Mais de 30 mil empregos vão ser perdidos

Propaganda
ID: 43805168
18-09-2012
Tiragem: 20000
Pág: 16
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 17,01 x 17,45 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Estudo da U. Minho sobre as mudanças na TSU
Mais de 30 mil empregos
vão ser perdidos
Um estudo de cinco economistas das universidades do Minho e de
Coimbra conclui que as mudanças nas
contribuições para a Segurança Social
vão resultar na perda de “cerca de 33
mil empregos”.
O estudo ontem divulgado foi preparado por quatro professores de economia do Minho e um de Coimbra.
A sua conclusão é que a redução da
taxa social única (TSU, contribuição
das empresas) tem um efeito diminuto na criação de postos de trabalho,
enquanto o aumento da contribuição
dos trabalhadores leva a uma redução
significativa do emprego.
“O principal resultado é que esta
medida leva a uma redução de 30 e tal
mil empregos”, disse um dos autores
do estudo, Luís Aguiar-Conraria, professor na Universidade do Minho.
Como é que esta medida causaria uma redução no emprego?
“Com base em cálculos auxiliares,
desconfiamos - isto já não é um resultado garantido - que tal seja devido à retração da procura interna”,
acrescenta o académico.
O valor de 33 mil empregos é
um ponto médio. No pior cenário (e
considerando um horizonte de curto
prazo, “um ou dois anos”), perdem-se
68.000 empregos; na “melhor das hipóteses”, haveria um impacto positivo
de mais mil empregos.
Ou seja, mesmo no melhor cenário, a medida implicava “uma transferência de riqueza de quase 3000
milhões de euros de uma parte da população para outra com um impacto
nulo” sobre o emprego, sem considerar os efeitos sobre o crescimento da
economia e sobre a coesão social.
O Governo anunciou que vai reduzir a TSU em 5,75 pontos percentuais para as empresas, financiando
a medida com um aumento de seis
pontos na contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social.
A redução da TSU é uma das propostas iniciais da ‘troika’, que propunha financiar esta medida através de
um aumento do IVA.
Aguiar-Conraria diz que a meto-
dologia dos cinco académicos “segue de perto a do estudo do FMI”
que sugeria um aumento do IVA. O
Governo na altura rejeitou a ideia,
considerando não haver “margem
orçamental”.
Sindicatos, partidos da oposição
e mesmo alguns empresários dizem
que a redução da TSU terá efeitos negativos sobre a economia e o emprego
devido à retração da procura interna.
O Governo tem sugerido que vai criar
mecanismos para levar as empresas a
utilizar as poupanças no sentido da
criação de emprego ou da redução de
preços.
“Isso é um disparate. Isso nem
merece comentário”, diz Aguiar-Conraria. “O dinheiro é fungível. É impossível de fazer esse tipo de controlo.
E mesmo que fosse, não estamos na
União Soviética. Nem comento isso,
fica para os políticos comentarem.
O estudo dos cinco académicos,
intitulado “Emprego e TSU”, está disponível na Internet em www3.eeg.
uminho.pt/economia/nipe.
ID: 43805168
18-09-2012
Tiragem: 20000
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 5,48 x 5,10 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
U. MINHO
Estudo garante
que alterações
na TSU podem
gerar mais 68 mil
desempregados
Download