15- O que você mudaria em relação à atual legislação do trânsito desta cidade? 1- Retirava os radares das grandes vias ( ) 2- Aumentava o limite de velocidade ( ) 3- Colocava mais guardas de trânsito nas avenidas ( ) 4- Faria mais campanhas educativas ( ) 5- Retirava as lombadas das ruas ( ) 6- outros ( ) 54 16- Na sua concepção, qual a principal causa de acidentes de trânsito na cidade de São Luís? 1- Falta de sinalização ( ) 2- Imprudência ( ) 3- Falta de atenção ( ) 4- Alta velocidade ( ) 5- Outros ( ) 17- Você considera o trânsito da cidade de São Luís, seguro e ajustado? 1- Sim ( ) 2- Não ( ) 18- Na sua opinião, obter um trânsito seguro e ajustado é responsabilidade: 1- do poder público ( ) 2- da comunidade ( ) 19- De acordo com seu ponto de vista: A avaliação psicológica deveria ser um procedimento obrigatório em todos os processos envolvendo, renovação; adição; mudança de categoria de CNH, independentemente de o condutor exercer ou não atividade remunerada? 1- Sim ( ) 2- Não ( ) 20- Você percebe a avaliação psicológica, como uma ferramenta de investigação, importante para a segurança e ajustamento do trânsito? 1- Sim ( ) 2- Não ( ) 55 ANEXO Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Declaro por meio deste termo, que concordei em ser entrevistado(a), e/ou participar na pesquisa de campo referente ao projeto de pesquisa intitulado, “A importância da Avaliação Psicológica para a segurança e ajustamento do trânsito, sob a perspectiva do motorista da cidade de São Luís – MA”, desenvolvida por Losiley Alves Pinheiro. Fui informado(a) ainda que poderei contatar/ consultar com a mesma através do telefone nº 32461489 ou e-mail [email protected] . Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber qualquer incentivo financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso da pesquisa. Fui informado(a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo, que, em linhas gerais é verificar se a avaliação psicológica, sob a perspectiva do motorista , pode ser considerada uma ferramenta preventiva para a segurança e o ajustamento do trânsito. Fui também esclarecido (a) de que os usos das informações por mim oferecidas estão submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde. Minha colaboração se fará de forma anônima, por meio de entrevista estruturada, com perguntas fechadas, na presença da pesquisadora. O acesso e a análise dos dados coletados se farão apenas pela pesquisadora e/ou seus orientadores. Fui ainda informado(a) de que posso me retirar deste processo de pesquisa a qualquer momento, se m prejuízo para meu procedimento junto ao DETRAN-MA ou algo que se relacione à minha posse de CNH, ou ainda nenhum sofrimento de sanções ou constrangimentos. Atesto recebimento de uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). São Luís, ____ de ______________ de 2012. Participante: _______________________________ Pesquisadora:______________________________ Testemunha:_______________________________