Dilma? Serra?

Propaganda
 lenta recuperação da economia norte-americana, os
déficits fiscais de alguns países europeus, inclusive com
rebaixamentos de rating, e a insolvência dos bancos na
Irlanda foram alguns dos pontos que marcaram o
andamento do mês.
Dilma? Serra?
Mais do mesmo.
Ásia...
Setembro – 2010
No Japão, após manter a taxa estável em 0,10% desde
o fim de 2008, e mantê-la inalterada no início do mês,
representantes do Banco Central deixaram claro que
Mês %
Ano %
Ibovespa
-6,58%
-5,02%
caso fosse necessário. Assim, no inicio de outubro, o
Poupança
0,57%
4,48%
Bank of Japan surpreendeu o mercado ao promover um
US$ (Comercial)
-3,52%
0,75%
corte na já ínfima taxa de juros, mantendo-a agora em
CDI
0,84%
6,11%
uma banda entre zero e 0,10%. Além do corte, o
IPCA
0,42%*
3,57%**
poderiam promover mudanças na política monetária
governo
japonês
afirmou
que
tomará
medidas
adicionais buscando uma recuperação mais robusta da
economia do país.
*Expectativa Focus: 01/10
Um dos motivos de tamanha preocupação por parte de
Capitalização da Petrobras. Esse foi o nome do jogo
agentes do governo japonês se deu por conta da
durante o mês de setembro. Em uma oferta inicialmente
valorização do iene verificada durante o mês de
desacreditada por grande parte do mercado, visto que
setembro, quando a moeda japonesa atingiu seu maior
as eleições presidenciais se aproximavam, o mundo viu
patamar
a maior oferta pública de ações da história. Foram
exportadores do país.
captados nada menos que 120,3 bilhões de reais, o que
ajudou o dólar a fechar o mês cotado a R$ 1,69, o mais
baixo patamar dos últimos dois anos.
desde
1995,
prejudicando
grandes
A revisão do PIB japonês do segundo trimestre para
1,5%, no ritmo anual, ante uma alta de 0,4%
divulgado em agosto, foi fator preponderante para
O clima de eleição também tomou conta do país, que
reverter a onda de incerteza que rodeia a economia
aguardava ansiosamente uma definição sobre a possível
local.
eleição de Dilma Roussef ainda no primeiro turno dado o
forte apelo do presidente Lula em favor de sua
candidata. Não foi o que vimos. Ainda viveremos mais
um mês de intensa disputa entre PT e PSDB. A
expectativa é que as propostas sejam discutidas e não
fiquemos apenas no embate pessoal e partidário.
Já na China, o assunto de destaque do mês foi o
patamar atual da moeda chinesa, o yuan, que segundo
o governo norte-americano e alguns representantes de
países europeus encontra-se bastante desvalorizada
contribuindo para desequilíbrios econômicos globais.
Segundo
autoridades,
o
governo
chinês
estaria
Externamente, vimos alguns destaques negativos que
mantendo o yuan num patamar artificial de forma a
trouxeram incerteza aos mercados internacionais. A
incentivar
as
exportações
chinesas.
Apesar
das
pressões, o governo chinês afirma que não cederá às
o maior credor da dívida norte-americana. O país
pressões externas.
asiático segue firme na sua posição de não ceder aos
Quanto aos indicadores, pouca novidade. Aceleração da
pedidos externos e manter sua força exportadora.
produção industrial de agosto (13,9% ante o ano
O setor de serviços, após sete altas seguidas, teve
passado) e aumento dos investimentos estrangeiros
queda na atividade, já a indústria seguiu crescendo
diretos (18,9%) nos oito primeiros meses desse ano
pelo 13º mês consecutivo. Aliado a isso, os dados de
foram destaque. A inflação, que atingiu 3,5% em
emprego divulgados durante o mês foram positivos,
agosto na comparação anual, segue controlada.
mesmo que ainda insuficientes para uma retomada
mais consistente. A inflação segue no mesmo ritmo,
Europa...
dentro do esperado pelo mercado. Os preços de casas,
A situação segue difícil, com a atividade econômica da
Zona do Euro sem demonstrar reação. Na leitura mensal
de indicadores como produção industrial e vendas a
varejo, estabilidade. Ou seja, na margem, a economia
Os índices PMI – indicadores de condições de negócio –
Manufatura,
Serviços
e
Composto
marcaram
arrefecimento, passando respectivamente de valores
acima de 55 para 53,6, 53,6 e 53,8. Isso indica que a
atividade continua com orientação positiva, porém muito
frágil,
e
próximo
do
número
50
que
representa
dificuldades e provável estagnação.
Os
indicadores
de
confiança
não
estão
nada
consumidor em setembro seguiu o mesmo patamar de
agosto, marcando valor -11. Na verdade, o número
negativo representa desconfiança. No setor industrial, a
confiança da indústria na zona do euro também está
negativa, em -2, levemente melhor que os -4 de agosto.
A inflação se encontra dormente, exibindo variação
mensal ao redor de 0%. Na tentativa de estimular a
o
Banco
cima. Porém, no apagar das luzes de setembro, a
confiança do consumidor caiu mais do que se esperava
Central
Brasil...
