Senhor Presidente,

Propaganda
Pronunciamento do Deputado
Reinaldo
Betão
(PL/RJ),
sobre a situação caótica do
trânsito brasileiro, proferido
em 25/11/2003.
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados.
Venho hoje a esta tribuna manifestar minha
preocupação sobre o trânsito no nosso país. O assunto é
mais antigo e complexo do que se imagina.
Acho interessante fazer um breve histórico, Sr.
Presidente, para entendermos melhor a complexidade
deste tema, que tanto nos afeta atualmente.
O Império Romano em meados do primeiro
século antes de Cristo, já lidava com o congestionamento
do tráfego em Roma, no qual, uma das primeiras medidas
de Júlio César, foi banir o tráfego de "rodas" durante o dia,
no centro de Roma. Mais tarde, foi limitado o número de
carruagens que poderiam entrar na cidade.
Antigamente, nas cidades de Pompéia e Roma, o
pedestre já era motivo de preocupação e cuidado. As ruas
da Roma antiga eram feitas de pedras assentadas uma ao
lado da outra. A travessia de pedestres era feita por blocos
de pedra quadrados colocados sobre a rua, um sim, um
não, para que as rodas das carroças e bigas passassem
entre os vãos. A faixa de pedestres romana tinha como
objetivos a segurança, a facilidade de travessia e também a
redução forçada da velocidade das carroças. Tudo isso
para adaptar o ambiente ao pedestre e não ao carro.
No Brasil, tudo começou no ano de 1856, com o
Decreto n.º 1.733, que autorizava a primeira concessão de
transportes urbanos que se locomoviam por meio de
animais sobre trilhos de ferro no Rio de Janeiro. Daí para
cá, o trânsito do país se tornou se tornou prioridade para os
governos, pois o problema não era apenas em organizar o
fluxo de carros mas sim, de proporcionar segurança às
pessoas.
Certa feita, o presidente Washington Luiz Pereira
de Souza, disse uma frase que mudaria drasticamente o
desenvolvimento do Brasil: "Governar é abrir estradas".
A
partir
de
1930,
as
placas
de
trânsito
começaram a ser implantadas no Brasil, que hoje possui
436 rodovias transitáveis, sendo 150 rodovias federais.
O tema da Semana Nacional de Trânsito deste
ano é: "Dê preferência à vida", e faz referência aos
principais fatores de risco no trânsito, como consumo de
álcool, excesso de velocidade, falta de uso do cinto de
segurança, desatenção na travessia de pedestre e
ultrapassagens perigosas em estradas, entre outros.
De acordo com o Departamento Nacional de
Trânsito - Denatran, os acidentes deixam mais de 350 mil
pessoas feridas nas ruas e estradas brasileiras e provocam
30 mil mortes por ano. Os dados refletem um custo social
anual estimado em R$ 10 bilhões, tendo como base
estudos
recentemente
concluídos
pelo
Instituto
de
Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA.
Pelo exposto, Sr. Presidente, precisamos criar
mecanismos que viabilizem a mudança deste quadro.
Sugiro que ações educacionais sejam implementadas
sistematicamente nas rodovias e locais de maior circulação
pelos órgãos de trânsito, haja vista que gasta-se muito em
outras campanhas repressivas, sendo que o problema
reside na prevenção.
É o que tenho a dizer.
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