Internamente, continuamos a ver a divulgação de dados
importantes para a manutenção do bom humor que
ronda a economia brasileira. A produção industrial
voltou a subir após três meses consecutivos de queda e
as
vendas
no
varejo
apresentaram
elevação
pelo
terceiro mês seguido. Sucessivos aumentos da massa
encorajadores no velho continente, a confiança do
economia,
de destaque para o otimismo que puxou as bolsas para
fruto do lento ritmo de recuperação da economia local.
segue andando de lado.
da
que retornaram ao patamar de 2003 também foi fator
Europeu
anunciou
novamente que sua Taxa Básica de Refinanciamento fica
em 1%.
salarial e redução da taxa de desemprego que atingiu
6,7%, o menor patamar da série histórica, foram fatores
preponderantes para essa maré positiva que sustenta o
otimismo ao redor da economia brasileira.
A inflação, medida pelo IPCA, apresentou em setembro
o terceiro mês de variação praticamente nula, levando
alguns analistas de mercado a supor que o Banco
Central pode ter exagerado na dose de elevação da taxa
básica de juros no primeiro semestre deste ano. Fica
agora a expectativa para os próximos meses, visto que,
segundo o Relatório Focus, é esperada uma inflação de
0,42% para o mês de setembro. Outros índices, como o
IGP-M e o IPCA-15, que apresentaram variações de
Estados Unidos...
Com uma inflação ainda em patamares muito baixos,
mesmo com a manutenção dos juros zerados, o
governo norte-americano buscou algumas formas de
1,15% e 0,31% no mês, respectivamente, já mostram a
aceleração da economia no terceiro trimestre deve
superar o ritmo verificado no trimestre imediatamente
anterior.
conter a saída de capital do país, já que investimentos
A Petrobras, destaque do mês, captou R$ 120,24
em países emergentes se tornam cada vez mais
bilhões em sua mega-oferta realizada em setembro. A
atrativos.
maior de todos os tempos. Os prioritários aportaram
Ainda em setembro houve um embate do governo dos
EUA com o governo chinês devido à valorização
artificial do yuan, que favorece exportadores chineses
e prejudica os Estados Unidos, visto que a China hoje é
70% do total da oferta. As ações vendidas dentro do
Brasil somaram mais de R$ 100 bilhões, 83% do total.
No mercado internacional a captação trouxe R$ 13,3
bilhões, equivalentes a 18% do total. A participação
estatal na petrolífera, incluindo Governo Federal, BNDES
e Fundo Soberano, aumentou para 48,36% ante 39,8%,
antes da capitalização, sendo 64% das ações ordinárias.
Mercados...
variação positiva de 6,58% impulsionada principalmente
forte
entrada
de
recursos
estrangeiros.
No
acumulado do mês, houve um saldo positivo de R$ 3,65
bilhões.
Em outubro, está agendado o início das divulgações de
balanços corporativos, que, acreditamos, ditará um
ritmo positivo ao Ibovespa, fruto do bom desempenho
No mês de setembro, a bolsa brasileira apresentou
pela
Outubro...
Além
disso,
podemos
citar
como
da economia no terceiro trimestre. Nos Estados Unidos
também veremos a divulgação de balanços, que, assim
como no Brasil, devem vir apresentando bons números,
porém talvez não na mesma proporção.
fator
Não enxergamos motivo para que o apetite estrangeiro
importante para essa alta o retorno da confiança dos
por ações brasileiras diminua no curto prazo. Pelo
investidores mundiais nos mercados emergentes e a
contrário, apesar da alta acumulada em setembro
maior propensão ao risco.
continuamos
Em relação aos juros, podemos citar que a curva de
apresentando
P/L
bastante
atrativo
quando comparados aos nossos pares.
juro com vencimento em janeiro de 2011 se manteve
Quanto
praticamente inalterada durante o mês, fruto de uma
comportamento lateral (flat), visto que os principais
conversão das expectativas do mercado para uma
índices
estabilidade da taxa de juros e do IPCA mantido bem
durante o mês de outubro, embora após três meses de
próximo à meta no próximo ano. As curvas mais longas
inflação praticamente zerada, esperamos um IPCA por
oscilaram positivamente durante o mês de setembro
volta de 0,40%, em linha com as projeções do
devido aos vários riscos citados pelo BC, em seu
mercado.
Relatório Trimestral de Inflação, à concretização do
cenário benigno de inflação para os próximos anos.
Já em relação ao câmbio, vimos mais um mês de
sucessivas atuações do Banco Central atuando como
forte comprador, levando as reservas internacionais a
níveis recordes (US$ 275,2 bilhões). Porém, essa força
compradora não foi suficiente para conter a queda da
moeda
norte-americana,
anteriormente
já
que
houve,
como
citado, um forte ingresso de capital
estrangeiro para a oferta da Petrobras. No final, a
moeda encerrou o mês cotada a R$ 1,69, patamar
mais baixo dos últimos dois anos.
aos
de
juros,
inflação
acreditamos
não
devem
que
trazer
terão
novidades
Nos próximos dias 19 e 20 deste mês haverá mais uma
reunião do Copom, quando não vislumbramos cenário
para mudança na taxa básica de juros.
Já em relação ao dólar, acreditamos em um mês
movimentado devido às constantes e fortes atuações
do Banco Central tentando segurar a moeda ao redor
de R$ 1,70 / 1,75. Porém, na outra ponta poderemos
ver
mais
um
mês
de
forte
ingresso
de
capital
estrangeiro, o que pode gerar uma “briga” entre
compradores e vendedores. Nessa queda de braço,
acreditamos
melhor.
que
os
vendedores
poderão
levar a
Download